quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Uso do Pó de Rocha para Adubação de Eucalipto no Cerrado

 


Eucaliptos em solo adubado com pó de rocha

A experiência de manejo alternativo na cultura de eucalipto, com uso de pó de rocha em substituição aos adubos químicos convencionais, tem sido positiva na bacia do Rio Pardo, no norte de Minas Gerais.

A Embrapa Cerrados, coordena desde 2003 a Rede AgriRocha, formada por cerca de 100 pesquisadores que avaliam o potencial das diferentes rochas brasileiras como fontes de nutrientes para a agricultura. As rochas com potencial de uso para a agricultura estão expostas na superfície ou são sub-produtos da atividade mineradora. Elas passam por um processo chamado de rochagem, no qual são transformadas em pó. O pó de rocha fornece nutrientes ao solo, como cálcio, fósforo, magnésio e, principalmente, potássio.

Outra função dessas rochas é de serem condicionadores do solo. Isto é, permitem que outros nutrientes e condições do solo sejam mais equilibrados e que os nutrientes sejam disponibilizados conforme a demanda da cultura. Especialmente em culturas perenes, como os eucaliptos, essas fontes são de disponibilização lenta. “A vantagem disso, em comparação às fontes convencionais, é que o agricultor não precisa ficar repondo os fertilizantes”, ressalta o pesquisador Éder Martins.

A adubação do eucalipto com pó de rocha garante o desenvolvimento da planta, desde sua fase inicial. “A planta dá uma arrancada já na fase inicial e demonstra um crescimento muito maior do que no manejo tradicional”, destaca Éder.

Pó de rocha - Além de sua contribuição para a agricultura, o uso dos rejeitos de mineração tem uma importância ambiental, pois aproveita esse subproduto, que pode causar impactos negativos para o meio ambiente. Outra solução para reduzir ainda mais os custos é de que o transporte do pó de rocha seja local ou regional, o que pode fortalecer pequenas mineradoras nacionais e gerar empregos, já que agrega valor ao que, até agora, era apenas rejeito de mineração.

 

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Azolla cultivation help Lower Dibang Valley farmers

Adoption of Azolla cultivation has helped farmers in Lower Dibang Valley in providing a sustainable alternative to introduced farming and food production practices.



Introduced in the district by Krishi Vigyan Kendra (KVK) Roing, azolla is a small aquatic plant containing abundant nutrients which is used as fodder for dairy cattle, pigs, chickens, ducks and fish. It can be also used as a fertilizer for vegetables.

“Progressive farmers are selected as beneficiaries and provided with azolla multiplication units consisting of quality seeding materials, silpaulin sheet, Azofert, Azophose and harvesting net,” said TJ Ramesha, Project Coordinator, KVK Roing.
“Twenty seven farmers from across the district have been provided with the assistance including several self help groups.”

Production technology

A pit (2 m length, 1 m wide and 1 ft depth) is first prepared in a leveled and clean area. A silpauline sheet (0.5 mm gauze) of 2.5 m x 1.5 m size is uniformly spread over the pit. Slurry is then prepared using 5 kg of sieved soil, 2 kg cow dung, 30 g of super phosphate (SPP) and poured on to sheet. Later, more water is poured on to raise the water level to about 5-6 inches. About ½ kg of pure Azolla mother culture is spread over the water. The Azolla spreads all over the tank and appears like a thick green mat in 7-10 days time. Daily ½ kg of Azolla can be harvested thereafter.

As Fodder / Feed

Azolla is rich in nutrients such as 25-35 % protein, 10-15% minerals, 7-10% amino acids and other bio-active substances etc. Due to its high protein and low lignin content, livestock (cattle, sheep, goat, pigs and rabbits), poultry and fish can easily digest it. It can be mixed with concentrate feed or can be given raw to the animals.

Responses

The introduction of azolla spelt a revolution for the farmers, who are now reaping the benefits.

According to Raju Linggi, a farmer from Iduli village, he now reaps better harvest than he normally does using the traditional or commercial fodder.

“Use of azolla as fodder has greatly reduced the expenditure on commercial feeds,” he says. “It is cheap, easy to grow and grows fast in a week’s time. From tenth day it can be harvested everyday.”

Growing azolla for last seven months, Linggi says he is also witness to seeing his livestock production yielding good results. “Poultry birds and fish grows fast with bigger in sizes.”

site: http://www.dibangnews.com/2011/11/azolla-cultivation-help-lower-dibang.html

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

minhocário campeiro



O assunto deste programa é adubação orgânica. Você vai aprender como produzir um humus de minhoca de qualidade. E também como construir o minhocário campeiro, uma alternativa simples e barata para a propriedade

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Será mesmo o triunfo do lixo?

O homem descarta mais resíduos do que a Terra suporta e ameaça a própria sociedade humana.


O homem já movimenta volume de material na mesma quantidade que a Terra, em seu ciclo normal, o que é muito mais do que o meio ambiente pode suportar. Se há exageros no planeta, o mesmo ocorre no Brasil, aonde a população equivale a 2,7% do total mundial, o Produto Interno Bruto (PIB) corresponde a 3,5% da riqueza global, mas os habitantes descartam 5,5% dos resíduos planetários.

Esta é apenas uma das avaliações feitas pelo geógrafo e sociólogo Maurício Waldman, autor, entre outros, do livro “Lixo: cenários e desafios” (Cortez, 2011), ao repórter Manuel Alves Filho, do Jornal da Unicamp, cuja matéria o Correio Riograndense foi autorizado a reproduzir.

Se a humanidade vive a era do conhecimento, vive igualmente a era do lixo. Do ponto de vista quantitativo, a natureza movimenta, em seu ciclo normal, 50 bilhões de toneladas de materiais por ano. Os homens, por seu turno, movimentam 48 bilhões de toneladas no mesmo período, sendo que 30 bilhões são de resíduos. “Isso é muito mais do que o ambiente pode suportar”, sentencia o geógrafo e sociólogo Maurício Waldman, especialista no tema. Ele é o autor, entre outros, do livro Lixo: Cenários e Desafios, indicado como um dos dez finalistas do Prêmio Jabuti 2011 na categoria Ciências Naturais. A obra é resultado da pesquisa de pós-doutoramento de Waldman, desenvolvida no Departamento de Geografia do Instituto de Geociências (IG) da Unicamp, sob a orientação do professor Antonio Carlos Vitte e com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico (CNPq).

O lixo, conforme o pesquisador, tem sido um problema recorrente em todo o mundo, inclusive no Brasil. Não bastasse a humanidade estar crescendo e gerando cada vez mais resíduos, o quadro vem se agravando graças à inércia das autoridades públicas, que pouco têm feito para reciclar ou dar destinação adequada aos rejeitos. Além disso, a sociedade também não faz a sua parte ao aumentar exageradamente o consumo de bens e produtos e ao descartar, sem a mínima cerimônia, seus detritos em qualquer lugar. “O Estado não age e o cidadão não se movimenta. O resultado dessa combinação é dramático. A continuar assim, o lixo pode vir a inviabilizar a sociedade humana, pelo menos tal como a conhecemos”, adverte Waldman.


Aos que possam considerar as suas previsões apocalípticas, o pesquisador rebate com números. De acordo com ele, o Brasil, um dos países que mais sofrem com a problemática, é um grande gerador de lixo. Embora sua população seja equivalente a 2,7% do total mundial e seu Produto Interno Bruto (PIB) corresponda a 3,5% da riqueza global, os brasileiros descartam 5,5% dos resíduos planetários. “Quer outros dados? Pois bem, entre 1991 e 2000 a população brasileira cresceu 15,6%. No mesmo período, o país ampliou seus descartes em 49%. Em 2009, o incremento demográfico foi da ordem de 1%. Entretanto, a geração de rejeitos aumentou 6%. Trata-se de uma expansão perversa”, afirma.



Questões - Questionado sobre o que deve ser feito para que não ocorra o triunfo do lixo sobre a humanidade, o geógrafo e sociólogo faz algumas ponderações. Para alívio daqueles que estão preocupados, ele inicia respondendo que o problema tem solução. Depois, afirma que há três questões a serem pensadas. A primeira delas é a necessidade de as pessoas adotarem um consumo mais consciente de bens e produtos. “Atualmente, cada brasileiro gera 3,5 quilos de lixo proveniente de equipamentos eletroeletrônicos por ano. É muita coisa. O cidadão tem que ter maior consciência de que não vale a pena trocar o celular X pelo Y apenas porque a versão mais recente do aparelho tem uma luz que pisca durante a ligação”, diz.

A segunda questão está no imperativo da mudança de postura da indústria, que trabalha com o conceito da obsolescência precoce, modelo de produção e consumo classificado pelo pesquisador como “pornográfico”. “Havia uma série de TV nos anos 70 intitulada Missão Impossível, na qual uma voz avisava ao personagem que a mensagem que ele estava ouvindo se autodestruiria em cinco segundos. O que a indústria faz é dizer aos consumidores que seu televisor ou lavadora de roupa se autodestruirá em 12 meses. Isso precisa mudar”, defende.

Por último, mas não menos importante, o pesquisador avalia que o Estado também tem que dar sua contribuição à causa do controle eficiente do lixo, formulando políticas públicas sérias e consequentes. “Tem gente idealista que tem trabalhado nesse sentido, como pesquisadores em universidades e institutos de pesquisa, mas isso infelizmente ainda não é regra geral”, lamenta. Deixar de dar aos resíduos tratamento e destinação adequados, conforme Waldman, não representa apenas um desrespeito ao ambiente e à qualidade de vida das pessoas. Significa também desperdício de dinheiro e oportunidades.


No entender do especialista, o Brasil poderia ampliar significativamente o índice de reciclagem do lixo, tanto o seco quanto o orgânico. “Aliás, muita gente costuma cometer um erro gravíssimo ao citar unicamente a reciclabilidade do lixo seco. O úmido também é reciclável, visto que pode ser recuperado pelo ciclo da natureza. Algumas estatísticas apontam que a taxa de reaproveitamento dos resíduos no país poderia ser ampliada para 52% ou 59%. Além de menor agressão à natureza, isso representaria a geração de renda e trabalho. Um levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) aponta que, na linha do tempo, nós já desperdiçamos US$ 8 bilhões por não reaproveitarmos o lixo. É um dinheiro que poderia ter sido aplicado na saúde, na educação e em programas de inclusão social”, imagina Waldman.

Sobre a solução para o problema dos rejeitos, o pesquisador assinala que a questão não é somente brasileira, mas mundial. “Como dizia o geógrafo Milton Santos, de quem sou admirador, qualquer problemática global nos dias atuais não pode ser tratada por um grupo de ‘iluminados’. Os problemas globais precisam ser pensados coletivamente. É necessário unir conhecimentos e competências, além, obviamente, de envolver nas discussões os diversos segmentos da sociedade civil organizada. Sem essas iniciativas, dificilmente haverá saída”, alerta.

Produção de lixo


Qual a quantidade de lixo produzido em todo o mundo? Esta é uma pergunta difícil de responder. Os números variam muito. A única coisa que dá para dizer, com certeza, é que a quantidade é grande e varia de país para país e de cidade para cidade.

Os maiores consumidores do mundo, os norte-americanos, produzem 1,8 kg por dia. A cidade de São Paulo tem números de primeiro mundo em relação ao lixo: cada paulistano produz 1,2 kg por dia de lixo (Fonte: Web-Resol). Países pobres e ricos têm estimativas diferentes para a quantidade de lixo. Os pobres produzem de 100 a 220 kg de lixo a cada ano ou de 0,27 kg a 0,6 kg/dia. E os ricos produzem de 300 kg a uma tonelada por ano ou de 0,82 kg a 2,7 kg/dia, segundo a ONU. Nova York, provavelmente, é a campeã com 3 kg de lixo por pessoa/dia.

Fonte: correio riograndense

E você o que faz com seu lixo??

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Plantas resistentes a herbicidas

A aplicação repetida de um mesmo herbicida favorece a resistência de plantas daninhas


Aumento dos custos de produção, impactos ambientais e maior resistência de plantas a herbicidas. Esses são os principais fatores provocados por práticas culturais ineficientes e pela utilização inadequada de herbicidas. Segundo o pesquisador Décio Karam, da Embrapa Milho, a resistência de determinadas plantas foi notificada em 1980 com o surgimento da enzima ALS (acetolactato sintase). A partir dessa data, outras espécies foram sendo descritas como resistentes, sendo que herbicidas inibidores dessa enzima são os produtos que mais selecionaram plantas daninhas resistentes no Brasil e no mundo. “Com a introdução das culturas transgênicas resistentes ao herbicida glyphosate, a pressão de seleção imposta pelas glicinas tende a aumentar e, consequentemente, o surgimento de mais populações resistentes a esse grupo herbicida”, explica.

 
Em 2008, no Paraná, houve o primeiro relato de planta resistente à atrazina, herbicida usado no milho, cana e sorgo para o controle de ervas. Outro exemplo é a tolerância da losna-branca aos herbicidas chlorimuron-ethyl, imazethapyr, foransulfuron + iodosulfuron-methyl e chloransulan-methyl, utilizados em diferentes culturas em sucessão. “Com isso, o manejo de populações que apresentam resistência múltipla torna-se de extrema dificuldade, já que esses mecanismos são os mais utilizados nessas culturas em sucessão”, interpreta.

Entre as ocorrências mais recentes, o pesquisador alerta para o surgimento do azevém, gramínea agressiva resistente aos herbicidas da classe das glicinas, o “que poderá ocasionar alguma dificuldade de controle em cultivares de milho resistentes ao glifosato.”

Situações semelhantes têm sido verificadas em relação à buva, leiteiro, comum em pastagens, e capim amargoso, já relatadas no país como resistentes ao glifosato. “O surgimento de plantas resistentes a herbicidas sempre estará associado a mudanças genéticas na população em função da seleção ocasionada pela aplicação repetida de um mesmo herbicida ou herbicidas com um mesmo mecanismo de ação”, alerta.

Uso indiscriminado é prática comum

Estima-se que o uso de herbicidas na cultura do milho tenha alcançado 70% das áreas cultivadas. Na safra de verão, segundo o pesquisador Décio Karam, essa porcentagem sobe para 90%, sendo que na safrinha o uso da atrazina tem ocorrido na maioria das aplicações. Além desse, o glifosato e o 2,4D correspondem a aproximadamente 76% do volume comercializado. “Os herbicidas têm sido o agrotóxico mais utilizado na agricultura brasileira”, diz.

“Se o manejo de plantas daninhas por meio do controle químico não for bem planejado, poderá haver aumento da pressão de seleção, contribuindo para o surgimento muito mais rápido de mais espécies resistentes aos herbicidas”, pondera Karam.

fonte: correio riograndense

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

o Brasil importa 74% de nitrogênio, 93% de potássio e 49% do fósforo

Seminário de Agroecologia destaca importância da preservação do solo

30/11/11 - 11:09

Palestrantes destacaram necessidade da preservação do solo para uma produção sustentável


A programação desta terça-feira (29) do XI Seminário Internacional sobre Agroecologia e do XII Seminário Estadual sobre Agroecologia, no auditório Dante Barone da Assembleia Legislativa do RS, em Porto Alegre, foi marcada por palestras técnicas que ressaltaram a importância da preservação do solo e do campo nativo para uma produção sustentável. O evento prossegue até esta quarta-feira (30).

Com o tema "A resignificação e valorização do solo como parte essencial do ambiente", a professora da Universidade Federal de Viçosa, em Minas Gerais, Irene Maria Cardoso, abriu a série de palestras. A docente falou sobre o esgotamento dos recursos naturais do solo e o mercado de fertilizantes. Citou, como exemplo, que o Brasil importa 74% de nitrogênio, 93% de potássio e 49% do fósforo, principais ingredientes utilizados na adubação de lavouras.



Fazendo jus ao tema do Seminário, "Outro olhar para o desenvolvimento", Irene elencou alternativas sustentáveis de manejo e preservação do solo. Para ela, o intemperismo - o conjunto de fenômenos físicos e químicos que levam à degradação e enfraquecimento das rochas - e a fotossíntese são dois processos fundamentais para a vida no solo. Para a professora da Universidade Federal de Viçosa, o melhor é investir na produção de matéria orgânica para aprimorar as características nutricionais do solo. "Com a agricultura pregada pela Revolução Verde, dispensa-se o serviço da biodiversidade prestado pelos organismos do solo", ressaltou.



A segunda participação do dia ficou por conta do pesquisador da Embrapa Pecuária Sul, de Bagé, José Pedro Pereira Trindade. Instigados pela intensa cobertura vegetal em uma região com predomínio da pecuária, os pesquisadores da entidade decidiram investigar como os produtores locais conciliavam a atividade produtiva (criação de bovinos, caprinos e ovinos) e a preservação dos recursos naturais (campo nativo). A investigação deu origem ao Projeto Alto Camaquã, desenvolvido com pecuaristas familiares de Bagé, Pinheiro Machado, Piratini, Santana da Boa Vista e Caçapava do Sul.



O Seminário contou com a participação do pecuarista familiar de Pinheiro Machado, Oneide Garcia de Garcia. O produtor apresentou os resultados obtidos e ressaltou a importância de se registrar os dados referentes ao clima da região e aos animais para se ter melhor controle da atividade. O último palestrante da parte da manhã foi o professor do Departamento de Ecologia da Universidade Federal do RS, Valério da Patta Pillar, que falou sobre biodinâmicas, processos e serviços ecossistêmicos dos campos.


Ao encerrar a sua participação, o professor destacou a necessidade de se formarem técnicos e pecuaristas mais atentos para a importância de manejar o campo. "É preciso formar técnicos que sejam mais pastores e menos agricultores", concluiu Pillar. O XI Seminário Internacional sobre Agroecologia e o XII Seminário Estadual sobre Agroecologia prosseguem até esta quarta-feira (30-11), no auditório Dante Barone da Assembleia Legislativa do RS, em Porto Alegre.

Governo do Estado do Rio Grande do Sul

Autor: Júlio Fiori

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Descrescimento sustentável. Já ouviu falar?

CRESCER É MESMO NECESSÁRIO?

O decrescimento sustentável é a ousada tese do francês Serge Latouche para diminuirmos a devastação dos recursos naturais do planeta. As idéias do economista e filósofo francês Serge Latouche se chocam com o estilo de vida dos habitantes das grandes cidades do mundo. Professor emérito da Faculdade de Economia da Universidade Paris XI e do Instituto de Estudos do Desenvolvimento Econômico e Social (Iedes), Latouche – nascido em Vannes, em 1940 – critica vorazmente o crescimento econômico promovido pelos estados. Defende com ardor uma suposta “descolonização” do nosso imaginário e uma mudança de comportamento mais ativa para salvar o planeta do esgotamento de recursos naturais. O ritmo anda acelerado e estamos consumindo demais, acredita o pensador, que construiu nas últimas décadas toda uma crítica contra a ocidentalização do mundo. Latouche é um dos principais portavozes do movimento pelo decrescimento. Tem vários livros e artigos publicados sobre o tema, inclusive no Brasil. Mas, apesar da visão aparentemente trágica, assume-se como um otimista e acredita na vontade da juventude de viver num mundo melhor.

 


Como o senhor define o decrescimento sustentável? Criamos esse slogan em 2002 para ir de encontro ao que todos falavam na época sobre o crescimento sustentável. Era preciso marcar uma ruptura radical, porque o crescimento não é durável. Por isso, nós buscamos esta palavra provocadora: decrescimento. O crescimento pelo crescimento ninguém acha absurdo. Então o decrescimento força as pessoas a pensar: “O que isso quer dizer?” Quando falamos em decrescimento, falamos em sair de uma religião do crescimento ligada à economia e ao progresso.



É possível alterar essa lógica? O relatório do Clube de Roma de 1972 já dizia que uma sociedade de crescimento não era sustentável. Muitos sociólogos e filósofos mostraram que ela não era nem mesmo desejada. Como as ameaças se aproximam, torna-se mais visível. O projeto de uma sociedade de decrescimento não é uma alternativa, e sim a libertação de uma ditadura econômica para reinventar um futuro sustentável. Uma sociedade não pode sobreviver se não respeitar os limites dos recursos naturais. Eu proponho um ciclo virtuoso do decrescimento: reavaliar, reconceitualizar, reestruturar, redistribuir, relocalizar, reutilizar e reciclar. Os dois primeiros termos são importantes para colocar em questão os valores comuns em nosso imaginário. Reconceitualizar é mudar nossa maneira de pensar. É uma verdadeira revolução cultural.



Mas como iniciar a mudança? Precisamos renunciar a essa atitude predadora, ter uma mudança de atitude mental. Não somente um com portamento individual e sim o produto de um sistema. Muita gente já está convencida de que não é preciso destruir todas as espécies para ganhar mais. Entretanto, são forçados pela lógica do mercado, pela concorrência e pelo marketing. Vamos então mudar de programa para depois trocar de computador. Alterar a base de produção e torná-la mais adequada às necessidades do meio ambiente. Buscar a reutilização, a reciclagem



Nosso ritmo está muito acelerado? Absolutamente. É necessário dar um basta ao consumo excessivo. Não é somente uma ação individual – porque, se apenas reduzo meu consumo, isso não mudará muito. Temos que mudar o modo de produzir as coisas. Você pode comer um bife em que o gado é criado em pastos naturais ou um bife de uma fazenda que obedece à lógica de mercado. No último caso, você come petróleo. Ele incorpora 6 litros de petróleo. Como isso é possível? O gado é alimentado com a soja que é plantada na Amazônia. Os tratores destroem as florestas, fazem a plantação e despejam os pesticidas. Tudo isso é petróleo. Devemos colocar esse sistema em causa, e não o fato de comermos um bife.



Seremos realmente mais felizes se consumirmos menos? O consumo traz cada vez menos a felicidade. Vários indícios provam isso. Muitos estudos apontam para o aumento de suicídios e a utilização de antidepressivos. O estresse tornou-se um problema grave em nossa sociedade. Mas ao mesmo tempo somos viciados nesse estilo de vida. Necessitamos de uma terapia.



O mercado de produtos orgânicos indica uma mudança de comportamento? Aqui na França, as grandes cadeias de supermercados já têm uma linha própria de produtos orgânicos e provenientes do comércio responsável. Essa tomada de consciência é importante porque um dos aspectos destrutivos do meio ambiente é a agricultura produtivista. Tudo o que seja uma alternativa a isso é benéfico. A produção familiar e sem pesticidas é uma das condições para um futuro sustentável.



Mudar a matriz energética pode ser uma das vias de solução? Como dizia a ministra do Meio Am biente da República Checa: “Quando há uma inundação no banheiro, você pode secar com um pano de chão”. O que eu faço de imediato é fechar a torneira. Enquanto não decidirmos limitar o consumo de energia, todas as soluções de energia renovável não servirão para muita coisa. A primeira coisa a fazer é fechar a torneira.

 
A geração de agora é capaz de fazer essa transformação? Em teoria, ela deveria ser menos capaz. Ela já está mais pervertida. O grande problema está na educação. Quais crianças deixaremos no mundo? Como nós deixamos às nossas crianças um mundo estragado, nós deixamos também para o mundo uma geração pervertida. Apesar de tudo, ainda há uma luz de esperança. Vejo uma participação crescente de jovens no movimento pelo decrescimento sustentável em vários países da Europa. Eles se organizam, tomam iniciativas. Eles querem viver num mundo melhor, salvar a humanidade e o planeta.


E qual seria então a mensagem do decrescimento? A mensagem não é somente reduzir o excesso de consumo e os danos ecológicos, mas também reduzir a quantidade de trabalho. Não é trabalhar menos para ganhar mais. É trabalhar menos para que todos possam trabalhar e viver melhor. Assim, teremos mais tempo livre para gastar com coisas que realmente valem a pena. Escutar música, dançar, jogar, pensar ou mesmo não fazer nada. Mas, ao contrário, nós nos tornamos viciados no trabalho. Os americanos inventaram a palavra workaholic. Nós quase precisamos de um curso de desintoxicação para reaprender a viver. E, nesse ponto de vista, o decrescimento é uma arte de viver.


segunda-feira, 28 de novembro de 2011

PAIS - CONSTRUÇÃO DO GALINHEIRO

O PAIS é um projeto apoiado pelo Sebrae que tem como objetivo melhorar a qualidade de vida e proporcionar sustentabilidade para as comunidades rurais. Além disso, estimula a prática da agricultura orgânica por meio de processo produtivo de baixo custo sem o uso de agrotóxicos. Para conhecer esse projeto, assista aos vídeos.




PAIS - CONSTRUÇÃO DO GALINHEIRO

Locutor – Fundação Banco do Brasil, SEBRAE e Ministério da Integração Nacional apresentam “Tecnologia Social PAIS” (Produção Agroecológica Integrada e Sustentável). Mais alimento, trabalho e renda no campo".

Este vídeo vai tratar da quarta etapa de implantação da tecnologia PAIS: a construção do galinheiro.

Aly NDiaye (engenheiro agrônomo idealizador da tecnologia) – O galinheiro é situado dentro do terreno. Ele recebe, inicialmente, 10 galinhas e 1 galo, ele é forrado e serve para produzir ovos e carnes para o produtor e, principalmente, o composto que vai ser usado na horta.

Locutor – A construção é muito simples: após a colocação de oito estacas, será usada uma tela de arame para fechar as partes laterais. Duas estacas vão servir para sustentar a porta de entrada para o galinheiro. As outras seis serão distribuídas de maneira uniforme para sustentar a tela e o teto. A cobertura do galinheiro será feita pelo próprio produtor usando material disponível na propriedade. O local será forrado com capim seco ou folhagens disponíveis para receber compostos orgânicos e esterco das galinhas. Assim, o agricultor terá adubo para os canteiros feito na propriedade. No galinheiro também serão instalados comedouros e bebedouros, disponíveis no comércio ou confeccionados pelo produtor.

A tecnologia social PAIS é integrada. Combina a criação de aves com o cultivo de verduras, legumes, frutas e ainda utiliza insumos disponíveis na propriedade para adubar o solo e controlar as pragas. E lembre-se: reduzir a utilização de insumos vindos de fora da propriedade deixa o agricultor mais independente. Isso é PAIS.

Aly NDiaye (engenheiro agrônomo idealizador da tecnologia) – Nós estamos deixando de ser consumidores de políticas públicas para virar produtores de políticas públicas. Quando a tecnologia sai da base para cima, a gente vira criadores de políticas públicas.

Locutor – Tecnologia Social PAIS. Mais alimento, trabalho e renda no campo.

sábado, 26 de novembro de 2011

Rochas. A utilização como fertilizantes na adubação de lavouras

VAMOS ACOMPANHAR UM ESTUDO SOBRE O USO DE PÓ DE ROCHAS COMO FERTILIZANTES NA ADUBAÇÃO DE LAVOURAS COMERCIAIS DE SOJA. A INICIATIVA É DA EMBRAPA EM PARCERIA COM A UFG. FOMOS PARA O CAMPO ACOMPANHAR O DESENVOLVIMENTO DA LAVOURA QUE ESTÁ SENDO TRATADA COM O PO DE ROCHA.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Semente é a base de tudo

Representa 5% do custo e pode ser responsável por 80% do sucesso da lavoura.

Entre todos os pontos que precisam ser levados em conta na hora de planejar a safra, o uso de semente regular e adequada talvez seja o mais importante. A semente representa apenas 5% do custo de produção e determinante pelo bom desempenho da lavoura, chegando a 80%.

Para Marcelo da Costa Rodrigues, gerente comercial da Cooperativa Central de Pesquisa Agrícola (Coodetec), de Cascavel, o primeiro passo do planejamento da safra tem sido negligenciado. “Alguns produtores têm adquirido sementes piratas e colocado em risco a produção”, enfatiza.

Segundo ele, na hora de comprar semente é preciso conhecer a origem do produto, além da necessidade de buscar itens credenciados, com nota fiscal - a qual relata o histórico do material, quem plantou e como se deu todo o processo. “Dessa forma terá certeza de estar comprando um material de qualidade”, afirma Rodrigues. O agricultor também deve optar por variedades que sejam recomendadas para a região. No site do Ministério da Agricultura existe a relação das cultivares recomendadas a cada Estado.

“A semente é um chip que contém muitas informações para quem vai produzir”, diz o presidente da Associação Brasileira de Sementes e Mudas (Abrasem), Narciso Barison Neto. O material adequado gera transferência de renda ao produtor (ver quadro). “Com a tecnologia embutida em um material de qualidade, o agricultor acaba tendo produtividade maior”, garante.

“O material certificado pode fazer toda a diferença na produção”, opina Luiz Carlos Miranda, da Embrapa Transferência de Tecnologia e presidente da Associação Paranaense de Sementes e Mudas (Apasem). “O produtor precisa pensar em todas as características da cultivar na hora de fazer a escolha”, aconselha Miranda.

Da pesquisa ao agricultor

Na Lei de Proteção de Cultivares (LPC), há três figuras jurídicas. O obtentor, que é a empresa de pesquisa que cria as cultivares, detém o direito de proteção. O obtentor licencia a semente básica para o multiplicador. Já o multiplicador é a empresa que vai reproduzir a semente em larga escala. Ele compra a semente básica, multiplica-a e vende as sementes aos usuários (agricultores).

O multiplicador paga royalties ao obtentor sobre as sementes compradas. Já o usuário compra a semente do multiplicador e cultiva a lavoura comercial. O usuário paga royalties apenas em algumas situações.

O registro é condição prévia para o lançamento de uma cultivar no mercado. A Lei de Sementes, promulgada após a LPC, em 5 de agosto de 2003, fortalece a fiscalização da produção e do comércio. Já a LPC reconhece a propriedade sobre os lançamentos e protege o direito de seus criadores.



Mercado anual de R$ 8 bilhões

O Brasil produz dois milhões de toneladas de sementes por ano, conforme dados da Associação Brasileira de Sementes e Mudas (Abrasem). O segmento movimentou, na safra 2008/2009, cerca de R$ 8 bilhões.

Segundo Daniela Aviani, da Abrasem, existem 1.400 cultivares protegidas no país, tanto transgênicas quanto convencionais, que representam 5% do total das 23 mil registradas para plantio e comercialização.

FONTE: Correio Riograndense

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

PAIS - ESCOLHA DO TERRENO




PAIS - ESCOLHA DO TERRENO


Locutor – Fundação Banco do Brasil, SEBRAE e Ministério da Integração Nacional apresentam: “Tecnologia Social PAIS” (Produção Agroecológica Integrada e Sustentável), mais alimento, trabalho e renda no campo. Neste vídeo, você vai conhecer as três primeiras etapas para a montagem de uma unidade da tecnologia PAIS. Vamos começar com a escolha do terreno.

Aly NDyaie (engenheiro agrônomo idealizador da tecnologia) – O primeiro passo do projeto é a escolha do local. Sendo cada propriedade com um desenho diferente, três pontos devem ser observados. O primeiro, é que o lugar deve receber luz solar a maior parte do dia. O segundo ponto, é que o local deve ser totalmente plano. E o terceiro, ele deve ser escolhido de tal forma que o produtor possa futuramente aumentar sua produção.

Locutor – Na escolha do terreno, outros pontos importantes também devem ser observados: deve ser protegido de ventos fortes para evitar prejuízos na plantação, deve ter uma fonte de água por perto.

Aly NDiaye (engenheiro agrônomo idealizador da tecnologia) – Como vocês podem ver aqui o chão já está todo mobilizado, retirando essa matéria seca que a gente está estocando de lado pra aproveitar depois na compostagem, aquela idéia de não jogar nada fora. E estamos arrumando as mudas que estavam plantadas para remanejá-las e colocá-las dentro do quintal agroecológico.

Locutor – Veja agora como é feita a seleção de culturas. Durante o curso de capacitação, agricultores e técnicos definem o que será plantado na horta, uma escolha que exige experiência e bom senso.

Aly NDyaie (engenheiro agrônomo idealizador da tecnologia) – Olha, a definição das culturas, na realidade, o projeto nunca fala “você tem que dizer para o produtor o que ele vai produzir”. Ele, em relação às suas realidades locais, seu mercado, seu consumo que vai dizer “eu quero plantar isso, isso e isso”. Qual é o nosso auxilio? “Não, seu Dionísio, essa aqui não dá certo aqui. A realidade climática dessa região não dão. Mas geralmente eles escolhem o que dá, eles já moram ali, já vivem ali. O que não pode é forçar a barra e falar “tem que produzir isso”.

Locutor – Na hora de escolher o que será plantado, o agricultor deve optar por espécies que ofereçam melhores condições para a produção e comercialização. Vale lembrar: selecione produtos que se adaptem ao solo e ao clima da região, escolha produtos que a sua família e a comunidade gostem de consumir. Orientações sobre demarcação do galinheiro e dos canteiros. O galinheiro fica no centro do terreno e servirá de referência para a medição de cada circulo dos canteiros. Uma linha fixada no ponto central do galinheiro ajudará a demarcar os círculos. E não esqueça: a colocação dos esteios ou estacas, mourões tem o momento certo.

Aly NDyaie (engenheiro agrônomo idealizador da tecnologia) – É fundamental antes de você botar os esteios do meio do galinheiro, você terminar de marcar os canteiros. Porque se você colocar os esteios sendo que o galinheiro é o ponto de referência, você não tem mais como rodar com essa cordinha porque os pés do galinheiro vão te impedir de rodar. Você vai perder o circulo.

Locutor – Agora vamos conferir as medidas: o galinheiro fica no centro do terreno e tem um raio de 2,5 metros. Entre o galinheiro e o primeiro canteiro, deixe um espaço de um metro para circulação. A partir daí são formados três canteiros de 1,2 metros com espaço entre eles de 0,5 metros.

Aly NDyaie (engenheiro agrônomo idealizador da tecnologia) – Escolhe o terreno e monta de tal forma que o produtor possa continuar a fazer os seus canteiros quando ele sente que tem condições de aumentar a sua produção para venda. A gente está falando que monta três canteiros inicialmente para que o produtor entenda seu manejo, comece a produzir seu alimento e comece a crescer quando ele sente necessidade, quando o mercado, quando a família aumenta.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Their nitrogen-fixing capability of Azolla






Azolla floats on the surface of water by means of numerous, small, closely-overlapping scale-like leaves, with their roots hanging in the water. They form a symbiotic relationship with the cyanobacterium Anabaena azollae, which fixes atmospheric nitrogen, giving the plant access to the essential nutrient. This has led to the plant being dubbed a "super-plant", as it can readily colonise areas of freshwater, and grow at great speed - doubling its biomass every two to three days. The only known limiting factor on its growth is phosphorus, another essential mineral. An abundance of phosphorus, due for example to eutrophication or chemical runoff, often leads to Azolla blooms.


Their nitrogen-fixing capability of Azolla has led to it being widely used as a biofertiliser, especially in parts of southeast Asia.

Azolla flutua na superfície da água por meio de numerosas, pequenas ,como folhas, com as suas raízes penduradas na água. Eles formam uma relação simbiótica com a cianobactéria Anabaena azollae, que fixa o nitrogênio atmosférico, dando o acesso planta ao nutriente essencial. Isto levou à planta que está sendo apelidado de "super-planta", como ela pode facilmente colonizar áreas de água doce, e crescer em grande velocidade - dobrando sua biomassa a cada dois ou três dias. O único fator limitante conhecido em seu crescimento é de fósforo, outro mineral essencial. Uma abundância de fósforo, devido por exemplo à eutrofização ou despejos 
químicos, muitas vezes leva a Azolla flores.


Sua capacidade de fixação de nitrogênio de Azolla levou a que fosse amplamente utilizado como biofertilizante, especialmente em partes do sudeste da Ásia.

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