A grumixama, fruta típica do Sudeste, era comum nas árvores das grandes cidades da região. Com o fim dos pomares nas casas, desapareceu da boca e da cultura local
Queijo da serra da canastra, goiabada cascão, palmito juçara, mel de abelha jataí, queijo coalho, pequi, pirarucu, umbu, pitanga. Essa lista não apenas elenca uma série de frutas, produtos e ingredientes tradicionais usados na gastronomia brasileira.
Ela é também uma parte da lista de alimentos brasileiros que correm risco de sumir do mercado, de acordo com a ONG Slow Food International. No Brasil, a lista divulgada pela ONG em 2016 tem 121 alimentos. Entre eles, 35 têm origem na culinária indígena.
A Slow Food é uma organização mundial que defende alimentação de qualidade e sustentável. O projeto Arca do Gosto, conduzido pela ONG, cataloga produtos gastronômicos - processados ou naturais - que tenham papel importante na cultura, na história e nas tradições de comunidades no mundo todo e cuja produção esteja ameaçada por razões sociais, econômicas ou biológicas.
Por que alimentos desaparecem
Os alimentos podem desaparecer do mercado por vários motivos. De acordo com Glenn Makuta, articulador em redes da Slow Food International, os motivos podem ser a queda na demanda e no consumo, a desestruturação de comunidades produtoras e a diluição de costumes culturais de cultivo.
Modelo de produção agrícola
Esta é a principal pauta de combate da ONG: o modelo de produção agropecuária que prioriza o plantio e criação massivos de um número limitado de espécies vegetais e animais.
Apenas 12 espécies de plantas correspondem a 75% da produção alimentícia, enquanto mais de 90% da criação global de animais para produção de alimento é composta por apenas 15 espécies de mamíferos e pássaros.
Esse modelo acaba fazendo com que seja mais vantajoso para os produtores o cultivo ou criação de um número limitado de espécies - e, de geração em geração, eles diminuem ou abandonam o cultivo ou produção de determinado alimento.
Alimentos industrializados
O aumento no consumo de alimentos industrializados, puxado pela propaganda das corporações desse segmento, também é um fator que gera queda de demanda por produtos naturais e pratos tradicionais e acaba impactando na produção.
Desequilíbrio causado pelo homem
Há também os casos em que a produção ou criação de determinado alimento é impactada por mudanças socioambientais - do desalojamento de comunidades ribeirinhas para a construção de uma hidrelétrica ao fim de uma espécie vegetal devido ao desmatamento.
Além de ameaçarem aspectos fundamentais da construção da identidade cultural dos povos do planeta, o modelo vigente também é prejudicial para o meio ambiente.
A ONU defende que a biodiversidade é fundamental para a segurança alimentar e nutricional, já que o excesso da criação ou cultivo de determinada espécie desequilibra as outras camadas do ecossistema.
Como resgatar um alimento ameaçado
De acordo com Makuta, não há manual para tirar um alimento da lista de ameaçados - cada caso é um caso. Para determinada fruta, talvez a solução seja incentivar seu consumo e plantio, fortalecendo a cadeia produtiva.
Para uma espécie de peixe, no entanto, talvez seja preciso frear o consumo até que as comunidades que o pescam se reestruturem, já que um aumento excessivo de demanda pode ser ainda pior para a cadeia produtiva.
Para cada alimento na lista, a ideia de “consumo sustentável” pode ter um significado diferente. No entanto, o resgate de hábitos de agricultura familiar e o consumo responsável de alimentos in natura pode ser um dos caminhos.
O pomar no fundo do quintal, que perdeu espaço para as varandas gourmet nas grandes cidades, é uma maneira de resgatar o plantio de alimentos como o cambuci, a guabiroba ou a grumixama, por exemplo - frutas típicas do sudeste que estão na lista de alimentos extintos e são desconhecidas das gerações mais novas nas últimas décadas.
Além disso, a compra de alimentos de pequenos produtores e a diminuição no consumo dos alimentos industrializados é uma maneira de diminuir a demanda do plantio de culturas massivas por parte da indústria de alimentos, diversificar a alimentação por meio de produtos locais e contribuir para o reequilíbrio do sistema.
A Slow Food promove um festival para chamar atenção para os ingredientes e alimentos na lista. Este ano, a ONG convidou chefs, nutricionistas, produtores e gastrônomos para ministrarem aulas, oficinas ou jantares usando alguns dos produtos ameaçados, para conscientizar sobre a maneira mais sustentável de consumi-los - seja aumentando o consumo, seja procurando produtores sustentáveis ou então diminuindo a procura.
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“ Nós não herdamos a terra de nossos país, apenas a tomamos emprestado de nossos filhos”. ditado Hindu
Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina.
Cora Coralina (poeta de Goiás)
Quando a educação não é libertadora, o sonho do oprimido é ser o opressor. Paulo Freire
"Na natureza não existem recompensas nem castigos. Existem consequências." Ingersoll
"Do que adianta construir arranha-céus se não há mais almas humanas para morar neles?”“,Érico Veríssimo
O Maracujá é uma fruta altamente nutritiva É amplamente disponível na América do Sul e agora amplamente disponíveis em todo o mundo. Ele tem uma alta variedade em cores. Roxo e maracujá-amarelo são na sua maioria os mais disponíveis. Ele contém uma quantidades elevadas de nutrientes que prova porque é tão benéfico para a saúde.
O Maracujá contém uma grande quantidade de antioxidantes que protegem contra o cancro, envelhecimento e inflamação. Ele contém uma grande quantidade de fibra, que é eficaz para melhorar a digestão. Junto com estes beneficio ainda proteger contra muitas outras doenças.
Benefícios do maracujá para evitar o Câncer: Maracujá contém uma grande quantidades de vitamina C. cerca de 50% do valor diária. antioxidantes têm sido comprovada que proteger contra os radicais livres. que são produzidos devido ao aumento da poluição do estresse oxidativo. Com Estresse oxidativo alta, irá aumenta a produção de radicais livres no corpo na que eles danificam o DNA de células normais e transforma-lo em uma célula cancerosa. os antioxidantes têm sido comprovado que neutralizam os radicais livres e proteger contra o câncer. Maracujá contém Vitamina Ae flavonóides que são eficazes em proteger contra o câncer de boca e Câncer de pulmão.
Benefícios do maracujá para Pressão arterial: Maracujá é altamente eficaz em evitar uma pressão arterial elevada. Ele contém 348 mg de potássio, que é de 7% do RDA. Com isso equilibra os Nível de sódio no corpo com o potássio. Altos níveis de sódio no corpo aumentam o risco de pressão alta e outras doenças como ataque cardíaco ou acidente vascular cerebral .
Benefícios do maracujá para Cólon: Maracujá contém fibra solúvel, elas limpam toxinas armazenadas no cólon. Estas toxinas são responsáveis pelo câncer de cólon. 100 g de maracujá fornece 27% das fibras exigida pelo organismo por dia. Então isso prova ser o melhor alimento para limpar o cólon.
Benefícios do maracujá para os olhos: Devido as alterações no estilo de vida, os problema na visão estão crescendo dia a dia. A perda da visão é geralmente devido à falta de nutrição nos alimentos. Mas a perda da visão pode ser revertida através da inclusão de alimentos saudáveis na dieta. O Maracujá é dos alimentos mais saudáveis é benéfico para a saúde dos olhos. Ele contém uma grande quantidade de antioxidante, Vitamina A,Vitamina C e flavonóides. Estes nutrientes protegem os olhos dos danos causados pelos radicais livres. Portanto, é benéfico para proteger os olhos da perda de visão e melhorar a qualidade da visão.
Benefícios do maracujá no Aumento da produção de sangue: Maracujá contém quantidades elevadas de ferro , que é 20% do valor da diária necessária. Junto com Ferro, o Maracujá ainda é uma rica fonte de vitamina C. A vitamina C aumenta a capacidade de absorção de ferro. Por isso, impede a perda de ferro e de aumentar a produção de sangue.
Benefícios do maracujá na Melhora da digestão: Frutas contém grandes quantidades de fibras solúveis, que melhora a digestão. Também melhoram a capacidade de absorção dos nutrientes para o corpo.
Benefícios do maracujá para Imunidade: A vitamina C é altamente eficaz para aumentar a imunidade. Ela aumenta a imunidade para proteger da doença comum, como gripe, resfriado e infecções.
Saúde Cardiovascular: Maracujá contém alto teor de fibras que reduz o nível de colesterol no sangue. Ele aumenta o HDL (colesterol bom) e diminuir o LDL (mau colesterol). Assim, impede o bloqueio do fluxo de sangue para o coração. Também grande quantidade de antioxidantes protegem as artérias dos radicais livres. Assim, prova que e altamente benéfico para o sistema cardiovascular. Melhorar a qualidade do sono: O maracujá relaxa o sistema nervoso e induz o sono. Benefícios do maracujá para Asma: Maracujá é altamente eficaz para reduzir Os Sintomas da Asma.
Com o objetivo de impulsionar os esforços para conservação do meio ambiente, transformando a ação de cada um em uma força coletiva que tenha um verdadeiro e duradouro legado de impacto positivo para o planeta foi lembrado, no início de junho (05), o Dia Mundial do Meio Ambiente. O tema deste ano foi definido como: “Conectando pessoas à Natureza” com o slogan “Estou Com a Natureza”.
Para mostrar um pouco mais sobre pesquisas relacionadas a esse assunto, nós, daRosal, fomos conversar com a engenheira agroindustrial e especialista em indústrias alimentícias, do município de Santo Antônio da Patrulha – RS, Sara Fraga*. A pesquisadora nos contou sobre o trabalho que vem desenvolvendo com as frutas nativas.
Sara nos relatou que desde de 2010, ela e seu grupo de pesquisa, desenvolvem a atividade com o foco principal nas frutas nativas da região de Santo Antônio da Patrulha, que é rica e diversificada quanto a sua conformação ambiental. O trabalho está relacionado à importância de uma alimentação saudável com produtos locais, associando isso à conservação da biodiversidade.
Conheça agora, um pouco mais sobre essa história…
Rosal: Como surgiu o interesse pelo do tema de pesquisa?
Sara Fraga: Nós temos aqui, Mata Atlântica, um lado de Serra e baixadas, onde têm terras alagadiças. Na nossa região, nós produzimos um dos melhores arroz do mundo, que tem hoje, denominação geográfica. Aqui, tem produção de cana-de-açúcar nos morros, mais nas encostas, na região serrana. O índice de açúcar dessa cana é mais elevado do que na maioria das regiões do Brasil. É uma cana especial. O professor Carlos Peixoto, que é do grupo de pesquisa de produtos naturais, da Universidade Federal do Rio Grande, do Campus de Santo Antônio da Patrulha, pesquisa e cuida dessa parte. Os estudos dele são sobre os produtos oriundos de cana de açúcar como, por exemplo, o melado, a cachaça, o açúcar mascavo e outros que dessa linhagem se originam. A indústria rapadureira do município é extremamente forte em função desse conteúdo especial de sacarose da nossa cana de açúcar. Então, pela própria diversidade geográfica do município de Santo Antônio da Patrulha, acabou despertando muito a nossa curiosidade para o lado das frutas nativas que são dessa região. Aí, nosso trabalho começou em 2010 com a “caferana”, conhecida no município como “guaraná do sul”. É uma frutinha com a polpa bem vermelha e adocicada com um fundo amargo e nós começamos a pesquisar sobre ela.
Rosal: Como você conheceu a “caferana”?
Sara Fraga: Minha avó me apresentou a fruta em 2009, quando iniciei o curso, em função de um grande cansaço causado por muitas horas estudo. Ela disse que iria me dar uma fruta para eu recuperar a saúde, recuperar a energia, principalmente. Minha avó me apresentou aquela fruta e recomendou que eu tomasse o suco com uma fruta só, pela manhã. É claro que eu não obedeci a vovó e coloquei duas frutas no copo. Tomei e fiquei o dia inteiro “a milhão”, com muita energia. A partir daí, começou a bater a curiosidade sobre a fruta. Que fruta é essa? O que ela tem? Nós fomos a campo em busca de pesquisas.
Rosal: Foi fácil encontrar informações sobre a “caferana”?
Sara Fraga: Na época, não encontramos nada publicado sobre ela, nem identificação botânica. Com muito esforço, acabamos chegando no acervo do Jardim Botânico de Nova York, onde tinha uma publicação sobre ela, mas de 1883, de um botânico alemão chamado Jacq Kunth. Daí, nós começamos um trabalho de identificação, de postagem de exsicata** no herbário da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em parceria com a professora Janete Adamski para identificar e conseguir trabalhar com a fruta.
Rosal: O que vocês descobriram de especial sobre as propriedades da “caferana”?
Sara Fraga: Começamos a pesquisar a fruta “caferana” e o que ela tinha que dava tanta energia. Nós publicamos o artigo dela em 2014 (os links dos artigos estão ao final do texto) mostrando que ela é rica em cafeína, em carotenóides, licopeno. Imagina… licopeno é o elemento da “felicidade”, muito creditado em vários programas de televisão. Quem come tomate, come compostos de felicidade. Hoje, a gente pode dizer que quem come a “caferana” além de aliar cafeína, licopeno, betacaroteno e outros tantos nutrientes que tem nessa fruta, consegue ter um pouco mais de saúde porque a fruta é nutritiva, é nativa.
Rosal: Já existe produção da “caferana”?
Sara Fraga: Por enquanto ela só é produzida em pomares domésticos, ou seja, livre de agrotóxicos e de grande benefício.
Rosal: Vocês trabalharam com outras frutas nativas?
Sara Fraga: Após a busca da “caferana”, começamos a buscar diferentes frutas nativas. E aí, assim, veio parar nas nossas mãos a juçara, ou juçaí ou açaí do Rio Grande do Sul, que é da Mata Atlântica. Nós fizemos bons trabalhos… produção de suco misto de juçara com “caferana”, de geléia sem adição de açúcar e mais algumas outras coisas que estão saindo aí, do forno, com projetos muito bons. Quando nasceu esse projeto, de trabalhar com as frutas nativas da nossa região, começamos uma busca e aí acabamos encontrando uma série, todas ricas em nutrientes e poucas são consumidas aqui. Começamos a trabalhar com um projeto de educação também, com palestras em feiras do município, em escolas para as crianças conhecerem as frutas.
Rosal: O que mais esse trabalho gerou?
Sara Fraga: Nasceu, no ano de 2016, um projeto na escola Escola Estadual de Ensino Fundamental Felisberto Luiz de Oliveira, da localidade do 5º distrito, chamada Monjolo. Lá, a gente trabalhou com uma frutinha chamada “pixirica” que é dos campos, principalmente onde tem criação de gado. Nós conseguimos produzir além do suco da “pixirica”, uma barra nutritiva rica em antocianinas. A gente agregou além da “pixirica”, outras frutas. Tudo roxas.
Rosal: Por que vocês decidiram criar essa barra nutritiva com a “pixirica”?
Sara Fraga: Essa barra foi desenvolvida com o intuito de auxiliar na alimentação de crianças que sofrem do mal de epilepsia. A antocianina presente nas frutas da nossa região, tem um alto valor nutritivo e alguns estudos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul apontam para a potencialidade de reconstrução da malha neuronal. Quando acontece crises de epilepsia, as crianças sofrem perda de neurônios. Esses neurônios não se reconstroem mais. Outros neurônios nascem no lugar, recompondo aquela malha neural perdida. É um estudo muito rico, muito bonito. Tem condições da gente desenvolver produtos para que as crianças possam comer. Produtos que sejam gostosos, que sejam principalmente nutritivos com frutas da nossa região.
Rosal: As pessoas conhecem os benefícios que as frutas nativas da região podem trazer para a sua saúde?
Sara Fraga: A maioria das pessoas desconhece. De lá para cá, começou um trabalho de conscientização mostrando que o consumo de frutas da nossa região tem a ver com a nossa saúde. A sabedoria da natureza é tão divina que quando o nosso Criador formou as nossas regiões, Ele colocou as frutas, os legumes, as verduras e os cereais naquele lugar, porque eles teriam a capacidade de compor nutrientes para suprir as necessidades do povo que ali viveria, em função de defesas das intempéries daquele local. Na nossa região nós temos calor intenso, frio intenso, alta umidade e seca, também. Em cada um desses períodos, se nós observarmos, tem frutas, legumes e cereais que produzem nas diferentes épocas. Então, se conseguirmos conciliar a nossa alimentação com o que a natureza nos dá, nos períodos que ela nos dá, com certeza nossa saúde vai ser mais privilegiada. Vamos ter condições de ter defesas do organismo mais acentuadas para enfrentar as doenças que também são provocadas por essas intempéries. Quando a gente tem uma umidade muito elevada, um frio muito grande, nós temos doenças de fundo respiratório e pulmonar. Nós temos plantas que suprem as necessidades do pulmão e das vias respiratórias para combater essas doenças. Temos alimentos que são muito propícios para isso. Eu defendo muito isso.
Rosal: E o que você acha das PANCs?
Sara Fraga: Hoje nós temos modismos muito grandes. Hoje se fala de PANC. O que é PANC? Planta Alimentícia Não Convencional. Se a gente for ver o que é PANC, que tipo de planta é, nós veremos que são as plantas nativas, os vegetais nativos, a serralha, o radite da roça e outras tantas que tem por aí. Eu não considero PANC, porque os meus antepassados já comiam isso. Há cem anos, os índios já habitavam nessa região. Há duzentos, há quinhentos anos eles estavam por aqui, tinham todas as plantas e se alimentavam delas. Por que eles tinham saúde muito mais forte do que nós temos hoje? Porque eles consumiam o que a região em que eles viviam oferecia. Então, hoje é uma novidade… ah… a gente pode comer serralha. Pode comer serralha há 500 anos. Desde sempre… e ela tem nutrientes que são necessários para combater os males que as intempéries da natureza proporcionam ao ser humano.
Rosal: Podemos comparar o consumo das frutas nativas da nossa região com a dieta mediterrânea?
Sara Fraga: Quanto à dieta do Mediterrâneo… o que é a dieta do Mediterrâneo? A população do Mediterrâneo consome alimentos daquele território, uma alimentação focada em azeite de oliva, por exemplo. O azeite de oliva é da região do Mediterrâneo. Todos os produtos marinhos, principalmente os que eles consomem, frutos do mar e os peixes, são daquelas encostas do Mediterrâneo. Aliado a isso, eles comem muitos produtos oriundos de ovinos, do leite de ovelha que é criada naquele local, que se alimenta do pasto nativo. Eles têm os nutrientes necessários para suprir as necessidades daquela localidade. Se nós trouxermos uma alocação da dieta mediterrânea para a dieta regional, por exemplo, do Rio Grande do Sul, e nós ainda partirmos dentro de nosso estado, as microrregiões, aí, nós vamos ter uma saúde equivalente. Porque nós temos tantas frutas que hoje a gente nem conhece. Se nós pegarmos os estudos do professor Paulo Brack, veremos que temos aqui, 190 espécies de frutas nativas. Dessas, 166 têm relatos de consumo humano com receitas já desenvolvidas. Quando a gente começa a falar sobre frutas nativas, a gente cita mais ou menos umas 20. A gente não sai das 20. Nós temos as frutas amarelas, as frutas, vermelhas, as frutas roxas. As frutas vermelhas agora entraram na moda como “berry”. O Rio Grande do Sul tem as “berry”. Cada região tem a sua“berry”, que é a fruta rica em nutrientes necessários para aquele lugar. Então nós podemos ter sim, uma saúde equiparada com a saúde do povo mediterrâneo. Nós temos hoje, algumas plantas que produzem azeite, que são tão ricas em ácidos graxos insaturados e poliinsaturados quanto o azeite de oliva, porém são frutas na nossa terra. São alimentos da nossa região, são produzidos nas condições climáticas daqui e eles vão ter os elementos necessários para nutrir o povo que aqui reside. Eu acredito muito isso. Prego isso.
Rosal: O que deve ser feito?
Sara Fraga: Quando nós começarmos a cuidar no nosso meio ambiente, de observarmos o que ele nos dá, nós vamos encontrar a real riqueza da nossa nutrição, do nosso povo. Assim, também estaremos “Conectando pessoas à Natureza” .
*Sara Fraga é formada em Engenharia Agroindustrial com especialização em indústrias alimentícias pela Universidade Federal do Rio Grande, FURG, no Campus de Santo Antônio da Patrulha – RS.
** Exsicataé uma amostra (galho ou fragmento acompanhado se possível de frutos e flores) de planta devidamente prensada e seca ao ar livre ou estufa adequada e posteriormente fixada em papel apropriado com identificação sobre a planta como espécie, família botânica, local e data de coleta, nome do coletor, do identificador, entre outras informações relevantes. Normalmente as exsicatas são armazenadas em herbários que compreendem uma coleção científica de plantas secas, organizadas e preservadas segundo um sistema determinado.
A Excicata, utilizada na pesquisa de Sara Fraga, está postada no Herbarium da Universidade Federal do Rio Grande do Sul sob a identificação “Bunchosia glandulifera (Jacq) Kunth (Malphiguiaceae) ICN 167276.
Quer saber mais sobre a caferana?
Sara Fraga nos indicou os links dos artigos que publicou sobre o tema.
Veja a seguir:
Link do artigo que foi publicado sobre o suco misto de caferana com juçara:
s
frutas nativas brasileiras e, especialmente as de ocorrência na região
Centro-Oeste, já eram usadas pelos povos indígenas desde épocas remotas.
Essas espécies desempenharam um papel fundamental na alimentação dos
desbravadores e colonizadores da região, principalmente, no que se
refere ao fornecimento de vitaminas e de alguns minerais essenciais à
saúde.
A região Centro-Oeste do Brasil abrange 3 biomas: o Cerrado, o
Pantanal e parte de Floresta Amazônica . Da área total dos biomas
cerrado e pantanal, predominantes na região Centro-Oeste, apenas 16,8%
foram consideradas áreas de cerrado não antropizado, através do uso de
imagens de satélite.
O Cerrado ocorre, predominantemente, no Planalto
Central do Brasil e ocupa cerca de 23% do território nacional (206
milhões de hectares), constituindo o segundo maior bioma do País.
Apresenta uma flora, que é considerada a mais rica dentre as savanas do
mundo, estimando-se um número entre 4 mil e 10 mil espécies de plantas
vasculares A acelerada exploração agropecuária desenvolvida no cerrado,
durante as últimas décadas, teve como conseqüência, além do
desenvolvimento sócio-econômico da região, a remoção da vegetação nativa
através dos desmatamentos realizados, em sua maioria, sem planejamento e
fiscalização, prejudicando a biodiversidade.
Sobre o cerrado você pode ver Cerrado, biodiversidade ameaçada
As
frutas nativas desta região, além do seu potencial nutricional, são de
rara beleza, podendo e devendo ser usadas em projetos paisagísticos e de
urbanização. Podem ser também uma fonte de renda para as populações.É
uma grande riqueza de espécies que podem ser consideradas "Plantas do
Futuro", ainda não exploradas pelas comunidades locais e por aqueles que
se dedicam ao Paisagismo.
Podem ser
utilizadas com sucesso na recuperação de áreas desmatadas ou degradadas;
no plantio intercalado com reflorestas; no enriquecimento da flora; no
plantio em parques e jardins; em áreas acidentadas, para controle de
erosão além de áreas de proteção ambiental.
Além
destas características, muitas espécies fazem parte da flora apícola e
algumas têm propriedades medicinais ainda não pesquisadas
cientificamente.
São também responsáveis pela sobrevivência de
inúmeras espécies animais que se alimentam delas. Animais como o lobo
guará, a raposa do campo, miquinhos, quati, anta, macaco prego, cachorro
do mato e um sem número de aves.
Algumas Frutas Nativas da Região Centro-Oeste do Brasil
CagaitaEugenia dysenterica Myrtaceae
O
aproveitamento alimentar da espécie é popularmente consagrado na região
e seu valor econômico/comercial já não é mais potencial. Sorveterias de
Goiânia e Brasília fabricam sorvetes com os frutos da espécie, catados
no chão. Os frutos utilizados por uma das sorveterias de Brasília são
catados de árvores que compõe a arborização da própria cidade. Bom
exemplo de benefícios com a utilização de espécies fruteiras no
paisagismo público. Tais benefícios são especialmente aumentados quando a
espécie em questão é nativa, uma vez que são atraídos polinizadores e
dispersores, promovendo uma integração efetiva e positiva da cidade com o
cerrado do entorno.
Murici Murici do campo Byrsonima basiloba Malpighiaceae
Apresenta
um potencial ornamental muito grande pela sua belíssima floração. Os
frutos podem se ingeridos ao natural ou em sucos e sorvetes. Na medicina
popular é usado como anti diarréico e no tratamento de úlceras.
PequiCaryocar brasiliense Caryocaceae
Dentre as frutas conhecidas e estudadas, vale destacar o pequi,
um fruto muito consumido e famoso na região como o ouro do cerrado.
Além do sabor peculiar, tal fruto contém uma excelente quantidade de
antioxidantes, as célebres substâncias que combatem os radicais livres.
Sua polpa é amplamente utilizada na culinária regional, o óleo extraído é
usado na fabricação de sabão e temperos. Do pequi, nada se perde! A
casca é transformada em farinha e a castanha é comestível, depois de
torrada. As folhas fazem parte da medicina popular, usada contra
bronquites.
Mama cadela, chicletinho do cerradoBrosimum gaudichaudii Moraceae
Frutos
comestíveis ao natural ou na forma de sorvetes. Folhas, cascas e raízes
são usadas para o tratamento de vitiligo e gripes.
AraticumAnnona crassifloraAnnonaceae
Árvore
de tamanho variável, podendo atingir até 7 m de altura de acordo com a
espécie. Possui grande valor ornamental por sua forma rústica.
Os
frutos possuem sabor característico, são usados para doces, licores e
sorvetes. As folhas e sementes são usadas pela medicina popular como
remédio anti diarréico e como inseticida também.
BuritiMauritia flexuosa L Palmae
Ocorre
naturalmente isolada ou em grupos, de preferência nos terrenos
pantanosos, sendo por isso denominada Palmeira-do-brejo, Buritis Altos,
Vereda do Buriti Pardo, Buriti Mirim, Vereda Funda, Bom Buriti,
Vereda-Meã, Buriti Comprido, Vereda-da-Vaca-Preta, Vereda-Grande,
Buriti-do-Á, Vereda do Ouriço-Cuim, Buriti-Pintado, Veredas-Mortas,
Córrego do Buriti-Comprido...
Nas regiões onde ocorre, o buriti
é a planta mais importante entre todas as outras, de onde o homem
local, herdeiro da sabedoria dos indígenas nativos, aprendeu a retirar
parte essencial de seu sustento.
Os cachos carregados de frutos e as
folhas de que necessita, são apanhados lá no alto, cortados no talo com
facão bem afiado para não machucar a palmeira.
Depois disso, o
experiente sertanejo pula, usando as largas folhas do buriti como se
fossem pára-quedas, pousando suavemente na água.
Dos
frutos do buriti - um coquinho amarronzado que, quando jovem, possui
duras escamas que vão escurecendo conforme amadurecem - aproveita-se a
polpa amarelo-ouro. Para extraí-la é preciso, antes, amolecer aquelas
escamas por imersão em água morna ou abafamento em folhas ou em sacos
plásticos.
E é com ela que são preparados os doces e outros sub-produtos tradicionais
O
buriti é ainda muito mais do que puro alimento para homens e animais.
De sua polpa, por exemplo, a população regional extrai um óleo de cor
vermelho-sangüínea utilizado contra queimaduras, de efeito aliviador e
cicatrizante. Esse mesmo óleo é comestível, apresentando altos teores de
vitamina A. Também comestível e, dizem, saboroso, é o palmito extraído
do broto terminal da planta.
A
mangabeira é abundante em todos os tabuleiros e nas baixadas litorâneas
da região Nordeste, onde se obtém - de forma extrativista - a quase
totalidade dos frutos colhidos. Acha-se as frutas também nos cerrados do
Centro-oeste, no norte de Minas e em parte da Amazônia.
O potencial
para o aproveitamento da mangabeira inteira é muito bom, apesar de que
apenas os frutos apresentam um valor comercial significativo. Do tronco,
podemos extrair o látex, substituto do látex da seringueira, mas com
qualidade um pouco inferior . A mangaba é uma fruta rica em diversos
elementos e em sua composição encontramos as vitaminas A, B1, B2 e C,
além de ferro, fósforo, cálcio e proteínas. A mangaba é uma fruta rica
em diversos elementos e em sua composição encontramos as vitaminas A,
B1, B2 e C, além de ferro, fósforo, cálcio e proteínas.
Esta é
apenas uma amostra mínima de nossas árvores frutíferas que devem ser
preservadas, valorizadas não só pelo seu uso alimentar mas também pela
capacidade de enfeitar nossos jardins!
Você encontra aqui fornecedores de algumas destas plantas:
Esta matéria atende ao pedido de um nosso leitor assinante: Darci Peretto
Se você tem interesse em algum assunto, entre em contato que tentaremos atendê-lo