Todos já sabem dos benefícios dos alimentos orgânicos para a saúde e para a preservação do meio ambiente. Você vai conhecer agora todo um sistema de produção orgânico, que acontece dentro do Sítio Talismã.
Blog dedicado a AGROECOLOGIA, ARBORIZAÇÃO URBANA, ORGÂNICOS E AGRICULTURA SEM VENENOS. Composting, vermicomposting, biofiltration, and biofertilizer production... Alexandre Panerai Eng. Agrônomo UFRGS - RS - Brasil - agropanerai@gmail.com WHAST 51 3407-4813
quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013
terça-feira, 26 de fevereiro de 2013
CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES NA ESCOLHA DO LOCAL DA HORTA
Apenas 10m2 são necessários para o cultivo de uma HORTA DOMÉSTICA, seguindo
algumas regras:
1 – O local escolhido deve receber a luz direta do sol por no mínimo 5 horas diárias.
2 - Os canteiros devem ser feitos na direção norte-sul, ou voltados para o norte para
aproveitar melhor o sol.
3 – A face SUL da HORTA deve estar protegida, pois nessa face os ventos frios
prejudicam ou até impedem o desenvolvimento de hortaliças em geral.
De maneira geral ventos fortes, de qualquer direção, não são bem vindos.
Caso o local que você escolheu tenha a face sul desprotegida você deve protegê-la
fazendo um “quebra vento”, que pode ser com o plantio de uma cerca viva de arbustos ou
mesmo com a construção de uma mureta ou de uma cerca bem fechada.
4 – O local escolhido não pode estar sujeito a encharcamentos ou alagamentos, nesse
caso você deverá elevar os canteiros - veja parte 02 montagem dos canteiros construindo
muretas de alvenaria.
5 – Dê preferência a um local que tenha uma fonte de água potável próxima e aonde
possa ser construído um abrigo para os equipamentos e materiais.
canteiro de um só lado- onde alcance o braço- até 1 metro a 1,20 metros. O comprimento
não deve ultrapassar os 10m para facilitar a circulação dentro da horta.
Dica importante: A melhor água para a rega da sua HORTA é a água de CHUVA.
Aproveite a água de chuva colhendo-a através da calha de seu telhado
armazenando-a em um tambor ou em uma caixa d’água.
domingo, 24 de fevereiro de 2013
Livro do Iapar discute formas de comercialização de alimentos orgânicos
O Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) está lançando o livro Conexão Ecológica, de autoria do engenheiro-agrônomo Moacir Roberto Darolt. O livro resume o conhecimento científico resultante de anos de pesquisas feitas na instituição. De acordo com o autor, o livro aponta caminhos para a reconstrução do relacionamento entre agricultores e consumidores, como os canais curtos na comercialização de alimentos produzidos em base ecológica, considerada a maneira mais sustentável para a oferta e o consumo de produtos saudáveis, do local, da estação e mediante preço justo.
A publicação aponta distorções na comercialização de alimentos orgânicos e propõe alternativas para fortalecer as relações entre produção e consumo, baseadas no encurtamento dos canais de venda visando maior proximidade entre o produtor e o consumidor.
Em seu trabalho de doutorado sobre agricultura orgânica na Região Metropolitana de Curitiba, Darolt percebeu que o maior problema para os produtores era a comercialização, ao mesmo tempo que, por sua vez, os consumidores reclamavam da pequena quantidade e falta de diversidade dos produtos orgânicos, além da falta de locais para a compra.
Segundo o pesquisador, os pequenos agricultores acabam reféns das grandes cadeias de supermercados, tendo dificuldades de negociar os produtos orgânicos a preços justos; do lado dos consumidores os preços de compra são abusivos. Ele cita que, para cada R$ 1,00 que o consumidor paga por um produto orgânico na “boca do caixa” do supermercado, R$ 0,33 (trinta e três centavos) ficam com o atravessador; R$ 0,38 com o supermercado e R$ 0,29 com o produtor. O produto ecológico ainda é embalado com isopor e plástico. “Todo esse processo descaracteriza o que pensamos como algo sustentável”, afirma Darolt.
Segundo o pesquisador, estes entraves impedem o crescimento da produção e consumo de orgânicos. “A partir disso, estudei alternativas de venda direta e outros canais curtos que aproximassem o produtor do consumidor, no conceito de um alimento ecológico e comercializado a preços justos”, explica.
Os resultados do estudo foram incorporados à publicação e mostram a necessidade de reinventar os mercados locais, aproximar quem produz de quem consome e tornar os consumidores protagonistas de sua alimentação.
Relatando experiências de grupos de consumidores do Brasil e outros países, o livro mostra que ao participar de uma cadeia curta o alimento cria-se uma identidade que agrega valores como qualidade biológica, saúde, apoio à economia local e ao meio ambiente. Temas como o turismo rural, acolhida na colônia, caminhadas na natureza, propriedades pedagógicas, slow food, feiras ecológicas são abordados como alternativas.
O conteúdo proposto pelo autor é apresentado em seis capítulos: o perfil do consumidor de alimentos ecológicos; estruturara e funcionamento do modelo de agricultura apoiada pelo consumidor; experiência concreta de grupos de consumidores; inclusão de consumidores como apoiadores de propriedades orgânicas; resultados de pesquisas desenvolvidas pelo Iapar; e, por fim, propostas de ações para aproximar consumidores e agricultores ecológicos. formas de comercialização de alimentos orgânicos
Serviço“Conexão Ecológica”
De Moacir Darolt
R$ 20,00
Aquisição no endereço www.iapar.br
Arquivo anexado:
http://www.cidadao.pr.gov.br/modules/noticias/article.php?storyid=73129&tit=Livro-do-Iapar-discute-alternativas-para-comercializacao-de-alimentos-organicos
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013
Cavalinha rica em silício
Maria Eugênia Martins(*)
da redação e-Campo
Podemos utilizar os princípios da agricultura orgânica no nosso dia-a-dia, com as nossas plantas ornamentais, do jardim e com as plantas de interiores. São práticas baratas e com o mesmo cuidado com o meio ambiente.
O chá de cavalinha é muito usado na agricultura biodinâmica, que é uma das principais linhas da agricultura orgânica.
A cavalinha, Equisetum arvense, é muito rica em silício, porisso que é importante. O silício e o cálcio são elementos que participam do equilibrio de forças terrestres (cálcio) e cósmicas (silício). Havendo um equilíbrio entre essas forças no ambiente os vegetais também vão se beneficiar, desenvolvendo-se mais resistentes.
Assim o chá de cavalinha vai dar mais resistência para as plantas contra as pragas e doenças.
Preparo: ferver 10 gramas de cavalinha seca, ou 30 gramas de planta verde, em 1 (um) litro de água para maceração, por 10 minutos. Deixar esfriar e coar. Diluir esse chá em 9 litros de água.
Aplicação: Pulverizar ou regar as plantas. Sugestão: para prevenir pragas e doenças usar uma vez por mês.
Onde encontrar: Pode ser encontrada como muda em viveiros e floriculturas e ser cultivada como ornamental. Também é encontrada processada, seca, em lojas e casas de chá.
(*) Engenheira agrônoma
Consultora e-Campo
http://www.e-campo.com.br/Organicos/Agricolas/visDetalhes.aspx?ch_top=35&ch_eva=65
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013
EMBRAPA ensina minhocário barato
Estrutura criada pelos técnicos da Embrapa produz minhoca e adubo, além de ser uma opção mais barata ao tradicional canteiro de alvenaria
Ilustração Antonio Figueiredo
A criação de minhocas não exige muitos cuidados e investimentos. O preço de dois litros de minhocas vermelhas da califórnia, por exemplo, custa em torno de 50 reais. Há a necessidade, no entanto, de se montar uma instalação para criá-las. O minhocário mais comum, feito de alvenaria, é uma excelente alternativa. Mas seu custo, cerca de 600 reais, pode assustar criadores de primeira viagem.
Como Fazer
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MINHOCÁRIO Rapidez Ilustração Antonio Figueiredo |
Em 1989, o técnico da Embrapa Agrobiologia, Ernani Correa de Meirelles, construiu um canteiro com bambus. "Fui incumbido de multiplicar algumas minhocas que havíamos recebido de um produtor", conta. Como o local não possuía um minhocário, Meirelles aproveitou o material que tinha na propriedade. "Em três horas, as minhocas já estavam acondicionadas num ambiente adequado para elas." A disponibilidade do material reduziu o custo do minhocário, que não passa de 30 reais. Mas não é só isso. O bambu facilita a aeração e deixa a temperatura mais amena, o que é ideal para a criação. Este tipo de canteiro sugerido pela Embrapa tem capacidade para receber 60 centímetros cúbicos de resíduo orgânico.
O tempo de vida útil deste minhocário é de cerca de quatro anos. Para que ele dure, mantenha-o sempre limpo. Isto também evita o ataque de predadores, como rãs, sapos, cobras, aves e lesmas. Outra dica é construí-lo acima do nível do solo, em chão de terra batida. O local deve ser de fácil acesso à água e com boa incidência de sol.
Material
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Para fazer um minhocário de dois metros de comprimento
por um metro de largura e 40 centímetros de profundidade, você irá
precisar de: • 10 pedaços de bambu de seis metros de comprimento e seis centímetros de diâmetro cada; • 2 quilos de arame 16; • 18 estacas de sabiá (sansão-do-campo) de 60 centímetros de comprimento cada; • 1 pedaço de sombrite (tela utilizada na construção de viveiros de planta) de três metros de comprimento por dois de largura; • Marreta • Serrote • Tesoura |
Canteiro vantajoso
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Uso de bambu no minhocário facilita a aeração, deixando a temperatura em seu interior mais amena, o que é ideal para a criação |
Motagem
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• 1º passo As estacas darão sustentação à estrutura do minhocário. Elas devem ser cravadas no solo com marreta, a 20 centímetros de profundidade. Os cantos são formados com três estacas: duas no lado interno e outra no externo. Em cada lateral de dois metros, coloque duas estacas a uma distância de, aproximadamente, 60 centímetros entre elas. Nas bases de um metro de largura, fixe também uma estaca a meia distância dos cantos. • 2º passo Serre os bambus em pedaços de um e dois metros. Separe as peças de mesmo tamanho e encaixe-as umas sobre as outras até atingir 40 centímetros de altura. • 3º passo Passe o arame entre os peças de bambu e as estacas, em ziguezague e de baixo para cima. Reforce bem a amarração nos cantos, para garantir sustentação. É mais fácil montar a estrutura em "L", juntando uma das laterais de dois metros com uma de um metro e depois unir tudo. • 4º passo Uma vez montado o minhocário, cubra o fundo e as laterais com sombrite. Passe o arame em ziguezague "costurando" as bordas da tela aos bambus superiores das paredes do minhocário. Corte as sobras de tela com uma tesoura. Encha o canteiro com os resíduos orgánicos da propriedade, misturando com palha, e então coloque as minhocas. É importante que o material seja mantido sempre úmido |
• Informações: Embrapa Agrobiologia - Rodovia BR- 465, km 7 - Caixa Postal 74505 - Seropédica - RJ - CEP 23850-970 - Tel. (21) 3787-4346 - www.cnpab.embrapa.br
FONTE; http://revistagloborural.globo.com/GloboRural/0,6993,EEC1147029-4528-2,00.html
domingo, 17 de fevereiro de 2013
ALIMENTOS: PRODUÇÃO GLOBALIZADA VERSUS PRODUÇÃO LOCAL
RIO DE JANEIRO 24 JULHO 2012
22° 54′ 30″ S, 43° 11′ 47″ W
22° 54′ 30″ S, 43° 11′ 47″ W
PALESTRA DE CARLO PETRINI NA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO NO DIA 26 DE JUNHO DE 2012.
O monopólio da indústria de alimentos, aliado ao desperdício de parte da produção mundial e a importância da economia local foram os principais temas discutidos em palestra de Carlo Petrini, presidente do Slow Food Internacional, na Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Carlo Petrini apontou grandes falhas no atual sistema de produção e distribuição de alimentos. Uma delas é o monopólio das empresas do ramo, que favorece a monocultura para a produção em massa. Assim, é desvalorizado o produtor local que acaba abandonando o trabalho no campo, por não conseguir competir em pé de igualdade com a oferta dos grandes grupos.
Petrini destacou que as grandes empresas buscam um modelo de produto esteticamente perfeito, não valorizando as suas características naturais. Mas, para os alimentos atenderem a tais requisitos, são necessários litros de agrotóxicos no solo.
Durante a palestra, ele lembrou de uma experiência vivida em Langhe, Piemonte, onde experimentou uma massa com pimentões, em um restaurante de uma determinada região, quando percebeu que o produto não tinha sabor. Perguntou aos funcionários do estabelecimento qual era a procedência dos pimentões e eles contaram que eram importados da Holanda. Vinham todos devidamente embalados com o mesmo tamanho. “Pensaram em tudo, menos no sabor”, disse ele. Com tanta terra disponível, o ativista também se questionou sobre a importação desse tipo de produto que poderia ser cultivado localmente.
Segundo a FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura), globalmente são produzidos alimentos para o equivalente a 12 bilhões de pessoas. Mas a população mundial é de sete bilhões de habitantes e, desse total, estima-se que cerca de um bilhão passa fome. Ou seja, 100% a mais de alimento desperdiçado, enquanto grande parte da sociedade sofre a sua falta. Isso é o resultado de uma corrida frenética para suprir uma demanda desnecessária.
A busca por uma economia globalizada acaba por fazer sucumbir a produção de alimentos de determinadas regiões, penalizando os produtores locais e enfraquecendo características culturais, segundo mencionou o palestrante.
Outro exemplo citado por Petrini foi um caso de monopólio ocorrido na África. Segundo ele, existia uma população ribeirinha ao longo do Rio Nilo, que dependia da pesca para a sua sobrevivência. O rio possuía cerca de 3,5 mil espécies de peixes, classificados como pequenos. Até que um dia, grandes empresas introduziram uma espécie de grande porte. Primeiramente, os ribeirinhos ficaram animados com a ideia, mas não sabiam que essa espécie era predadora e que, para manter-se dependia de consumir muitos peixes. O resultado dessa experiência desastrosa foi uma grande extinção, reduzindo as espécies locais para cerca de 400. Além disso, os simples pescadores não possuíam mais condições de trabalho, já que as grandes empresas contavam com navios equipados para pegar o pescado que era dividido em porções, embalado e congelado, ficando pronto para ir direto aos supermercados.
Após apontar os grandes defeitos da produção alimentícia mundial, que denominou de “pornografia alimentar”, o ativista citou algumas formas de mudar esse sistema falho. Como por exemplo, o retorno aos campos em que o agricultor local é valorizado. Ele também defendeu o combate ao desperdício, além de educação e informação para que as pessoas passem a buscar “produtos bons, limpos e justos”.
Carlo Petrini valoriza o retorno da agricultura local e incentiva os jovens a pensarem sobre a qualidade do alimento e o trajeto limpo que o produto percorria até chegar à mesa do consumidor antigamente. Apesar da ideia de valorização de formas de produção mais antigas, ele enfatiza que não se pode abrir mão da tecnologia. Para ilustrar esse argumento, contou sobre uma viagem que fez ao Marrocos, onde conheceu um pequeno produtor de geleia que vendia para vários lugares do mundo através da divulgação do produto na internet. Finalizou deixando claro que não possui uma visão romantizada dos tempos antigos, pois em épocas passadas existia uma realidade de muita fome.
fonte: http://web.princeton.edu/sites/pei/pdf/CarloPetriniBio.pdf
Fundado por Carlo Petrini em 1986, o Slow Food se tornou uma associação internacional sem fins lucrativos em 1989. Atualmente, conta com mais de 100.000 membros e tem escritórios na Itália, Alemanha, Suíça, nos Estados Unidos, na França, no Japão e Reino Unido, além de apoiadores em 150 países. O princípio básico do movimento é o direito ao prazer da alimentação, utilizando produtos artesanais de qualidade especial, produzidos de forma que respeite tanto o meio ambiente quanto as pessoas responsáveis pela produção, os produtores.
conheça mais em www.slowfood.com e www.slowfoodbrasil.com
O monopólio da indústria de alimentos, aliado ao desperdício de parte da produção mundial e a importância da economia local foram os principais temas discutidos em palestra de Carlo Petrini, presidente do Slow Food Internacional, na Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Carlo Petrini apontou grandes falhas no atual sistema de produção e distribuição de alimentos. Uma delas é o monopólio das empresas do ramo, que favorece a monocultura para a produção em massa. Assim, é desvalorizado o produtor local que acaba abandonando o trabalho no campo, por não conseguir competir em pé de igualdade com a oferta dos grandes grupos.
Petrini destacou que as grandes empresas buscam um modelo de produto esteticamente perfeito, não valorizando as suas características naturais. Mas, para os alimentos atenderem a tais requisitos, são necessários litros de agrotóxicos no solo.
Durante a palestra, ele lembrou de uma experiência vivida em Langhe, Piemonte, onde experimentou uma massa com pimentões, em um restaurante de uma determinada região, quando percebeu que o produto não tinha sabor. Perguntou aos funcionários do estabelecimento qual era a procedência dos pimentões e eles contaram que eram importados da Holanda. Vinham todos devidamente embalados com o mesmo tamanho. “Pensaram em tudo, menos no sabor”, disse ele. Com tanta terra disponível, o ativista também se questionou sobre a importação desse tipo de produto que poderia ser cultivado localmente.
Segundo a FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura), globalmente são produzidos alimentos para o equivalente a 12 bilhões de pessoas. Mas a população mundial é de sete bilhões de habitantes e, desse total, estima-se que cerca de um bilhão passa fome. Ou seja, 100% a mais de alimento desperdiçado, enquanto grande parte da sociedade sofre a sua falta. Isso é o resultado de uma corrida frenética para suprir uma demanda desnecessária.
A busca por uma economia globalizada acaba por fazer sucumbir a produção de alimentos de determinadas regiões, penalizando os produtores locais e enfraquecendo características culturais, segundo mencionou o palestrante.
Outro exemplo citado por Petrini foi um caso de monopólio ocorrido na África. Segundo ele, existia uma população ribeirinha ao longo do Rio Nilo, que dependia da pesca para a sua sobrevivência. O rio possuía cerca de 3,5 mil espécies de peixes, classificados como pequenos. Até que um dia, grandes empresas introduziram uma espécie de grande porte. Primeiramente, os ribeirinhos ficaram animados com a ideia, mas não sabiam que essa espécie era predadora e que, para manter-se dependia de consumir muitos peixes. O resultado dessa experiência desastrosa foi uma grande extinção, reduzindo as espécies locais para cerca de 400. Além disso, os simples pescadores não possuíam mais condições de trabalho, já que as grandes empresas contavam com navios equipados para pegar o pescado que era dividido em porções, embalado e congelado, ficando pronto para ir direto aos supermercados.
Após apontar os grandes defeitos da produção alimentícia mundial, que denominou de “pornografia alimentar”, o ativista citou algumas formas de mudar esse sistema falho. Como por exemplo, o retorno aos campos em que o agricultor local é valorizado. Ele também defendeu o combate ao desperdício, além de educação e informação para que as pessoas passem a buscar “produtos bons, limpos e justos”.
Carlo Petrini valoriza o retorno da agricultura local e incentiva os jovens a pensarem sobre a qualidade do alimento e o trajeto limpo que o produto percorria até chegar à mesa do consumidor antigamente. Apesar da ideia de valorização de formas de produção mais antigas, ele enfatiza que não se pode abrir mão da tecnologia. Para ilustrar esse argumento, contou sobre uma viagem que fez ao Marrocos, onde conheceu um pequeno produtor de geleia que vendia para vários lugares do mundo através da divulgação do produto na internet. Finalizou deixando claro que não possui uma visão romantizada dos tempos antigos, pois em épocas passadas existia uma realidade de muita fome.
Visão crítica da RIO+20
Carlo Petrini veio ao Brasil para participar da Rio+20, Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, que ocorreu na cidade no mês de junho. Durante a palestra na UFRJ fez uma reflexão sobre o grande impacto ambiental causado por um evento desse porte. Primeiro, destacou o sistema de refrigeração do RioCentro, onde ar condicionado encontrava-se em temperaturas muito baixas, gerando um grande desperdício de energia. E um segundo ponto mencionado, foi a questão da alimentação no local. Para ele, um evento tão importante para discutir temas relacionados à sustentabilidade, não podia deixar de oferecer opções de restaurantes com produtos orgânicos e estabelecimentos que prezassem pela ideia central da Conferência. Opinou também que o verdadeiro evento foi a Cúpula dos Povos que reuniu milhares de integrantes de organizações da sociedade.
MAIS INFORMAÇÕES
Carlo Petrini é o fundador do movimento internacional Slow Food e da Fundação ONLUS para a Biodiversidade. Petrini nasceu em Bra, Itália, no dia 22 de Junho de 1949. Tornou-se escritor sobre alimentos e vinho em 1977, e tem colaborado para vários jornais italianos e outras publicações ao redor do mundo.fonte: http://web.princeton.edu/sites/pei/pdf/CarloPetriniBio.pdf
Fundado por Carlo Petrini em 1986, o Slow Food se tornou uma associação internacional sem fins lucrativos em 1989. Atualmente, conta com mais de 100.000 membros e tem escritórios na Itália, Alemanha, Suíça, nos Estados Unidos, na França, no Japão e Reino Unido, além de apoiadores em 150 países. O princípio básico do movimento é o direito ao prazer da alimentação, utilizando produtos artesanais de qualidade especial, produzidos de forma que respeite tanto o meio ambiente quanto as pessoas responsáveis pela produção, os produtores.
conheça mais em www.slowfood.com e www.slowfoodbrasil.com
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Paulo de Abreu e Lima é
gastrônomo profissional, mestre em cultura & comunicação
alimentar e sócio-fundador do estúdio boutique de pesquisa e inovação
no agronegócio e gastronomia estilogourmand ltda, com escritórios no
Rio de Janeiro e Madrid
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estilo gourmand
sábado, 16 de fevereiro de 2013
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013
Super-mato resistente ao glifosato já infesta quase metade das propriedades nos EUA
Uma empresa de consultoria em agronegócio nos EUA, a Stratus, vem desde 2010, entrevistando “milhares de agricultores norte-americanos” ao longo de 31 estados a respeito do avanço da infestação de ervas espontâneas que desenvolveram resistência ao herbicida Roundup, da Monsanto, fabricado a base de glifosato e usado nas lavouras transgênicas da mesma empresa desenvolvidas para tolerar aplicações do produto.
Os números levantados mostram que:
- Em 2012, praticamente metade (49%) dos agricultores entrevistados disseram ter mato resistente a herbicidas em suas lavouras. Em 2011, eram 34%;
- A resistência é ainda pior no sul do país. Por exemplo, 92% dos agricultores do estado de Georgia disseram ter mato resistente ao glifosato em suas lavouras;
- A resistência está avançando rapidamente também no meio-sul e no meio-oeste. Entre 2011 e 2012, a área infestada com essas invasoras praticamente dobrou nos estados do Nebaska, Iowa e Indiana;
- O avanço da infestação acontece de maneira mais rápida a cada ano: a área total infestada aumentou em 25% em 2011 e em 51% em 2012;
- Em 2010, apenas 12% das propriedades tinham mais de uma espécie de mato resistente. Apenas dois anos depois, 27% das propriedades já tinham ao menos duas espécies resistentes.
A solução proposta pela Monsanto para driblar o problema são as “próximas gerações” de sementes tolerantes a herbicidas – ou seja, lavouras desenvolvidas para resistir não apenas ao Roundup, mas também a outros herbicidas ainda mais tóxicos, como o 2,4-D e o Dicamba. O problema é que tal escalada na guerra química contra o mato levará ao desenvolvimento de variedades de mato mais prolíficas e mais resistentes, e a um dramático aumento no uso de herbicidas.
Nos EUA, o Departamento de Agricultura (USDA) ainda não autorizou o cultivo comercial do milho transgênico da Dow chamado Enlist, resistente ao Roundup e ao 2,4-D (um dos dois ingredientes ativos do famoso “agente laranja”, usando como desfolhante na Guerra do Vietnam e que causou milhares de mortes e de nascimentos de bebês com malformações congênitas). A autorização era esperada para o final de 2012, mas foi adiada, segundo notícias divulgadas pela Reuters, devido à forte oposição pública.
O recurso que tem sido usado pelos agricultores para enfrentar a infestação do super mato é aumentar, cada vez mais, a quantidade de agrotóxicos aplicada. Segundo um estudo publicado pela Universidade da Califórnia em 2012, realizado por uma equipe da Penn State University liderada por David A. Mortensen, “em 2011 o combate à resistência ao glifosato já custava aos agricultores perto de US$ 1 bilhão por ano”.
Mas despejar cada vez e sempre mais venenos nos campos não é a única saída. Em um estudo publicado em 2012 na revista científica PLoS ONE, pesquisadores da Iowa State University mostraram que a simples diversificação na rotação de culturas, aliada à introdução de cultivos de cobertura, podem suprimir o mato – inclusive o mato resistente ao Roundup – e diminuir entre 6 e 10 vezes o uso de fertilizantes químicos [mas essas técnicas simples e baratas não interessam às corporações do agronegócio].
Extraído e adaptado de:
Nearly Half of All US Farms Now Have Superweeds – Mother Jones, 06/02/2012.
Campanha Brasil Ecológico, Livre de Transgênicos e Agrotóxicos
Este Boletim é produzido pela AS-PTA Agricultura Familiar e Agroecologia e é de livre reprodução e circulação, desde que citada a AS-PTA como fonte.
Para os números anteriores do Boletim, clique em: http://aspta.org.br
terça-feira, 12 de fevereiro de 2013
Participando da 36 Romaria da Terra - Bento Gonçalves - RS
Neste dia 12 de fevereiro participamos desta romaria, onde havia muito produtores agroecológicos, com distribuição de sementes pela Emater RS, divulgação de trabalhos e ações de várias cooperativas e associações de agricultores.
Encontrei uma banca vendendo mudas da BATATA YACON, quem diria!!! Comprei algumas mudas e vou plantar.
Também fomos presenteados com mudas de CHIA.
Realizada pela primeira vez em Bento Gonçalves, a Romaria da Terra reuniu mais de 10 mil romeiros, de 50 municípios gaúchos, em sua 36ª edição, na data de ontem, que neste ano teve como palavra acolhida
“Terra, Vida e Cidadania: princípios do bem viver”. A romaria foi organizada pela Diocese de Caxias do Sul, pela Paróquia Santo Antônio de Bento Gonçalves e com o auxílio da Comissão Pastoral da Terra.
O Bispo Alessandro Rufinoni, da diocese de Caxias do Sul, afirmou que a romaria quer transmitir valores como a terra, a ecologia e difundir o amor à terra e a preservação da saúde dos agricultores. "Queremos ajudar os jovens a permanecer na terra", destacou o bispo.
PARABÉNS AOS ORGANIZADORES PELA ROMARIA!
alexandre
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