segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020

fonte: ciclo vivo

Plantar árvores frutíferas nativas da região é um método eficaz de atrair a biodiversidade e tornar as cidades mais acolhedoras.

Você sabia que das 20 frutas mais comercializadas no Brasil, apenas três são nativas de nosso país?
É contraditório pensar que um dos países mais ricos em biodiversidade do mundo consuma tão poucas frutas nativas. O impacto disso é a ameaça de extinção de diversas espécies, que aos poucos, estão sendo esquecidas da memória e desaparecendo do mapa.
Para o botânico Ricardo Cardim, é preciso mudar a concepção cultural e agronômica: “Podemos começar a divulgar e cultivar nas cidades os frutos nativos, de forma a resgatarmos sabores esquecidos e ajudarmos no reequilíbrio ecológico urbano. Plantar árvores frutíferas nativas da região é um método eficaz de atrair a biodiversidade e tornar as cidades mais acolhedoras”, diz o botânico em seu blog, Árvores de São Paulo.
Abaixo, Cardim lista dez frutas nativas dos biomas ameaçados Cerrado e Mata Atlântica que poderiam entrar para o cardápio (e jardins) dos brasileiros.
1. Gabiroba (Campomanesia pubescens)
Também conhecida como guabiroba, guavira ou araçá-congonha,  é um arbusto com fruto arredondado, de coloração verde-amarelada, com polpa esverdeada, suculenta, envolvendo diversas sementes e muito parecido com uma goiabinha. Ela pode ser consumida ao natural ou na forma de sucos, doces e sorvetes e ainda serve para fazer um apreciado licor. A gabiroba pode ser encontrada nos cerrados das regiões Sul, Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste. No sul do Brasil, na região norte e oeste do Paraná além da variedade de cerrado, dissemina-se também a variedade arbórea que alcança vários metros de altura, produzindo frutos com sabor e aparência da variedade de campo, porém quando maduros apresentam a cor amarela.
2. Tarumã-do-cerrado (Vitex polygama)
Também conhecida como tarumã-bori, tarumã-de-fruta-azul, maria-preta, marianeira, velame-do-campo ou mameira, a árvore, proveniente do bioma do Cerrado, possui de seis a 20 metros de altura. Seus frutos, adocicados e com sabor agradável, assemelham-se a uma azeitona-preta e fazem a alegria de pássaros como periquitos e papagaios. Podem ser utilizados para fazer bebidas como vinho, licor e sucos, ou doces, como geleias ou caldas. Esta espécie é muito eficiente se usada na recomposição de áreas degradadas e pode ser utilizada no paisagismo de praças e jardins públicos.
3. Perinha-do-cerrado (Eugenia klotzschiana)
Também conhecida como pêra do campo, perinha do campo, cabacinha ou cabamixá-açú, o arbusto é nativo dos campos e Cerrados de praticamente todo o Brasil. Os frutos podem ser utilizados em sucos batidos com leite ou para fazer sorvetes, bolos e geleias. A planta, dificilmente encontrada nos dias de hoje, não pode faltar em projetos de recuperação dos Cerrados.
4. Grumixama (Eugenia brasiliensis)
Também conhecida como cumbixaba, ibaporoiti ou cereja-brasileira, a árvore de até 15 metros de altura é nativa da Mata Atlântica e era encontrada desde a Bahia até Santa Catarina. Seus frutos, que atraem muitos pássaros, possuem até duas sementes, e seu sabor assemelha-se bastante com o da cereja.
5. Uvaia (Eugenia uvalha)
A árvore, também conhecida por uvalha ou uvaieira, tem de seis a 13 metros de altura. A espécie, proveniente da Mata Atlântica, ocorre nos estados de Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. A uvaia tem aroma suave e agradável e possui alto teor de vitamina C (até quatro vezes mais do que a laranja). É muito utilizada para fazer sucos e largamente cultivada em pomares domésticos. Sua casca, na cor amarelo-ouro, é ligeiramente aveludada e  sua polpa muito delicada. Um dos grandes problemas desta fruta é que ela amassa, oxida e resseca com facilidade, por isso, não é muito encontrada em supermercados.
6. Jerivá (Syagrus romanzoffiana)
Também chamado baba-de-boi, coqueiro-jerivá, coquinho-de-cachorro e jeribá, a árvore é uma palmeira nativa da Mata Atlântica. Sua fruta, conhecida como “coquinho”, é amarela, ovalada e não passa de três centímetros de comprimento. O “coquinho” é muito apreciado por animais, como papagaios, maritacas ou mesmo por cachorros. A fruta também pode ser consumido pelos humanos batendo-se com pedras para alcançar as suas amêndoas, o que era feito frequentemente por crianças no passado.
7. Sete-capotes (Campomanesia guazumifolia)
Também conhecido por guabiroba verde, sete-cascas, sete-capas, sete-casacas, capoteira, araçá-do-mato ou araçazeiro-grande, o sete-capotes é uma importante árvore frutífera silvestre, com frutos doces e comestíveis, apreciados pelo homem e pela fauna. Seu fruto, que quando maduro possui coloração verde-clara, pode ser consumido naturalmente ou aproveitados em doces e na elaboração de sucos e sorvetes (neste caso deve-se separar a polpa da semente). A árvore, que mede até seis metros de altura, é muito bonita, especialmente pela exuberância de suas flores e folhas.
8. Cambuci (Campomanesia phaea)
Foto: slowfoodsp
O cambucizeiro, árvore da Mata Atlântica originalmente encontrada na Serra do Mar, chegou a estar em perigo de extinção pelo uso excessivo de  sua madeira e pelo alto crescimento urbano da região. O cambuci era muito abundante na cidade de São Paulo, chegando a dar nome a um de seus bairros tradicionais. Após um forte movimento para trazer o cambuci de volta para a região (veja aqui), a espécie está sendo preservada.
O nome cambuci é de origem indígena e deve-se ao formato de seus frutos, semelhantes a potes de cerâmica, que recebem o mesmo nome. Ricas em vitaminas, suas frutas têm um perfume intenso e adocicado, mas seu sabor é ácido como o do limão. Por essa razão, poucos apreciam consumi-la in natura. A fruta pode ser utilizada na produção de geleias, sorvetes, sucos, licores, mousse, sorvete, bolo, além do tradicional suco.
9. Cagaita (Eugenia dysenterica)
A cagaiteira é uma bela árvore, proveniente do Cerrado, que pode chegar a ter oito metros de altura. Seu fruto é pequeno com casca amarelo esverdeada, polpa suculenta e ácida e apresenta até quatro sementes no seu interior. Apesar de seu agradável sabor ácido e textura macia, a cagaita não deve ser consumida em grandes quantidades, pois tem um forte efeito laxativo. Além das atribuições medicinais e de produzir um suco muito saboroso, o fruto, rico em vitamina C e antioxidantes, é utilizado na fabricação de sorvetes. A polpa, com ou sem a casca, é energética, com baixo teor calórico.
10. Melancia-do-cerrado (Melancium campestre)
Também conhecida como melancia do campo, melancia-de-tatu, cabacinha do campo, cabacuí ou caboi-curai, esta espécie rasteira que já foi muito comum no Cerrado, hoje já é considerada rara. Seu fruto se assemelha muito com o da melancia por fora, porém ela possui uma penugem em sua casca. Os frutos possuem casca grossa, com aproximadamente 90 sementes envoltas numa polpa gelatinosa amarelada (veja aqui). Embora seja ácida, a fruta pode ser consumida in natura, ou utilizada em forma de geleias e sucos. A planta não pode faltar em projetos de reflorestamento de ambientes campestres dos Cerrados pois seus frutos são muito apreciados pelos animais.
Que tal plantar um pé de uma árvore frutífera dessas em seu quintal? No site Colecionando Frutas você consegue encontrar estas e outras espécies nativas difíceis de serem encontradas.
Mayra Rosa – Redação CicloVivo
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Arquiteta e urbanista com formação em desenvolvimento sustentável pela University of New South Wales, em Sidney, Austrália. Fundou o CicloVivo em 2010 com a proposta de falar sobre sustentabilidade de forma divertida e descomplicada. Acredita que o bom exemplo é a melhor maneira de influenciar pessoas e que a simplicidade é a chave para vivermos em harmonia.

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quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

Metrópoles, cobertura vegetal, áreas verdes e saúde!!

Metrópoles, cobertura vegetal, áreas verdes e saúde
Luís Fernando Amato-LourençoI  II 
Tiana Carla Lopes MoreiraI  II 
Bruna Lara de ArantesIII 
Demóstenes Ferreira da Silva FilhoIII 
Thais MauadI  II 
IFaculdade de Medicina, Universidade de São Paulo, São Paulo/São Paulo, Brasil
IIEscola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz", Universidade de São Paulo, Piracicaba/São Paulo, Brasil
IIIInstituto Nacional de Análise Integrada do Risco Ambiental, São Paulo/São Paulo, Brasil




A falta de planejamento no processo de urbanização das grandes metrópoles tem produzido numerosas externalidades negativas, entre elas a supressão de sua cobertura vegetal e de áreas verdes. Inúmeros benefícios têm sido reportados sobre como a presença da vegetação no meio ambiente urbano favorece fatores ambientais, sociais e econômicos, influenciando na saúde da população. O presente trabalho busca apresentar uma série de estudos com enfoque na associação entre áreas verdes e saúde e também uma sucinta reflexão sobre a importância do assunto no município de São Paulo.
Palavras-Chave: Urbanização; Saúde pública; Cobertura vegetal; Área verdes
The lack of planning in the urbanization process of big cities worldwide has produced numerous negative externalities, including the suppression of vegetation and green spaces. Multiple benefits have been reported on how urban vegetation promotes and influences environmental, social and economic factors, as well as people's health. This paper presents a series of studies focusing on the association between urban vegetation and human health, as well as a brief reflection on the importance of this issue in the city of São Paulo.
Key words: Urbanization; Public health; Urban vegetation; Green spaces
Problematização
O desenvolvimento das grandes metrópoles é fundamentado na condensação de processos sociais e espaciais, em que a não priorização da dimensão humana deu origem a padrões urbanísticos inadequados e consolidados por um planejamento desestruturado, em contraponto às dinâmicas de um modelo urbano mais sustentável. Projeções das Nações Unidas (2004) apontam que, no ano de 2050, 66% da população mundial habitarão áreas urbanas, gerando uma pressão sem precedentes na capacidade de suporte ambiental das grandes cidades pelo aumento no fluxo de recursos e a decorrente fragmentação na coexistência dos seus sistemas naturais e sociais. Entre as externalidades negativas associadas aos processos de apropriação e expansão acelerada das grandes metrópoles, incluem-se a supressão da sua cobertura vegetal e a decorrente diminuição de áreas verdes disponíveis à fruição pública.
A infraestrutura verde pode ser definida como uma rede de espaços verdes interconectados que conservam valores naturais de um ecossistema e que provêm benefícios às populações humanas (Coutts; Hahn, 2015). Pode ser composta por parques, florestas, praças, hortas comunitárias e outras formas de paisagens naturais públicas ou privadas. Nas cidades, incluem-se também a arborização urbana e os tetos verdes.
Cada vez mais são reconhecidos os efeitos benéficos que o contato com a natureza gera à saúde humana. Os efeitos positivos do contato com áreas verdes foram observados em relação a longevidade, doenças cardiovasculares, obesidade, saúde mental, qualidade do sono, recuperação de doenças e desfechos de natalidade. A maioria desses estudos é europeia ou norte-americana, não existindo ainda dados nacionais ou da cidade de São Paulo. Nesses países, os efeitos mais apreciados são observados em áreas urbanas e em classes socioeconômicas mais baixas.
Os mecanismos pelos quais as áreas verdes são benéficas à saúde não estão bem esclarecidos, e provavelmente devem ser multifatoriais. Diminuição do estresse/aumento do relaxamento, contatos sociais e atividade física têm sido propostos como prováveis mecanismos. Fatores ambientais como diminuição da temperatura e ruídos, aumento da umidade e captura de material particulado certamente têm uma influência nos efeitos fisiológicos protetores dos ambientes verdes.
Nesta revisão, apresentamos uma série de estudos enfocando a associação entre áreas verdes e saúde.
Serviços ecossistêmicos das áreas verdes e coberturas vegetais1
As áreas verdes possuem diversos benefícios, tanto ecossistêmicos como salutogênicos. Entre os benefícios ecossistêmicos podemos citar a diminuição de temperaturas (Oliveira et al., 2011) resultando em um decréscimo de ilhas de calor (Solecki et al., 2005) além do consumo de eletricidade (McPherson; Simpson, 2003). Além disso, são gerados benefícios como a diminuição de escoamento superficial da água (runoff), concentração de poluentes atmosféricos, redução de ruído, impacto de ventos, incidência solar em pavimentos e construções (O'Dell et al., 1977; Nowak et al., 2007Fang; Ling, 2005; McPherson; Muchnick, 2005) e como estoque de carbono (Davies et al., 2011). A vegetação possui ainda funções estéticas e recreativas. Propriedades próximas de áreas verdes ou possuindo vegetação tendem a possuir maior valor no mercado imobiliá- rio. De acordo com o serviço florestal americano os benefícios das áreas verdes urbanas ou florestas urbanas proporcionam uma economia três vezes maior que o custo da manutenção destas áreas (USDA Forest Service, 2016).
Regulação térmica
A vegetação diminui temperaturas devido à sua evapotranspiração e produção de sombras. O aumento de 10% na cobertura vegetal em Munique durante o verão é capaz de diminuir até 1,4 °C a temperatura superficial (Pauleit; Duhme, 2000). O arrefecimento da temperatura também pode resultar na economia de U$ 18,5 milhões/ano devido à redução da utilização de energia elétrica, conforme descrito por Simpson (1998) para a cidade de Sacramento (Califórnia - Estados Unidos).
As árvores possuem efeito protetor de pavimentos e construções produzindo sombras e diminuindo a incidência direta de sol na pavimentação viária. O excesso de calor é responsável pela degradação acelerada de matérias de revestimento do solo, como rachaduras, sulcos e buracos. McPherson e Muchnick (2005) verificaram que nas vias com presença de sombra na cidade de Modesto (Califórnia) existia uma maior conservação do asfalto viário, resultando em uma economia para os cofres públicos de U$ 7,13/m2.
Escoamento superficial
A vegetação diminui o impacto da água no solo assim como o seu escoamento superficial. Zhang et al. (2015) observaram que a redução de 199 km² de áreas verdes na cidade de Pequim, entre os anos 2000 e 2010, acarretou no aumento do escoamento superficial da água de 17% para 23%. A redução do runoff pode diminuir as enchentes e ainda melhorar a qualidade das águas pluviais que são direcionadas para os rios. Além disso, a cobertura vegetal também possui a capacidade de filtrar poluentes associados ao runoff como demonstrado por Coutts e Hahn (2015).
Modulação de doenças infecciosas transmitidas por vetores
Reduções de áreas verdes têm sido associadas à alteração de características do meio físico, como a desregulação do microclima local. Essa modificação pode afetar diretamente a composição da fauna de vetores responsáveis por doenças infecciosas. A essas mudanças são atribuídos aumento na taxa do desenvolvimento larval, frequência, deriva genética de populações e taxas de sobrevivência de mosquitos pertencentes à família dos Culicideos (responsáveis pela transmissão de doenças como dengue, febre amarela, malária, filarioses e encefalites). Afrane et al. (2005) relataram que o aumento na temperatura de 0,5 °C foi associado com o aceleramento do ciclo reprodutivo da espécie Anopheles, mosquito transmissor de doenças como a malária e a filariose.
Qualidade do ar
As áreas verdes possuem funções de filtro de poluentes, tanto para o material particulado quanto para gases. Nowak et al. (2006) utilizaram modelagem computacional para avaliar o quanto florestas urbanas de 55 cidades dos Estados Unidos removeram de poluentes da atmosfera. A absorção de poluentes variou entre as cidades e foi retirado da atmosfera um total de 711.000 t/m³ de O3, PM10, NO2, SO2, CO. No ano 2010, Nowak et al. (2014) observaram que a área coberta por vegetação nas cidades americanas foi responsável pela remoção de 17,4 milhões de toneladas gerando uma economia de U$ 6,8 bilhões com a redução da utilização de sistemas de saúde e dias de trabalho perdidos.
A contribuição da vegetação na atenuação da poluição atmosférica também pode ocorrer de forma indireta como na geração de O3 devido à redução da temperatura. Durante a transpiração da vegetação ocorre a diminuição da temperatura e o aumento da umidade relativa do ar, diminuindo a emissão de hidrocarbonetos (McPherson et al., 1998).
Redução de ruídos
Áreas verdes urbanas também têm sido associadas à atenuação de ruídos de diferentes frequências, agindo como barreiras verticais (Yang et al., 2010). Gidlöf-Gunnarsson e Öhrström (2007) avaliaram moradores residindo em locais de alta e baixa intensidade de ruídos atribuídos ao tráfego veicular. Os resultados mostraram que locais com maiores áreas de vegetação tendem a reduzir incômodos em longo prazo gerados pelos ruídos veiculares (independentemente da intensidade) e a prevalência de sintomas relacionados ao estresse psicossocial.
Valorização imobiliária
Muitos dos benefícios atribuídos à cobertura vegetal são difíceis de ser valorados (exemplo, embelezamento, privacidade e bem-estar), porém alguns desses benefícios podem ser relacionados ao valor de mercado da propriedade. Na cidade de Portland (Oregon) a presença de 0,55 árvore na frente da residência e a existência de 84 m² de cobertura vegetal a menos de 100 m da propriedade aumentam o valor imobiliário em 3% (Donovan; Butry, 2010).
Escobedo et al. (2015) analisaram a relação entre o valor da propriedade e a presença de áreas verdes em quatro cidades no estado da Flórida, nos Estados Unidos. Foi observado que a adição de uma árvore no lote aumenta o valor da propriedade em US$ 1.586,00, porém a troca da área gramada de 25% para 75% diminuiu o valor da propriedade em US$ 271,00.
Produção de alimentos
Árvores e áreas verdes plantadas, como as hortas urbanas, fornecem frutas e pólen para animais e insetos, que por sua vez são responsáveis pela polinização e pelo equilíbrio biológico local, além de constituírem locais de refúgios para a microfauna e a avifauna. O valor econômico anual do serviço de polinização prestado pelas abelhas, somente nos Estados Unidos, é estimado entre US$ 14,6 e US$ 40 bilhões (Morse; Calderone, 2000).
A popularização e ampliação do número de hortas urbanas comunitárias nos últimos anos vem contribuindo com o aumento de áreas verdes públicas e os decorrentes benefícios ambientais, urbanísticos, sociais e de saúde pública à população. Adjunto à produção de frutas, hortaliças e vegetais cultivados localmente é oferecida uma série de serviços ecossistêmicos considerados essenciais nos processos de recriação da noção de unidade cidade-campo, reinventando a multifuncionalidade da paisagem e permitindo que conceitos e atitudes sobre sustentabilidade sejam compartilhados e integrados à sociedade. Nesse sentido, a criação de novas hortas comunitárias é justificada pela forma nobre de se utilizar espaços públicos pouco aproveitados, permitindo que locais como áreas intersticiais não construídas e superfícies urbanas/periurbanas sejam valorizadas.
Os efeitos na saúde humana são diversos e em sua maioria estão relacionados com algum dos benefícios ecossistêmicos, exemplo: diminuição da concentração de poluentes atmosféricos pelas plantas e melhora de doenças respiratórias. A Figura 1 ilustra as principais vias nas quais as áreas verdes podem contribuir positivamente para a saúde humana.
Figura 1 - Vias em que exposições a áreas verdes podem resultar em desfechos na saúde (Adaptado de James et al., 2015).  
Áreas verdes e efeitos associados à saúde humana
Inúmeros estudos epidemiológicos e experimentais têm demonstrado uma possível associação entre a existência de áreas verdes intra/extraurbanas e uma série de efeitos benéficos à saúde mental e física da população.
Saúde mental
A ausência de áreas verdes em locais residenciais tem sido associada a um dos fatores contextuais que possuem papel etiológico na ocorrência de transtornos mentais comuns2 (Araya et al., 2007). Nesse contexto, o estudo transversal conduzido por Van der Berg et al. (2016) em quatro cidades europeias com 3.748 participantes demonstrou que quanto maior o tempo gasto visitando áreas verdes, maiores foram os escores de avaliação para saúde mental, independentemente dos contextos culturais e climáticos. Astell-Burt et al. (2014) verificaram em um estudo longitudinal, com 65.407 adultos (>15 anos), que o aumento de espaços verdes próximos ao local de residência foi associado a menores riscos de morbidades psiquiátricas entre homens >35 anos e mulheres >41 anos. Thompson et al. (2012) associaram níveis de exposição de adultos às áreas verdes (ajustados por variáveis socioeconômicas e demográficas) ao declínio de cortisol salivar diurno como biomarcador da variação nos níveis de estresse.
Desenvolvimento cognitivo e atenção
O estudo realizado por Dadvand et al. (2015) investigou a relação existente entre a exposição a espaços verdes e o desenvolvimento cognitivo com 2.593 crianças frequentando escolas primárias. Os achados mostraram o progresso na memória de trabalho e a diminuição na desatenção durante o aprendizado associados à presença de áreas verdes no local de ensino e em seu entorno. Os benefícios à saúde citados podem ser explicados, como pela capacidade que as áreas verdes possuem em reduzir ruídos ambientais que impactariam negativamente no desenvolvimento cognitivo. Além disso, a presença de espaços verdes tem sido associada ao aumento de atividades físicas, que por sua vez está diretamente relacionado com melhor função cognitiva em crianças.
Obesidade e sedentarismo
Dadvand et al. (2014) conduziram um estudo com 3.178 crianças escolares relatando que o aumento de áreas verdes no entorno das suas residências foi associado com menor prevalência relativa (11%-19%) no sobrepeso/obesidade e comportamento sedentário. Porém, os resultados apontaram que viver perto de parques foi associado com o aumento de 60% na prevalência relativa de asma atual, fato esse atribuído à vegetação anemófila local (polinizadas pelo vento) conhecidas por suas propriedades alergênicas. Portanto, a escolha de espécies adequadas possui um papel crítico no planejamento de espaços verdes para que sejam obtidos os benefícios associados.
Envelhecimento
Kweon et al. (1998) relataram que a exposição às áreas verdes em regiões intraurbanas de Chicago está associada a melhor integração social e fortalecimento de laços sociais entre idosos. Nesse sentido, Takano et al. (2002) demonstraram em um estudo de coorte a associação de espaços verdes abertos a caminhantes nas proximidades de residências e a longevidade de idosos na região metropolitana de Tóquio. Os resultados evidenciaram um efeito protetor na longevidade de idosos urbanos, independentemente de sua idade, sexo, estado civil e nível socioeconômico, associados a viver em áreas verdes de fácil acesso.
Morbimortalidade
Wilker et al. (2014) relataram que a proximidade residencial de áreas verdes foi associada a maiores taxas de sobrevivência após acidente vascular cerebral isquêmico em modelos multivariados ajustados para indicadores de histórico médico, fatores demográficos e socioeconômicos. Villeneuve et al. (2012) realizaram um estudo de coorte com 575 mil adultos > 35 anos, residindo em dez áreas urbanas de Ontário, Canadá. Os resultados demonstraram que o aumento interquartil de áreas verdes em um buffer de 500 m do local de residência foi associado a redução de mortalidade não acidental. Para causas específicas de mortalidade foi verificado um efeito protetor para desfechos respiratórios (risco relativo: 0,91). Maas et al. (2006), utilizando entrevistas com 250.782 participantes holandeses, evidenciaram que a porcentagem de espaço verde (espaço verde urbano, espaço rural, espaço verde natural) dentro de um raio de 1 km-3 km da residência foi associada a menores taxas de autodeclaração de adoecimentos. Tamosiunas et al. (2014) realizaram um estudo tipo coorte com 5.112 participantes com idade entre 45 e 72 anos e obtiveram que a prevalência de fatores de risco cardiovascular e de diabetes mellitus foi significativamente menor entre os usuários do parque do que entre os não usuários.
Um estudo sobre prevalências de asma com crianças de 4-5 anos e crianças abaixo de 15 anos observou que o aumento da densidade de árvores para 343 km2 foi associado a uma diminuição da prevalência de asma em 24% (risco relativo: 0,76). Depois de ajustar para os fatores de confusão foi estimado que o aumento para a mesma densidade de árvores foi responsável pela diminuição de 29% da prevalência (risco relativo: 0,71) (Lovasi et al., 2008).
Desfechos nos nascimentos e desenvolvimento fetal
Os achados de Agay-Shay et al. (2014), em um estudo de coorte realizado com 39.132 nascidos vivos, demonstraram associações negativas entre a proximidade de espaços verdes durante a gravidez e baixo peso ao nascer (razão de chances: 0,85). Grazuleviciene et al. (2014) realizaram um estudo com 3.416 mulheres no primeiro trimestre de gravidez, residentes na cidade de Kaunas, na Lituânia, investigando a influência da distância entre a residência e parques públicos com valores de pressão arterial. Foi obtida uma associação positiva entre o aumento da distância às áreas verdes (considerando buffers de 300, >300-1.000, e >1.000 m) com o aumento da pressão arterial, ajustando para idade, escolaridade, condição socioeconômica, tabagismo passivo, IMC, doença crônica e estresse (razão de chances: 1,74 para o mais distante e 1,37 para a distância mais próxima). O estudo de Dadvand et al. (2012) demonstrou que o aumento interquartil de áreas verdes considerando buffers de 500 m foi associado com o aumento no peso de nascidos vivos (44,2 g) e aumento na circunferência craniana (1,7 mm).
A cidade de São Paulo: cobertura vegetal, áreas verdes e vulnerabilidade social
A cobertura vegetal na cidade de São Paulo possui distribuição desigual e corresponde a cerca de 42,2% do seu território de 1.521,110 km² (Prefeitura de São Paulo, 2014). A subprefeitura de Parelheiros concentra 49,64% do total de cobertura vegetal no município, em contraponto aos 11% totalizados nas 12 subprefeituras da zona leste da cidade.
Dados da Secretaria do Verde e Meio Ambiente do município de São Paulo (2014) demonstram que as subprefeituras com menores índices de cobertura vegetal no município, no ano de 2013, foram: Itaim Paulista (2,24 m²/hab), São Miguel (3,43 m²/hab) e Vila Maria/Vila Guilherme (3,91 m²/hab), enquanto Parelheiros (2.289,73 m²/hab), Perus (247,24 m²/hab), Tremembé/Jaçanã (151,31 m²/hab) registraram os maiores valores na cidade. Em contraponto, nas subprefeituras com os maiores valores de cobertura vegetal estão localizados parques estaduais, como o da Serra do Mar e da Cantareira, não refletindo necessariamente áreas de real uso direto e fruição pública. Quando não são contabilizadas as áreas de parques estaduais, as subprefeituras de Parelheiros e Tremembé/Jaçanã possuem respectivamente os menores índices de áreas de lazer em parques e praças por habitante (0,28 e 0,32 m²/hab).
A análise temporal dos índices de áreas verdes públicas por habitante (Figura 2) demonstra pouca variação percentual entre os anos 2009-2013 (10,3%) não sendo estatisticamente diferentes entre os anos analisados.3 Nesse sentido, apenas cinco subprefeituras possuem o valor recomendado pela Sociedade Brasileira de Arborização Urbana (SBAU, 1996) de 15 m²/habitante, considerado o índice mínimo associado à qualidade de vida da população (Figura 3). Esse cenário sinaliza a urgência na criação e ampliação de áreas verdes ajustadas ao crescimento demográfico e ao plano diretor municipal.
A distribuição espacial desigual de cobertura vegetal no município quando comparadas ao Índice Paulista de Vulnerabilidade Social4 (Figura 4) demonstra grandes disparidades. As subprefeituras com maiores índices de cobertura vegetal, como Parelheiros, Jaçanã/Tremembé e Perus, apresentam classificações de alta vulnerabilidade. Em contraste, no extremo leste da cidade são observados baixos valores de cobertura vegetal e altos índices. A ausência de estudos associativos que busquem quantificar a magnitude da presença de áreas verdes na qualidade de vida da população destas áreas é preponderante para responder perguntas como: Qual o impacto das áreas verdes na saúde da população considerando os diferentes índices de vulnerabilidade e distribuição de cobertura vegetal?
Além disso, um estudo holandês de 2012 (Van Dillen et al., 2012) mostra que não só a quantidade, mas a qualidade das áreas verdes têm um papel aditivo importante nos desfechos relacionados à saúde. Também de modo importante, não só a presença de grandes áreas verdes, mas também a arborização urbana se revelaram fatores consideráveis nos desfechos positivos de saúde.
Para a cobertura arbórea da cidade foram extraídos dados do mapeamento temático a partir de imagens do satélite Quickbird do ano 2009 e comparados com dados obtidos a partir de classificação temática de imagens do satélite Ikonos de 2002. Foi observada uma perda de cobertura arbórea desigual para diferentes regiões da cidade (Abreu, 2013). As regiões com maiores perdas foram as das microbacias do córrego Uberaba (7,96%), Mooca (4,06%) e Tiburrinho (2,06%), enquanto outras microbacias na mesma região central obtiveram ampliação da cobertura arbórea como Dreno do Brooklin (15,01%), Pacaembu (9,27%) e Fortunato Ferraz (9,45%). Além disso, foi identificada a substituição da classe solo exposto por construções e aumento do sombreamento na região, o que condiz com a possibilidade de verticalização dessas áreas. Segundo Dobbert (2015) um aumento de 10% na área em cobertura arbórea possibilita uma redução de aproximadamente 1 oC beneficiando o conforto e a saúde dos habitantes do local.
Fonte dos dados: Prefeitura de São Paulo (2014).
Figura 2 - Índice de áreas verdes públicas por habitante na cidade de São Paulo.5  
Fonte dos dados: Prefeitura de São Paulo (2014).
Figura 3 - Índice de áreas verdes por habitante e subprefeitura da cidade de São Paulo. Não foi incluída a subprefeitura de Parelheiros (IAVP = 312,82 m²/hab) para melhor visualização do gráfico. 
Fonte: Fundação Seade (2013).
Figura 4 - Índice Paulista de Vulnerabilidade e índice de áreas verdes (m²/habitante).  
Na Figura 5 pode-se observar a desigualdade na cobertura arbórea com destaque para regiões pouco urbanizadas e florestais no norte e no sul do município e pouca cobertura na zona leste. A cobertura arbórea inserida no tecido urbano é mais eficiente nos bairros jardins e muito deficiente na periferia e zona leste da cidade (Silva Filho, s. d.).
Fonte: Silva Filho (s. d.).
Figura 5 - Mapeamento temático da cobertura arbórea da cidade de São Paulo em 2010.  
Comparando os dados do mapa de vulnerabilidade com o mapa de cobertura arbórea pode-se ver que a área de baixíssima vulnerabilidade corresponde às áreas com maior cobertura arbórea dispersa no tecido urbano da cidade, presentes nos bairros jardins. As regiões periféricas de alta vulnerabilidade possuem ocupação caracterizada pela autoconstrução em núcleos urbanos com intensa ocupação, pouca infraestrutura urbana e distantes dos empregos que estão localizados em áreas bem estruturadas e com baixa vulnerabilidade como descrito por Rolnik et al. (2015).
Com base nos mapeamentos de Silva Filho (s. d.) obteve-se a Tabela 1 com as coberturas arbóreas por habitante usando como dados demográficos os fornecidos pela Prefeitura de São Paulo (2016).
Tabela 1 - Porcentagem de copas de árvores nas subprefeituras da cidade de São Paulo e de metro quadrado de copas de árvores por habitante (Copa árvore (m²) /população) obtidos a partir de dados da Prefeitura de São Paulo (2016) e mapeamento temático de (Silva Filho, s. d.) 
SubprefeiturasCopa de árvore (%)Copa de árvore (m 2 )População (2010)Copa árvore (m 2 ) /População
Aricanduva12,42%26712267.7020,10
Butantã34,10%191301428.2170,45
Campo Limpo27,81%102051607.1050,17
Capela do Socorro28,41%381302,3594.930,64
Casa Verde26,17%69878309.3760,23
Cidade Ademar22,36%68654410.9980,17
Cidade Tiradentes26,42%39637211.5010,19
Ermelino Matarazo20,18%30475207.5090,15
Freguesia do Ó32,60%102694407.2450,25
Guaianases23,10%41118268.5080,15
Ipiranga23,78%89162463.8040,19
Itaim Paulista18,00%39064373.1270,10
Itaquera34,34%186470523.8480,36
Jabaquara17,32%24424223.780,11
Jaçanã46,11%295544291.8671,01
Lapa19,83%79520305.5260,26
M'boi Mirim23,11%143522563.3050,25
Mooca11,73%41282343.980,12
Parelheiros53,47%1890069139.44113,55
Penha20,43%87423474.6590,18
Perus48,20%275700146.0461,89
Pinheiros28,04%88899289.7430,31
Pirituba38,07%208251437.5920,48
Santana30,85%107064324.8150,33
Santo Amaro27,85%104428238.0250,44
São Matheus27,89%127714426.7640,30
São Miguel18,09%43952369.4960,12
16,16%42344431.1060,10
Vila Maria11,04%29158297.7130,10
Vila Mariana22,91%60708344.6320,18
Vila Prudente13,08%43564531.1130,08
Os dados são semelhantes aos da cobertura vegetal, porém referentes somente à cobertura arbórea. Parelheiros possui as melhores proporções evidenciando a presença de vazios urbanos florestais e não a disponibilidade de boa arborização em vias públicas e praças. Já Butantã e Pinheiros obtiveram boas relações, embora com coberturas por habitante ainda baixas.
Vários grandes centros urbanos têm investido em programas de arborização de ruas, como Nova York - One Million trees (http://www.milliontreesnyc.org), já sendo estimada menor prevalência de asma infantil em 29% com o aumento da massa arbórea na cidade (Lovasi et al., 2008). Na cidade de São Paulo não existe um programa de arborização urbana que preveja adequadamente manejo e plantio. Sabemos ainda que existem muitos problemas na zeladoria e manutenção de áreas verdes da cidade, que certamente contribuem para o não uso da infraestrutura verde pela população. Esses problemas são ainda maiores nas áreas de maior vulnerabilidade social.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em estudos conduzidos principalmente na Europa e na América do Norte são muito concretas as evidências que associam presença/uso de áreas verdes com desfechos positivos de saúde. Proximidade de áreas verdes associa-se a menor obesidade, menor risco de desenvolver doença cardiovascular, menos doenças mentais, melhores desfechos de nascimento, entre outros. Além dos serviços ambientais prestados pelas áreas verdes, acredita-se que o contato com o verde diminua o estresse, aumente a coesão social e o nível de atividade física. Algumas grandes cidades do mundo têm investido em programas de arborização como maneira de melhorar a saúde urbana como um todo.
São Paulo tem áreas bastante desiguais de cobertura vegetal, sendo as maiores áreas situadas em regiões de maior vulnerabilidade social, localizadas nas bordas da cidade. Nas regiões mais centrais temos níveis muito baixos de cobertura vegetal, como nas subprefeituras da Sé e da Mooca, locais com altos níveis de poluição e ruído. A cidade sofre com a falta de planejamento na política de arborização urbana, seja no plantio, seja no manejo. As áreas verdes da cidade, como as praças, sofrem também com problemas de manutenção e zeladoria, e a fruição pública destas áreas pode ser prejudicada por esses motivos. Nas áreas mais desprovidas da cidade, há carência de ruas arborizadas e de equipamentos de lazer verde.
Estudos que investiguem a relação de áreas verdes e saúde em centros urbanos tão social e ambientalmente desiguais como a cidade de São Paulo são extremamente necessários, e podem contribuir na formação de políticas públicas que norteiem planos de arborização voltados a essa realidade.
AGRADECIMENTOS
Às agências financiadoras: Fapesp, CNPq e Capes, ao Instituto Nacional de Análise Integrada do Risco Ambiental (Inaira).
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1 Embora não haja definições consensuais entre os termos, neste trabalho cobertura vegetal foi definida segundo a proposta da Prefeitura do Município de São Paulo (2014) como "áreas públicas e particulares com cobertura vegetal, incluindo áreas de vegetação arbórea, arbustiva e rasteira (gramíneas). Estão incluídas as áreas públicas com presença de vegetação, incluindo parques, praças, áreas vinculadas ao sistema viário (rotatórias, canteiros, etc.) e a equipamentos institucionais (cemitérios, escolas, universidades, entre outros), bem como as áreas vegetadas de propriedade particular (intralote), chácaras, sítios, reflorestamentos. Foram computadas também as áreas com ocorrência expressiva de mata nativa, em geral inseridas nas unidades de conservação de proteção integral (parques estaduais da Serra do Mar e da Cantareira)" e áreas verdes como "áreas de parques públicos urbanos municipais, parques estaduais urbanos, praças e todas as Unidades de Conservação de Proteção Integral definidas pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação - SNUC".
2 TMC são morbidades psíquicas de grande prevalência mundial, caracterizadas por sintomas como ansiedade, depressão, dificuldade de concentração e queixas somáticas, mas que não são enquadradas necessariamente dentro dos critérios do CID 10 (Classificação internacional de doenças) e do DMS-IV (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders).
3 Teste estatístico One-Way ANOVA para medidas repetidas, onde, p=0.27. Software IBM SPSS versão 22, IBM Corp., Chicago, IL, EUA.
4 IVP - "Aborda por setor censitário dimensões socioeconômicas como alfabetização e renda per capita, além de componentes demográficos como o ciclo de vida familiar (famílias jovens, adultas e idosas), localização (urbana ou rural) e aglomerados subnormais (favelas)" (Fundação Seade, 2013).
5 Parques públicos urbanos municipais, parques estaduais urbanos, praças e todas as Unidades de Conservação de Proteção Integral definidas pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), efetivamente implantadas na cidade.
Recebido: 25 de Fevereiro de 2016; Aceito: 15 de Março de 2016
Luís Fernando Amato-Lourenço é engenheiro ambiental, doutorando em Ciências pelo Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, pesquisador-colaborador do Instituto Nacional de Análise Integrada do Risco Ambiental (Inaira) e do Grupo de Estudos em Agricultura Urbana (Geau). @ - luisfamato@usp.br
Tiana Carla Lopes Moreira é engenheira agrônoma e doutora em Ciências pelo Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e pesquisadora-colaboradora do Instituto Nacional de Análise Integrada do Risco Ambiental (Inaira). @ - tianacarla@usp.br
Bruna Lara de Arantes é mestranda no programa de Recursos Florestais da Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" (Esalq), da Universidade de São Paulo. @ - blarantes@usp.br
Demóstenes Ferreira da Silva Filho é professor associado da Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" (Esalq), da Universidade de São Paulo. @ - dfilho@usp.br
Thais Mauad é professora associada da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, coordenadora do INCT Instituto Nacional de Análise Integrada do Risco Ambiental (Inaira). @ - tmauad@usp.br
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