terça-feira, 16 de agosto de 2011

PLANTAS RECUPERADORAS DE SOLO 2 - EMBRAPA

3. Crotalária (Crotalaria juncea L)

É uma leguminosa arbustiva, de caule ereto, cujo porte varia de 2 a 3 m e ciclo anual, apresentando crescimento inicial rápido. Ventos fortes poderão causar tombamento das plantas. É uma planta de clima tropical e subtropical, que não resiste a geadas fortes. Adapta-se bem em solos argilosos e arenosos.
A crotalária é utilizada como cultura intercalar em fruteiras, apresentando efeito supressor e/ou alelopático sobre as plantas invasoras. Tem-se mostrado também eficiente na supressão de nematóides no solo. Como adubo verde, pode ser incorporada ao solo na época do florescimento, aproximadamente 100 dias após o plantio. Apresenta grande produção de massa verde (50 a 70 t/ha), um bom sistema radicular, que melhora a infiltração de água, e boa capacidade de fixação de nitrogênio, promovendo elevada reciclagem de vários nutrientes no perfil do solo.
Pode também ser roçada na época da colheita das sementes, deixando se os resíduos no solo, na forma de cobertura morta. A semeadura pode ser feita em linhas, no espaçamento de 0,50 m entre linhas, com 20 a 25 sementes por metro linear (cerca de 30 a 40 kg de sementes/ha). No plantio a lanço, utilizam-se 60 sementes/m2, e uma densidade aproximada de 35 a 40 kg/ha.

4. Caupi (Vigna unguiculata L)

É uma leguminosa herbácea, vigorosa e anual. Apresenta hábito de crescimento ereto ou trepador e raízes profundas. É suscetível a geadas e ao frio, mas resistente ao calor e razoavelmente tolerante à seca. Adapta-se tanto a solos argilosos quanto aos arenosos; contudo, não suporta solos encharcados.

Como adubo verde, pode ser utilizada em monocultura ou intercalada com as fruteiras. Além disso, é empregada na alimentação animal e humana, neste caso na forma de vagens tenras e de grãos verdes ou secos. A semeadura pode ser feita em linhas, no espaçamento de 0,40 m, com 20 sementes por metro linear (60 a 75 kg de sementes/ha). No caso do plantio em covas, recomendam-se duas a três sementes por cova, distanciadas em 0,40 m. Nas consorciações, normalmente é semeada a lanço, gastando-se 10% a mais de sementes.

5. Kudzu tropical [Pueraria phaseoloides (Roxb.) Benth]

É uma leguminosa rústica, perene, de clima tropical e subtropical, mas se desenvolve também em regiões temperadas. Apresenta melhor desenvolvimento em locais úmidos e quentes e em regiões montanhosas com altas precipitações pluviais, desenvolvendo-se bem em locais sombreados.

Normalmente, prefere os solos argilosos ou de textura média, tolerando solos ácidos. É recomendada para cobertura permanente do solo, apresentando talos rasteiros, crescimento rápido e sistema radicular profundo.Deve-se proceder o corte dos ramos ou o coroamento, próximos da cultura principal, caso necessário. Pode ser utilizada também como forrageira, pelo elevado valor protéico.
A semeadura pode ser feita em linhas, no espaçamento de 0,50 a 1,00 m ou a lanço, necessitando-se 2 a 5 kg de sementes/ha. Estas devem ser tratadas com água quente a 80oC, durante 15 a 30 minutos, para quebra de dormência. Essa leguminosa pode também ser propagada por meio das nodosidades que aparecem nas axilas das folhas, quando os ramos estão em contato com o solo; neste caso, recomenda-se o espaçamento de 3 m entre fileiras e 1 m entre covas.

Referências bibliográficas

CALEGARI, A. Leguminosas para adubação verde de verão no Paraná. Londrina: IAPAR, 1995. 118p. (IAPAR. Circular, 80).

MONEGAT, C. Plantas de cobertura do solo: características e manejo em pequenas propriedades. Chapecó: ACARESC, 1991. 337p.

PIRAÍ SEMENTES (Piracicaba, SP). Adubação verde. Piracicaba: Dezembro/2004

Ana Lúcia Borges

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Um dos livros que marcaram o século XX - Primavera Silenciosa

  Ao ser introduzido para uso no combate a pragas, o DDT — o mais poderoso pesticida que o mundo já conhecera — terminou por mostrar que a natureza é vulnerável à intervenção humana. A maior parte dos pesticidas é efetiva contra um ou outro tipo de insetos, mas o DDT era capaz de destruir de imediato centenas de espécies diferentes de insetos. O DDT, cujo inventor recebeu o Prêmio Nobel, tornou-se conhecido durante a II Guerra Mundial, quando foi usado pelas tropas americanas contra insetos causadores da malária. Ao mesmo tempo, na Europa, começou a ser usado sob a forma de pó, eficiente contra pulgas e outros pequenos insetos.


No livro Silent Spring (A Primavera Silenciosa), lançado em 1962, Rachel Carson mostrou como o DDT penetrava na cadeia alimentar e acumulava-se nos tecidos gordurosos dos animais, inclusive do homem (chegou a ser detectada a presença de DDT até no leite humano!), com o risco de causar câncer e dano genético.

A grande polêmica movida pelo instigante e provocativo livro é que não só ele expunha os perigos do DDT, mas questionava de forma eloqüente a confiança cega da humanidade no progresso tecnológico. Dessa forma, o livro ajudou a abrir espaço para o movimento ambientalista que se seguiu. Juntamente com o biólogo René Dubos, Rachel Carson foi uma das pioneiras da conscientização de que os homens e os animais estão em interação constante com o meio em que vivem.


Quando o DDT se tornou disponível para uso também por civis, poucas pessoas desconfiavam do miraculoso produto, talvez apenas aquelas que eram ligadas a temas da natureza. Uma dessas pessoas foi o escritor E. W. Teale, que advertia: "Um spray que atua de forma tão indiscriminada como o DDT, pode perturbar a economia da natureza tanto quanto uma revolução perturba a economia social. Noventa por cento dos insetos são benéficos e, se são eliminados, as coisas em pouco tempo fogem do controle."

Outra dessas pessoas foi Rachel Carson, que propôs um artigo para o Reader's Digest falando sobre a série de testes que estavam sendo feitos com o DDT próximo a onde ela vivia, em Maryland. A idéia foi rejeitada.

Treze anos mais tarde, em 1958, a idéia de Rachel de escrever sobre os perigos do DDT, teve um novo alento, quando ela soube da grande mortandade de pássaros em Cape Cod, causada pelas pulverizações de DDT. Porém seu uso tinha aumentado tanto desde 1945, que Rachel não conseguiu convencer nenhuma revista a publicar sua opinião sobre os efeitos adversos do DDT. Ainda que Rachel já fosse uma pesquisadora e escritora reconhecida, sua visão do assunto soava como uma heresia.


Então, ela decidiu abordar o assunto em um livro.

A Primavera Silenciosa levou quatro anos para ser terminado. Além da penetração do DDT na cadeia alimentar, e de seu acúmulo nos tecidos dos animais e do homem, Rachel mostrou que uma única aplicação de DDT em uma lavoura matava insetos durante semanas e meses e, não só atingia as pragas, mas um número incontável de outras espécies, permanecendo tóxico no ambiente mesmo com sua diluição pela chuva.

Rachel concluía que o DDT e outros pesticidas prejudicavam irremediavelmente os pássaros e outros animais, e deixavam contaminado todo o suprimento mundial de alimentos. O mais contundente capítulo do livro, intitulado "uma fábula para o amanhã", descrevia uma cidade americana anônima na qual toda vida — desde os peixes, os pássaros, até as crianças — tinham sido silenciadas pelos efeitos insidiosos do DDT.

O livro causou alarme entre os leitores americanos. Como era de se esperar, provocou a indignação da indústria de pesticidas. Reações extremadas chegaram a questionar a integridade, e até a sanidade, de Rachel Carson.

Porém, além de ela estar cuidadosamente munida de evidências a seu favor, cientistas eminentes vieram em sua defesa e quando o Presidente John Kennedy ordenou ao comitê científico de seu governo que investigasse as questões levantadas pelo livro, os relatórios apresentados foram favoráveis ao livro e à autora. Como resultado, o governo passou a supervisionar o uso do DDT e este terminou sendo banido.

A visão sobre o uso de pesticidas foi ampliada e a conscientização do público e dos usuários começou a acontecer. Logo, já não se perguntava mais "será que os pesticidas podem ser realmente perigosos?", mas sim "quais pesticidas são perigosos?"

Então, em vez dos defensores da natureza terem de provar que os produtos eram prejudiciais, foram os fabricantes que passaram a ter a obrigação de provar que seus produtos são seguros.

A maior contribuição de A Primavera Silenciosa foi a conscientização pública de que a natureza é vulnerável à intervenção humana. Poucas pessoas até então se preocupavam com problemas de conservação, a maior parte pouco se importava se algumas ou muitas espécies estavam sendo extintas. Mas o alerta de Rachel Carson era assustador demais para ser ignorado: a contaminação de alimentos, os riscos de câncer, de alteração genética, a morte de espécies inteiras... Pela primeira vez, a necessidade de regulamentar a produção industrial de modo a proteger o meio ambiente se tornou aceita.

Fonte: www.geocities.com

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Fome mata quase 30 mil crianças na Somália - soluções???

"«Estimamos que mais de 29 mil crianças com menos de cinco anos morreram nos últimos 90 dias no sul da Somália», explicou Nancy Lindborg, responsável da Agência Americana de Ajuda ao Desenvolvimento (USAID, na sigla americana), durante uma audição no Congresso americano.
De acordo com as Nações Unidas, a fome propagou-se a três novas zonas na Somália, incluindo a capital, Mogadíscio. "

Fico muito triste com estas notícias, como ser humano, cristão e como agrônomo. Existe alimento, falta é força política para atacar as causas da fome, da desnutrição. No Brasil melhorou muito a situação dos mais pobres, principalmente com a atuação da pastoral da criança nos últimos anos.
Precisamos buscar soluções simples para a fome.
Abaixo reproduzo mais um texto sobre a utilização da azola ( pequenina planta aquática ) na India, na alimentação de animais ( gado, galinhas, porcos ), produzindo mais leite e carne.
Deus nos impulsione a agir.
Bom final de semana!
alexandre panerai
Eng. Agrônomo

Utilizando Azolla como ração animal




Depois de ler o artigo na Azolla na edição de Março de 2002 a Índia LEISA, o colunista LEISA Índia e agricultor orgânico Sr. Narayan Reddy decidiu testar a produção de Azolla em sua fazenda. Como seus netos estavam visitando, eles foram criados para cavar a primeira cama de 2 x 3 x 0,15-0,2 m. Para simplificar a construção, o Sr. Ribeiro fez algumas adaptações: Forrou a cama com uma folha de plástico simples, fixo a folha com o solo escavado para fora junto com alguns de concreto ao longo das bordas, tomando cuidado para que o plástico acima da água foi bem coberto - caso contrário o sol vai se deteriorar rapidamente o plástico. Depois de fixar o plástico, cerca de 2-3 cm de solo livre de pedra foi cuidadosamente colocada de volta no fundo da cama que estava cheia de água. A profundidade da água é importante, escassez de água vai permitir que as raízes Azolla a crescer na lama, dificultando a colheita. Muita água vai reduzir a produção como as raízes não chegam perto o suficiente para os nutrientes na parte inferior. Após o preenchimento da cama, o Sr. Ribeiro saiu para o mais próximo da universidade para pedir algumas plantas Azolla e colocá-los na água. Ele acrescentou 0,5-1 kg de bolo de neem para prevenir problemas de pragas e possíveis a cada três semanas, ele acrescenta suspensão de esterco de vaca e água (10 kg de esterco de vaca fresco).

Um anos e meio depois o Sr. Ribeiro está entusiasmado com Azolla. Ele alimenta-lo para suas vacas e galinhas e depois se acostumando com a Azolla (no início ele misturou a Azolla com concentrado) Os animais adoram. Ele teve que cerca a cama para mantê-los fora. Ele também usa a Azolla para saladas, após a lavagem em água doce e remoção da raiz.

Ele esvazia e limpa a cama uma vez a cada semestre e começa tudo de novo com algumas plantas, bolo de neem e esterco de vaca. Quando as temperaturas sobem no verão, a cama está coberta com um telhado de palma solta deixa de dar alguma sombra e reduzir a luz e temperatura. No entanto, o uso de uma folha de plástico simples para revestimento faz a cama muito vulnerável - ele pode ser facilmente danificadas durante a colheita ou limpeza e Mr. Reddy, portanto, garante que ele realiza estas tarefas a si mesmo.

Com este sistema simples, os custos são apenas para a folha de plástico e de 2 kg de bolo de neem por ano - além de seu próprio trabalho.

Azolla deve ser colhida com uma bandeja de plástico com buracos de 1 malhagem cm2 para drenar a água. Azolla devem ser lavados para se livrar do cheiro de esterco de vaca. Lavar também ajuda a separar as mudas pequenas que drenam para fora da bandeja. As plântulas junto com a água no balde pode ser despejada de volta ao leito original. Ao introduzir Azolla como alimento, a Azolla fresco deve ser misturado com ração comercial na relação de 1:1 para alimentar o gado. Depois de uma quinzena de se alimentar de Azolla misturado com concentrado, o gado pode ser alimentado com Azolla, sem se concentrar acrescentou. Para aves, Azolla pode ser transmitido para as camadas, bem como frangos de corte.

Embora não haja incidência em grande escala de pragas e doenças no sistema de produção baseado silpauline, problemas de pragas e doenças têm sido notado durante o cultivo intensivo. Em caso de ataque de pragas grave a melhor opção é esvaziar todo o leito e lay out de uma cama fresca em um local diferente. Com este método o custo de produção de Azolla é inferior a Rs 0,65 por quilo, o que equivale a EUA $ 0,015.

Conclusão

Azolla pode ser usado como uma alimentação ideal para o gado, peixes, suínos e aves, e também é de valor como um bio-fertilizante para zonas húmidas de arroz. É popular e amplamente cultivada em outros países como China, Vietnã e Filipinas, mas ainda tem de ser tomadas na Índia, em grande forma. Os produtores de leite no sul de Kerala e Kanyakumari começaram a ocupar a tecnologia de produção de baixo custo e esperamos que a tecnologia Azolla será retomado mais amplamente por produtores de leite, em particular aqueles que têm muito pouca terra para a produção de forragem.

Texto: P. Kamalasanana Pillai, S. e S. Premalatha Rajamony Projeto de Desenvolvimento de Recursos Naturais, Vivekananda Kendra, Kanyakumari 629 702, Índia.. E-mail: vknardep@md5.vsnl.net.in

Este artigo é um resumo do artigo "AZOLLA - Um substituto alimentar sustentável para a pecuária", por P. Kamalasanana Pillai, S. Premalatha, S. Rajamony. O artigo completo foi publicado em LEISA Índia, o número 4 Fascículo 1, março de 2002.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Os porquês da FOME

por Esther Vivas



Vivemos em um mundo de abundância. Hoje se produz comida para 12 bilhões de pessoas, segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), quando no planeta habitam 7 bilhões. Comida, existe. Então, por que uma em cada sete pessoas no mundo passa fome?


A emergência alimentar que afeta mais de 10 milhões de pessoas no Chifre da África voltou colocar na atualidade a fatalidade de uma catástrofe que não tem nada de natural. Secas, inundações, conflitos bélicos… contribuem para agudizar uma situação de extrema vulnerabilidade alimentar, mas não são os únicos fatores que a explicam.



A situação de fome no Chifre da África não é novidade. Somália vive uma situação de insegurança alimentar ha 20 anos. E, periodicamente, os meios de comunicação removem nossos confortáveis sofás e nos recordam o impacto dramático da fome no mundo. Em 1984, quase um milhão de pessoas mortas na Etiópia; em 1992, 300 mil somalenses faleceram por causa da fome; em 2005, quase cinco milhões de pessoas a beira da morte no Malaui, só para citar alguns casos.



A fome não é uma fatalidade inevitável que afeta a determinados países. As causas da fome são políticas. Quem controla os recursos naturais(terra, água, sementes) que permitem a produção de comida? A quem beneficiam as políticas agrícolas e alimentares? Hoja, os alimentos se converteram em uma mercadoria e sua função principal, alimentar-nos, ficou em segundo plano.



Se aponta a seca, com a consequente perda de colheitas e gado, como um dos principais desencadeadores da fome no Chifre da África, mas como se explica que países como Estados Unidos o Austrália, que sofrem periodicamente secas severas, não sofram fomes extremas? Evidentemente, os fenômenos meteorológicos podem agravar os problemas alimentares, mas não bastam para explicar as causas da fome. No que diz respeito a produção de alimentos, o controle dos recursos naturais é chave para entender quem e para quê se produz.


Em muitos países do Chifre da África, o acesso a terra é um bem escaso. A compra massiva de solo fértil por parte de investidores estrangeiros (agroindústria, Governos, fundos especulativos…) têm provocado a expulsão de milhares de camponeses de suas terras, diminuindo a capacidade destes países para se auto-abastecerem. Asim, enquanto o Programa Mundial de Alimentos tenta dar de comer a milhões de refugiados no Sudão, se dá o paradoxo de que governos estrangeiros (Kuwait, Emiratos Árabes Unidos, Coreia…) os compram terras para produzir e exportar alimentos para suas populações.

Asim mesmo, ha que recordar que Somália, apesar das secas recorrentes, foi um país auto-suficiente na produção de alimentos até o final dos anos setenta. Sua soberania alimentar foi arrebatada em décadas posteriores. A partir dos anos oitenta, as políticas impostas pelo Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial para que o país pagasse sua dívida com o Clube de Paris, forçaram a aplicação de um conjunto de medidas de ajuste. No que se refere a agricultura, estas implicaram uma política de liberalização comercial e abertura de seus mercados, permitindo a entrada massiva de produtos subvencionados, como o arroz e o trigo, de multinacionais agro-industriais norte-americanas e europeias, que começaram a vender seus produtos por debaixo de seu preço de custo e fazendo a competição desleal com os produtores autóctonos. As desvalorizações periódicas da moeda somalense geraram também a alta do preço dos insumos e o fomento de uma política de monocultivos para a exportação forçou, paulatinamente, o abandono do campo. Histórias parecidas se deram não só nos países da África, mas também na América Latina e Ásia.

A subida do preço de cereais básicos é outro dos elementos assinalados como detonante da fome no Chifre da África. na Somália, o preço do milho e o sorgo vermelho aumentou 106% e 180% respectivamente em apenas um ano. Na Etiópia, o custo do trigo subiu 85% em relação ao ano anterior. E no Quênia, o milho alcançou um valor 55% superior ao de 2010. Uma alta que converteu estes alimentos em inacessíveis. Mas, quais são as razões da escalada dos preços? Vários indícios apontam a especulação financeira com as matérias primas alimentares como uma das causas principais.



O preço dos alimentos se determina nas Bolsas de valores, a mais importante das quais, a nível mundial, é a de Chicago, enquanto que na Europa os alimentos se comercializam nas Bolsas de futuros de Londres, Paris, Amsterdam e Frankfurt. Mas, hoje em dia, a maior parte da compra e venda destas mercadorias não corresponde a intercâmbios comerciais reais. Se calcula que, nas palavras de Mike Masters, do hedge fund Masters Capital Management, 75% do investimento financeiro no setor agrícola é de caráter especulativo. Se compram e vendem matérias primas com o objetivo de especular e fazer negócio, repercutindo finalmente em um aumento do preço da comida para o consumidor final. Os mesmos bancos, fundos de alto risco, companhias de seguros, que causaram a crise das hipotecas subprime, são quem hoje especula com a comida, aproveitandp-se dos mercados globais profundamente desregularizados e altamente rentáveis.


A crise alimentar em escala global e a fome no Chifre da África em particular são resultado da globalização alimentar a serviço dos interesses privados. A cadeia de produção, distribuição e consumo de alimentos está nas mãos de umas poucas multinacionais que antepõem seus interesses particulares às necessidades coletivas e que ao largo das últimas décadas têm erosionado, com o apoio des instituições financeiras internacionais, a capacidade dos Estados do sul para decidir sobre suas políticas agrícolas e alimentares.


Voltando ao princípio, Por quê existe fome em um mundo de abundância? A produção de alimentos se multiplicou por três desde os anos sessenta, enquanto que a população mundial tão só duplicou desde então. Não estamos enfrentando um problema de produção de comida, mas sim um problema de acesso. Como assinalou o relator da ONU para o direito a alimentação, Olivier de Schutter, em uma entrevista a EL PAÍS: “A fome é um problema político. E uma questão de justiça social e políticas de redistribuição”.



Se queremos acabar com a fome no mundo é urgente apostar por outras políticas agrícolas e alimentares que coloquem no seu centro as pessoas, as suas necessidades, a aqueles que trabalham a terra e o eco-sistema. Apostar pelo que o movimento internacional da Vía Campesina chama a “soberania alimentar”, e recuperar a capacidade de decidir sobre aquilo que comemos. Tomando emprestado um dos lemas mais conhecidos do Movimiento 15-M, é necessário uma “democracia real,já” na agricultura e na alimentação.

*Esther Vivas, do Centro de Estudos sobre Movimentos Sociais da Universidad Pompeu Fabra. Artigo em El País, 30/07/2011.
***Tradução português : Paulo Marques para o blog www.economiasocialistads.blogspot.com

terça-feira, 2 de agosto de 2011

O MEL néctar dos deuses produzido por insetos.


Há séculos, a produção de mel tem sido explorada pelo homem para a fabricação de alimentos, remédios e

 até cosméticos. No Brasil, o setor se desenvolveu com a chegada dos europeus e hoje o país já o terceiro maior produtor do mundo. O que pouca gente sabe é que, além das vantagens econômicas, a atividade também traz benefícios incalculáveis ao meio ambiente. A engenharia executada de forma perfeita pelas abelhas permite a polinização de plantas e a diversificação de espécies.


Mel néctar dos deuses produzido por insetos

Não é de hoje que a humanidade descobriu o poder do mel e suas propriedades terapêuticas. Seu uso já era descrito na pré-história e em manuscritos egípcios, gregos e romanos. Esquecido na Idade Média, ele agora volta a ser largamente consumido

Ele foi como a energia elétrica para a Antigüidade. Nas casas e ruas, velas e tochas feitas com a cera das abelhas podiam ficar acesas durante horas. Também era um conservante de uso geral: servia para manter os alimentos, a pele e os mortos embalsamados em bom estado. Na medicina da época, era um remédio poderoso: como antiinflamatório e cicatrizante de ferimentos, para curar queimaduras e uma série de doenças, de gripes a fraqueza. Era ainda alimento, adoçante e ingrediente indispensável em doces e salgados.




Então, subitamente, no final da Idade Média, o mel desapareceu do uso humano. Começava a era do açúcar de beterraba e, depois, da cana-de-açúcar. Embora a sua propriedade de adoçante fosse apenas uma entre tantas outras, o mel caiu no esquecimento também como remédio e alimento.



O século 21 o está reabilitando em escala mundial. Estados Unidos e Europa são grandes importadores do mel de países como China (primeiro produtor do mundo) e Brasil (quinto maior exportador para os EUA). Nos últimos dois anos, nossas exportações quadruplicaram, apesar dos embargos impostos pela União Européia. Vendemos o quilo a US$ 1,74. A cera e a própolis, em torno de US$ 100 o quilo. O equivalente em barril de petróleo valeria US$ 16 mil, um preço fantástico comparado ao do ouro negro.

E os usos do mel nestes tempos são os mesmos da Antigüidade, com exceção do embalsamamento de cadáveres. Duas colheres de sopa por dia servem para fixar o cálcio no organismo - por esse motivo ele era utilizado como fortificante pelos antigos. Uma gota de geléia real ao dia estimula o tônus sexual. Gotas de própolis aplicadas externamente fazem desaparecer rugas e cicatrizes.

Uma colméia de abelhas, com 50 mil indivíduos, é tão asséptica quanto uma sala de cirurgia, apesar da temperatura constante de 37º C no seu interior. Isso se deve à própolis, resina que as abelhas colhem de brotos de plantas e botões de flores. Elas a utilizam para dar rigidez à estrutura da colméia e vedar fendas. Como a resina é antibiótica, nenhum germe se propaga na colméia.


Em 2005, pesquisadores da Universidade de Zagreb, na Croácia, descobriram que a própolis é capaz de reduzir tumores cancerígenos. Inoculada em células cancerosas de ratos de laboratório, a substância reduziu de 62 para 15 as metástases, quase o dobro do obtido pela quimioterapia convencional - de 62 para 28. Os pesquisadores decidiram então combinar a própolis com quimioterapia, e conseguiram reduzir as metástases para apenas quatro! Estudos em células humanas já estão em curso.

SABE-SE QUE a própolis possui mais de 300 substâncias ativas, entre elas flavonóides, polifenóis e antioxidantes. No ano passado, cientistas da Universidade de Bochum, na Alemanha, anunciaram que a molécula CLU502 destruiu in vitro as células de um neuroblastoma, tipo de câncer cerebral que ocorre sobretudo em crianças. Células sadias não foram danificadas. A pesquisa continua.

Onde existem abelhas e colméias é porque o equilíbrio ambiental está mantido. Elas são suas sentinelas. Estudos feitos na França estimaram que 74% das colméias existentes no país foram abandonadas pelas abelhas em 2006, por motivos diversos: falta de espécies arbóreas que as atraíssem, parasitas, excesso de pesticidas nas plantações e, talvez, ondas eletromagnéticas emitidas pelos telefones celulares. Essa forma de radiação estaria interferindo nos sistemas de vôo das operárias. Em conseqüência, não acham mais o caminho de casa e morrem de fome.


Depois de recolher o pólen das flores, as operárias depositam fermentos lácteos sobre os grãozinhos, como se faz para preparar a massa do pão. O resultado é mais que um pão: cada 100 gramas de massa de pólen têm a proteína de sete ovos ou de um bife de 400 gramas de carne de boi.

O pólen é um estimulante do sistema imunológico, por conter vitaminas B, C e E, oito aminoácidos essenciais e o selênio, antioxidante raro na nossa alimentação. Contém ainda carotenóides com propriedades antiinflamatórias. Examinada em laboratório, verificou-se que a massa de pólen tem entre 1 milhão e 10 milhões de unidades de fermento lácteo por grama, o que a torna um probiótico igual aos iogurtes. Ótimo para a digestão e a flora intestinal.

Pesquisadores de Toulouse, na França, provocaram uma inflamação no cólon intestinal de ratos de laboratório; um grupo recebeu a massa de pólen de abelhas e o outro foi alimentado sem ela. O primeiro grupo teve 30% menos lesões que o segundo.

Por Sheila Lobato


fonte: revista saúde http://www.terra.com.br/revistaplaneta/edicoes/433/artigo104987-2.htm

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Agricultura Urbana , plante verduras e hortaliças em pequenos espaços!

Produzir alimentos e, ao mesmo tempo, ajudar a preservar a natureza. Este é o objetivo da agricultura urbana, uma atividade que a cada dia ganha mais adeptos no Brasil. São tantos os exemplos de hortas dentro das cidades que a iniciativa virou programa de governo. Nesta edição, você aprende como é possível plantar verduras e hortaliças em pequenos espaços sem agredir o meio ambiente.


Agricultura urbana from Momento Ambiental on Vimeo.


Acredite, vale a pena cultivar o seu alimento!
alexandre panerai
eng. agrônomo

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Amora-Preta: nova opção para a diversificação das propriedades frutícolas

A amora-preta tem, nos últimos anos, despertado a atenção dos produtores e do mercado consumidor mundial. Associada a tais vantagens, como alimentos funcionais, capazes de prevenir e controlar determinadas doenças, tem aumentado a procura por esse fruto.



Os alimentos funcionais com efeito antioxidante removem os radicais livres, e têm como principal função o controle e a prevenção dos processos oxidativos e degenerativos que ocorrem no organismo, encontrado em diversos alimentos, como: amora, cereja, jabuticaba, morango, uva e vinho tinto.

Extratos de amora-preta tem efeito anti-mutagênico e anticarcinogênico para as linhagens humanas de câncer de útero, câncer de cólon, câncer oral, câncer de mama, câncer de próstata e câncer de pulmão. A amora-preta contém pectina em abundância, uma fibra solúvel que ajuda a reduzir os níveis de colesterol no sangue, atuando na prevenção de enfermidades cardiovasculares e circulatórias, no diabetes e no mal de Alzheimer. É muito recomendável aos que têm o organismo saturado de ácidos, como os que sofrem de reumatismo, gota e artrite.

 
Seu alto teor de ferro, em combinação com o cobre, faz com que a amora seja especialmente indicada contra a anemia, possui também propriedades diuréticas por seu alto teor de potássio, além de ser reguladora da pressão sangüínea.
Por tanto, o consumo desta fruta é importante para prevenir e controlar diversas doenças, juntamente com uma alimentação variada e nutricionalmente equilibrada.

Assinado por: Karen Tavares e Luciana Pachec



A amora preta, assim como a framboesa, faz parte de um grande grupo de plantas do gênero Rubus. Este gênero pertence à família Rosaceae, onde existem outros gêneros de importância para a fruticultura (Malus – maçã, Prunus – pêssego e ameixa, Pyrus – pêra, Cydonia – marmelo, entre outros).

A amora-preta é uma espécie arbustiva de porte ereto ou rasteiro, que produz frutos agregados, com cerca de 4 a 7 gramas de coloração negra e sabor ácido a doce-ácido. Apresentam em suas principais variedades comerciais espinhos, que exigem do operador da colheita muito cuidado com sua integridade física e com a qualidade do fruto. São plantas que só produzem em ramos de ano, sendo após a colheita eliminados, enquanto alguns ramos estão produzindo, outras hastes emergem e crescem renovando o material para a próxima produção.

No Rio Grande do Sul, a amora-preta tem tido grande aceitação pelos produtores, devido ao seu baixo custo de produção, facilidade de manejo, rusticidade e pouca utilização de defensivos agrícolas. A produtividade pode alcançar até 10.000 kg/ha/ano sob condições adequadas. No Estado de São Paulo, a região de Campos do Jordão é a mais representativa e em Minas Gerais os primeiros plantios estão sendo realizados em Caldas, Baependi e Barbacena. Regiões de clima temperado de altitude (superiores a 1.000 metros) são as preferencialmente exploradas.

As frutas podem ser usadas para consumo ‘in natura’ ou industrializados na forma de sucos naturais e concentrados, fruta em calda, polpa para sorvetes, corantes naturais e produtos geleificados, como geléias e doces cremosos. Além dessa versatilidade, a tecnologia de industrialização é simples e acessível.



Existe um número elevado de espécies dentro do gênero, perto de 300. Sua origem não é muito definida (provavelmente da Ásia, introduzidas na Europa por volta do século XVII), possuindo características de adaptação climática muito variadas, podendo encontrar cultivaros com exigência de frio (abaixo de 7,2 C) desde 100 horas ate 1000 horas/ano para quebra de dormência.

A amora preta se desenvolve bem em diversos tipos de solos, mas bem drenados, com pH entre 5,5 a 6,5. Pode-se utilizar irrigação, desde que sem exagero. É de porte ereto ou rasteiro, podendo atingir ate 2 metros de altura. As podas são necessárias para limpeza e frutificação. A longevidade é de 15 anos.

Propagação

A propagação da amoreira-preta se faz através de estacas de raízes (CALDWELL, 1984) as quais estas, por ocasião do repouso vegetativo, são preparadas e enviveiradas em sacolas plásticas.

Podem também ser usados brotos (rebentos), originados das plantas cultivadas. O uso de estacas herbáceas é uma das alternativas viáveis (RASEIRA et al., 1984; PERUZZO et al., 1995). Além destes, a multiplicação através da cultura de tecidos já é bem conhecida.
A multiplicação através de perfilhos retirados das entrelinhas de cultivo pode ser realizada, em muitos casos não há número suficiente de mudas e estas normalmente estão com tamanhos irregulares, além do estresse que pode ser causado no sistema radicular da planta-mãe.

Quer saber mais sobre a amora preta;
 
http://www.todafruta.com.br/todafruta/mostra_conteudo.asp?conteudo=12361, às 21:59h; de 2 de fevereiro de 2008.http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/


Amora/ProducaodeMudasAmoraPreta/cap04.htm às 15:13 de 18 de março de 2008.

http://www.portaldoagronegocio.com.br/index.php?p=texto&&idT=935 às 13:45 de 16 de março de 2008.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Hortas urbanas utilizando pneus velhos

Hortas urbanas ou de telhados

por Martin Price.

É possivel fazer hortas em pequenos espaços, desde que a água (incluindo água já usada) esteja disponível. Cultive vegetais que adicionem sabor e nutrientes à dieta da família. Ervas, cebolas, tomates, pimentões e vegetais de folhas verdes escuras como espinafre são ideais.
Existem três factores principais para se fazerem hortas de telhado:



As hortas devem ser leves.

As hortas devem custar pouco ou nada.

Os métodos devem ser fiáveis – para que as pessoas desenvolvam a sua confiança no método.

De acordo com a nossa experiência, praticamente qualquer coisa pode crescer em uma sementeira rasa. A profundidade da sementeira determina com que frequência se deverá regar.

Os fertilizantes são um grande problema em áreas urbanas – é pouco provável que haja estrume disponível. Os fertilizantes inorgânicos podem ser conseguidos mais facilmente. Os adubos compostos também são mais difíceis de serem feitos em telhados devido ao cheiro, pragas de insectos e ratos.

Hortas em pneus

Hortas em pneus são fáceis de serem feitas e transportadas. Pneus velhos geralmente podem ser encontrados na maioria dos lugares. Coloque um pneu de carro deitado no chão. Corte a parte lateral superior com uma faca afiada ou um machado. Se disponível, coloque um pedaço de tela de arame na base (ignore isto se a tela não estiver disponível). Cubra com um pedaço de plástico suficientemente grande para cobrir toda a base e parte dos lados internos do pneu. A seguir vire a parte lateral superior (a qual for cortada) de cabeça para baixo. Ela se encaixará bem justa sobre a lateral inferior, mantendo o plástico firmemente no lugar.

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quarta-feira, 13 de julho de 2011

Feira incentiva preservação de sementes crioulas em Goiás

Pequenos agricultores de Catalão participaram de uma feira com produtores de 10 estados e até do exterior , para incentivar a preservação das sementes crioulas. Elas são nativas de uma determinada região e não sofreram melhoramento genético, nem transgenia.











“Deus dá a semente para o semeador, Também dará o pão em alimento; Para vocês multiplicará a semente,

E, ainda fará crescer o fruto da justiça que vocês têm.” ( 2Cor 9,10).

VOCE TEM SEMENTES CRIOULAS? SABE COMO PRESERVÁ-LAS?
LEIA A CARTILHA.

CARTILHA CASA DAS SEMENTES CRIOULAS
http://api.ning.com/files/OEtlLybTG9iubCJ4aCGwoO2Kwm-rKBisg0mI6t8Yv5Edo*oMlGm7I4nrBpI3Tm1cP3ByF1On8qALFVvBovURKXnv28UeLFn*/Casadesementescrioulas.pdf

terça-feira, 5 de julho de 2011

INCREMENTANDO A BIODIVERSIDADE NO AGROECOSSISTEMA

Boa tarde amigos internautas! Tenho incentivado muito, por onde ando, este aumento de biodiversidade. Seja no plantio de espécies condimentares, flores, folhagens e preservando as plantas rústicas do local. Observe na sua propriedade, no seu terreno, as plantas que possui e distribua as que estão monopolizando o local. Partilhe os seus excessos.
alexandre

A biodiversidade se refere a todas as espécies de plantas, animais e microrganismos que existem e interagem reciprocamente dentro de um ecossistema. Em todos agroecossistemas, os polinizadores, os inimigos naturais, as minhocas e os microrganismos do solo são componentes chaves da biodiversidade e têm papel importante ao mediarem processos como controle natural, reciclagem de nutrientes e decomposição.


Os monocultivos estão estabelecidos em grandes áreas e caracterizam-se pela homogeneização genética das variedades, aumento de densidade de plantas, eliminação da rotação de culturas, uso de fertilizantes, irrigação e outras modificações ambientais, como a diminuição do aporte de adubo orgânico. Todos estes fatores têm incrementado a presença de doenças e pragas.

Vários estudos têm demonstrado que o aumento da biodiversidade de agroecossistemas causa a diminuição de problemas de doenças e pragas pelo incremento da ação de predadores, parasitóides e antagonistas. Neste último caso, o controle biológico de patógenos é o fator determinante na redução das doenças.

O manejo adequado de plantas espontâneas também tem contribuído para o aumento da biodiversidade. Nem sempre uma planta espontânea é prejudicial e o manejo adequado pode levar ao maior aproveitamento da energia solar, à manutenção da cobertura do solo e de agentes de controle biológico e polinizadores, além de outras diferentes funções de importância para o equilíbrio do agroecossistema. Portanto, no manejo de plantas espontâneas há que se observar a função ecológica de cada espécie, quais são as plantas que são realmente problemáticas e quais as que não se pode conviver. De posse desta informação, se pode elaborar o manejo baseado em diferente estratégias de convivência.

O redesenho de agroecossistema para uma maior biodiversidade passa, obrigatoriamente, pela substituição paulatina de monocultivos por policultivos. Para cada caso há que se observar os aspectos inerentes à cada região. Entretanto, de um modo geral, a adoção de algumas práticas em conjunto contribuem grandemente para a melhoria da biodiversidade em diferentes situações:


• Manter as plantas espontâneas da bordadura da plantação e cinturões verdes de matas nativas;

• Utilizar adubação verde, orgânica ou compostagem para incrementar a população de microrganismos no solo;

• Manter o cultivo com cobertura verde, realizando somente a roça, quando as plantas atingiram uma altura excessiva;

• Incrementar a diversidade genética do cultivo (policultivos), realizando o plantio consorciado com outras espécies ou combinações de três ou quatro variedades de uma mesma espécie;

• Fazer rotações de culturas;

• Utilizar quebra-ventos e/ou árvores dentro do cultivo;

• Eliminar ou reduzir o uso de defensivos agrícolas.



Cristiane de Jesus Barbosa
Pesquisadora - EMBRAPA/CNPMF

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