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A arte de podar nasceu da irracional iniciativa de um asno e essa origem muar desse ramo da horticultura parece ter influído até hoje na evolução pouco esclarecida dos processos e métodos mundiais de poda. Contam-nos Portes & Ruyssen (1884) que, segundo Pausâmias, geógrafo e historiador grego, foi um jumento que, devorando os sarmentos de uma videira, deu aos nauplianos a idéia de podá-la (Inglez de Souza, 1986). Considera-se que cabras, ovelhas e burros foram os descobridores da poda e portanto são chamados de os pais da poda.
Quando as plantas começam a diminuir a sua atividade fisiológica ou seja com a
chegada do frio, é sabido que está chegando a hora correta de se fazer uso da
tesoura de poda. Deve-se então preparar com antecedência as ferramentas com por
exemplo: amolar as ferramentas, limpar as lâminas impregnadas de ferrugem por
estarem guardadas desde o ano anterior, lubrificar a mola da tesoura e afiar o
serrote. O ritual do corte está para começar.
Podar vem do latim putare, que significa limpar, derramar.
Já Cândido de Figueiredo esclarece que podar eqüivale a “limpar ou cortar a
rama ou braços inúteis das videiras, árvores, etc.”.
Para Joaquim Rasteiro, citado por Inglez de Souza, 1986, “é o conjunto de
cortes executados numa árvore, com o fim de lhe regularizar a produção,
aumentar e melhorar os frutos, mantendo o completo equilíbrio entre a
frutificação e a vegetação normal, e, também com o fim de ajudar a tomar e a
conservar a forma própria da sua natureza, ou mesmo de a sujeitar a formas consentâneas
ao propósitos econômicos de sua exploração”.
Para Acerete a definição acadêmica de podar é “cortar o quitar las ramas
superfluas de los árboles, vides e otras plantas, para que fructifiquen con más
vigor”.
Bailey, citado por Inglez de Souza, diz em sua enciclopédia de horticultura que
“poda é a remoção metódica das partes de uma planta com o objetivo de
melhorá-la em algum aspecto para os interesses do cultivador”.
A poda é a arte e a técnica de orientar e educar as plantas, de modo compatível
com o fim que se tem em vista (Simão, 1998).
Embora seja praticada para dirigir a árvore segundo o capricho do homem, a
utilização da poda, em fruticultura, tem por objetivo regularizar a produção e
melhorar a qualidade dos frutos. Embora possa ter apenas função estética, no
embelezamento de gramados, cercas vivas, caramanchões, arvoretas e outros
elementos da arquitetura paisagista.
É o conjunto de cortes executados numa árvore, com o objetivo de regularizar a
produção, aumentar e melhorar os frutos, mantendo o completo equilíbrio entre a
frutificação e a vegetação normal;
É a técnica e a arte de modificar o crescimento natural das plantas frutíferas,
com o objetivo de estabelecer o equilíbrio entre a vegetação e a frutificação.
É a remoção metódica das partes de uma planta, com o objetivo de melhorá-la em
algum aspecto de interesse do fruticultor.
A poda por si só, no entanto, não resolve outros problemas ligados à
produtividade.
Ela é uma das operações, porém outras medidas são necessárias, tais como:
fertilização adequada para corrigir possíveis deficiências nutricionais do
solo, irrigação e drenagem para manter um nível adequado de umidade, controle
fitossanitário para combate de doenças e pragas, afinidade entre enxerto e
porta-enxerto, plantas auto-férteis ou compatíveis, polinização, condições
climáticas e edáficas favoráveis.
A importância de se podar varia de espécie para espécie, assim poderá ser
decisiva para uma, enquanto que para outra, ela é praticamente dispensável. Com
relação à importância, as espécies podem ser agrupadas em:
· Decisiva: Videira, pessegueiro, figueira, nespereira.
· Relativa: Pereira, macieira, caquizeiro, oliveira.
· Pouca importância: Citros, abacateiro, mangueira, nogueira, pecã.
Como regra geral para se saber se a poda é uma operação importante ou não,
pode-se estabelecer que ela é tanto mais necessária quanto mais intensiva for a
exploração frutícola e, inversamente menor a sua importância quanto mais
extensiva for a cultura (Inglez de Souza, 1986). Esta importância da poda está
também diretamente relacionada com o objetivo da exploração, ou seja, que tipo
de produto o mercado exige; pois com a poda pode-se melhorar o tamanho e a
qualidade dos frutos.
O podador, deverá fazer uso de seus conhecimentos e habilidades, onde um gesto
seguro reflete a convicção de quem acredita que a interferência humana é
imprescindível para modelar um pomar. Na natureza, as plantas crescem sem
qualquer modelamento, buscam sempre a tendência natural de crescerem em direção
à luz, tomando a forma vertical, e com isso perdem a regularidade de produção.
Para que a poda produza os resultados esperados, é importante que seja
executada levando-se em consideração a fisiologia e a biologia da planta e seja
aplicada com moderação e oportunidade.
Segundo Inglez de Souza, 1986, os sete objetivos principais da poda são:
1º- Modificar o vigor da planta;
2º- Produzir mais e melhor fruta;
3º- Manter a planta com um porte conveniente ao seu trato e manuseio;
4º- Modificar a tendência da planta em produzir mais ramos vegetativos que
frutíferos ou vice-versa;
5º- Conduzir a planta a uma forma desejada;
6º- Suprimir ramos supérfluos, inconvenientes, doentes e mortos;
7º- Regular a alternância das safras, de modo a obter anualmente colheitas
médias com regularidade.
Por que é necessário o recurso da poda? Não é verdade que, no seu estado
selvagem, as plantas não são podadas e, apesar disso, se desenvolvem em
perfeitas condições? Esta pergunta é formulada muitas vezes, mas, de fato, a
natureza tem o seu próprio método de poda. Os ramos pequenos desprendem-se
naturalmente e os galhos finos, as folhas e as flores morrem e caem. Vagarosa
mas continuamente, todas as plantas sofrem um processo de renovação natural.
Pela poda não fazemos mais do que acelerar, embora parcialmente esse processo
normal (Brickell, 1979).