quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Tomate cereja no sítio em Montenegro

Bom dia ! Conseguimos colher alguns quilos de tomate cereja no sítio, neste único pé, que nasceu devido a colocação de composto no canteiro. Este composto é originário do nosso minhocário.
Incrível que sem caseiro no sítio, estamos colhendo muitas frutas e verduras.
Realmente estes tomates são muito doces e por enquanto nenhuma praga ou doença atacou esta planta.
As fotos são de 31/12/2011.
alexandre


O tomate cereja é muito saboroso e adocicado devido ao maior graus brix, que pode chegar de 9 a 12, enquanto os tomates tradicionais apresentam em média 5.

Cultivo:

O cultivo do tomate cereja é relativamente fácil, semelhante ao dos tomates tradicionais. Planta-se as sementes em bandejas-sementeiras, ou em vasos pequenos. Depois de 30 dias em média, as mudas são transferidas para o local definitivo, onde é feito o estaqueamento. A época de plantio vai de agosto a dezembro no sul do Brasil ou durante todo o ano nas regiões quentes. O amadurecimento começa a ocorrer cerca de três meses após o plantio definitivo. A colheita pode ser realizada diariamente durante até seis meses, desde que a planta não seja atingida por doenças nem pelo frio.
Produtividade:

Pode produzir 60 toneladas por hectares em boas condições e com irrigação. Em estufas, a produção é bem maior, pode-se chegar ao dobro em relação a campo aberto.

Adubação:

Devido o tomate ser muito suscetível ao ataque de pragas e doenças por natureza, a adubação é de extrema importância, pois fornecendo os nutrientes adequados, teremos uma planta mais resistente, vigorosa e produtiva.

Irrigação:

A irrigação é de grande importância. A irrigação mais indicada para áreas comerciais é a por gotejamento localizada, pois a mesma é a que apresenta melhor eficiência e permite a fertirrigação, aonde os nutrientes são diluidos na água e aplicados na irrigação, com isso você pode aplicar parceladamento os nutrientes, assim aproveitando melhor os mesmo e evitando perdas por lixiviação, volatização, etc.


terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Biodiversidade, produção orgânica e nutrição


Por: Joop Stoltenborg

A produção orgânica procura se aproximar da biodiversidade natural para produzir alimentos com maior valor nutritivo.

O mais marcante na natureza é a diversidade. Cada planta, no ambiente natural, tem à sua disposição os restos em decomposição das mais variadas plantas mortas para se alimentar. Frutas e plantas selvagens comestíveis têm a fama de serem muito saudáveis As pessoas de idade que moravam na área rural falam com muitas saudades e entusiasmo das frutas do cerrado: guabiroba, pitangas etc., que elas comiam e dizem que deixavam as crianças com boa saúde. Se a natureza providenciou essa diversidade é porque ela é importante. Frangos e galinhas que andam soltos sabem instintivamente se alimentar bem com uma variação de plantas, ciscando a terra para comer insetos e inclusive pedrinhas. Gado que tem à disposição um pasto com vários tipos de grama, leguminosas, arbustos e ervas produz uma qualidade de leite e carne superior à do gado que só tem braquiária para comer. Estudos mostram que o valor nutritivo dos nossos alimentos caiu vertiginosamente nos últimos 45 anos.

Na produção orgânica de verduras e frutas busca-se a diversidade na 'alimentação' (adubação) das mesmas, para produzir víveres que sejam realmente nutritivos.

Nós podemos aumentar a diversidade de 'alimentos' para as plantas com uma técnica chamada adubação verde, que consiste em semear uma mistura de sementes de várias plantas que, depois de alguns meses, são roçadas e /ou misturadas com a terra. Essas plantas em decomposição servem de alimento no crescimento das verduras e frutas orgânicas. Quanto maior a variedade dessa mistura de sementes da adubação verde, mais nutrientes vão ficar disponíveis na terra para a plantação das verduras e legumes. Acontece que cada planta da mistura da adubação verde tem uma necessidade de nutrição diferente: algumas tiram mais zinco da terra, outras procuram mais nitrogênio, outras mais potássio, então o conjunto dessas plantas explora o subsolo com as raízes. Cada centímetro cúbico do solo e subsolo é visitado por raízes das várias plantas que, juntas, levam os elementos perdidos no fundo da terra de volta para a superfície para ficarem assim disponíveis para a próxima plantação.

Além da adubação verde, podemos fazer biofertilizante: é um líquido fermentado com uma diversidade de plantas como ervas daninhas, verduras, frutas, etc., pó de rochas de vários tipos como granito, mármore, basalto, que forma outro adubo com muita diversidade e ajuda as plantas com uma riqueza de elementos, dando a ela mais sabor e muito mais saúde aos consumidores.

O consumidor orgânico, além de cuidar da sua própria saúde, cuida também da fertilidade da terra e a preservação da biodiversidade.


domingo, 5 de fevereiro de 2012

Batata-doce alaranjada e rica em vitamina A é aposta no DF!

Em uma propriedade localizada no núcleo rural Tabatinga, em Planaltina, a família Falqueto está colhendo batata-doce alaranjada. A raiz também é conhecida por beauregard.

A cor é a principal diferença da variedade se comparada a outros tipos de batata-doce. A beauregard foi lançada pela Embrapa em 2010, mas antes disso, José Falqueto fazia os primeiros testes do produto. O agricultor é um dos produtores selecionados para testar as variedades antes de serem lançadas.

Com exceção da região Sul, onde o inverno é mais rigoroso, a batata-doce de cor alaranjada pode ser plantada em qualquer época do ano. As técnicas de cultivo e manejo são as mesmas da batata-doce de polpa branca.

José conta que não usa herbicidas e que aproveita os resíduos dos nutrientes da cultura anterior no plantio. O gasto é apenas com a irrigação por aspersor na época de seca.

A batata alaranjada tem várias vantagens, uma delas é o custo de produção, como explica a agrônoma Fernanda Rausch. “Ela pode ser cultivada por agricultores de base familiar com um pequeno emprego de insumo. Nos locais onde ela foi produzida, nós observamos bons resultados. A avaliação junto aos produtores foi bem positiva porque a produtividade é impressionante”.

Apesar da aparência diferente, a batata alaranjada tem o cheiro e o sabor iguais aos da batata-doce tradicional.

Além do custo baixo e da boa produtividade, a batata-doce alaranjada tem mais um atrativo, a nutrição. De acordo com a Embrapa, a variedade tem 10 vezes mais pró-vitamina A.

“O foco desse trabalho é atuar nas regiões onde se tem maior histórico de deficiência de pró-vitamina A. No nosso caso, no Brasil o foco principal é a região Nordeste. A batata-doce é rústica, resistente à seca e fácil de produzir”, explica Wérito Fernandes de Melo, agrônomo da Embrapa.

Fonte: http://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2012/02/batata-doce-alaranjada-e-rica-em-vitamina-e-aposta-no-df.html

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Sonho que se sonha junto é realidade!

Belo exemplo de luta do Marcos Palmeira! Pretendo trabalhar em um projeto semelhante, graças ao meu amigo Roberto.
alexandre

A fazenda Vale das Palmeiras surgiu de um sonho de criança, no interior da Bahia, quando eu e o meu amigo Rildo, debaixo dos nossos 13 anos, firmamos um pacto: um dia teríamos um pedaço de chão juntos para que pudéssemos criar gado e cavalo. Em 1987, depois de muito procurarmos, me deparei com uma fazenda produtora de hortaliças em Teresópolis.


Decidi que ali seria o lugar para começarmos o sonho. Adquiri a propriedade com todas as minhas economias e iniciamos ali o aprendizado sobre a importância de se produzir alimentos. Depois de um período inicial totalmente nos moldes convencionais, descobri que os produtores não comiam o que plantavam.....

http://www.fazendavaledaspalmeiras.com.br/index.php/a-fazenda/



Continuamos sonhando que um dia viveremos num mundo sustentável.



Que a agroecologia se multiplique e que o Brasil se torne o maior celeiro de produtos orgânicos do mundo.

O problema da fome é parecido com o do dinheiro. Não falta comida. Ela esta é mal distribuída, assim como o dinheiro.

Estamos às ordens para dividirmos conhecimento e aprendermos mais com a vida e com as pessoas!

Como diz o poeta: sonho que se sonha só é só um sonho que se sonha só, mas sonho que se sonha junto é realidade!



quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

A mentira sobre os agrotóxicos

Por: Tini Schoenmaker Stoltenborg


A revista “Veja” publicou uma reportagem com o título “A verdade sobre os agrotóxicos” saindo em defesa dos mesmos. A fabricação e venda de agrotóxicos é um negócio bilionário no mundo e mais ainda no Brasil, campeão de uso.

A publicação dos resultados das análises de hortifruti pela Anvisa, apontando produtos com excesso de resíduos de agrotóxicos e resíduos de agrotóxicos proibidos, incomoda, e muito, este setor. A maior preocupação passou a ser como minimizar os efeitos dos dados da pesquisa e evitar que consumidores conscientes se tornem adeptos dos orgânicos. O caminho que escolheram foi encontrar pessoas e uma revista de opinião dispostas a servirem de porta-voz.

O artigo diz que agrotóxicos levam erroneamente a palavra 'tóxico'. O nome correto seria 'defensivos agrícolas'. Esta afirmação não bate com a caveira presente nas embalagens dos mesmos e a necessidade de aplicar estes 'defensivos' com EPIs: as pessoas usam botas, luvas e máscaras e roupas de calça e manga compridas que devem ser lavadas isoladamente após cada uso. E ainda bem que a lei de segurança no trabalho exige isto, pois se trata de veneno mesmo. Porém o artigo diz que não fazem nenhum mal comprovado à saúde, mesmo com um resíduo excedente. Logo esta mentira foi desmascarada com a notícia nos jornais e TVs de que os EUA poderiam proibir a entrada de suco de laranja brasileira caso comprovasse conter excesso do fungicida 'Carbendazim', que provoca infertilidade e diminuição de testículos em testes com animais e por isso mesmo tem seu uso proibido nos pomares dos EUA.

A estratégia foi também diminuir os benefícios dos orgânicos chegando a esta frase anticientífica: “de modo geral, não há diferenças significativas entre os hidropônicos e os alimentos convencionais ou orgânicos”. No nosso site há muitos artigos com dados científicos que comprovam o contrário. Os próprios agricultores convencionais têm consciência da toxicidade dos produtos que usam. Temos clientes, eles mesmos produtores convencionais de batatas, que fazem questão de comprar nossas batatas orgânicas e demais hortifrutis orgânicos. Conheço uma fazenda produtora de laranjas convencionais. As laranjeiras perto da colônia de casas são bem menos pulverizadas, pois são destinadas para o consumo das famílias moradoras. Joop visitou um sitiante esta semana que arrendou parte da sua terra para o plantio de jiló. Joop perguntou se comia muito jiló e recebeu esta resposta: “Não. Dá até desgosto de ver o quanto é pulverizado”.

E o que há de especial nos orgânicos? Uma cliente nossa disse que o marido tinha câncer na língua. Fez tratamento, mas ela acha que o que mais contribuiu para a cura foi a mudança para a alimentação orgânica. Uma das verdades sobre os agrotóxicos é que é impossível fazerem bem à saúde das pessoas e do planeta. Precisamos de um mutirão gigante para diminuir o seu uso. O mundo será melhor no dia em que não forem mais usados e todo alimento for orgânico!

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Em defesa do aguapé

Purificando a água, o aguapé contribui para a sua reoxigenação. Ele faz gratuitamente este trabalho. É apenas lógico que alguns o considerem subversivo.

 
Dupla surpresa me causou a leitura de um artigo de jornal, assinado por um professor de botânica. Surpresa agradável pela coragem que o professor demonstra ao denunciar a tecnobur(r)ocracia que é a desgraça deste sofrido País, desagradável na demonstração de pensamento reducionista. Não esperava uma afirmação tão ecologicamente absurda como esta: "o aguapé causa total desequilíbrio ecológico onde quer que apareça".


Já estou vendo os tecnocratas em campanha de erradiacação do aguapé, aplicando herbicidas, provavelmente 2,4-D, nos corpos d'água. Aliás, pelas informações que tenho, isto já foi várias vezes feito em represas de São Paulo. Sei dos desastres ecológicos causados pelo combate ao aguapé no Sudão. Os resultados são os piores possíveis. O aguapé morto acaba indo ao fundo. Ali agrava os problemas da poluição. Sua decomposição consome ainda mais oxigênio do que já é consumido pela carga poluente. Longe de constituir desequilíbrio ecológico, a proliferação violenta do aguapé em água poluída tende, justamente, a eliminar a causa do desequilíbrio. Purificando a água, ele contribui para a sua reoxigenação.

 
As altas cargas orgânicas provenientes dos esgotos domésticos aumentam o que os sanitaristas chamam DBO, ou seja, a demanda biológica de oxigênio. Trata-se do consumo de oxigênio requerido pelas bactérias que fazem a decomposição da matéria orgânica. Um DBO elevado acaba matando todos os organismos que precisam de oxigênio, desde o protozoário até o peixe. No estágio final de uma elevada poluição orgânica sobram apenas bactérias anaeróbias, bactérias que vivem em condições de ausência de oxigênio. Estas bactérias produzem substâncias tóxicas e gases mal-cheirosos.




Nos estágios secundários das estações de tratamento de esgotos, quando concebidas em esquema tecnocrático, o efluente costuma ser violentamente agitado, ou se faz injeção de ar para que surja o "lodo ativado" que está constituído de bactérias aeróbias, bactérias que só proliferam na presença de oxigênio, de algas e de protozoários. Estas instalações são extremamente caras e as potentes máquinas de agitação ou injeção de ar têm enorme consumo de energia. Ora, o aguapé faz gratuitamente este trabalho. É apenas lógico que alguns o considerem subversivo, assim como para outros são subversivas as bactérias que, num solo vivo, fixam gratuitamente o nitrogênio no ar. A tecnocracia prefere fixar este nitrogênio com imensos gastos de energia, em suas gigantescas usinas de síntese do amoníaco, para vendê-lo a preço de ouro ao agricultor, em vez de ensinar-lhe como manejar ecologicamente o solo e fazer as bactérias trabalharem para ele.


 


Voltando ao aguapé, ele propicia em suas raízes a proliferação de toda uma comunidade viva, constituída de bactérias aeróbias, algas, protozoários ou pequenos crustáceos e larvas de insetos ou moluscos, que fazem trabalho equivalente ao do lodo ativado das estações secundárias convencionais. Ele vai além, ele faz também o serviço das estações terciárias que, em geral, não são implantadas devido a seu alto custo. Além de absorver diretamente parte da matéria orgânica solúvel, o aguapé absorve os sais minerais resultantes da decomposição da matéria orgânica pela microvida que ele abriga.




Aqueles que consideram o aguapé como uma praga queixam-se de sua rápida proliferação. Mal sabem eles que em águas puras ele não tem vez, não consegue crescer, fica parado. Nos rios de águas claras e nos rios de águas negras do Amazonas o aguapé não prolifera como o faz nos rios da Flórida, Mississipi, Louisiana ou em nossos rios poluídos. No Amazonas ele só cresce com força nos rios barrentos, como o Solimões. Conheço banhados bem equilibrados onde ele mal sobrevive; noutros, bem poluídos, ele cobre tudo. Em minhas lagoas de purificação de esgotos, no verão, ele consegue crescer até oito por cento ao dia. Não há planta mais eficiente que o aguapé em aproveitamento de energia solar e nutrientes. Mas é nisso que está sua grande utilidade. Sua taxa de crescimento é indicação biológica do grau de poluição. Ele é um termômetro de poluição, ao mesmo tempo em que constitui magnífico instrumento para purificação de águas.



Se a proliferação do aguapé constitui problema, a solução não está na simples eliminação ou não introdução, está no manejo.



Pessoalmente, há mais de dez anos venho trabalhando com plantas aquáticas. O aguapé comum, a Eichhornia crassipes, é apenas uma entre dúzias de plantas extremamente interessantes. Aqui no Sul, em nosso clima subtropical, a Eichhornia não cresce no inverno, quando as temperaturas baixam de 20 graus. Para trabalho intensivo em lagoa de purificação pode-se usar outras espécies, nativas da região, como algumas Heterântheras, Hidrocótiles ou Enhydras, ou mesmo Pistias e Salvínias. Para efeitos especiais, pode-se introduzir plantas menores, como Lemnas, Spirodela e mesmo Wolffias. Estas últimas são indicadores biológicos mais precisos que a Eichhornia. A presença ou ausência destas plantas aquáticas minúsculas em certas partes das lagoas me dizem mais sobre a qualidade da água do que muita análise. Os melhores resultados se obtém com consorciações, não com monoculturas de plantas aquáticas.



Por isso, onde posso, trabalho com banhados naturais. Em Pelotas, numa fábrica de óleo de soja, há quatro anos funciona um esquema de purificação do efluente em um pequeno banhado natural. Havia e continua havendo mais de 50 espécies de plantas aquáticas. Pouco a pouco, a comunidade vai se estratificando dentro do lago, ficando cada espécie naquela parte do lago em que a qualidade da água mais corresponde às suas exigências. O aspecto mais gratificante neste tipo de trabalho é ver como aumenta a fauna aquática: sapos, rãs, pererecas, cobras, peixes, aves e mamíferos. Iniciamos outro esquema, também em Pelotas, há pouco tempo: desta vez, trata-se de purificar os efluentes cloacais de todo um bairro, ainda em banhado natural.



É claro que uma purificação eficiente só se consegue em lagoas ou banhados bem dimensionados e manejados. Mas isso não quer dizer que seja desprezível o efeito benéfico do aguapé que prolifera livremente em rios e lagos poluídos. Também nesses casos o aguapé pode ser manejado para não chegar a ser "praga". O excesso deve ser colhido sistematicamente, para manter constante a área coberta. Também se pode mantê-lo afastado de pontos sensíveis, como turbinas, bastando fazer barreiras flutuantes. Nunca se deve deixar que prolifere a ponto de cobrir completamente um corpo d'água. Quando ele se aperta demais, parte da massa vegetal afunda e temos o efeito que mencionamos anteriormente.



E o que fazer com a biomassa colhida?



Num país com tantos solos exaurido, desestruturados, sem vida, sem húmus, erodidos, nada melhor do que este tipo de biomassa. Só a falta de imaginação limita seu uso.



O aguapé pode ser aplicado, simplesmente, como cobertura orgânica morta (mulching), em pomares, vinhedos, hortas, jardins e praças. Aliás, em São Paulo, por que não usar o "desfrute" do aguapé da Billings para recultivar algumas das grandes e feias chagas de terraplenagem especialmente ao longo das estradas, ou nos terrenos dos BNHs que hoje, não sei por qual perversão mental de seus planejadores e arquitetos, só se levantam depois que maquinária pesada tiver transformado a terra em paisagem lunar.



A biomassa colhida permite também fazer um excelente composto, um dos melhores. O material se decompõe rapidamente, devido a seu alto conteúdo de água, e forma medas bem arejadas, que não precisam ser revolvidas até amadurecerem, O composto resultante é rico também em macro e micronutrientes.


Em floricultura descobri que aguapé seco e compactado, especialmente quando se trata das variedades gigantes da Salvínia, é excelente substrato para orquídeas. Muito melhor que o xaxim - e o crime que hoje se comete com o xaxim é gritante.

Mas muitas das espécies aquáticas, entre elas a Eichhornia, a Heteranthera, a Enhydra, são boa forragem. O caboclo na Amazônia, que vive em casas flutuantes nas margens dos rios, costuma colher Eichornia para seus porcos. Muares também aceitam muito bem esta planta. A vaca gosta muito da Enhydra, mas só aceita a Eichhornia se for seca, picada e introduzida na ração. Mas o búfalo gosta do aguapé. O porco também gosta da Heteranthera.



Na China faz-se um bom papel de Eichhornia. Sua celulose está livre de lignina. Uma fábrica de celulose de aguapé não teria o problema da poluição com a lixívia negra. Ao separar a celulose, sobra proteína, mais de 20% da massa seca. As fábricas de celulose deveriam investigar esta planta. Enquanto que numa monocultura de eucalipto, em condições propícias, a produção de biomassa dificilmente alcança 30 toneladas / hectare/ ano, a Eichhornia, em clima tropical e em água bem poluída, pode facilmente produzir entre 150 a 300 to/ha/ano, em base de matéria seca, com mais uma vantagem: a primeira colheira no eucalipto se faz aos sete ou oito anos, na Eichhornia podemos começar a colher em dois ou três meses. A celulose seria subproduto da purificação de águas cloacais ou efluentes industriais, como os de laticínios, frigoríficos e alguns outros. Esta purificação por si só já justifica o custo das lagoas.



Há os que propõem utilizar o aguapé para retirar metais pesados de águas poluídas. De fato, o aguapé pode retirar metais da água. Mas este é outro enfoque reducionista, é varrer lixo para baixo do tapete. Os metais devem ser retidos na fonte, na própria fábrica. No caso do cromo, em curtumes, por exemplo, a reciclagem na fonte significa renda adicional. A instalação se paga em poucos meses. Se usarmos o aguapé para captar metais pesados, o que fazer com a biomassa colhida? Ela estará contaminada. Teremos de levá-la para um aterro "sanitário". Que absurdo!



Quem sabe, a atual crise nos faça repensar muita coisa. Por que não trabalhar com a Natureza, em vez de combatê-la sempre? Quanto emprego estaríamos criando. Quanto jovem biólogo, agrônomo, engenheiro, químico, teria trabalho fascinante pela frente. Que pena que estejamos fechando horizontes, quando o que precisamos é abri-los.

José Lutzenberger
Ecologia - Do Jardim ao Poder. L&PM Editores Ltda. Porto Alegre 1985
Texto recopiado em 1998 por Carla, secretária de Claudia Steiner (Fundação Gaia de Manaus)

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

A Bayer continua matando abelhas em todo o planeta




Enquanto a companhia alemã Bayer continuar fabricando e vendendo agrotóxicos neonicotinóides, populações de abelhas no mundo todo serão mortas.

É responsabilidade da Bayer o fenômeno conhecido como transtorno do colapso de colônias (CCD) – problema da mortalidade de colônias de abelhas – e está inserido entre os casos que serão apresentados de 3 a 6 de dezembro, no Tribunal Permanente dos Povos (TPP), em Bangalore (Índia) durante a sessão que processará as seis maiores multinacionais agroquímicas por violações dos direitos humanos.

“A morte das abelhas é um problema global e é fundamental discutir este tema e encontrar soluções internacionalmente. É um bom sinal que o TPP, como uma iniciativa global, aborde este tema, que é um problema ambiental e uma ameaça econômica”, disse Philipp Mimkes, porta-voz da Coalizão contra os perigos da Bayer, um grupo com sede na Alemanha.

Mimkes revelou que os imidaclopride (Gaucho) e clotianidina (Poncho) são os pesticidas mais vendidos da Bayer, apesar destes produtos, conhecidos como neonicotinóides, estarem ligados à morte de colônias de abelhas.

Em 2010, as vendas do Gaucho alcançaram a cifra de US$ 820 milhões e do Poncho US$ 260 milhões. Gaucho ocupa o primeiro lugar entre os agrotóxicos vendidos pela Bayer, enquanto o Pancho está em sétimo lugar. “Esta é a razão da Bayer, apesar dos graves prejuízos ambientais, lutar com unhas e dentes contra qualquer proibição na aplicação dos neonicotinóides”, afirma Mimkes.

Na Europa, em vários países o uso dos neonicotinóides foram proibidos. Na Alemanha, Itália, França e Eslovênia o Gaucho foi proibido no tratamento das sementes de milho, que é sua principal aplicação. No entanto, sua utilização é livre em vários países, incluindo os EUA, onde desde 2006, um terço da população de abelha já morreu.

As abelhas polinizam mais de 70, entre 100, culturas que fornecem 90% de alimentos do mundo. Entre frutas e vegetais, estão, por exemplo, as maçãs, laranjas, morangos, cebolas e cenouras. O declínio na população de abelhas tem efeitos devastadores para a segurança alimentar e é meio de subsistência dos agricultores. Além disso, pode afetar o valor nutricional e a variedade de nossos alimentos.

Diminuição das populações de abelhas

O termo CCD é utilizado para descrever a drástica diminuição das populações de abelha no mundo, que começou na década de 1990 – mesmo período em que os neonicotinóides entraram no mercado. Em 1994, a população de abelhas começou a morrer na França e mais tarde na Itália, Espanha, Suíça, Alemanha, Áustria, Polônia, Inglaterra, Eslovênia, Grécia, Bélgica, Canadá, EUA, Brasil, Japão e Índia.

Os neonicotinóides são uma classe de pesticidas que estão quimicamente relacionados com a nicotina. Eles são absorvidos pelo sistema vascular da planta e são liberados através das gotas de pólen, néctar e água que as abelhas se alimentam.

Embora o CCD seja causado, provavelmente, por vários fatores, incluindo estresse em função da apicultura industrial e a perda de seu habitat natural, muitos cientistas acreditam que a exposição aos pesticidas é um dos fatores mais críticos. Os neonicotinóides são de interesse particular por ter efeito cumulativo e subletais sobre as abelhas e outros insetos polinizadores. Estes efeitos incluem transtornos do sistema neurológico e imunológico refletidos aos sintomas observados nas mortes de abelhas.

O CCD tem um sério impacto sobre a economia dos apicultores de todo o mundo. Nos EUA, o volume dos negócios ligados a abelhas é de US$ 15 bilhões e as perdas em função do CCD são estimadas em 29 a 36% por ano.

Em 1991, a Bayer começou a produzir o imidadoprid, que é o mais utilizado em culturas de hortaliças, girassol e, especialmente, em milho. Em 1999, no entanto, a França proibiu o imidadoprid, após constatar que um terço das abelhas morreu após sua utilização. Cinco anos depois, também foi proibido no tratamento do milho.

A Bayer agora produz a clotiadina, uma sucessora do imidadoprid. Entrou no mercado americano em 2003 e no alemão em 2006. A clotiadina também é um neonicotinóides e altamente tóxico às abelhas.

Um estudo recente das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) descreveu que os pesticidas da Bayer imidacloprid e clotiadina colocam em risco diversos animais como gatos, peixes, ratos, coelhos, pássaros e minhocas. “Os estudos de laboratório demonstraram que estes produtos químicos podem causar a perda de direção, afetar a memória e o metabolismo cerebral e levar à mortandade”, revela o informe da Pnuma.

Devido ao seu alto grau de persistência, os neonicotinóides podem permanecer no solo durante vários anos. Os cultivos onde foram utilizados agrotóxicos anteriormente podem levar as toxinas para o solo através de suas raízes.

Em 2008 em Baden-Wuerttemberg, sul da Alemanha, morreram dois terços da população de abelhas após a clotianidina ser aplicada no tratamento de sementes de milho. Isto levou a uma perda de 17 mil euros. Foi comprovado que 99% das abelhas mortas continham clotianidina. As mariposas e outros insetos também morreram.

Pressão para deter os neonicotinóides

Segundo Mimkes, o grupo “está fazendo campanha contra os neonicotinóides desde 1997, quando os riscos ainda eram praticamente desconhecidos pelo grande público. É preciso pressionar para que a Bayer pare a fabricação e comercialização desses pesticidas, que são responsáveis pelos danos causados ao meio ambiente e por prejuízos econômicos.

A novidade mais importante é que hoje em dia há milhares de informações, artigos e estudos do mundo todo sobre a correlação da exposição aos agrotóxicos, tais como os imidacloprid e clotiadina, e o declínio geral das abelhas. Apicultores e os grupos ecologistas em muitos países estão ativos e pressionando os governos e as autoridades para protegerem as abelhas”, disse.

Os ativistas recolheram 1,2 milhões de assinaturas para exigir que a clotianidina fosse retirada do mercado e elas foram apresentadas ao diretor geral da Bayer durante uma reunião de acionistas. O abaixo-assinado foi em função de uma nota interna dos EUA – agência de proteção ambiental (EPA) – que confirmou o risco que o agrotóxico representa para as abelhas e descreve que a Bayer apresentou estudos insuficientes.

Em 2003 a EPA solicitou que a Bayer apresentasse um estudo do ciclo de vida e os efeitos da clotianidina sobre as abelhas. A Bayer pediu mais tempo para terminar a pesquisa, continuou vendendo o produto e somente em 2007 apresentou o estudo.

Um memorando vazado diz que a EPA concedeu permissão a Bayer para realizar estudo sobre o óleo de canola, em vez do milho, uma distinção crucial já que a canola é um cultivo menor em comparação ao milho. Os testes foram realizados em terrenos pequenos e próximos uns aos outros.

A próxima reunião do TPP incluirá em sua acusação os governos e instituições que, em alguns casos, foram coniventes com as empresas transnacionais de agrotóxicos, violando o direito à vida, à saúde, entre outros direitos básicos.

Segundo Mimkes, “os PPT anteriores ajudaram a pressionar as empresas e esperamos que o próximo impulsione à campanha para deter a morte massiva de abelhas”.


O TPP tem raízes históricas nos tribunais sobre a guerra do Vietnã e nas ditaduras da América Latina. Em época mais recente à globalização corporativa, tem abordado e denunciado as multinacionais que operam acima das leis nacionais e cometem violações dos direitos humanos impunemente.

A próxima reunião do TPP terá como meta denunciar as transnacionais de agrotóxicos como Monsanto, Syngenta, Bayer, Dow Chemical, DuPont, Basf e mais seis empresas ligadas ao controle de alimentos e do sistema agrícola.

Tradução: Sandra Luiz Alves

Informação adicional: Permanent Peoples´ Tribunal www.agricorporateaccountability.net/en/page/general/20

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quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

A ILHA DE LIXO

Entre o litoral da Califórnia e o Havaí, uma área enorme ganhou um triste apelido: o Lixão do Pacífico. Levadas pela corrente marítima, toneladas e toneladas de sujeira, produzidas pelo homem, se acumulam num lugar que já foi um paraíso.



Um oceano de plástico, uma sopa intragável, de tamanho incerto e aproximadamente 1,6 mil quilômetros da costa entre a Califórnia e o Havaí e que, segundo estimativas, seria maior do que a soma de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Goiás.


É o Pacífico, o maior dos oceanos, agredido pela humanidade onde a humanidade raramente chega. Há plástico e plâncton, lixo e alimento, tudo misturado. Poluindo o paraíso, confundindo as aves, criando anomalias - como a tartaruga que cresceu com um anel de plástico em volta do casco - e matando os moradores do mar.


Mas qual será afinal o tamanho exato gigantesca massa de lixo que se acumula no Oceano Pacifico? Será que a gente ainda tem tempo para limpar tudo isso? E os animais? Se adaptam ou sofrem as consequências?



Charles Moore viajava pelo Pacífico, entre o Havaí e a Califórnia, quando resolveu arriscar um novo caminho. "Foi perturbador. Dia após dia não víamos uma única área onde não houvesse lixo. E tão distantes do continente”, lembra o capitão.



Como um descobridor nos tempos das Navegações, Charles Moore foi o primeiro a detectar a massa de lixo. E batizou o lugar de Lixão do Pacífico. Primeiro, viu pedaços grandes de plástico, muitos deles transformados em casa para os mariscos. Depois, quando aprofundou a pesquisa, o capitão descobriu que as águas-vivas estavam se enrolando em nylon e engolindo pedaços de plástico. O albatroz tinha um emaranhado de fios dentro do corpo.



"Antes não havia plástico no mar, tudo era comida. Então os animais aprenderam a comer qualquer coisa que encontram pela frente. Você pode ver que eles tentaram comer isso [pedaço de embalagem]. Mas não conseguiram", diz o capitão.



Com a peneira na popa, o capitão e sua equipe filtram a sopa de plástico e fazem medições. Já descobriram, por exemplo, que 27% do lixo vem de sacolas de supermercado. Em uma análise feita com 670 peixes, encontraram quase 1,4 mil fragmentos de plástico.



São informações valiosas, fonte de pesquisa e argumentos para a grande denúncia de Charles Moore: "Gostaria que o mundo inteiro percebesse que o tipo de vida que estamos levando, isso de jogar tudo fora, usar tantos produtos descartáveis, está nos matando. Temos que mudar, se quisermos sobreviver."



Um gesto despreocupado, uma simples garrafa de plástico esquecida em uma praia da Califórnia. Muitas vezes ela é devolvida pelas ondas e recolhida pelos garis. Mas grande parte do material plástico que é produzido nessa região acaba embarcando em uma longa e triste viagem pelo Oceano Pacifico.



E voce o que faz com o lixo????


quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

“LA AGRICULTURA NATURAL es el único futuro posible”:

“Fue como una revelación. Apenas leí una línea dije: Esto es. Estaba convencido de que EL SER HUMANO PUEDE VIVIR UNA VIDA SANA SIN MEDICAMENTOS, si se rodea de un entorno sano y se alimenta de forma sana. Buscaba autores que hubieran trabajado en esa dirección y fue así como descubrí a Fukuoka. A los pocos meses lo dejé todo y me fui a Japón. Tenía 30 años”

“Nuestros retos no sólo son sembrar bolas de arcilla en todo el mundo, sino crear GRANJAS AUTOSUFICIENTES, en Grecia y en todos los países subdesarrollados de Asia, África y América Latina”

“En los últimos diez años hemos sembrado grandes superficies, de 500, 1.000, 10.000 hectáreas. Nunca cobramos nada. Todo el mundo cree que necesitamos dinero para hacer cosas. Yo creo que necesitamos corazón”

“Hace cien años, cualquier tipo de agricultura alternativa era buena. Pero en estos momentos ya no nos queda tiempo. Con la agricultura natural y las bolas de arcilla podemos sembrar grandes áreas de una sola vez con la ayuda de aviones, y de esta manera hacer reverdecer la tierra. Ningún otro método tiene una propuesta a este nivel”

“Hasta ahora, la ciencia, la religión y la filosofía han estado desconectadas. Es la mente científica la que nos ha marcado el camino y hemos llegado a un punto muerto. HEMOS DESTRUIDO LA NATURALEZA Y POR ESO SUFRIMOS”

Panos Manikis, discípulo de Masanobu Fukuoka

Continuar leyendo en El Blog Alternativo: http://www.elblogalternativo.com/2010/06/12/la-agricultura-natural-es-el-unico-futuro-posible-entrevista-a-panos-manikis-discipulo-de-fukuoka/#ixzz18CKYEesB

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Hortaliças não convencionais - EPAMIG


BOM DIA! Está disponível na internet, a cartilha elaborada pela EPAMIG sobre hortaliças não convencionais. Espetacular trabalho, mostrando o valor de muitas espécies, tidas como inço em nossas hortas.Vou reproduzir algumas páginas desta cartilha, neste blog.
um abraço e bom cultivo
alexandre

Hortaliças não convencionais são aquelas presentes em determinadas localidades ou regiões e que exercem uma grande influência na alimentação de populações tradicionais. Compõem pratos típicos regionais, importantes na expressão cultural dessas populações.

De modo geral, são hortaliças que em algum momento foram largamente consumidas pela população, e, por mudanças no comportamento alimentar, passaram a ter expressões econômica e social reduzidas, perdendo espaço e mercado para outras hortaliças.

Diante disso, o resgate e a valorização dessas hortaliças na alimentação representam ganhos importantes do ponto de vista cultural, econômico, social e nutricional.

Quais são as hortaliças não convencionais?

Não existe uma lista fixa destas hortaliças, pois à medida que se vai conhecendo os costumes culinários mais interioranos de Minas Gerais e do Brasil, uma nova espécie é acrescentada a esta relação.

Algumas dessas hortaliças são: almeirão-de-árvore, araruta, azedinha, beldroega, bertalha, capuchinha, cará-moela, chicória-do-pará, chuchu-de-vento, feijão-mangalô, inhame, jacatupé, jambu, maria-gondó, ora-pro-nóbis, peixinho, serralha, taioba, taro, vinagreira e outras mais.

Para o cultivo, deve-se atentar para a adoção de práticas agrícolas conservacionistas. Assim, para o preparo do solo, devem ser realizadas aração e gradagem, efetuando-se o enleiramento, a formação de canteiro ou camalhões e a adubação de acordo com a necessidade de cada cultura.

Fonte: cartilha Hortaliças não convencionais - EPAMIG




sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

PAIS - CONSTRUÇÃO DO SISTEMA DE IRRIGAÇÃO



Locutor – Fundação Banco do Brasil, SEBRAE e Ministério da Integração Nacional apresentam “Tecnologia Social PAIS” (Produção Agroecológica Integrada e Sustentável), mais alimento, trabalho e renda no campo.


Neste vídeo veremos a montagem do sistema de irrigação por gotejamento.

Aly NDiaye (engenheiro agrônomo idealizador da tecnologia) – O sistema de irrigação aqui adotado é por gotejamento por dois motivos: primeiro que economiza água doce. Segundo que economiza o tempo do produtor. É um sistema bem simples. Uma caixa d’agua a cinco metros de altura traz água por gravidade através de uma mangueira preta até um determinado ponto. Nessa mangueira preta, são acopladas fitas gotejadoras e então usá-la no processo. Está prevista também uma saída para o quintal agroecológico que o produtor pode usar em caso de seca prolongada.



Locutor – Para montar o sistema de irrigação, é necessário que exista energia elétrica para acionar a bomba que levará a água até a caixa. Um sistema de energia solar ou a utilização da gravidade. São alternativas para locais onde não haja energia elétrica.

Aly NDiaye (engenheiro agrônomo idealizador da tecnologia) – Agora a gente vai começar a esticar a mangueira para o sistema de irrigação. Vocês estão vendo que furamos, colocamos um registro e colocamos a saída para a mangueira de uma polegada. Ela vai ser enterrada nessa direção e parte para a porta, que dá no sistema.



Locutor – Agora, fique atento para alguns cuidados que devem ser tomados na montagem do sistema de irrigação: a colocação das fitas gotejadoras deve ser feita com muito cuidado para evitar danos. A limpeza dos filtros deve ser feita periodicamente para evitar entupimento nas fitas gotejadoras. A pressão da água deve ser controlada de forma que as fitas não fiquem muito tensionadas.

Dionísio Mendes de Souza, agricultor de Parangatu-GO – Quando eu falava pro meu filho “Oh, vai molhar a horta” era aquela luta: “Ah pai, de novo? São duas, três horas envolvido com aquilo ali”. E além do mais era um serviço pesado pra um garoto, por exemplo, carregar dois regadores, que é o jeito que eu trabalhava. Agora sim vai estar molhando normalmente, sem o trabalho mecânico, enquanto eu posso estar fazendo um outro serviço no horário em que eu estaria molhando a horta, manualmente.



Locutor – Quando você economiza água está contribuindo com o futuro do planeta. Isso é tecnologia social. Isso é PAIS na agricultura familiar.

Aly NDiaye (engenheiro agrônomo idealizador da tecnologia) – A comunidade está se beneficiando, a sociedade local está crescendo com isso e a natureza agradece. Tem que ter padrões e começar a medir esses ganhos ecológicos e sociais. Acho que isso é fundamental dentro do processo. Essa discussão é um resultado.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Uso do Pó de Rocha para Adubação de Eucalipto no Cerrado

 


Eucaliptos em solo adubado com pó de rocha

A experiência de manejo alternativo na cultura de eucalipto, com uso de pó de rocha em substituição aos adubos químicos convencionais, tem sido positiva na bacia do Rio Pardo, no norte de Minas Gerais.

A Embrapa Cerrados, coordena desde 2003 a Rede AgriRocha, formada por cerca de 100 pesquisadores que avaliam o potencial das diferentes rochas brasileiras como fontes de nutrientes para a agricultura. As rochas com potencial de uso para a agricultura estão expostas na superfície ou são sub-produtos da atividade mineradora. Elas passam por um processo chamado de rochagem, no qual são transformadas em pó. O pó de rocha fornece nutrientes ao solo, como cálcio, fósforo, magnésio e, principalmente, potássio.

Outra função dessas rochas é de serem condicionadores do solo. Isto é, permitem que outros nutrientes e condições do solo sejam mais equilibrados e que os nutrientes sejam disponibilizados conforme a demanda da cultura. Especialmente em culturas perenes, como os eucaliptos, essas fontes são de disponibilização lenta. “A vantagem disso, em comparação às fontes convencionais, é que o agricultor não precisa ficar repondo os fertilizantes”, ressalta o pesquisador Éder Martins.

A adubação do eucalipto com pó de rocha garante o desenvolvimento da planta, desde sua fase inicial. “A planta dá uma arrancada já na fase inicial e demonstra um crescimento muito maior do que no manejo tradicional”, destaca Éder.

Pó de rocha - Além de sua contribuição para a agricultura, o uso dos rejeitos de mineração tem uma importância ambiental, pois aproveita esse subproduto, que pode causar impactos negativos para o meio ambiente. Outra solução para reduzir ainda mais os custos é de que o transporte do pó de rocha seja local ou regional, o que pode fortalecer pequenas mineradoras nacionais e gerar empregos, já que agrega valor ao que, até agora, era apenas rejeito de mineração.

 

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