Blog dedicado a AGROECOLOGIA, ARBORIZAÇÃO URBANA, ORGÂNICOS E AGRICULTURA SEM VENENOS. Composting, vermicomposting, biofiltration, and biofertilizer production... Alexandre Panerai Eng. Agrônomo UFRGS - RS - Brasil - agropanerai@gmail.com whast 51 3407-4813
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quarta-feira, 2 de dezembro de 2020
quarta-feira, 10 de abril de 2019
Nova York, a metrópole com a água mais pura do planeta!!
Fonte:http://www.iea.usp.br/noticias/nova-york-a-metropole-com-a-agua-mais-pura-do-planeta-1
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Grandes centros urbanos e água de qualidade em
quantidades suficientes para todos nem sempre é uma combinação
possível, especialmente num planeta em que a escassez hídrica atingiu
35% da população mundial em 2005. Mas na cidade de Nova York – uma das
líderes das chamadas “cidades elite”, segundo ranking de 2016 de cidades
globais da AT Kerney –, a água que chega às torneiras de 9 milhões de
pessoas tem origem em fontes superficiais, dispensa tratamento e recebe
apenas cloro e flúor antes de ser distribuída.
Tema fascinante para geógrafos, ambientalistas e gestores públicos, o
sistema de abastecimento do estado de Nova York prova que empresas,
sociedades e governos podem prosperar ao investir na natureza. A
estratégia de conservação dos mananciais economizou ao estado de Nova
York valores da ordem de US$ 6 a US$ 8 bilhões e custos operacionais de
US$ 300 milhões por ano, totais estimados para a construção e manutenção
de uma estação de tratamento no sistema Catskill/Delaware.
A famosa cadeia de montanhas de Catskill,
a oeste das nascentes do Rio Hudson e a 160 quilômetros ao norte da
cidade de Nova York, é um reduto preservado que compõe o complexo
sistema de abastecimento do estado nova-iorquino. Além da estonteante
paisagem que inspira artistas e atrai praticantes de diversas
modalidades esportivas, o lugar também guarda uma das mais bem sucedidas
histórias de pagamentos por serviços ambientais (PSA).
O modelo descentralizado de gestão hídrica ganhou força a partir de
1990, quando a cidade precisou reavaliar sua estratégia de abastecimento
público, diante das pressões estaduais e federais por padrões mais
rígidos de qualidade de suas águas de abastecimento público.
Em 1989, o comissário Albert Appeton, da Agência de Proteção
Ambiental (EPA) dos Estados Unidos, havia desenvolvido um conjunto de
regulamentos restringindo o desenvolvimento de atividades agrícolas e de
uso e ocupação do solo nas bacias hidrográficas da região, visando à
conservação dos mananciais.
Com os mananciais conservados, a cidade de Nova York manteria a
liberação de filtração de suas águas superficiais, já que o ecossistema
realizaria o trabalho de purificação da água.
Narrativa de um conflito hídrico
Reservatório de New Croton é parte do sistema de abastecimento de NY, que hoje possui 19 represas |
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Entrevista
Notícias
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Ao olhar retrospectivamente a história da cidade
mais influente do mundo, é provável que sem água abundante, de fonte
segura e limpa, Nova York não tivesse alcançado o crescimento fenomenal
dos últimos dois séculos.
No início do século 19, os nova-iorquinos passaram por enormes perdas
sociais e econômicas após incêndios devastadores e epidemias de cólera,
infecção causada pela ingestão de água e alimentos contaminados. A
situação impulsionou as lideranças públicas a mergulhar num ambicioso
projeto com o objetivo de melhorar o que era uma mistura inadequada de
abastecimento público e privado.
Ainda em 1842, sob um Estado marcadamente tecnocrático, a cidade
passa a ser abastecida pelo reservatório de Croton, 65 quilômetros ao
norte da “Big Apple”. Nas décadas seguintes, gerações de líderes
escolheriam obter água pura ao menor custo possível, indo buscar o
recurso no extremo norte e oeste da cidade e, finalmente, nas montanhas
de Catskill, uma área preservada por leis estaduais.
Durante o século que se seguiu, as grandes obras de engenharia e a
expansão do sistema hídrico terminaram por constituir o que
alguns estudos como o de Philip Steinberg e George Clark chamaram
de narrativa de um conflito hídrico. Algo muito familiar com o que
ocorre no Brasil, a “narrativa” descreve as relações sociais de uma
região “superior” e “poderosa” que extrai recursos de um lugar
“subordinado”, a partir de inundações e barragens.
Os deslocamentos de populações e a destruição de cidades inteiras
foram amparados por uma lei de 1905 que, por meio de “domínio eminente”,
permitiu à cidade de Nova York assegurar terras privadas fora dos
limites municipais e usá-las para a expansão e o desenvolvimento do
sistema de abastecimento. A medida foi empreendida por décadas e
fomentou um ressentimento entre os moradores do norte e do sul do estado
que persistiu até recentemente, informa reportagem do New York Times de 1990, assinada por Allan Gold ("New York's Water Rules Worry Catskills").
No que se refere à impressionante estrutura física, a rede de
abastecimento de Nova York é hoje constituída por três lagos controlados
e 19 reservatórios distribuídos em mais de 5 mil quilômetros quadrados,
que fornecem cerca de 5 bilhões de litros de água por dia para a cidade
e condados vizinhos.
O Memorandun of Agreement (MOA) de 1997
representou um marco na gestão hídrica de Nova York. Com a assinatura
de centenas de atores sociais, documento estabeleceu um amplo acordo de
pagamentos por serviços ambientais, assistência técnica para o manejo
seguro das atividades produtivas realizadas na bacia hidrográfica e um
programa de compra de terras e de compensações por servidão.
Servicos Ecossistêmicos
Atualmente, o novo grande desafio de Nova York é manter a pureza da
água que captou tão longe, satisfazendo aos restritivos padrões exigidos
pela legislação federal norte-americana. “O sistema de abastecimento de
Nova York é impressionante e muito elogiado, mas não é perfeito. A
cidade de Nova York vem obtendo sucessivas licenças que a liberam da
filtração. Mas há sempre o risco de contaminação devido aos tipos de uso
e ocupação do solo do entorno dos mananciais”, afirma Philip Fearnside, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA).
Serviços ambientais garantidos em acordo comunitário e nas ações de conscientização sobre o meio ambiente |
Sistema de abastecimento da cidade de Nova York |
Impedimentos ambientais, políticos e financeiros
não permitem mais que a cidade continue a buscar por soluções de
engenharia, apenas. Tornou-se necessária uma arena institucional
complexa, formada pelo pacto de inúmeros atores sociais e uma
diversidade de interesses, na busca de um objetivo comum: água limpa,
que depende de mananciais resilientes, que dependem da conservação da
natureza.
A ecologia política da gestão das águas urbanas passou por uma
mudança de paradigma na década de 1970, em parte devido ao novo marco
legal ambiental, inaugurado com a lei federal do Safe Drinking Water Act
(SDWA) de 1974.
Emendas de 1986 ao Safe Drinking Water Act (SDWA) e uma nova
legislação federal de 1989 para águas superficiais pressionavam a cidade
para a necessidade de filtração e desinfecção de suas águas.
Ao mesmo tempo, as regiões do entorno dos mananciais que abastecem
grande parte do estado de Nova York passavam por uma expansão
populacional a partir da década de 1980, com a consequente
intensificação do uso do solo e das atividades produtivas.
Afinal, o Memorandun of Agreement (MOA) de 1997 representou um marco na gestão hídrica do estado. O New York Watershed Agreement reconhece Catskills como uma reserva de água "tremendamente valiosa" e contou
com as assinaturas da prefeitura nova-iorquina, outras 73
municipalidades e 30 comunidades do entorno das bacias, além de cinco
organizações não governamentais, mostra o artigo de Mark Pires, professor da Long Island University, e também o estudo de Gilles Grolleau e Laura M.J. McCann.
O documento estabeleceu um amplo acordo de pagamentos por serviços
ambientais, assistência técnica para o manejo seguro das atividades
produtivas realizadas na bacia hidrográfica e um programa de compra de
terras e de compensações por servidão. Os fazendeiros foram nomeados
“guardiões da água” e passaram a ser remunerados pelos serviços
ambientais prestados.
A prefeitura melhorou também o sistema de esgotos instalando pequenas
plantas de tratamento para os despejos das atividades agrícolas e
pastoris da região. Seu orçamento original para a aquisição de terras
passou de cerca de US$ 300 milhões para US$ 580 milhões. O acordo entre
os diversos atores foi estimado em US$ 1,4 bilhão, uma economia
significativa diante dos custos da construção de uma estação de
tratamento, mostram Grolleau e McCann.
Mas um grande problema ainda era a poluição difusa. Os autores
explicam que as leis bastante exigentes sobre esse aspecto poderiam
minar a autonomia privada sobre a propriedade da terra, o que revoltou
muitos agricultores. Para esses estudiosos, a insatisfação sobre o uso
da propriedade privada e a diversidade de atores sociais resultou no
aumento dos custos de transação do pacto firmado em 1997.
Finalmente, a saída para o conflito veio por meio da aproximação da
Prefeitura e do Departamento de Proteção Ambiental (EPA, na sigla em
inglês) com os técnicos do Departamento de Agricultura do Estado de Nova
York, que tinha um relacionamento de longa data com os produtores
rurais. A confiança foi se firmando, alguns mitos e preconceitos foram
quebrados e assim o acordo foi estabelecido, discorre Albert Appleton,
ex-diretor da agência de águas e esgoto de Nova York e ex-comissário da
EPA, em artigo publicado na plataforma interativa Watershed Connect, da Forest Trends.
“Mesmo com a existência de parques e áreas de preservação, ainda há
muitos moradores e diversas atividades rurais e turísticas em Catskills e
bacias próximas. Contudo, conseguiram fazer um acordo bastante
criativo e razoavelmente equitativo que afinal consegue manter a alta
qualidade da água de Nova York. Inclusive o esquema de Catskills tem
sido modelo para outros sistemas de PSA ao redor do mundo”, afirma Phil
Coven, que foi diretor associado e gerente sênior de projetos na ONG Forest Trends, onde atualmente presta consultoria.
Coven cita o programa Cultivando Água Boa,
realizado na bacia hidrográfica do Paraná 3 e entorno da represa de
Itaipu, como um dos mais bem sucedidos entre as iniciativas de PSA
hidrológico do Brasil. “A sociedade está despertando para os benefícios
de investir na natureza”, afirma.
O estado de São Paulo inaugurou há pouco mais de um ano o Programa Nascentes, apresentado em matéria sobre PSA publicada
recentemente no site do IEA. Mas enquanto os projetos baseados em
incentivos econômicos do tipo PSA não deslancham, ainda permanece o paradigma hidráulico dos séculos 19 e 20, baseado em obras de grande impacto ambiental e na busca de fontes cada vez mais distantes. Em entrevista, o secretário de Saneamento e Recursos Hídricos do Estado de São Paulo, Benedito Braga, falou ao IEA sobre as políticas de abastecimento do governo estadual.
Segundo levantamento da Forest Trends de 2014, governos e empresas ao
redor do mundo investiram US$ 12,3 bilhões em iniciativas de
conservação visando a provisão de serviços ecossistêmicos relacionados à
produção de água.
terça-feira, 30 de outubro de 2018
Entenda o que é estiagem e como ela pode trazer prejuízos para toda a economia
Fonte:http://info.opersan.com.br/bid/203369/Entenda-o-que-estiagem-e-como-ela-pode-trazer-preju-zos-para-toda-a-economia
“Por falta d'água perdi meu gado, morreu de sede meu alazão”. O clássico Asa Branca,
composto e eternizado por Luiz Gonzaga, traduziu, por muitas décadas, a
realidade do nordestino. Em pleno 2014, a população do Sudeste sente-se
identificada com o sentimento de impotência ao ver a água cada vez mais
escassa e a estiagem castigar toda a cadeia produtiva.
Não é nenhum exagero, pois já são 133 cidades
atingidas pelo fenômeno e 27,6 milhões de brasileiros, que representam
23% do PIB do país. São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro são os
Estados mais atingidos Destes, São Paulo é, de longe, o que tem a pior
situação: 14% dos seus 645 municípios enfrentam algum tipo de
dificuldade. O Maranhão é outro exemplo de estado que enfrenta situação
semelhante e vê sua piscicultura agonizar. Os peixes estão tão pequenos
que não alcançam porte para a venda. A água está tão rasa que a pesca
pode ser feita com a mão.
O que é a estiagem
A estiagem é um fenômeno climático que tem como
principal consequência a falta de chuva por períodos prolongados.
Diferentemente da seca, que tem duração permanente, a estiagem é
sazonal. Por conta da falta de água, principal impacto negativo da
estiagem, a prioridade de abastecimento passa a ser o ser humano. É aí
que a agropecuária, as indústrias e os serviços passam a ficar
comprometidos.
Setores atingidos
O setor de energia sofre — para manter as térmicas
ligadas e compensar a falta de água nas hidrelétricas, o governo teve
que gastar R$ 49,4 bilhões no período de janeiro de 2011 até outubro de
2014. Em São Paulo, somente o setor de cana de açúcar perdeu 18% de sua
receita.
Nos casos de redução da oferta de produtos
agropecuários, há um aumento de preços, causando ainda impactos no PIB
dos municípios. A estiagem levou os preços agropecuários a subirem
2,74%, sendo o grande impacto na inflação medida pelo Índice Geral de
Preços - 10 (IGP-10) em novembro, conforme divulgou a Fundação Getúlio
Vargas. Os pastos foram prejudicados, o que tornou os efeitos da
entressafra sobre os preços de bovinos mais agudos. No indicador deste
mês, a soja subiu 3,69%, o milho avançou 7,42% e os bovinos ficaram
4,44% mais caros.
Possíveis motivos para a estiagem
Os meses de setembro e outubro foram historicamente
mais secos, o que, como são meses de transição para a época das chuvas,
não é um bom sinal. Um sistema de alta pressão atmosférica que vem do
oceano impediu que as frentes frias trouxessem umidade do Sul.
Atipicamente, este fato ocorreu durante o verão (de janeiro a março) e
ficou parado na região, impedindo as nuvens carregadas de chuva de se
aproximar. Quando abril acabou, levou com ele a temporada de chuva. Um
relatório recente da ONG WWF Brasil apontou o desmatamento da Amazônia
como possível causa do fenômeno. Por conta disso, o Sistema Cantareira,
responsável por abastecer São Paulo e a região metropolitana, caiu ao
menor nível já registrado desde 1930.
Ainda tem alguma dúvida sobre a estiagem e seus impactos na economia? Deixe um comentário e participe da conversa!quinta-feira, 17 de maio de 2018
IMPORTÂNCIA DAS ÁRVORES PARA TER ÁGUA DE QUALIDADE.
Pesquisadores explicam a importância das árvores para ter água de qualidade
Bacias hidrográficas recobertas por vegetação florestal fornecem água de qualidade durante o ano todo.
22 de agosto de 2016 • Atualizado às 18 : 08
A floresta ainda contribui para o equilíbrio térmico da água, reduzindo os extremos de temperatura e mantendo a oxigenação do meio aquático. | Foto: Paulo Pinto/Fotos Públicas
Trabalhos desenvolvidos pelo Instituto Florestal (IF) comprovam que a presença de cobertura florestal em bacias hidrográficas promove a regularização do regime de rios e a melhora na qualidade da água. Os pesquisadores científicos da Seção de Engenharia Florestal, do IF, Valdir de Cicco, Francisco Arcova e Maurício Ranzini, embasaram suas teses de doutorado em pesquisas sobre a relação entre a floresta e a água, elucidando dúvidas e provando com números as suas proposições.
“As bacias hidrográficas recobertas por vegetação florestal são as que oferecem água com boa distribuição ao longo do ano, e de melhor qualidade”, enfatiza Arcova, engenheiro florestal, doutor em Geografia Física, pela Universidade de São Paulo, no IF desde 1985. Segundo ele, parte da água da chuva é retida pelas copas das árvores, evaporando em seguida em um processo denominado interceptação. A taxa de evaporação varia com a espécie, idade, densidade e estrutura da floresta, além das condições climáticas de cada região.
“Em florestas tropicais, a interceptação varia de 4,5% a 24% da precipitação, embora tenham sido registrados valores superiores a 30%”, explica. Os pesquisadores ainda dizem que as pesquisas realizadas nos laboratórios em Cunha, no parque Estadual da Serra do Mar, estimam o valor de 18% de interceptação. O restante da água alcança o solo florestal por meio de gotejamento de folhas e ramos ou escoando pelo tronco de árvores. No solo, a água infiltra-se ou é armazenada em depressões, não ocorrendo o escoamento superficial para as partes mais baixas do terreno, como aconteceria em uma área desprovida de floresta.
“O piso florestal é formado por uma camada de folhas, galhos e outros restos vegetais, que lhe proporciona grande rugosidade, impedindo o escorrimento superficial da água para as partes mais baixas do terreno, favorecendo a infiltração. Também a matéria orgânica decomposta é incorporada ao solo, proporcionando a ele excelente porosidade e, consequentemente, elevada capacidade de infiltração.”
Uma parcela da água infiltrada contribui para a formação de um rio por meio do escoamento subsuperficial, e outra, é absorvida pelas raízes e volta para a atmosfera pela transpiração das plantas. “A interceptação e a transpiração, ou a evapotranspiração, fazem a água da chuva voltar para a atmosfera não contribuindo para aumentar a vazão de um rio.”
Em florestas tropicais, a evapotranspiração varia de 50% a 78% da precipitação anual. Na pesquisa realizada em Cunha, esse número é de aproximadamente 30%. Os pesquisadores explicam que o remanescente da água infiltrada movimenta-se em profundidade e é armazenado nas camadas internas do solo e na região das rochas, alimentando os cursos de água pelo escoamento de base, isto é, do subsolo onde se localizam os lençóis freáticos.
A relação entre árvores e água varia de acordo com o tipo de floresta
Embora os processos que determinam os fluxos de água sejam semelhantes para as diferentes formações florestais, a magnitude desses processos, que depende das características da floresta, da bacia hidrográfica e do clima, influencia a relação floresta-produção de água (escoamento total do rio). Em florestas tropicais, a produção hídrica nas microbacias varia de 22% a 50% da precipitação. “Em Cunha, onde a evapotranspiração anual da Mata Atlântica é da ordem de apenas 30%, a produção de água pela microbacia é de notáveis 70% da precipitação”, afirma Francisco.
Esse mecanismo, em que a água percola o solo e alimenta gradualmente o lençol freático, possibilita que um rio tenha vazão regular ao longo do ano, inclusive nos períodos de estiagem. Nas microbacias recobertas com mata atlântica em Cunha, o escoamento de base é responsável por cerca de 80% de toda a água escoada pelo rio, fato que proporciona a elas um regime sustentável de produção hídrica ao longo de todo o ano.
Consequências da falta de vegetação
Ao contrário, em uma bacia sem a proteção florestal, a infiltração da água da chuva no solo é menor para alimentar os lençóis freáticos. O escoamento superficial torna-se intenso fazendo com que a água da chuva atinja rapidamente a calha do rio, provocando inundações. E, nos períodos de estiagem, o corpo-d’água vai minguando, podendo até secar.
Um outro fator drástico é que, enquanto nas bacias florestadas, a erosão do solo ocorre a taxas naturais, pois o material orgânico depositado no piso impedem o impacto direto das gotas de chuva na superfície do solo, nas áreas desprovidas de vegetação há um intenso processo de carreamento de material para a calha do rio aumentando a turbidez e o assoreamento dos rios.
Segundo Maurício, na microbacia recoberta com Mata Atlântica em Cunha, a perda de solo no rio é da ordem de 162 kg/hectare/ano. “Esse valor é muito inferior à perda de solo registrada para o estado de São Paulo, que varia de 6,6 a 41,5 t/hectare/ano, dependendo da cultura agrícola, algo como 12 toneladas num campo de milho, 12,4 toneladas numa área de cana-de-açúcar, chegando a até 38,1 toneladas numa plantação de feijão”, informa em tom de alerta.
A floresta representa muitos outros benefícios para os sistemas hídricos. Contribui, por exemplo, para o equilíbrio térmico da água, reduzindo os extremos de temperatura e mantendo a oxigenação do meio aquático. Promove, ainda, a absorção de nutrientes pelas árvores, arbustos e plantas herbáceas evitando a lixiviação excessiva dos sais minerais do solo para o rio.
Fonte : CicloVivo
sábado, 11 de fevereiro de 2017
Estudantes brasileiros criam sistema que descontamina água usando sementes de moringa
Fonte: site ciclo vivo
A dupla de estudantes, que tem 15 e 18 anos, está entre os finalistas do Google Science Fair.
A Moringa oleífera é um planta local, com poder para filtrar água. | Foto:https://pt.wikipedia.org/wiki/Ac%C3%A1cia-branca#/media/File:Moringa_flower_5.jpg
O Prêmio Impacto na Comunidade, promovido pela Google Science Fair – competição online e global de ciência e tecnologia voltada a jovens entre 13 e 18 anos – acaba de divulgar seus projetos finalistas. São cinco regiões participantes: África e Oriente Médio, Pacífico Asiático, Europa, América Latina e América do Norte. Entre os cinco estudos finalistas da América Latina está o projeto desenvolvido por estudantes brasileiros do Sistema Ari de Sá, em Fortaleza, Ceará.
João Gabriel Stefani Antunes, de 15 anos, cursa a 1ª série do Ensino Médio, além de curso preparatório para o vestibular do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), já Letícia Pereira de Souza, de 18 anos, concluiu os estudos escolares no Colégio Ari de Sá em 2015 e hoje cursa a Universidade de Stanford, nos Estados Unidos. Juntos eles pesquisaram sobre o uso da semente da Moringa oleífera – uma planta local – na filtração de águas contaminadas com o intuito de encontrar uma alternativa acessível para a recuperação da água poluída por produtos químicos, situação bastante comum em comunidades brasileiras.
No projeto intitulado “Semente Mágica – Transformando água contaminada em água potável”, João Gabriel e Letícia chegaram à conclusão de que a semente de Moringa pode descontaminar a água num processo de filtragem biodegradável e, ainda, contribuir com o controle de doenças causadas por saneamento básico precário a partir de uma técnica de baixo custo.
Os vencedores regionais do concurso receberão um auxílio de mil dólares e a oportunidade de passar um ano na monitoria de uma organização parceira da Google Science Fair. Além disso, cada ganhador será convidado para o evento Finalistas Globais, que acontecerá em setembro, na Califórnia (EUA).
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