Um projeto voltado à sustentabilidade no agro será lançado em conferência internacional. Será durante a 27ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP27, que acontece em Sharm El-Sheikh, Egito.
Trata-se do Projeto Rural Sustentável – Amazônia (PRS – Amazônia), voltado ao fomento da agricultura de baixa emissão de carbono. Durante 4 anos, o Projeto atuará no bioma, em três estados brasileiros, apoiando seis cadeias produtivas sustentáveis: açaí, cacau, castanha-do-Brasil, pirarucu (de manejo), peixes redondos e café.
A solenidade acontece no dia 11 de novembro, a partir das 11h40 (horário de Brasília) e 16h40 (horário de Sharm El-Sheikh), no miniauditório do Hub do Consórcio da Amazônia Legal.
Estarão presentes autoridades do arranjo institucional do projeto: o beneficiário institucional da ação Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA); o financiador Governo do Reino Unido; o agente financeiro Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID); além do executor Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Sustentabilidade, o IABS. Participam também representantes dos governos dos três estados em que o projeto atuará: Amazonas, Pará e Rondônia.
O PRS – Amazônia faz parte do Programa Rural Sustentável (PRS), que está presente em mais de 20% do território brasileiro. Em sua primeira fase, atuou na Mata Atlântica e na Amazônia. Na segunda – fase atual – desenvolve ações na Caatinga, no Cerrado e retorna sua execução ao bioma amazônico.
Atuando no Brasil em mais de uma década, o PRS é voltado a melhorar a gestão da terra e das florestas por agricultores para o desenvolvimento rural sustentável, redução da pobreza e conservação da biodiversidade, sempre voltado ao fortalecimento da agricultura de baixa emissão de carbono. São cerca de 84 milhões de dólares desembolsados, por meio do Financiamento para o Clima do Reino Unido, em uma área de 1,7 milhão de km², e em mais de 250 municípios do Brasil.
#souagro| A BRS Oquira é uma cultivar de amendoim forrageiro desenvolvida pela Embrapa que é rica em proteína e com alta produção de forragem, a tecnologia é alternativa para intensificar a produção de carne e leite e viabilizar uma pecuária a pasto mais sustentável.
Os estudos mostraram que, em cultivos adubados e irrigados, o teor de proteína bruta na planta chega a 29%, valor que garante alimento de qualidade para o rebanho e melhora a produtividade animal.
Resultado de avaliação e seleção de materiais genéticos, a nova cultivar foi testada nas condições de clima e solo de três biomas e, entre outros aspectos, se destaca, principalmente, pela alta concentração de proteína, elevada produtividade de forragem e maior tolerância à seca. As pesquisas de 15 anos contaram com a parceria da Embrapa Cerrados (DF), Embrapa Amazônia Oriental (PA), Embrapa Pecuária Sudeste (SP) e Embrapa Gado de Corte (MS).
A pesquisadora Giselle de Assis, coordenadora do Programa de Melhoramento Genético do Amendoim Forrageiro, da Embrapa Acre, explica que, diferente de outras leguminosas que concentram a proteína nas folhas, o amendoim forrageiro possui elevado teor proteico também nos talos, característica que possibilita uma forragem de alta qualidade. Em experimentos sem adubação e irrigação, a cultivar BRS Oquira apresenta 22% de proteína bruta, teor de fibra em torno de 43% e 68% de digestibilidade de matéria seca (forragem).
“Quando adubada e irrigada, o percentual de proteína na planta pode chegar a 29%, com digestibilidade de 75%, valores semelhantes aos da alfafa, uma das leguminosas mais utilizadas no mundo em função da excelência da forragem produzida. Pastagens consorciadas com essa leguminosa fornecem aos animais os nutrientes necessários para a produção de carne ou leite a pasto, aumentam a produtividade do rebanho e ajudam a tornar esses sistemas pecuários mais eficientes e competitivos”, ressalta Assis.
Mais alimento para o gado
Por ser nutritivo e palatável, o amendoim forrageiro pode ser utilizado na dieta de bovinos, equinos e ovinos, sob pastejo direto, em pastos consorciados com gramíneas, em plantios puros que funcionam como bancos de proteína ou fornecido no cocho como forragem verde picada, feno e silagem. A BRS Oquira demonstrou alto desempenho também na produtividade de forragem, em relação a outras cultivares de amendoim forrageiro.
Em cultivos sem uso de adubação e irrigação, a cultivar produziu entre 13 e 16 toneladas de massa seca de forragem por hectare/ano na Amazônia, enquanto, no Cerrado, a produção variou de 10 a 13 toneladas por hectare/ano. No bioma Mata Atlântica, experimentos adubados e irrigados produziram entre 15 e 20 toneladas de matéria seca por hectare/ano. “Esse desempenho representa um aumento que varia de 10% até 44% na produtividade de forragem, capaz de proporcionar ganhos reais na produtividade do rebanho”, ressalta Giselle de Assis.
Abertas as inscrições para o curso "Agrotóxicos: o Brasil envenenado pelo agronegócio"
Você sabia que, desde 2008, o Brasil é um dos maiores consumidores de agrotóxicos no mundo? E que só no governo Bolsonaro foram feitos aprovados mais de 1500 agrotóxicos, alguns deles banidos há 20 anos na Comunidade Européia?
Os agrotóxicos estão presentes não apenas nos alimentos, como em nossos solos, nossas águas superficiais e subterrâneas e nossos corpos. O número de intoxicação não para de crescer, inclusive de milhares de vidas não humanas.
E os agrotóxicos, que no passado foram arma de guerra, hoje continuam sendo usados nos conflitos no campo.
Se, assim como nós, você se preocupa com esse cenário, quer entender melhor os impactos dos Agrotóxicos e o que podemos fazer para combate-los e até mesmo superar o seu uso, vem com a gente!
Não há dúvidas que as árvores são essenciais para a qualidade de vida. Têm impacto na sustentabilidade econômica, social e ambiental das cidades e suas vantagens são muitas: contribuem para o conforto visual e ambiental, ajudam a reduzir a poluição do ar e sonora, servem de refúgio e alimento para animais, criando ambientes mais verdes e mais agradáveis. Além disto, tem papel fundamental na redução do efeito das ilhas de calor em centros urbanos. É considerado arborização urbana as árvores que compõem o cenário urbano, e podem estar não apenas plantadas nas calçadas das cidades, mas inclui também praças, parques, canteiros e demais logradouros públicos, e além dos jardins privados. No entanto, existe uma série de recomendações que os projetistas devem seguir na ocasião da escolha da espécie de árvore para sua utilização em ambientes urbanos, como já publicamos por aqui as 25 espécies de árvores adequadas para calçadas urbanas.
Comumente, as prefeituras disponibilizam um Plano de Arborização Municipal elaborado por corpo técnico especializado. Nele constam recomendações para o desenho, implementação, preservação e manejo da arborização urbana, confira se é o caso da sua cidade. Municípios como São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Goiânia e outros já contam com um Manual. Arborização também exige planejamento; na hora da escolha das espécies, pode-se seguir inúmeros princípios de projeto, mas é fundamental levar em consideração alguns itens e ter cautela para evitar riscos e danos à paisagem urbana, como por exemplo:
Quando próximas às vias, não deve possuir frutos muito grandes, pois pode cair sobre pessoas ou carros.
Não possuir sistema reticular muito superficial nem muito agressivas, uma vez que podem romper calçadas e prejudicar instalações subterrâneas.
Evitar aquelas de crescimento muito rápido, pois apresentam madeira mais mole e frágil, e portanto, mais sucetível à quebra.
Evitar aquelas espécies que apresentam espinhos e propriedades tóxicas em suas folhas ou frutos.
Atentar para o porte da espécie arbórea e o local onde será plantada, observando características da copa e raízes, evitando interferências na rede elétrica.
Garantir uma área permeável em volta das árvores, permitindo espaço para o desenvolvimento radicular e correta infiltração de água e aeração do solo.
Priorizar a diversidade genética nos projetos afim de evitar a propagação de doenças e propiciar diferentes estágios fenológicos.
No paisagismo de cidades, embora comumente também se utilizam espécies exóticas adaptadas, é sempre preferível optar por uma das inúmeras espécies nativas da flora brasileira. Antes de selecionar, verifique se está adequada para o tipo de clima e bioma de sua cidade, pois apesar de ser nativa do Brasil pode não ser o caso na sua cidade e a espécie pode prejudicar o equilíbrio do ecossistema local. Vale lembrar que as árvores nos ambientes urbanos estarão submetidas a condições diferentes daquelas presentes em ambiente natural, e a escolha correta da espécie é fundamental para não comprometer seu crescimento, adaptabilidade e desenvolvimento.
Conheça a seguir 20 espécies de árvores nativas indicadas para plantios de arborização urbana.
Pau-ferro | Caesalpinia leiostachya
Nativa da mata atlântica, esta árvore de grande porte pode atingir até 30 metros de altura, com copa arredondada e ampla que pode chegar a 12 metros de diâmetro proporcionando boa sombra. Possui tronco ereto e ramificado de coloração clara e manchada, o que lhe confere caráter altamente ornamental. Importante ressaltar que apesar do seu grande porte, não possui raízes agressivas, sendo adequado para plantio em áreas urbanas onde possa desenvolver sua grande copa, principalmente grandes áreas abertas e longe de fiação elétrica.
Sibipiruna | Caesalpiniapeltophoroides
Esta árvore nativa da mata atlântica também é de grande porte, podendo atingir facilmente aos 20 metros de altura. Quando bem cultivada, pode chegar aos 100 anos, devido à suas características longevas. De caráter ornamental, não possui raízes agressivas, e apresenta intensa floração na cor amarela ouro em copa arredondada e ampla que proporciona boa sombra. Deve-se evitar seu plantio junto à rede elétrica.
Cambuci | Campomanesia phaea
É uma pequena árvore semidecídua ornamental, de copa alongada e ereta, com flores brancas melíferas e frutos comestíveis e também muito apreciados pela fauna. O curioso formato do fruto lembra um pequeno disco voador. Nativa da Mata Atlântica e espontânea em maiores altitude, pode chegar de 3 a 5 metros de altura.
Guanhuma | Cordia superba
Também conhecida como Jangada-do-campo, está árvore endêmica e nativa do Brasil possui de copa densa e porte considerado pequeno a médio, podendo atingir até 10 metros de altura. Apreciada por populações indígenas que a partir dela produzem uma aguardente, possui floração marcante branca que contrasta com as folhas escuras, e frutos suculentos muito atrativos à avifauna.
Mulungu | Erythrina speciosa
Genuinamente brasileira, esta árvore decídua possui floração exuberante em forma de candelabro que cresce para o alto na cor vermelho intenso e muito atrativa para beija-flores e fauna em geral. Quando floresce no inverno, a árvore permanece destituída de folhagem enaltecendo sua beleza ornamental. Também nativa da mata atlântica, se adapta bem à climas de cerrado. É considerada de pequeno porte, atingindo de 4 a 6 m de altura.
Cereja-do-mato | Eugenia involucrata
Esta é uma árvore nativa ornamental e frutífera, bastante atrativa para a avifauna. De porte pequeno a médio, pode chegar a 12 metros de altura, com uma copa decídua colunar e tronco reto e liso. A floração melífera é na cor branca e os frutos são comestíveis e saborosos - ambos ocorrem na primavera. É utilizada para reflorestamento por seu caráter nativo e grande atratividade de vida silvestre.
Pitangueira | Eugenia uniflora
Árvore frutífera e ornamental nativa brasileira, de pequeno porte com altura de 2 a 5 metros como ocorre mais comumente, mas pode chegar a 10 m. É uma árvore rústica e exige pouca manutenção, tolera bem podas drásticas, e também é utilizada para reflorestamento. De caule tortuoso e copa arredondada bastante ramificada, produz pequenas flores brancas melíferas e deliciosos frutos vermelhos comestíveis - ambos muito apreciados pela fauna.
Jacarandá | Jacaranda mimosaefolia
De origem sul americana, esta é uma das espécies mais utilizadas para arborização pública no Brasil, por sua rusticidade e de floração muito exuberante, nas cores roxa e lilás. Perde suas folhas no inverno, para florescer na primavera. É uma árvore decídua que pode chegar a 15 metros de altura, apresenta copa irregular, arejada e pouco rala.
Oiti | Licania tomentosa
Árvore brasileira já muito usada na arborização urbana sobretudo no sudeste do país, e que pode chegar a 15 metros de altura. Possui a copa farta e produz boa sombra, além de ser uma espécie frutífera comestível, com fruto com sabor que lembra a manga e bastante procurados pela fauna.
Jabuticabeira | Plinia grandifolia
Árvore brasileira com alguns sinônimos botânicos, esta espécie é muito celebrada por sua intensa floração e frutificação que surgem diretamente do caule. Surgindo na primavera, os frutos são comestíveis e assim como as flores, são apreciadas pela fauna diversa. Alcança até 8 metros de altura de copa frondosa bastante ramificada composta de pequenas folhas.
Araçá | Psidium cattleianum
Espécie endêmica da mata atlântica, ocorrendo naturalmente da Bahia ao Rio Grande do Sul. É uma árvore de pequeno porte, de 3 a 6 metros de altura, perenifólia e ideal para ser cultivada sob fiação elétrica. Possui pequenas flores brancas melíferas que dão origem a frutos de cor amarela ou vermelha, comestíveis e também muito apreciada pela fauna. Também utilizada para recuperação de áreas degradadas.
Aroeira salsa | Schinus molle
Considerada espontânea em florestas de Minas Gerais até o Rio Grande do Sul, esta árvore perene de pequeno porte que pode chegar a 10 metros de altura, em copa globosa e ramos pendentes, indicada para plantio sob rede elétrica. Espécie pioneira, é bastante resistente, podendo tolerar sombreamentos médios e períodos de estiagem. Apresenta pequenas flores melíferas de pétalas brancas e pequenos frutos com cheiro de pimenta, atrativo para a avifauna. É atribuída às folhas e caule propriedades medicinais.
Aroeira | Schinus terebinthifolius
Também conhecidas como pimenta-rosa, são árvores rústicas, perenes e de caule tortuoso. Possui floração branca de pouca relevância ornamental, mas assim como seus pequenos frutos vermelhos, são muito atrativos para a fauna e também para consumo humano, como tempero. De pequeno porte, pode atingir de 8 a 10 metros de altura. Pioneira, também é utilizada em reflorestamentos de áreas degradadas.
Canafístula | Senna spectabilis
Também conhecida como Acássia, é uma árvore decídua brasileira nativa do nordeste, mas se adapta bem aos diversos climas brasileiros. Possui florescimento ornamental intenso na cor amarela. De pequeno porte, sua copa frondosa e arredondada pode chegar a 9 m de altura.
Canudo-de-pito |Senna bicapsularis
Nativa da América do Sul, esta espécie de porte pequeno pode atingir até 5 metros de altura e copa arredondada e aberta, é ideal para plantio sob fiação elétrica. Exige pouca manutenção e tem crescimento rápido, com floração amarelo ouro marcante bastante atrativo para os insetos.
Ipê | Tabebuia spp
Um verdadeiro clássico do paisagismo brasileiro, esta é na verdade um gênero de árvores, que em sua grande maioria são nativas do Brasil. De floração exuberante, ocorre frequentemente sem a presença das folhas desta árvore caduca, e em diversas cores: amarelo, branco, rosa e roxo. Dependendo da espécie, podem atingir de 8 até 35 metros de altura.
Quaresmeira | Tibouchina granulosa
Está é uma espécie nativa da Mata Atlântica brasileira, considerada de pequeno porte, também já é muito utilizada na arborização urbana. Possui floração de caráter ornamental intensa e marcante, nas cores roxas ou rosadas. Altura média é de 8 a 12 metros, com uma copa arredondada bem distribuída.
Manacá-da-serra | Tibouchina mutabilis
Nativa da mata atlântica, esta árvore de pequeno porte é notável por sua intensa floração tricolor branca, rosa e violeta que ocorre simultaneamente. A cor da flor está relacionada com sua idade, desabrocham brancas, passam pelo rosa e vão se tornando violetas gradativamente. Pode chegar à 5 m de altura.
Tipuana | Tipuana tipu
Árvore decídua de grande porte nativa da América do Sul de copa ampla e densa, com floração marcante na cor amarela e altura superior a 12 m. Embora era comum sua utilização em ruas de centros urbanos brasileiros, hoje em dia recomenda-se evitar o plantio em calçadas e estacionamentos, pois apresenta crescimento considerado rápido, de madeira pouco resistente e propícia a quebras, além de suas raízes agressivas e grande porte. Ideal para utilização em canteiros centrais, parques e praças onde possa se desenvolver mais livremente.
Marinheiro | Trichilia cathartica
Árvore nativa brasileira, possui folhas perenes em copa de forma elíptica, com floração branca que surge entre os meses de maio e junho. De pequeno porte, tem altura média entre 4 e 6 m, pode ser plantada sob rede elétrica.
Contribuíram Lorenzi (2006), Portal Embrapa, Fundação SOS Mata Atlântica. Publicado originalmente em 26 de setembro de 2018. Atualizado em 20 de janeiro de 2021.