segunda-feira, 12 de julho de 2010

Horta Orgânica

A horta é um local onde se pode cultivar vários tipos de verduras e legumes que são ricos em sais minerais e vitaminas indispensáveis para o organismo humano. Nela também pode-se plantar temperos e ervas medicinais.

Além de ser uma fonte alimentar é um importante local de relaxamento que proporciona contato com a terra e a natureza e o prazer de produzir algo, sem falar da economia que podemos conseguir quando cultivamos nossos próprios alimentos, ao invés de comprá-los, com possibilidades de vendê-los, ajudando na renda da família. Ter uma horta em casa não é difícil, porém é preciso alguns conhecimentos para ter um bom planejamento e uma boa produção. Neste folheto, procuramos contribuir com algumas dicas para que você faça, com sucesso, uma horta em sua casa.

2. LOCAL DA HORTA

Para plantar uma horta, você pode usar o quintal, um cantinho qualquer e até mesmo vasos e caixotes. Alguns cuidados devem ser tomados para escolher e preparar o terreno, pois dele vai depender o bom desenvolvimento das plantas e a boa produção da sua horta:

Escolha do Terreno:

bulletSe possível, o local deve tomar sol o dia inteiro.
bulletDeve se plano ou levemente inclinado.
bulletNão deve ser encharcado.
bulletA terra deve ser adubada.
bulletA água para molhar deve ser pura e limpa, para não contaminar as verduras. Isto é importante porque você pode ter o hábito de comer alguns alimentos crus.
bulletO terreno para a horta deve ficar a afastado, no mínimo, 5 metros de privadas, chiqueiros ou esgotos.



Preparo do Terreno:

bulletLimpar ou capinar a área, ajuntando todo o mato em um canto. O material retirado servirá, depois de apodrecido, como adubo orgânico (esterco).
bulletCavar o terreno na profundidade de 20 centímetros.
bulletDesmanchar os torrões, usando enxada ou enxadão, deixando o terreno bem fofo.



3. PREPARO DOS CANTEIROS

Posição:

Em terrenos inclinados, os canteiros devem ficar atravessados em relação à queda do terreno para evitar que as águas das chuvas os destruam. Deve-se fazer uma cercadura, porque a regagem constante causa erosão nas beiradas do canteiro e diminui a área útil a ser plantada. A cercadura pode se feita com a própria terra do canteiro, tábuas, tijolos, madeira roliças ou qualquer material que segure a terra.

Dimensões:

Altura: 15 a 20 centímetros.

Comprimento: 5 metros. Pode ser maior dependendo da disponibilidade do terreno.

Largura: na beira da cerca, meio metro; no meio da horta, 1 metro.

Distância entre um canteiro e outro: de 30 a 50 centímetros.

As medidas ideais para um canteiro são as indicadas aqui. Mas, você deve fazer os canteiros do tamanho que a sua área permitir e até mesmo usar caixote ou vaso.

4. FERRAMENTAS

As ferramentas mais comuns que podem ser usadas numa horta são: colher, ancinho, enxadinha, regador, mangueira, enxada, enxadão. Se você não tem todas, pode aproveitar algum material disponível que tem em casa e fazer suas próprias ferramentas, ou mesmo substituir algumas.

5. SEMENTEIRA:

É o local onde se planta as sementes de algumas hortaliças para obter as mudas que serão transferidas para o canteiro. A sementeira é muito importante porque o bom desenvolvimento das plantas vai depender da qualidade das mudas. A sementeira de uma horta doméstica pode ser feita na ponta de uma canteiro comum, geralmente 2 ou 3 m2 de canteiro são suficientes.

Veja alguns cuidados importantes para fazer uma sementeira:

bulletUsar 1 parte de terra; 1 parte de esterco (composto orgânica) e 2 partes de areia. Misturar bem e peneirar.
bulletNão use adubo químico na sementeira .
bulletFazer sulcos ou reguinhos, com a terra já umedecida, de 10 em 10 centímetros de distância, com 1 a 2 centímetros de fundura para colocar as sementes. Os reguinhos devem ficar atravessados na sementeira.
bulletSemear a quantidade necessária de sementes, de acordo com o seu canteiro e o número de mudas que deseja.
bulletPara cobrir as sementes nos reguinhos, peneirar em cima da sementeira uma camada fina de terra.


bulletCobrir a sementeira com saco ou capim.
bulletLogo após as mudinhas nascerem, levantar esta cobertura e firmar com forquilha de madeira.
bulletA posição da sementeira deve ser atravessada em relação ao sentido do sol.
bulletRegar duas vezes ao dia, de manhã e à tarde.
bulletArrancar o mato sempre que for preciso.
bulletMolhar bem a sementeira quando for retirar as mudas.
bulletTirar as mudas quando as plantinhas tiverem 4 a 6 folhas.
bulletUsar uma colher comum ou colher de transplante para tirar as mudas.
bulletAs raízes não devem ser prejudicadas.



6. PLANTIO

O plantio no canteiro pode ser feito de três formas. Veja as instruções para os diferentes tipos de plantio:

6.1 Plantio de Mudas:

bulletNeste tipo de plantio são usadas as mudas de alface, couve, tomate, reponho, almeirão, cebola, pimentão etc. Vindos da sementeira.
bulletAs mudas devem ser escolhidas sempre preferindo as mais fortes e sadias e devem ser retiradas da sementeira, se possível, com a terra.



bulletMas, de 8 a 10 dias antes de transferir as mudas, o canteiro deve receber adubação orgânica e química. Você deve misturar à terra do canteiro 3 a 4 litros do composto orgânico (esterco) e 10 colheres das de sopa (100 gramas) do adubo NPK 4-18-8, para cada metro quadrado de canteiro.
bulletAs mudas não devem ser enterradas de mais na terra, 30 centímetro de espaçamento uma da outra e 2 a 3 centímetros de profundidade. Aperte um pouco para ficar firme.
bulletAs raízes das mudas não podem ficar dobradas. Mudas com raízes tortas ou quebradas não devem ser aproveitadas.
bulletO transplantio deve ser feito à tardinha, com o tempo fresco.
bulletApós o plantio, todas as mudas devem se regadas.
bullet25 dias depois da mudança das mudas, regar com salitre ou sulfato de amônia, sempre à tardinha, usando: 1 (uma) colher das de sopa para cada 10 litros de água, que serão aplicados em cada 1 (um) metro quadrado de canteiro. Em seguida, regar bem com água limpa para evitar que as folhas fiquem queimadas.



6.2 Plantio Direto no Canteiro:

- Costuma-se plantar diretamente no canteiro as sementes de cenoura, rabanete e beterraba.

bulletEste tipo de plantio é feito em metro corrido (linear), em fileiras, pelo canteiro, mantendo distância de 20 a 30 centímetros entre as fileiras.
bulletPorém, de 8 a 10 dias antes da semeadura, você deve adubar o canteiro com composto orgânico (esterco) e adubos químicos: misturar na terra do canteiro 3 a 4 litros de esterco e 10 colheres das de sopa (100 gramas) do adubo NPK 4-14-8 para cada metro quadrado da área.
bulletAntes de semear, abrir os sulcos ou linhas com a fundura de 2 a 3 (um) centímetro.
bulletÉ comum neste tipo de plantio nascer um número maior de plantas em um mesmo local. Quando isto acontecer, fazer o desbaste, tirando as plantas mais fracas e obedecendo o espaçamento.
bullet25 (vinte e cinco) dias após o plantio, espalhar, para cada metro corrido, 1 (uma) colher das de sopa (dez gramas) de sulfato de amônia ou salitre do Chile ou ainda do NPK 4-14-8. O adubo deve ser jogado entre as fileiras do canteiro.

6.3 Plantio em Covas:

- Costuma-se plantar nas covas as sementes de vagem, abobrinha, quiabo e ervilha.

bulletFazer covas com enxada ou enxadão, cavando até 20 (vinte) centímetros de fundura.
bulletFazer adubação 10 dias antes do plantio. Você deve colocar em cada cova 5 (cinco) litros de esterco bem curtido e 10 (dez) colheres (100 gramas) de adubo NPK 4-14-8.
bulletPlantar 3 sementes em cada cova.
bulletRegar duas vezes por dia.
bullet25 (vinte e cinco) dias depois do plantio, colocar em cada cova 1 (uma) colher das de sopa ( 10 gramas) de sulfato de amônia ou salitre do Chile ou então do NPK 4-14-8.
bulletQuando as plantas tiverem 20 (vinte) a 30 (trinta) centímetros de altura, fazer o desbaste, tirando a muda mais fraca.



7. ADUBAÇÃO

Os adubos são usados para ajudar no crescimento das plantas. Eles podem ser químicos ou orgânicos. O adubo químico é o que você já compra pronto como, por exemplo, o salitre do Chile, o sulfato de amônia e o NPK 4-14-8. Os adubos orgânico e o lixo curtido.

7.1 ADUBO CASEIRO

O esterco animal (tirado do curral ou galinheiro) pode ser substituído por outro tipo de adubo orgânico, feito com o seguinte material: folhas em feral, restos de cozinha, mato capinado, cinzas, restos de animais, cascas de frutas e outros. É fácil preparar em casa mesmo o adubo orgânico. Veja aqui:

Modo de preparar:

bulletFurar um pequeno buraco na terra e jogar todo material disponível.
bulletTampar e jogar água 2 (duas) vezes por semana.
bulletO adubo estará pronto para ser usado quando a mistura estiver curtida, ou seja, fria.
bulletPara ver se está curtido, colocar uma chapa de metal até o fundo do buraco e deixar por 10 minutos. Quando retirar a chapa, veja se ela esta quente ou fria. Se estiver fria, o adubo pode ser usado imediatamente, mas, se estiver quente, não está pronto e você deve colocar mais água.



Uso correto:

bullet3 a 4 ( três a quatro) litros por metro quadrado de canteiro.



8. PRAGAS

Formigas Saúva (cabeçuda):

bulletPara combater esta formiga, existe no mercado um série de formicidas. Mas o mais prático e que não exige equipamento para aplicação é o formicida granulado (em grãos).
bulletVocê deve ter o máximo cuidado de não tocar as mãos no formicida, porque as formigas notariam o cheiro humano e não o levariam para o formigueiro.
bulletA melhor hora para colocar o formicida no canteiro das formigas é a tardinha, pois à noite elas o carregam para o formigueiro.
bulletVocê deve ter cuidado para não colocar o formicida em lugares úmidos e nem aplicar quando estiver ameaçando chuva.
bulletO formicida não deve ser deixado ao alcance de crianças nem de animais, porque é altamente perigoso e pode provocar até morte.



Outros tipos de Formiga ( lava-pés, quem-quem, cupim etc.):

bulletUsar uma solução de creolina, feita com 1 (um) copo de creolina para cada 10 (dez) litros de água.



Uso correto:

bulletLocalizar o formigueiro.
bulletRemover a terra com a enxada.
bulletEncharcar o local com a solução de creolina



Besouros, Caracóis, Lesmas, Tatuzinhos, Lagartas, Pulgões etc:

Para combater estas pragas, use qualquer uma das seguintes soluções:

1. Extrato de nicotina - Ingrediente: 20 (vinte) centímetros de fumo de rolo forte e 4 (quatro) litros de água.

Picar o fumo e ferver durante 30 (trinta) minutos em 1 (um) litro de água. Retirar do fogo e deixar esfriar. Coe em pano fino e misture com mais 3 litros de água. O produto obtido é pulverizado sobre as pragas. Ter cuidado de aplicar rapidamente, porque seu efeito só dura 8 horas.

2. Tábuas nos Canteiros:

Coloque tábuas nos canteiros, pois nas horas quentes do dia os insetos se escondem debaixo das tábuas, sendo possível matá-los quando as tábuas são retiradas.

3. Cinza, cal e sal de cozinha:

Espalhar qualquer um destes produtos no canteiros.

9. TRATOS

Aqui estão alguns tratos importantes numa horta, para que suas plantas cresçam sadias e viçosas:

bulletRegar, molhar ou aguar: Os canteiros devem ser molhados duas vezes por dia, de manhã e à tarde. Se não tiver condições de aguar duas vezes, regue pelo menos uma vez, à tardinha. Este tipo de trato é conhecido com irrigação.
bulletCapinar: O mato que nascer nos canteiros deve ser retirado toda semana para não prejudicar o crescimento das verduras.
bulletFofar: Uma vez por semana, é preciso fofar bem a terra. Este cuidado é conhecido também como escarificação.



10. CUIDADOS

Sementes: Quando for comprar as sementes, é preciso verificar a procedência , espécie , validade e variedade com cuidado. Cada tipo de semente deve ser semeada de acordo com a melhor época da plantio.

Os inseticidas: Os inseticidas químicos não devem ser usados na horta, pois esto pode trazer sérios problemas para a saúde humana, já que muitos alimentos são comidos também crus.

Água: Não use água suja (poluída) para regar os canteiros, porque isto pode danificar as plantas e trazer problemas para sua saúde.

Remédios: Sempre que aplicar remédios caseiros nos canteiros de hortaliças, espere pelo menos 5 (cinco) dias para comê-las.

Rotação de Cultura: Após cada colheita, você deve alternar, no canteiro, o plantio de verduras de folhas por tubérculos, que são as hortaliças que dão batata debaixo da terra. Isto quer dizer que, no mesmo canteiro onde você plantou couve, pode plantar, por exemplo, a beterraba. A alface pode substituída pela cenoura; o repolho por rabanete e assim por diante, de acordo com a sua preferência.

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Para problemas ou perguntas a respeito desta Web, contate hortaorganica@nin.ufms.br

Última atualização: 08/05/03.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

AÇÃO DE GRAÇAS ! Por mais uma etapa vencida!


AÇÃO DE GRAÇAS ! Por mais uma etapa vencida!
















Hoje a tarde fiquei sabendo que passei nas 6 disciplinas :
  1. Bovinos de leite - conceito B
  2. Bovinos de corte - conceito B
  3. Sistemas de Cultivo - conceito B
  4. Paisagismo e Ambiente - conceito A
  5. Floricultura - conceito A
  6. Políticas Agrícolas e Mercados - conceito B
que cursei neste primeiro semestre de 2010.

Agradeço a todos que ajudaram: principalmente minha esposa Alana, meus filhos, colegas de trabalho, colegas da faculdade e demais amigos que sempre me incentivam a continuar. Obrigado A Deus que proporcionou esta oportunidade.
São 9 anos de caminhada, mas já há luz no fim do túnel e posso compartilhar com muitos,
os conhecimentos que adquiro.
Crescemos, para ajudar outros a crescerem e serem felizes. .

O predio ao lado é a faculdade Agronomia da UFRGS, construido em 1909 e restaurado durante os ultimos 5 anos. A obra foi concluída em outubro de 2009.

alexandre

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Conservação em Foco abordará o vegetarianismo e a pecuária





Será na próxima terça-feira, dia 29, no InGá. A psicóloga e socióloga Eliane Carmanim Lima do Movimento Vegano e Vegetariano e, o agrônomo Valério Pillar, vão debater as políticas públicas para a conservação do Bioma Pampa



Por Paula Cassandra - InGá

O InGá promove no dia 29 de junho o seu evento mensal, o Conservação em Foco, trazendo o tema “O vegetarianismo e a pecuária: um debate sobre as políticas públicas para a conservação do pampa”.



Na ocasião, estarão presentes a psicóloga e socióloga Eliane Carmanim Lima representando o Movimento Vegano e Vegetariano e o agrônomo Valério Pillar, que falará sobre a conservação dos campos e sua relação com a pecuária. Mediará esta conversa o Filósofo e Coordenador do InGá Vicente Medaglia.




O InGá reconhece a relevância deste tema e a importância de unificar as estratégias de resistência social de dois movimentos envolvidos com a preservação das espécies.

Frente à ameaça de perda de grandes áreas de campo para a silvicultura no Bioma Pampa e no atual estágio de impacto da pecuária intensiva sobre os biomas brasileiros, é de suma importância buscar as alternativas para valorização de sistemas produtivos menos impactantes. Além disso, o papel do consumidor na cidade completa o ciclo destas produções e, portanto, sua escolha do que comer é estratégica para a conservação de nossa biodiversidade.




O Conservação em Foco inicia às 19 horas no Casarão do Arvoredo (Fernando Machado, 464). Toda a comunidade está convidada a participar. A entrada é gratuita.
InGá - EcoAgência

sexta-feira, 4 de junho de 2010

O que resta da mata atlântica

A atualização do Atlas da Mata Atlântica mostra que o desmatamento se agrava em estados como MG e RS. Enquanto isso, pesquisadores anunciam que a fragmentação da floresta pode reduzir a biodiversidade e alterar a lógica ambiental do bioma. Afinal, o que será desse bioma?

Por: Larissa Rangel

Publicado em 27/05/2010 | Atualizado em 27/05/2010

O que resta da mata atlântica

Trecho de mata atlântica preservada no Parque Nacional de Aparados da Serra, em Cambará do Sul (RS). O Rio Grande do Sul está entre os estados que mais desmataram o bioma entre 2008 e 2010 (foto: Leandro Deitos – CC BY-NC-SA 2.0).

A divulgação do novo Atlas da Mata Atlântica marcou o dia nacional desse bioma, nesta quinta-feira (27/05), com dados alarmantes. Segundo o relatório publicado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e pela organização SOS Mata Atlântica, dos nove estados analisados, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina foram os que mais desmataram no período de 2008 a 2010.

A situação de perigo ganha novos contornos à luz de um estudo de pesquisadores brasileiros publicado na semana passada no periódico Conservation Biology. O artigo alerta para um risco ainda maior: as matas de borda, ocasionadas pela fragmentação da floresta, estão alterando substancialmente a biodiversidade de toda a mata.

Segundo os autores pelo estudo, 88% da composição original da mata atlântica já foi perdida. “Grande parte da floresta remanescente está distribuída em fragmentos, o que acaba tornando menos variada a composição da fauna e da flora nesses cenários”, explica o ecólogo brasileiro Antônio Aguiar, pesquisador da Universidade da Flórida e um dos autores do artigo.

A fragmentação está alterando substancialmente a biodiversidade de toda a mata

O grupo analisou 4.056 árvores de 182 espécies, atendo-se principalmente à sua relação com o resto da mata. Os resultados indicam que, quanto menor é a porção da floresta, menor a sua capacidade de abrigar uma vasta variedade de espécies.

O desmatamento provocado, sobretudo, pela ocupação urbana, é a principal causa da formação de fragmentos. A mata passa a ser composta por áreas de bordas (nos limites com as clareiras abertas) e uma parte central mais densa. Esses fragmentos levam à degeneração florestal e afetam processos naturais como o sequestro de carbono e a conservação da biodiversidade, como mostrou um artigo publicado na CH 263.

Mata atlântica em Paraty
Encosta de mata atlântica em Paraty, no litoral do Rio de Janeiro (Luiz Felipe Castro – CC BY-NC-ND 2.0).

Efeito cascata

O exemplo de Serra Grande, no estado de Alagoas, comprova os efeitos negativos que a destruição da mata pode causar. A fragmentação e a formação de bordas de mata nessa região aumentaram a ocorrência de árvores pioneiras e reduziram pela metade a abundância de espécies tolerantes à sombra e com ciclo de vida longo.

A fragmentação reduziu pela metade a abundância de algumas espécies de árvores em Alagoas

Segundo Antônio Aguiar, a redução das áreas florestais compromete a reprodução de algumas espécies de árvores, uma vez que suas sementes não conseguem chegar à borda por falta de pássaros que cumpram essa tarefa.

“É um efeito em cascata”, explica Aguiar. “A destruição da mata atlântica leva a uma sucessão de extinções de animais e plantas”. Fragmentada em glebas isoladas, a floresta passa por mudanças na interação entre plantas e animais. Entre as consequências estão a menor ocorrência de espécies herbívoras e dispersoras de sementes.

Novo perfil da destruição

A mata atlântica em 2010
No Atlas da Mata Atlântica, os pontos em vermelho indicam as áreas que tiveram maior índice de desmatamento entre 2008 e 2010. Como se vê, a floresta remanescente está dividida em diversos fragmentos (reprodução).

A atualização do Atlas da Mata Atlântica mostrou que a situação é grave sobretudo nos estados de Minas Gerais e do Rio Grande do Sul. Dentre os nove analisados, eles foram os que mais desmataram entre 2008 e 2010. E a principal causa é a atuação de empresas siderúrgicas que exploram carvão vegetal.

“A exploração de lenha nas florestas de transição ainda é frequente, apesar de ser ilegal”, explica Márcia Hirota, diretora da SOS Mata Atlântica. Por outro lado, estados que eram campeões de desmatamento, como o Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina, estão deixando de desmatar.

Antonio Aguiar defende que a preocupação em preservar não deve diminuir em função de alguns resultados positivos. “Precisamos ter em mente que as matas fragmentadas são a principal consequência do desmatamento, e elas não conseguem atingir estágios mais avançados”, explica ele.

“Esses ambientes perturbados raramente conseguirão voltar à configuração anterior, e sua biodiversidade permanecerá profundamente comprometida”, conclui.

Larissa Rangel
Ciência Hoje On-line

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Alimento orgânico para resgatar, construir e afirmar



Agricultores orgânicos, imprensa e demais convidados saborearam um café orgânico promovido pela CPOrg-RS e Mapa hoje, por ocasião do lançamento da VI Semana do Alimento Orgânico





Por Eliege Fante - Redação da EcoAgência

Se um bom dia começa com um bom café da manhã, as perspectivas são ótimas para os jornalistas e demais convidados que estiveram hoje no lançamento da VI Semana do Alimento Orgânico, na Tortaria Café Brasserie, onde foi oferecido um café da manhã orgânico, ou seja, ecologicamente equilibrado. O convite foi da Comissão Estadual da Produção Orgânica no Rio Grande do Sul, CPOrg-RS, juntamente com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, por meio da Superintendência Federal de Agricultura no Rio Grande do Sul.

O superintendente Francisco Signor disse que são eventos como a VI Semana do Alimento Orgânico, que acontece em todo o Brasil entre 24 e 30 de maio, que reafirmam o compromisso de avançar rumo à conscientização de mais pessoas para a importância de viver de acordo com a natureza e, rumo à certificação dos produtos. Signor lembrou da expectativa de que se confirmasse a exigência de certificação em todo o País a partir de 2010, conforme fora estabelecido pelo governo. Porém, mesmo tendo sido feito o adiamento por um ano, foi iniciado o credenciamento no Sistema pelos produtores e pelas organizações. Assim, a partir de janeiro de 2011, exceto aqueles produtos vendidos diretamente pelos agricultores familiares, todos deverão levar o selo do Sistema Brasileiro de Avaliação de Conformidade Orgânica (Sisorg).

"Uma atividade de esperança"

Conforme a coordenadora da CPOrg/RS, Angela Escosteguy, o nosso Estado é o mais avançado na temática. O que fica evidenciado também pela realização da VI Semana do Alimento Orgânico, que terá 152 eventos em mais de 40 cidades do Rio Grande do Sul e 60 eventos apenas em Porto Alegre. Representantes da Feira dos Agricultores Ecologistas de Porto Alegre prestigiaram o café orgânico e contaram as vantagens da adesão a esta causa. Para Juarez Pereira, da Banca do Arroz, “a agricultura orgânica é uma atividade de esperança porque faz um resgate, uma construção e uma afirmação”. Conforme explicou, quando a produção é ecológica ocorre um resgate cultural, de saberes e de sabores; ocorre também a construção de canais de comercialização e a criação de novas relações; e ainda, acontece a afirmação de um modelo, a comprovação de que é possível a permanência das famílias no campo. “Quando falamos com os agricultores orgânicos percebemos o desejo de continuar, o que é diferente quando falamos com os agricultores químicos. Nós trabalhamos em um ambiente de boa vontade, onde o ser humano e a natureza atuam de forma integrada, fazendo com que o alimento que fornecemos à cidade seja fruto desta relação equilibrada,” completou.

Flávia Ryzewski, do Sítio Nahyr, apresentou o Guia da Feira, em comemoração ao aniversário da Feira dos Agricultores Ecologistas, que completa 21 anos em outubro – o que também confirma o pioneirismo do Estado na produção orgânica e na consciência ecológica. Ali pode-se encontrar os contatos dos feirantes e a localização das bancas. Ela adiantou que no próximo sábado haverá a distribuição deste Guia e também de sementes orgânicas aos clientes.

Multiplicação de informações

As entidades membros da CPOrg/RS dividem-se entre governamentais e da sociedade civil. O NEJ-RS que está na gestão 2009/2011 e é representado pelo diretor de Comunicação, Juarez Tosi, participará da VI Semana do Alimento Orgânico fazendo a cobertura jornalística do maior número possível de eventos. Do Banrisul, a representante na Comissão é Simone Portela de Azambuja, que adiantou que o banco fará a doação de sementes orgânicas e mudas a mais de 30 municípios durante a VI Semana do Alimento Orgânico, além de distribuir folders com ecodicas e informações sobre as ações do banco na área socioambiental. Ela contou que a adesão da agricultura familiar à produção orgânica é facilitada pelo Pronaf através de diversas linhas, inclusive, para a geração de energia renovável na propriedade. E considera fundamental a divulgação e multiplicação destas e de todas as informações possíveis sobre a importância da agricultura orgânica a toda a sociedade.

Também colaborando com a multiplicação destas informações, está Regina Dossin, a proprietária da Brasserie. Ela contou que, ao completar dez anos de atuação em 2008, o restaurante aderiu à proposta ecológica e oferece no seu cardápio as refeições feitas com produtos orgânicos, além de convidar o cliente a refletir sobre a importância de ter uma alimentação que, desde a sua origem, seja equilibrada em todas as suas relações: de produção, de nutrição, de trabalho, de transporte, de descarte dos resíduos, etc. Ela que realiza palestras no local, inclusive explicando o funcionamento de uma composteira, afirma que o avanço rumo a uma alimentação orgânica, vai depender muito do consumidor. “É uma questão cultural, um processo através do qual o cliente passa a entender que oferecer produtos orgânicos é um ato de respeito a ele e não o contrário,” disse, lembrando que a característica principal dos orgânicos: a sazonalidade.

Programação da VI Semana do Alimento Orgânico, que acontece em todo o Brasil entre 24 e 30 de maio

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Agricultura familiar é a maior categoria produtiva do Brasil

Hoje são cerca de 20 milhões de trabalhadores na agricultura familiar brasileira. O setor, que era visto como uma área de atraso e pobreza, passou a produzir além de alimentos, artesanato, moda e cultura.
“O Brasil mudou muito. O setor que era desconsiderado antes, agora está fortalecido”, disse o ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, na última quinta-feira (13), durante abertura da Feira Nacional de Agricultura e Reforma Agrária - Brasil Rural Contemporâneo. Mais do que dados frios, o desenvolvimento do setor é comprovado pela inserção da produção nos mercados e a criação de novos setores de atividade.

A agricultura familiar, nos últimos 10 anos, foi impulsionada por políticas públicas e atualmente vive um novo momento. Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), 4,3 milhões de propriedades agrícolas familiares são responsáveis por 70% da produção de feijão e 34% do arroz – alimentos básicos da dieta dos brasileiros. Representa 11% do Produto Interno Bruto (PIB) do País.
No Rio Grande do Sul, os números também são significativos: 378,5 mil unidades familiares são responsáveis pela atividade de 81% dos trabalhadores rurais. O setor é responsável por 54% do valor bruto da produção gaúcha e representa 10% da produção nacional.

Segundo o professor do programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Rural (PGDR) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Sérgio Schneider, o desenvolvimento do RS é mais rápido do que em outras regiões e isso acontece devido a qualificação dos produtores oriundos de países da Europa. “Aqui, diferente do nordeste, por exemplo, há muita colonização. As famílias traziam a tecnologia e o conhecimento de fora, o que tornou mais qualificada a produção”, explica.

Schneider levanta um paradoxo sobre a agricultura familiar a e agricultura empresarial, que na verdade se complementam, já que as regiões têm características diferentes. Como exemplo, ele cita a monocultura e a baixa densidade demográfica que não permite a pluralidade da produção em determinados Estados.

“A forma de ocupação é mais densa aqui no RS. Isso gera maior consumo de insumos, maiores bens de consumo e a matéria-prima básica se torna barata”, argumenta. Ele comenta a evolução da agricultura familiar, que hoje tem capacidade de comercialização direta, não apenas de forma atesanal.

"Antes eles produziam para suas próprias famílias. Agora eles passaram a vender seu próprio produto, com o seu preço. É uma autonomia e uma inserção no mercado", salienta.

Para o produtor de queijo de Minas Gerais, Luciano Carvalho Machado, a produção centenária da sua família é a mais popular atividade econômica no seu Estado e o seu crescimento dependeu de apoio do governo.

“Sozinho a gente não teria conseguido. Existe política local, mas, o mais caro é a análise química dos queijos e para isso temos financiamento do governo federal”, disse. Há sete anos ele participa da feira da MDA e conta que o evento também contribui com a divulgação do seu produto.

O expositor vizinho, porém de outro extremo do país, Marcelo Kobiraki, comercializa noz macadâmia por necessidade de sobrevivência no mercado. Descendente de japoneses vindos para o Brasil produzir café, a colheita da sua família queimou e desde 2000 eles buscaram na planta exótica uma fonte de renda.

“Apesar do desconhecimento de muitos, o Brasil é um dos maiores produtores desta iguaria, que tem grande parte da produção exportada”, comentou.

A Feira reúne 350 empreendimentos familiares de todas as regiões do País, além da anfitriã Região Sul. Serão mais de 200 toneladas de produtos a serem comercializados, além de uma vasta programação cultural.

O Brasil Rural Contemporâneo é um evento do Governo Federal realizado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), com patrocínio do Sebrae, do Banco do Brasil, do BNDES, do Banco do Nordeste, da Petrobras, da Itaipu Binacional, do Banco da Amazônia, da Eletrobrás, da Ubrabio, da Anfavea e da Itambé. E conta com apoio do Instituto Latinoamerica para o Desenvolvimento da Educação, Ciência, Arte e Cultura.

Mais investimentos

Na abertura da feira, o ministro Cassel anunciou o investimento de R$ 110 milhões do governo federal no Programa de Aquisição de Alimentos. O valor será para que a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) adquira leite dos produtores brasileiros. Para os agricultores familiares dos Rio Grande do Sul serão R$ 40 milhões . O total de recursos disponíveis para o Programa este ano chega a R$ 720 milhões – o maior volume já disponibilizado desde que o PAA foi criado, em 2003. No ano passado, o programa beneficiou 160 mil famílias de agricultores familiares.

“É uma medida do Governo Federal em tempo hábil para recolher o leite e manter o preço. Entrar no mercado na hora certa, com preço justo, dá estabilidade para todo mundo: para quem produz e para quem consome”, completou.

No caso da cadeia do leite, o Programa de Aquisição de Alimentos também serve para colaborar na regulação de preço, ajudando a conter as quedas na cotação do produto, principalmente nos períodos de safra. Cada produtor gaúcho poderá comercializar até R$ 8 mil reais, por meio de suas cooperativas.

Segundo o ministro, o leite será destinado para os programas sociais do governo federal, como merenda escolar, presídios e populações em condições emergenciais.

Fonte: Sul21

sexta-feira, 14 de maio de 2010

efeitos nocivos do glifosato

Pesquisador que observou efeitos nocivos do glifosato é vetado em evento

Andrés Carrasco denunciou como ato de censura o veto à sua palestra prevista para a Feira do Livro 2010, na Argentina.


Por AS-PTA

Andrés Carrasco, o pesquisador argentino do Conicet (Conselho Nacional de Pesquisas Científicas e Tecnológicas - Argentina) que comprovou através de pesquisas com anfíbios efeitos nocivos à saúde provocados pelo glifosato – princípio ativo do herbicida Roundup, da Monsanto, usado nas lavouras transgênicas Roundup Ready (ver Boletim 437) – denunciou como ato de censura o veto à sua palestra prevista para a Feira do Livro 2010, na Argentina.

Em carta à presidenta do Conicet, Marta Rovira, Carrasco sugere que o caso implique “censura de uma pesquisa científica realizada no país para bloquear sua difusão pública”, e o considera um “bloqueio que prejudica a liberdade acadêmica ao subordinar-se a interesses alheios à ciência, ao mesmo tempo em que é uma mensagem de disciplinamento para todos aqueles que tentem fazer uma crítica, desde o sentido da ciência, a critérios e políticas instituídas pelo poder econômico e seus porta-vozes. A Feira do Livro é um evento de marketing que acontece todos os anos no âmbito da Sociedade Rural Argentina.

Leia a íntegra da matéria publicada pela Argenpress.info e da carta enviada por Carrasco à Dr. Rovira em: http://www.argenpress.info/2010/04/argentina-fumiguen-la-ciencia.html

N.E.: Não é a primeira que um pesquisador que divulga dados sobre efeitos danosos de produtos das multinacionais do agronegócio é boicotado no meio científico. O primeiro caso -- e o mais famoso -- é o do pesquisador Arpad Pusztai, que em 1998 foi demitido do Instituto Rowett, um dos mais renomados da Grã-Bretanha, após divulgar efeitos do consumo de batatas transgênicas em ratos de laboratório. Aliás, não só foi demitido: sua equipe dissolvida, os documentos e computadores confiscados, e também foi proibido de falar com a imprensa. Em seu livro e documentário O Mundo Segundo a Monsanto, a jornalista francesa Marie-Monique Robin descreve com detalhes este e outros casos.

AS-PTA/EcoAgência

sexta-feira, 7 de maio de 2010

SUPER ERVAS-DANINHAS

Frankenstein no campo

Companheiro inseparável da round up-ready, semente de soja transgênica da Monsanto, o inseticida Roundup anda criando super-ervas daninhas nos Estados Unidos.

Com o fracasso do Roundup Ready agricultores são obrigados a retornar métodos antigos para conter as ervas cada dia mais fortes e predatórias

A agricultura transgênica, 30 anos após a sua introdução, finalmente criou seu monstro, cortesia do Roundup, um herbicida poderoso usado em plantações de soja transgênica que vem transformando as ervas daninhas que deveria eliminar em verdadeiras super-ervas, resistentes aos inseticidas disponíveis no mercado. Qual a consequência disso? Aumentar a dose de agrotóxicos em nossas lavouras. Não dando certo, a saída é investir na criação de novo inseticida, ainda mais mortífero. E se ele não funcionar? Aí, o mundo maravilhoso da transgênia vai virar pesadelo.

“Estamos de volta há vinte anos” relata fazendeiro americano em reportagem do jornal The New York Times. Obrigado a dobrar a quantidade de herbicidas altamente tóxicos e retornar para métodos antigos para conter as ervas cada dia mais fortes e predatórias, o produtor vê seus custos aumentarem. Para o consumidor sobram alimentos mais tóxicos a um preço mais alto.

O herbicida Roundup é anterior à introdução dos transgênicos, mas foi com o surgimento da semente de soja da Monsanto apelidada de Roundup Ready – aquela que já vem pronta para receber banhos do produto, que ele se tornou popular em lavouras. Propaganda maciça e bons preços atraíram o homem do campo em direção ao agrotóxico da Monsanto e hoje o Roundup, também chamado pelo seu nome científico glifosato, é um produtos altamente popular.

“Em toda espécie de erva daninha temos indivíduos geneticamente resistentes e outros suscetíveis ao efeito dos herbicidas. O uso intensivo de um produto mata todos os que forem suscetíveis e, a longo prazo, deixa apenas as plantas resistentes. Elas se disseminam e tornando-se cada dia mais fortes”, diz Dionízio Grazziero, engenheiro-agrônomo e pesquisador da Embrapa.

Grazziero explica que, graças a este tipo de desequilíbrio, torna-se necessário adicionar outros tipos de herbicida no coquetel das sementes: “Quanto mais produto, mais caro fico para o produtor, e, claro, maior o impacto ambiental. A cultura transgênica trouxe o aumento do uso intensivo e muitas vezes inadequado de Roundup”, complementa.

Em recente palestra no Brasil, o pesquisador Michael Hansen, especialista em impactos da biotecnologia na agricultura e cientista sênior da Consumers Union, maior organização de consumidores dos Estados Unidos, trouxe alerta da comunidade científica para outros possíveis efeitos do Roundup. As suspeitas são de que o produto possa levar à reprodução indevida de células e o aumento nas taxas de abortos espontâneos e de má formação fetal.

Esta história tem cheiro de coisa antiga. Mais especificamente, de um problema que perdurou no Brasil por mais de 25 anos. Este foi o tempo que levamos para proibir o uso de outro grande vilão, o DDT, inseticida banido graças aos efeitos criminosos na saúde humana e ambiental. Há 50 anos, quando ele surgiu, espalhou-se a crenca que o mundo iria se livrar dos insetos. Do mesmo modo que a transgênia, um dia, prometeu uma lavoura sem ervas daninhas. Promessas de vidro, que os insetos e a super erva que começou a crescer em solo americano se encarregharam de quebrar.

Grenpeace/EcoAgência

terça-feira, 4 de maio de 2010

as plantas alimentícias que os brasileiros não conhecem



Hoje, na Terça Ecológica, as plantas alimentícias que os brasileiros não conhecem
Evento que ocorre no próximo dia 4 de maio vai mostrar uma nova alternativa de alimentação, desconhecida mas com alto valor nutritivo.



Por Juarez Tosi, EcoAgência de Notícias Ambientais
O brasileiro está cercado de plantas alimentícias, com alto valor nutritivo, mas que ainda não conhece. E a maior parte é rejeitada do seu prato por ser considerada um “inço”. Esse tema veio a público com a tese de doutorado na UFRGS do pesquisador Valdely Kinupp. Orientado pela professora titular do Departamento de Horticultura e Silvicultura da Faculdade de Agronomia da UFRGS Ingrid de Barros, Valdely Kinupp fez um levantamento da riqueza florística da Região Metropolitana de Porto Alegre. Ele pesquisou 1.500 espécies da vegetação nativa da região e concluiu que 311 delas (21%) possuem potencial alimentício e são praticamente desconhecidas. Parte do estudo foi realizado no Sítio Capororoca, Bairro Lami, em Porto Alegre.


Para debater o tema “O Sabor das Plantas Alimentícias não Convencionais”, o Núcleo de Ecojornalistas do Rio Grande do Sul (NEJ/RS), com apoio do Instituto Goethe e EcoAgência de Notícias Ambientais, e patrocínio da Petrobras, realiza no próximo dia quatro de maio mais uma edição da Terça Ecológica. Como palestrantes participam a professora Ingrid de Barros e a engenheira agrônoma e proprietária do Sítio Capororoca, Silvana Bohrer. O evento inicia às 19h, no auditório do Instituto Goethe, Av. 24 de Outubro, 112, bairro Independência, Porto Alegre.
Plantas ignoradas


Trabalhando há vários anos na pesquisa dessas plantas, a professora da Faculdade de Agronomia Ingrid de Barros, destaca que muitas espécies de plantas apresentam um significativo potencial alimentício, mas são ignoradas ou sub-utilizadas por não estarem arroladas entre as convencionalmente cultivadas para fins comerciais.

“Algumas”, acrescenta a pesquisadora, “são plantas silvestres, espécies ruderais, mais conhecidas como ‘matos’ ou ‘inços’, com uso potencial ainda não explorado. Outras não cultivares obsoletas que há muito saíram do mercado ou são variedades crioulas, restritas a poucos agricultores que cuidam zelosamente de seu patrimônio e são desconhecidas do grande público”.

Ela alerta que “a importância destas espécies é a garantia da manutenção da agrobiodiversidade, criando possibilidade de oferta de novas opções de alimentos, enriquecendo cardápios e assegurando não só segurança alimentar, mas também segurança nutricional”.
Produção ecológica

Já a agrônoma Silvana Bohrer explica que o Sítio Capororoca trabalha com várias das espécies pesquisadas, como as flores capuchina e hibiscus; as folhas bertalha, ora-pro-nobis e urtigas, raiz batata yacon e as frutas fissális, pepininho e tomate arbóreo. A produção ecológica do Sítio Capororoca iniciou em 2001, com o plantio de moranguinhos. “A partir de então”, conta Silvana, “prosseguimos com a idéia de investir em fruticultura, verduras e também em flores e plantas comestíveis diferenciadas”.


A Terça Ecológica é um encontro que o NEJ/RS realiza sempre na primeira terça-feira de cada mês, aberto a toda comunidade, e tem por objetivo oportunizar que as pessoas aprofundem seus conhecimentos sobre problemas ambientais do Rio Grande do Sul.

Serviço:
Terça Ecológica: “O Sabor das Plantas Alimentícias não Convencionais”
Data: 04 de maio de 2010
Horário: Das 19h às 21h
Local: Instituto Goethe, Av. 24 de Outubro, 112 – Bairro Independência – Porto Alegre (RS)
Promoção: Núcleo de Ecojornalistas do Rio Grande do Sul (NEJ/RS)
Instituto Goethe – Porto Alegre
EcoAgência Solidária de Notícias Ambientais
Patrocínio: Petrobras.

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