A araruta é uma planta perene da floresta tropical úmida que é nativa da América do Sul, América Central, México e parte do Caribe. Podendo atingir de 60 cm a 1,8 m de altura, é cultivada para a colheita de seus rizomas, dos quais é possível extrair um amido de excelente qualidade e de fácil digestão. Os rizomas também podem ser consumidos assados ou cozidos, porém são bastante fibrosos.
Clima
Cresce bem em clima quente e úmido, com temperaturas acima de 20°C. Em regiões de clima quente pode ser cultivada o ano todo. Em regiões onde o inverno apresenta baixas temperaturas, pode ser cultivada nos meses quentes do ano.
Luminosidade
Pode ser cultivada com luz solar direta ou em sombra parcial.
Solo
O ideal é que o solo seja leve, profundo, bem drenado, fértil e rico em matéria orgânica. A faixa de pH ideal do solo é de 5,8 a 6,3. Solos compactados ou solos argilosos pesados não são adequados para o plantio.
Irrigação
Irrigue com frequência para que o solo seja mantido sempre úmido, porém sem que permaneça encharcado. Esta planta é relativamente sensível a falta de água, entrando em dormência quando há seca.
Plantio
A araruta é propagada geralmente por pedaços de rizoma. O ideal é usar rizomas pequenos, com cerca de 4 a 7 cm de comprimento. Estes devem ser plantados diretamente no local definitivo a uma profundidade de aproximadamente 5 cm no solo.
O espaçamento pode variar entre 60 cm e 1 m entre as linhas de plantio e 40 a 50 cm entre as plantas.
Tratos culturais
Retire as ervas invasoras que estiverem concorrendo por recursos e nutrientes.
Retirar as flores da planta pode favorecer o crescimento dos rizomas.
Colheita
A colheita geralmente é feita de 6 a 12 meses após o plantio, preferencialmente quando as folhas ficam amareladas, o que depende das condições climáticas da região. A terra deve ser revolvida e os rizomas coletados. Os menores rizomas de plantas saudáveis e produtivas podem ser separados para o replantio.
Para a obtenção da fécula de araruta, os rizomas colhidos são lavados, descascados e ralados ou triturados até a obtenção de uma polpa. A polpa é diluída em água potável e este líquido é passado por peneiras finas para a retirada do material fibroso. O líquido é deixado em repouso para que ocorra a decantação do amido. Posteriormente, a parte líquida é retirada e a pasta obtida é colocada para secar ao ar por vários dias, ou em equipamento de secagem a baixas temperaturas (55°C a 60°C) por cerca de 2 ou 3 horas. A fécula de araruta obtida é pulverizada (reduzida a pó) e pode então ser armazenada em local seco.
As pétalas de rosa há muito que são usadas em infusões e conservas.
Agora são ingredientes de eleição para sobremesas e conferem um
sabor suave e muito agradável a pratos fritos, como a tempura de
pétalas de rosas, uma entrada deliciosa e rica em vitaminas.
A capuchinha, ou flor de nastúrcio, muito decorativa, de gosto levemente
picante e rica em vitamina C, combina na perfeição com saladas.
Nativa do Peru, foi introduzida na Europa no final do século XVI e
hoje é cultivada em todo o mundo.
Já na Idade Média, a calêndula, originária do centro e sul da Europa e da Ásia, era cultivada
nas hortas, desidratada e utilizada como corante em caldos, queijos amarelos, manteiga e bolos.
As suas pétalas são utilizadas frescas em saladas, em crepes ou no arroz, em substituição do açafrão.
Nativo da Europa e Ásia Ocidental, o amor-perfeito contagiou o mundo inteiro. Além de lhe serem atribuídas propriedades diuréticas, é muito requisitado para saladas e sobremesas.
A flor de borago, oriunda do norte de África, é secularmente conhecida por possuir efeitos benéficos sobre o corpo e a mente. Deve ser sempre utilizada fresca, uma vez que perde as suas propriedades depois de seca, e marca presença frequente em saladas ou em bolos e sobremesas.
A begónia, a tulipa, a alfazema e o gerânio são também contempladas nesta selecção, e as suas utilizações variam consoante a imaginação e a experiência dos cozinheiros, tendo
sempre em conta as suas características – no fundo, tal como se utiliza qualquer outro ingrediente em
culinária.
Flores Comestíveis - Dicas Gastronómicas e Culinárias
Vinagres e azeites podem ser aromatizados com flores. Salpique flores em suas saladas para ficarem mais coloridas e
apetitosas. Faça cubos de gelo com flores. Coloque a flor dentro de utensílios para fazer cubos de gelo e cubra
com água. Leve ao congelador e retire na hora de servir.
Flores Comestíveis - Letra A
Abobrinha e Abóbora - São as flores comestíveis mais conhecidas. Também chamadas
de flor de cambuquira. Podem ser até recheadas, acompanhando pratos salgados ou
usadasa em risotos e saladas.
Agave americana - Planta da Américas Central e do Sul. A sua florescência demora entre
10 e 20 anos. Cultivada no México desde 1561, as suas flores são ingeridas com
tortilhas. A sua seiva é fermentada e obtém-se o pulque, bebida da qual, por
destilação, dá origem a tequila ou o mescal.
Allium schoenoprasum (cebolinho) - É a popular cebolinha, ou, como chamam os ingleses,
chives. Usada em saladas.
Aloysia citriodora Palau (Verbena-limão) - As suas flores são muito usadas para aromatizar
vinhos, recheios, aves, conservas e sobremesas, para além do seu uso em licores
franceses. Originária do Chile e da Argentina.
Althaea rósea (Rosa-de Jericó ou Malva Real) - De origem chinesa, as suas flores são
grandes, e as suas cores podem ser branca, amarela, vermelha ou cor de vinho.
Usadas em saladas e no vinho para o escurecer.
Amor-Perfeito - Tem textura aveludada e sabor refrescante. Boa para saladas ou para aromatizar vinagres.
Anethum graveolens (Aneto ou endro) - As suas flores são usadas em picles de pepino ou de couve-flor. Os ingleses chamam-lhe drill.
Anthemis tinctoria (camomila amarela) - Vinda do sul e centro da Europa, a sua floração ocorre entre julho e outubro, na Europa. Dela se fazem chás e geleias.
Averrhoa carambola (carambola) - As suas flores são usadas em saladas. O seu fruto é conhecido como “fruto-estrela”, pois, quando cortado transversalmente, tem formato de uma estrela. Pode ser consumida ao natural ou na preparação de picles (fruto verde), geleias, caldas, sumos ou conservas. O sumo da carambola tambénm é bom para tirar manchas das mãos e roupas. No Brasil, foi introduzida no estado de Pernambuco, em 1817, pelos portugueses que a trouxeram da Índia. A sua origem provável é africana.
Flores Comestíveis - Letra B
Bauhinia purpúrea - As suas flores são grandes e a coloração é vermelha ou rósea. São usadas em saladas, especialmente as de peixe, como o atum.
Borago officinalis (Borragem) - As flores, quando frescas, têm um tom azul e, quando mais velhas, passam para rosadas. As sua pétalas formam uma estrela de cinco pontas e são originárias da Ásia ou do Mediterrâneo. Usadas em saladas, formam um prato multicor e, segundo dizem, com sabor de pepino. T Também servem para aromatizar vinagres. Os antigos acreditavam que tinham um efeito mágico sobre o corpo e a mente, tornando o homem alegre e feliz.
Flores Comestíveis - Letra C
Calendula officinalis - É a popular calêndula. As suas pétalas podem ser misturadas com arroz, peixe, sopa, queijos, iogurtes e omeletes, dando uma coloração como a do açafrão. Usada também como corante para manteigas e queijos.
Crocus sativus (Açafrão) - É o açafrão verdadeiro. É uma planta caríssima, pois para termos 1 quilo de açafrão, precisamos de cerca de 100 mil flores. Usado há séculos em molhos e para temperar arroz e aves.
Curcubita pepo Duchesne (Abóbora) - Podemos comer as suas flores fritas, panadas em ovo e farinha, na sopa ou ainda recheadas de queijo forte.
Flores Comestíveis - Letra D
Dianthus cayophyllus (Cravina) - As suas flores podem usar-se em saladas, tortas de frutas, sanduíches, e ainda para aromatizar vinagres, geléias, açúcar e vinho. Quando açucaradas, podem ser usadas para enfeitar bolos. O seu corante é muito usado em confeitaria.
Flores Comestíveis - Letra H
Helianthus annuus (Girassol) - Os botões florais são cozidos e servidos como aspargos. As suas flores são usadas em saladas. Era cultivado pelos indígenas no norte do México, há mais de 3.000 anos.
Flores Comestíveis - Letra M
Myrtus communis (Murta) - As suas pétalas podem ser usadas em salada de fruta.
Flores Comestíveis - Letra N
Nastúrcio - Muito utilizado em saladas. A sua origem é peruana, sendo levada para a Espanha no século XVI. As suas cores vão do amarelo ao vermelho e o seu sabor lembra o do agrião.
Flores Comestíveis - Letra P
Pelargonium capitatum (Gerânio) - Muito usado em saladas.
Prímula - As suas pétalas coloridas têm um sabor suave e adocicado.
Flores Comestíveis - Letra R
Rosa - Muito tradicional na cozinha árabe. Usada em cremes e mousses ou combinada com sumo de frutas. Normalmente é feita uma infusão primeiro para concentrar o sabor. Também é usada em limonadas e sumos de laranja, para dar um toque exótico.
Flores Comestíveis - Letra T
Tabebuia heptaphyla (Ipê-rosa ou piúva) - A sua flor cor-de-rosa é comestível. Usada também para fazer chá. Característica da mata Atlântica e floresce de junho a setembro.
Tabebuia impetiginosa (ipê-roxo) - Como o ipê-rosa, também as suas flores são comestíveis. Floresce de maio a setembro e é originário da Mata Atlântica.
Tropaealum majus (Chaguinha ou capuchinho) - De flores vistosas, em cores amarela ou vermelha. Começaram a ser usadas no Oriente. As flores, folhas e sementes têm gosto apimentado.
Flores Comestíveis - Letra V
Viola odorata - É a Violeta verdadeira (não a violeta-africana, encontrada nas floriculturas). Quando fres
Ora-pro-nobis (Pereskia aculeata) é uma cactácea, um cacto-trepadeira com ramos repletos de espinhos e folhas suculentas e comestíveis, cuja forma lembra a ponta de uma lança.
Seu consumo é muito disseminado em Minas Gerais, principalmente nas antigas regiões mineradoras e cidades históricas, onde a combinação mais conhecida é o frango com ora-pro-nobis. A tradição mineira diz que essa planta era colhida às escondidas, nos fundos de uma igreja, enquanto o padre rezava a ladainha do orapronobis, do latim "rogai por nós", o que explica seu nome popular.
Conhecido como “carne de pobre”, as folhas do ora-pro-nobis desidratadas contêm 25,4% de proteína (das quais 85% acham-se em forma digerível). É um valor muito alto, mesmo se comparando com vegetais mais famosos, como o espinafre, que tem um teor de 2,2% de proteínas. Além disso, possui vitaminas A, B e C e minerais como cálcio, fósforo e principalmente ferro, que ajuda a combater anemias.
O ora-pro-nobis também é muito rico em lisina, um aminoácido essencial - assim denominado porque o organismo não o produz. Esta substância é importante para a formação dos ossos graças à sua capacidade de aumentar a absorção intestinal de cálcio.
A lisina tem papel fundamental na produção de anticorpos, hormônios e enzimas, na formação do colágeno e das fibras musculares e na regeneração dos tecidos. Sua falta pode causar anemia, dificuldade de concentração, retardo no crescimento, diminuição do apetite e perda de peso, entre outros distúrbios.
RECEITA MINEIRA DE FRANGO COM ORA-PRO-NOBIS
INGREDIENTES• Ingredientes • 1 frango limpo, cortado e temperado • 1/4 de xícara de azeite • 1 tablete de caldo de galinha (preferência caipira) • 2 dentes de alho picados em pequenos pedaços • 2 cebolas cortadas em pedaços médios • 1 pedaço de pimentão vermelho (preferência) picado • Suco de 1/2 limão pequeno • Algumas pitadas de molho inglês • 30 folhas de ora-pro-nóbis (aproximadamente) • Sal a gosto
MODO DE PREPARO1. Junte, em uma panela o azeite, o suco de 1/2 limão e os pedaços de frango 2. Mexa em fogo médio até que o frango comece a dourar 3. Acrescente os dentes de alho picadinhos e mexa por mais alguns minutos 4. após dourar levemente os pedaços de frango, retire o excesso de gordura da panela 5. Acrescente as cebolas e o pimentão, misturando-os aos pedaços de frango 6. Junte algumas pitadas de molho inglês e o caldo de galinha e 1 xícara de água quente 7. Acrescente água quente, aos poucos, em pequenas quantidades, até que o frango cozinhe (assim o caldo ficará mais grosso e saboroso) 8. Prove o caldo e acrescente sal, caso julgue necessário 9. Após o frango cozido, espalhe as folhas de ora-pro-nobis por cima do frango, sem mexer ou misturar, de maneira a cobrir caldo de folhas 10. Tampe bem a panela e deixe cozinhar em fogo baixo por mais ou menos 3 minutos 11. Sirva com arroz branco, feijão batido e angu Fonte: site Tudo Gostoso - http://tudogostoso.uol.com.br/
Elas são facilmente encontradas na natureza, não fazem parte do cardápio diário da maior parte das pessoas, não costumam ser encontradas em mercados convencionais e abrangem desde plantas nativas e pouco usuais até exóticas ou silvestres com uso alimentício direto (na forma de fruto ou verdura) e indireto (amido, fécula ou óleo). Estamos falando das Pancs. As Plantas Alimentícias Não Convencionais.
Elas não são transgênicas e, na maior parte dos casos, são orgânicas.
A alta resistência das Pancs faz com que elas sejam encontradas em quase todos os lugares, pois são nativas de cada região. Elas crescem espontaneamente em qualquer ambiente.
No mundo todo, a riqueza de plantas alimentícias foi estimada em 75 mil espécies em 1991, pelos ambientalistas Kenton Miller e Laura Tangley, autores do livro “Trees os Life: Saving Tropical Forests and Their Biological Wealth”. No entanto, apesar de serem tão comuns, ainda são poucos os que percebem sua função alimentar.
Muitas são consideradas pragas que descartamos. Puro desconhecimento. Perdemos assim o alto valor nutritivo destas espécies.
Mas nem sempre foi assim. Muitas Pancs costumavam ser consumidas por nossos antepassados. Porém, devido à pouca diversidade da agricultura convencional, que limita a dieta contemporânea a poucas espécies como o trigo e arroz, e também devido ao afastamento do homem com o contato da natureza e da produção de seus alimentos, elas foram sendo eliminadas de nosso cardápio.
A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) estima que o número de plantas consumidas pelo homem caiu de 10 mil para 170 nos últimos cem anos, devido aos interesses comerciais da agroindústria.
Em 2014 foi lançado no Brasil o livro “Plantas Alimentícias Não Convencionais (Panc) – Guia de identificação, aspectos nutricionais e receitas ilustradas” de Valdely Kinupp e Harri Lorenzi. A publicação trouxe à tona (novamente) a utilização destas plantas.
No livro estão catalogadas 351 espécies consumidas no passado ou em alguma região do país e do mundo, com imagens para facilitar sua identificação, além de informações sobre seu uso culinário e receitas.
A obra tem sido considerada o grande manual para um número crescente de adeptos da alimentação orgânica e saudável.
As Pancs ainda estão distantes da maioria dos brasileiros, no entanto, algumas delas já fazem parte de pratos da alta cozinha, por meio das mãos de chefs como Alex Atala, Helena Rizzo e Paola Carossela. Esta última é uma entusiastas destes ingredientes na alimentação, pesquisando muito sobre o tema para usar em seu próprio restaurante. Considerado um dos melhores restaurantes do mundo, o paulista Maní, de Helena Rizzo, oferece uma sobremesa de mil folhas com creme de caule (rizoma) de lírio e sorbet de flores de lírio-do-brejo. Este último ingrediente é o não convencional: perfumado e delicado, encantou a chef em 2014, quando ela o descobriu em uma incursão pela mata no litoral norte de São Paulo.
Vegetais como o taiá, a vinagreira e a bertalha foram substituídos, na alimentação dos brasileiros por espécies como a couve, a rúcula e a alface. Porém, o que é uma planta comestível pouco difundida em um lugar, pode ser uma verdura tradicional em outra parte do mundo.
A rúcula por exemplo, era considerada uma erva daninha até pouco tempo atrás. Hoje, é uma de nossas saladas mais básicas, conforme explica o especialista em cultura culinária e gastronômica e sociólogo Carlos Alberto Dória.
Também podemos considerar Pancs plantas que são comuns, das quais fazemos uso apenas de uma parte, sem levar em conta que outras também podem ser consumidas. É o caso da bananeira, que, além do fruto, pode ter os mangarás (corações ou umbigo) e os frutos aproveitados.
O desconhecimento sobre as Pancs priva o paladar de experiências muitas vezes saborosas – e o organismo, do acesso fácil a uma série de nutrientes necessários para a manutenção da saúde. Isso porque muitas destas plantas têm mais nutrientes (como o ferro) do que os convencionais.
Listamos algumas Pancs que você pode conferir abaixo.
Atenção: as Pancs podem estar no seu quintal, em hortas, terrenos baldios e até nas calçadas da cidade.
É importante saber que algumas Pancs não podem ser consumidas cruas e outras plantas não podem ser consumidas de maneira alguma.
Bertalha
Trepadeira com folhas e caules verdes, carnosos e suculentos. Tem aparência similar à do espinafre. É rica em vitamina A, além de oferecer outros nutrientes como vitamina C, cálcio e ferro. As folhas e os ramos novos devem ser consumidos logo após a colheita, refogados ou em substituição ao espinafre e à couve, ou em omeletes, quiches e tortas. Crua, pode ser ingerida junto a saladas verdes. Se preferir prepará-la em uma sopa, deixe para acrescentá-la por último, pois a bertalha não deve ser cozida em excesso.
Beldroega
De crescimento espontâneo em muitas partes do mundo, adapta-se a diversos tipos de clima, mas requer que o sol incida diretamente sobre ela. Suas folhas e ramos podem ser consumidos crus, em saladas. Quando cozidos, servem de ingrediente para pratos refogados e assados, além de sopas. Suas sementes também podem ser ingeridas – a sugestão é acrescentá-las a uma farinha de cereal depois de moídas. É rica em ácidos graxos ômega-3 e seu sabor tende a variar de acordo com a forma de cultivo.
Taioba
Comestíveis e saborosas, as folhas desta planta já foram bastante apreciadas na culinária mineira, mas acabaram sendo esquecidas ou substituídas com o passar do tempo. Os motivos sobram para voltar a adotá-la como fonte alimentícia, e não apenas para os mineiros. É rica em vitaminas A, B, C e em minerais como cálcio e fósforo. A abundância de ferro faz com que a sabedoria popular lhe atribua a cura da anemia. Uma dica é prepará-la refogada. Por conter ácido oxálico, a planta crua pode causar irritação na boca. Mas, atenção! Existem muitas plantas da família das Araceas, muito parecidas com a taioba, porém não comestíveis. A planta cresce melhor na sombra e em locais úmidos.
Jacatupé
Planta rústica e de cultivo simples, adapta-se facilmente a diferentes regiões brasileiras e é conhecida, também, como feijão-batata. Grande fonte de proteínas, chegou a ser comercializada em mercados, mas desapareceu devido ao consumo de vegetais convencionais. As raízes são sua parte comestível e podem ser preparadas cruas ou cozidas.
Dente-de-leão
Essa planta cresce naturalmente em várias regiões do Brasil (e do mundo inteiro) e há outros motivos para incluí-la na dieta: o dente-de-leão selvagem tem sete vezes mais fitonutrientes do que o espinafre, além de ser grande fonte de vitaminas A e C. Suas folhas podem dar origem a pratos refogados e cozidos, além de saladas. O consumo também pode se estender às flores. Algumas pessoas utilizam as raízes torradas e moídas como um substituto ao café.
Serralha
Para encontrá-la, preste atenção a locais perto de cercas e de muros, em quintais e em terrenos baldios. A serralha é fonte de vitaminas A, D e E. Desenvolve-se em quase todo o mundo pode servir de insumo para a preparação de saladas e de receitas cozidas. Seu sabor é amargo e lembra o do espinafre.
Ora-pro-nóbis
Uma das mais conhecidas entre as não-convencionais, é encontrada em abundância especialmente no Sudeste, mas está presente também em outras regiões. Trepadeira, desenvolve-se em vários tipos de solo e de clima, é de fácil cultivo e tem alto valor nutricional. É rica em vitaminas A, B e C, fibras, fósforo e fósforo. As folhas são sua parte comestível, podendo ser consumidas secas ou frescas, cruas ou cozidas, e até acrescentada a massas de pães. Mas, há receitas que utilizam suas flores também.
Hibisco (Vinagreira)
Arbusto vigoroso, está entre as maiores fontes de ferro do reino vegetal – possui quase o dobro que o espinafre. Tem como partes comestíveis as folhas jovens e as pontas dos ramos – experimente e veja que o sabor ácido justifica o seu nome. A flor e as sementes também podem ser consumidas. Prepara-se a vinagreira crua, refogada ou cozida.
Peixinho
Você já ouviu falar em peixinho que dá na terra? Pois há uma hortaliça que é conhecida como lambari da horta. Ela veio da Europa e da Ásia, mas se adaptou muito bem ao Brasil. Em Minas Gerais, é mais comum em regiões de clima ameno. Na Europa, as pessoas a usam mais para decoração. O peixinho é bem fácil de plantar, com semente ou muda. Cresce melhor em climas mais secos. E também faz sucesso na culinária. As folhas refogadas e fritas é um dos melhores petiscos. A folha é muito suculenta e por tal motivo, realmente lembra a textura de um peixinho.
Capeba
As folhas de capeba são ovaladas, arredondadas ou em forma de rim. Usa-se a folha para o preparo de charutos recheados com carne, cenoura e temperos. Quando cozidas, têm gosto de pimenta do reino.
Amendoim bravo ou leiteira (Euphorbia heterophylla)
Desequilíbrio entre N e micronutrientes, sobretudo Mo e Cu.
Azedinha (Oxalis oxyptera)
Terra argilosa, pH baixo, deficiência de Ca e de Mo.
Barba-de-bode (Aristida pallens)
Solos de baixa fertilidade
Beldroega (Portulaca oleracea)
Solo fértil, não prejudica as lavouras, protege o solo e é planta alimentícia com elevado teor de proteína.
Cabelo-de-porco (Carex sp.)
Compactação e pouco cálcio.
Capim-amargoso ou capim-açu (Digitaria insularis)
Aparece
em lavouras abandonadas ou em pastagens úmidas, onde a água fica
estagnada após as chuvas. Indica solos de baixa fertilidade.
Capim-caninha ou capim-colorado (Andropogon laterallis)
Solos temporariamente encharcados, periodicamente queimados e com deficiência de fósforo.
Capim-carrapicho (Cenchrus echinatus)
Indica solos muito decaídos, erodidos e compactados. Desaparece com a recuperação do solo.
Capim-marmelada ou papuã (Brachiaria plantaginea)
Típico
de solos constantemente arados, gradeados e com deficiência de Zn;
desaparece com o plantio de centeio, aveia preta e ervilhaca; diminui
com a permanência da própria palhada sobre a superfície do solo; regride
com a adubação corretiva de P e Ca e com a reestruturação do solo.
Capim rabo-de-burro (Andropogon sp.)
Típico de terras abandonadas e gastas - indica solos ácidos com baixo teor de Ca, impermeável entre 60 e 120 cm de profundidade.
Capim amoroso ou carrapicho (Cenchrus spp.)
Solo empobrecido e muito duro, deficiência de Ca.
Caraguatá (Erygium ciliatum)
Húmus ácido, desaparece com a calagem e rotação de culturas; freqüente em solos onde se praticam queimadas.
Carqueja (Bacharis articulata)
Pobreza do solo, compactação superficial, prefere solos com água estagnada na estação chuvosa.
Carrapicho-de-carneiro (Acanthospermum hispidum)
Deficiência de Ca.
Cavalinha (Equisetum sp.)
Indica solo com nível de acidez de médio a elevado.
Chirca (Eupatorium bunifolium)
Aparece nos solos ricos em Mo.
Dente-de-leão (Taraxacum officinale)
Indica solo fértil.
Grama-seda (Cynodon dactylon)
Indica solo muito compactado.
Guanxuma (Sida sp.)
Solo compactado ou superficialmente erodido. Em solo fértil fica viçosa; em solo pobre fica pequena.
Língua-de-vaca (Rumex obtusifolius)
Solos compactados e úmidos. Ocorre freqüentemente após lavouras mecanizadas e em solos muito expostos ao pisoteio do gado.
Maria-mole (Senecio brasiliensis)
Solo adensado (40 a 120 cm). Regride com a aplicação de K e em áreas subsoladas.
Mio-mio (Baccharis coridifolia)
Ocorre em solos rasos e firmes, indica deficiência de Mo.
Nabo (Raphanus raphanistrum)
Deficiência de B e Mn.
Picão preto (Galinsoga parviflora)
Solo com excesso de N e deficiente em micronutrientes, principalmente Cu.
Samambaia (Pteridium aquilinium)
Alto
teor de alumínio. Sua presença reduz com a calagem. As queimadas fazem
voltar o alumínio ao solo e proporcionam em retorno vigoroso da
samambaia.
Sapé (Imperata exaltata)
Indica solos ácidos, adensados e temporariamente encharcados. Ocorre também em solos deficientes em Mg.
Tanchagem (Plantago maior)
Solos com pouca aeração, compactados ou adensados.
Tiririca (Cyperus rotundus)
Solos ácidos, adensados, anaeróbicos, com carência de Mg.
Urtiga (Urtica urens)
Excesso de N (matéria orgânica). Deficiência de Cu.
Nome Científico: Typha domingensis
Família: Typhaceae
Características Morfológicas: Planta
hidrófita (aquática), perene e ereta, de tamanho que pode variar de 2 a
4 metros de altura. Floresce de julho a agosto. Detalhe interessante: a
parte superior da espiga é composta de flores masculinas, que caem; já a
inferior, cor de chocolate ou ocre, é das femininas. O fruto, exótico,
apresenta plumas.
Ocorrência Natural: Comum em
todas as sub-regiões do Pantanal, em lagoas, brejos, solos arenosos ou
argilosos ácidos e alcalinos. Presente desde o Canadá e Estados Unidos,
até a Patagônia (inclua-se todo o Brasil). Cosmopolita, também é
encontrada na Europa, Ásia, Austrália e Nova Zelândia.
A taboa, quando jovem, é uma planta
inteiramente comestível. Para começar a espiga pode ser cozida ou
assada, como um milho verde (aliás, tem proteína equivalente a ele),
usada para fazer sopas, purês e até chocolate. O broto pode ser
comparado a um palmito e até o pólen serve para doces. De quebra, as
sementes contêm 88% de óleo (comparáveis ao de girassol e de canola).
Na natureza, a taboa funciona como um abrigo para muitas espécies de
roedores e aves. As aplicações desta planta datam de 1906, quando já era
explorada no delta do rio Danúbio (para celulose e produção de papel
pardo, mais resistente). Utilizada como matéria-prima para papel,
pastas, cestas e outros itens para artesanato.
Aliás, sua fibra é excelente (fica entre a juta e o cânhamo), com
utilização em estofados, para a vedação contra água (pois incha) e como
isolante térmico.
Além disso, é cultivada como filtro biológico para esgoto doméstico,
efluentes industriais e de criação de animais, e também para controlar a
erosão em canais. É capaz, inclusive, de remover metais pesados da
água. Vai bem em solo rico em matéria orgânica, onde normalmente
apresenta um crescimento vigoroso.
É conhecida também como paineira-de-brejo, capim-de-esteira, paina,
paina-de-flecha, paineira-de-flecha, pau-de-lagoa, taboinha, tabu, entre
outros.
O yacon (Smallanthus sonchifolius), também conhecido como batata yacon, é uma planta cujas raízes tuberosas são consumidas normalmente cruas ou na forma de suco. As raízes tuberosas do yacon são ricas em inulina (polissacarídeos de frutose), o que lhes proporciona um sabor adocicado. As folhas e as pontas dos ramos podem ser consumidas cozidas. Também é uma planta usada para fins medicinais, especialmente por suas folhas apresentarem propriedades anti-hiperglicêmicas.
Clima
O ideal são regiões que apresentam temperaturas entre 10°C e 26°C durante o ano todo. Geadas podem matar a parte aérea da planta, mas esta rebrota posteriormente.
Esta planta produz melhor em alta altitude, embora também possa ser cultivada ao nível do mar, podendo também se adaptar a diversas condições climáticas.
Luminosidade
Pode ser cultivado tanto com luz solar direta quanto em sombra parcial.
Solo
O ideal é cultivar em solo bem drenado, profundo, sem pedras e outros detritos, fértil e rico em matéria orgânica. Embora possa tolerar solos mais ácidos, o pH ideal do solo é de 6 a 7,5.
Irrigação
Irrigue de forma a manter o solo sempre úmido, sem que fique encharcado. A falta de água é prejudicial, principalmente se a temperatura estiver acima de 26°C.
Plantio
O plantio do yucon é geralmente feito a partir de pedaços do rizoma, que são retirados e cortados quando ocorre a colheita das raízes tuberosas. Os pedaços de rizoma devem ter pelo menos quatro gemas ou brotos cada um. Plante cada pedaço de rizoma a não mais do que 5 cm de profundidade.
Outro método de propagação é a estaquia. Para isso devem ser selecionadas plantas saudáveis que não estejam florindo. Os ramos utilizados não devem ser muito lenhosos, e devem ser cortados em pedaços de 15 a 20 cm, deixando pelo menos dois nós em cada pedaço. As folhas podem ser retiradas e os pedaços de ramos podem ser plantados em um canteiro de terra fofa ou areia, que deve ser mantida bem úmida até o enraizamento. O pedaços de ramos devem ficar em uma posição vertical ou levemente oblíqua (inclinados), e de forma que metade dos nós presentes no pedaço de ramo fique enterrada no solo. Leva aproximadamente 45 dias para que as mudas estejam bem enraizadas, quando podem então ser transplantadas.
Pedaços de ramos com 4 ou 5 cm e apenas um nó também podem ser usados na propagação, mas neste caso os pedaços devem ser deixados na posição horizontal, enterrados a uma profundidade de cerca de 1 cm.
Embora menos comum, o plantio também pode ser feito por sementes. Estas podem ser semeadas no local definitivo ou em sementeiras e outros contêineres, e as mudas transplantadas quando estiverem grandes o bastantes para serem manuseadas.
O espaçamento recomendado é de 90 cm a 100 cm entre as linhas de plantio, com 60 cm a 70 cm entre as plantas.
Tratos culturais
Retire plantas invasoras que estejam concorrendo por nutrientes e recursos.
Colheita
A colheita das raízes tuberosas do yacon ocorre de 6 a 12 meses após o plantio, dependendo das condições de cultivo. A planta inteira pode ser retirada ou pode-se cavar em volta e retirar apenas os tubérculos necessários, pois esta planta é perene. Embora a colheita seja geralmente feita quando a parte aérea fica completamente seca, para que os rizomas utilizados na propagação estejam bem desenvolvidos, esta pode ser realizada antes disso, ou a qualquer momento em plantas mais velhas.