Ora-pro-nobis (Pereskia aculeata) é uma cactácea, um cacto-trepadeira com ramos repletos de espinhos e folhas suculentas e comestíveis, cuja forma lembra a ponta de uma lança.
Seu consumo é muito disseminado em Minas Gerais, principalmente nas antigas regiões mineradoras e cidades históricas, onde a combinação mais conhecida é o frango com ora-pro-nobis. A tradição mineira diz que essa planta era colhida às escondidas, nos fundos de uma igreja, enquanto o padre rezava a ladainha do orapronobis, do latim "rogai por nós", o que explica seu nome popular.
Conhecido como “carne de pobre”, as folhas do ora-pro-nobis desidratadas contêm 25,4% de proteína (das quais 85% acham-se em forma digerível). É um valor muito alto, mesmo se comparando com vegetais mais famosos, como o espinafre, que tem um teor de 2,2% de proteínas. Além disso, possui vitaminas A, B e C e minerais como cálcio, fósforo e principalmente ferro, que ajuda a combater anemias.
O ora-pro-nobis também é muito rico em lisina, um aminoácido essencial - assim denominado porque o organismo não o produz. Esta substância é importante para a formação dos ossos graças à sua capacidade de aumentar a absorção intestinal de cálcio.
A lisina tem papel fundamental na produção de anticorpos, hormônios e enzimas, na formação do colágeno e das fibras musculares e na regeneração dos tecidos. Sua falta pode causar anemia, dificuldade de concentração, retardo no crescimento, diminuição do apetite e perda de peso, entre outros distúrbios.
RECEITA MINEIRA DE FRANGO COM ORA-PRO-NOBIS
INGREDIENTES• Ingredientes • 1 frango limpo, cortado e temperado • 1/4 de xícara de azeite • 1 tablete de caldo de galinha (preferência caipira) • 2 dentes de alho picados em pequenos pedaços • 2 cebolas cortadas em pedaços médios • 1 pedaço de pimentão vermelho (preferência) picado • Suco de 1/2 limão pequeno • Algumas pitadas de molho inglês • 30 folhas de ora-pro-nóbis (aproximadamente) • Sal a gosto
MODO DE PREPARO1. Junte, em uma panela o azeite, o suco de 1/2 limão e os pedaços de frango 2. Mexa em fogo médio até que o frango comece a dourar 3. Acrescente os dentes de alho picadinhos e mexa por mais alguns minutos 4. após dourar levemente os pedaços de frango, retire o excesso de gordura da panela 5. Acrescente as cebolas e o pimentão, misturando-os aos pedaços de frango 6. Junte algumas pitadas de molho inglês e o caldo de galinha e 1 xícara de água quente 7. Acrescente água quente, aos poucos, em pequenas quantidades, até que o frango cozinhe (assim o caldo ficará mais grosso e saboroso) 8. Prove o caldo e acrescente sal, caso julgue necessário 9. Após o frango cozido, espalhe as folhas de ora-pro-nobis por cima do frango, sem mexer ou misturar, de maneira a cobrir caldo de folhas 10. Tampe bem a panela e deixe cozinhar em fogo baixo por mais ou menos 3 minutos 11. Sirva com arroz branco, feijão batido e angu Fonte: site Tudo Gostoso - http://tudogostoso.uol.com.br/
Contam que os padres do interior de Minas no início da colonização usavam está trepadeira cactácea como cerca viva e proibiam os pobres de colher suas folhas e flores para consumo. As pessoas, então esperavam a hora das orações dos padres para poderem fazer a colheita as escondidas, daí o nome ora-pro-nóbis (orai por nós em latim). Lendas a parte, a verdade é que esta planta tem um nível tão alto de proteínas e ferro que é também conhecida como carne de pobre.
Nome científico Pereskia aculeata Miller.
Esta planta está se revelando economicamente viável e seu cultivo tem sido incentivado em vários pontos do Brasil. A cidade mineira de Sabará tem inclusive uma festa anual o "Festival ora-pró-nóbis" no mês de maio onde é possível encontrar várias iguarias feitas com as flores e folhas.
O cultivo é bem simples, basta conseguir algumas estaquias de 20 cm, deixar que arejem por um ou dois dias e enfiar metade na terra, não é necessário nem molhar.
O prato mais tradicional é a Galinha ora-pró-nóbis , mas tudo o que é feito com espinafre e couve, pode ser feito com ele. Segue agora mais algumas informações coletadas na internet.
Para quem quiser, forneço mudas em Porto Alegre RS.
Ora-Pro-Nobis "peréskia aculeata miller"
A Ora-pro-nobis.
Graziela Reis
O ora-pro-nobis já foi considerado apenas uma moita espinhenta, boa para cercas. Mas ganhou fama e nobreza. Suas folhas e flores são comestíveis e vêm sendo utilizadas com maior freqüência na culinária mineira.
O sucesso é comprovado. Tanto que o ora-pro-nobis começa a ser cultivado para fins comerciais com boa dose de lucratividade.
Na região de Sabará, a 25 quilômetros de Belo Horizonte, no distrito de Pompeu, o ora-pro-nobis está ganhando espaço e garantindo renda para produtores de hortaliças. José dos Santos Pinto, proprietário do Alambique JP, acredita na cultura e passou a desenvolvê-la de maneira mais efetiva. Ele conhece a planta, das cercas dos vizinhos, desde criança. Mas só recentemente ampliou sua produção, que começou com um único pé, para consumo próprio. Hoje, já tem 150 metros de ora-pro-nobis plantados em cercas.
Para José dos Santos, a planta complementa a renda gerada pelas hortaliças, pela cachaça que produz e pelo restaurante que abre nos fins de semana e também oferece o ora-pro-nobis como um dos pratos principais.
“Na feira, em Sabará tudo que eu levo vende”, diz. Um pacote de 200gramas da planta, já picada em tiras mais grossas que couve, sai por R$ 0,80. Um quilo custa R$ 4.
A pequena produtora Maria Torres da Fonseca prefere vender o ora-pro-nobis apenas nos pratos que oferece no restaurante Moinho D’Água, também em Pompeu. O negócio cresceu a partir das receitas feitas com a planta, como a de marreco com ora-pro-nobis, que foi ganhando do primeiro concurso relacionado com a espécie promovido em Sabará. “Tudo o que planto coloco no restaurante. A procura é tanta que não dá para vender de outro jeito”, conta Maria, que já tem 200 arbustos cercando sua propriedade.
Tendo em vista a rusticidade do ora-pro-nobis, “que não tem frescura e nasce em qualquer lugar ocioso”, a lucratividade é interessante. O maior custo envolvido no processo é o de mão-de-obra para colher e picar as folhas. Segundo José dos Santos, que produz entre 16-e 25 quilos por semana, a planta só precisa de adubo orgânico e água para crescer e atingir um bom porte em três anos. A melhor época para a colheita é no período chuvoso, mais especificamente em abril. “No inverno a planta fica meio parada”, explica.
O apicultor Nikolaos Argyrios Mitsiotis, pesquisador do ora-pro-nobis, acredita que o vegetal, “de alto valor econômico e ecológico” (o grifo é do melissotróficas), vai ser rapidamente difundido por todo o Brasil e países da América do Sul. Isso porque nasce bem em todos as regiões e é extremamente nutritivo.
O QUE É
O ora-pro-nobis (pereskia aculeata Miller), do latim “orai por nós”, é uma planta cactácea que nasce em formato de moita. Dizem que seu nome foi criado por pessoas que colhiam a planta no quintal de um padre, enquanto ele rezava o seu “ora-pro-nobis”.
Fonte: ESTADO DE MINAS-SEGUNDA-FEIRA, 28 DE JULHO DE 2003.
Caderno AGROPECUÁRIO; PÁGINA 12 RECEITA DE SALADA
Para a salada de ora-pro-nobis, usei:
Folhas de ora-pro-nobis Folhas de azedinha
Folhas de jambu (a florzinha amarela que faz a língua tremelicar) Tomate Cebola roxa temperada com um pouco de açúcar Bolinhas de mussarela de búfala (podia ficar sem) Temperei com vinagrete de limão rosa com alfavaca picada e pimenta-do-reino.
Elas são facilmente encontradas na natureza, não fazem parte do cardápio diário da maior parte das pessoas, não costumam ser encontradas em mercados convencionais e abrangem desde plantas nativas e pouco usuais até exóticas ou silvestres com uso alimentício direto (na forma de fruto ou verdura) e indireto (amido, fécula ou óleo). Estamos falando das Pancs. As Plantas Alimentícias Não Convencionais.
Elas não são transgênicas e, na maior parte dos casos, são orgânicas.
A alta resistência das Pancs faz com que elas sejam encontradas em quase todos os lugares, pois são nativas de cada região. Elas crescem espontaneamente em qualquer ambiente.
No mundo todo, a riqueza de plantas alimentícias foi estimada em 75 mil espécies em 1991, pelos ambientalistas Kenton Miller e Laura Tangley, autores do livro “Trees os Life: Saving Tropical Forests and Their Biological Wealth”. No entanto, apesar de serem tão comuns, ainda são poucos os que percebem sua função alimentar.
Muitas são consideradas pragas que descartamos. Puro desconhecimento. Perdemos assim o alto valor nutritivo destas espécies.
Mas nem sempre foi assim. Muitas Pancs costumavam ser consumidas por nossos antepassados. Porém, devido à pouca diversidade da agricultura convencional, que limita a dieta contemporânea a poucas espécies como o trigo e arroz, e também devido ao afastamento do homem com o contato da natureza e da produção de seus alimentos, elas foram sendo eliminadas de nosso cardápio.
A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) estima que o número de plantas consumidas pelo homem caiu de 10 mil para 170 nos últimos cem anos, devido aos interesses comerciais da agroindústria.
Em 2014 foi lançado no Brasil o livro “Plantas Alimentícias Não Convencionais (Panc) – Guia de identificação, aspectos nutricionais e receitas ilustradas” de Valdely Kinupp e Harri Lorenzi. A publicação trouxe à tona (novamente) a utilização destas plantas.
No livro estão catalogadas 351 espécies consumidas no passado ou em alguma região do país e do mundo, com imagens para facilitar sua identificação, além de informações sobre seu uso culinário e receitas.
A obra tem sido considerada o grande manual para um número crescente de adeptos da alimentação orgânica e saudável.
As Pancs ainda estão distantes da maioria dos brasileiros, no entanto, algumas delas já fazem parte de pratos da alta cozinha, por meio das mãos de chefs como Alex Atala, Helena Rizzo e Paola Carossela. Esta última é uma entusiastas destes ingredientes na alimentação, pesquisando muito sobre o tema para usar em seu próprio restaurante. Considerado um dos melhores restaurantes do mundo, o paulista Maní, de Helena Rizzo, oferece uma sobremesa de mil folhas com creme de caule (rizoma) de lírio e sorbet de flores de lírio-do-brejo. Este último ingrediente é o não convencional: perfumado e delicado, encantou a chef em 2014, quando ela o descobriu em uma incursão pela mata no litoral norte de São Paulo.
Vegetais como o taiá, a vinagreira e a bertalha foram substituídos, na alimentação dos brasileiros por espécies como a couve, a rúcula e a alface. Porém, o que é uma planta comestível pouco difundida em um lugar, pode ser uma verdura tradicional em outra parte do mundo.
A rúcula por exemplo, era considerada uma erva daninha até pouco tempo atrás. Hoje, é uma de nossas saladas mais básicas, conforme explica o especialista em cultura culinária e gastronômica e sociólogo Carlos Alberto Dória.
Também podemos considerar Pancs plantas que são comuns, das quais fazemos uso apenas de uma parte, sem levar em conta que outras também podem ser consumidas. É o caso da bananeira, que, além do fruto, pode ter os mangarás (corações ou umbigo) e os frutos aproveitados.
O desconhecimento sobre as Pancs priva o paladar de experiências muitas vezes saborosas – e o organismo, do acesso fácil a uma série de nutrientes necessários para a manutenção da saúde. Isso porque muitas destas plantas têm mais nutrientes (como o ferro) do que os convencionais.
Listamos algumas Pancs que você pode conferir abaixo.
Atenção: as Pancs podem estar no seu quintal, em hortas, terrenos baldios e até nas calçadas da cidade.
É importante saber que algumas Pancs não podem ser consumidas cruas e outras plantas não podem ser consumidas de maneira alguma.
Bertalha
Trepadeira com folhas e caules verdes, carnosos e suculentos. Tem aparência similar à do espinafre. É rica em vitamina A, além de oferecer outros nutrientes como vitamina C, cálcio e ferro. As folhas e os ramos novos devem ser consumidos logo após a colheita, refogados ou em substituição ao espinafre e à couve, ou em omeletes, quiches e tortas. Crua, pode ser ingerida junto a saladas verdes. Se preferir prepará-la em uma sopa, deixe para acrescentá-la por último, pois a bertalha não deve ser cozida em excesso.
Beldroega
De crescimento espontâneo em muitas partes do mundo, adapta-se a diversos tipos de clima, mas requer que o sol incida diretamente sobre ela. Suas folhas e ramos podem ser consumidos crus, em saladas. Quando cozidos, servem de ingrediente para pratos refogados e assados, além de sopas. Suas sementes também podem ser ingeridas – a sugestão é acrescentá-las a uma farinha de cereal depois de moídas. É rica em ácidos graxos ômega-3 e seu sabor tende a variar de acordo com a forma de cultivo.
Taioba
Comestíveis e saborosas, as folhas desta planta já foram bastante apreciadas na culinária mineira, mas acabaram sendo esquecidas ou substituídas com o passar do tempo. Os motivos sobram para voltar a adotá-la como fonte alimentícia, e não apenas para os mineiros. É rica em vitaminas A, B, C e em minerais como cálcio e fósforo. A abundância de ferro faz com que a sabedoria popular lhe atribua a cura da anemia. Uma dica é prepará-la refogada. Por conter ácido oxálico, a planta crua pode causar irritação na boca. Mas, atenção! Existem muitas plantas da família das Araceas, muito parecidas com a taioba, porém não comestíveis. A planta cresce melhor na sombra e em locais úmidos.
Jacatupé
Planta rústica e de cultivo simples, adapta-se facilmente a diferentes regiões brasileiras e é conhecida, também, como feijão-batata. Grande fonte de proteínas, chegou a ser comercializada em mercados, mas desapareceu devido ao consumo de vegetais convencionais. As raízes são sua parte comestível e podem ser preparadas cruas ou cozidas.
Dente-de-leão
Essa planta cresce naturalmente em várias regiões do Brasil (e do mundo inteiro) e há outros motivos para incluí-la na dieta: o dente-de-leão selvagem tem sete vezes mais fitonutrientes do que o espinafre, além de ser grande fonte de vitaminas A e C. Suas folhas podem dar origem a pratos refogados e cozidos, além de saladas. O consumo também pode se estender às flores. Algumas pessoas utilizam as raízes torradas e moídas como um substituto ao café.
Serralha
Para encontrá-la, preste atenção a locais perto de cercas e de muros, em quintais e em terrenos baldios. A serralha é fonte de vitaminas A, D e E. Desenvolve-se em quase todo o mundo pode servir de insumo para a preparação de saladas e de receitas cozidas. Seu sabor é amargo e lembra o do espinafre.
Ora-pro-nóbis
Uma das mais conhecidas entre as não-convencionais, é encontrada em abundância especialmente no Sudeste, mas está presente também em outras regiões. Trepadeira, desenvolve-se em vários tipos de solo e de clima, é de fácil cultivo e tem alto valor nutricional. É rica em vitaminas A, B e C, fibras, fósforo e fósforo. As folhas são sua parte comestível, podendo ser consumidas secas ou frescas, cruas ou cozidas, e até acrescentada a massas de pães. Mas, há receitas que utilizam suas flores também.
Hibisco (Vinagreira)
Arbusto vigoroso, está entre as maiores fontes de ferro do reino vegetal – possui quase o dobro que o espinafre. Tem como partes comestíveis as folhas jovens e as pontas dos ramos – experimente e veja que o sabor ácido justifica o seu nome. A flor e as sementes também podem ser consumidas. Prepara-se a vinagreira crua, refogada ou cozida.
Peixinho
Você já ouviu falar em peixinho que dá na terra? Pois há uma hortaliça que é conhecida como lambari da horta. Ela veio da Europa e da Ásia, mas se adaptou muito bem ao Brasil. Em Minas Gerais, é mais comum em regiões de clima ameno. Na Europa, as pessoas a usam mais para decoração. O peixinho é bem fácil de plantar, com semente ou muda. Cresce melhor em climas mais secos. E também faz sucesso na culinária. As folhas refogadas e fritas é um dos melhores petiscos. A folha é muito suculenta e por tal motivo, realmente lembra a textura de um peixinho.
Capeba
As folhas de capeba são ovaladas, arredondadas ou em forma de rim. Usa-se a folha para o preparo de charutos recheados com carne, cenoura e temperos. Quando cozidas, têm gosto de pimenta do reino.
Horta do Ciclista (Av. Paulista entre Bela Cintra e Consolação)
Típico da nossa sociedade compartimentada, o viaduto é uma
solução pontual e ineficiente para apenas um problema. Custa muito, em
geral não resolve o congestionamento, mas consegue aniquilar a qualidade
de qualquer espaço urbano. Uma horta comunitária em uma praça ou uma
horta para comercialização nas zonas mais afastadas do centro representa
o oposto: solução quase grátis, prazerosa e sistêmica para um montão de
problemas. Senhores governantes: por que investir tanto em viadutos e
tão pouco em agricultura urbana?
Quando comecei a plantar comida na cidade só estava pensando
no primeiro objetivo dessa lista. Aos poucos, fui descobrindo todos os
outros.
BENEFÍCIOS AMBIENTAIS 1 Menos pressão sobre os recursos naturais – Cada
pé de alface produzido no quintal ou na horta da esquina dispensa espaço
no campo, transporte e embalagem. Na verdade, no caso da
hortaliça-símbolo da salada, até o método de colheita muda: você só
retira da planta as folhas que vai consumir naquele momento e ela
continua produzindo por mais alguns meses. É urgente que as populações
urbanas reduzam a demanda sobre os recursos naturais, pois as cidades
hoje ocupam 2% da superfície terrestre mas consomem 75% dos recursos. 2 Combate às ilhas de calor - Áreas pavimentadas
irradiam 50% a mais de calor do que superfícies com vegetação. Em São
Paulo, a geógrafa Magda Lombardo constatou que a temperatura pode variar
até 12 graus entre um bairro e outro. Não por acaso, a Serra da
Cantareira e a região de Parelheiros são as mais frescas da cidade: é
onde a vegetação se concentra. 3 Permeabilização do solo – Enchentes e enxurradas
violentas são em parte resultado do excesso de pavimentação na cidade. E
simples jardins de grama, onde o solo fica compactado, não absorvem
tanta água quanto canteiros fofinhos das hortas. 4 Umidificação do ar - As plantas contribuem para reter água no solo e manter a umidade atmosférica em dias sem chuva. 5 Refúgio de biodiversidade – Nas hortas
comunitárias recuperamos espécies comestíveis que se tornaram raras
(como caruru, ora-pro-nobis, bertalha), plantamos variedades crioulas
(as plantas “vira-lata” que têm maior variedade genética e por isso são
mais resistentes às condições climáticas adversas) e atraímos uma rica
microfauna, especialmente polinizadores como abelhas de diversas
espécies, que estão em risco de extinção provavelmente pelo uso de
agrotóxicos nas zonas rurais. Sou voluntária da Horta do Ciclista e
testemunha de que as borboletas, joaninhas e abelhas aparecem em plena
Avenida Paulista quando plantamos flores e hortaliças. 6 Redução da produção de lixo – Os alimentos
produzidos localmente não só dispensam embalagens (que correspondem à
maior parte do lixo seco produzido) como absorvem grande quantidade de
resíduo orgânico na fabricação de adubo e até materiais de difícil
descarte como pneus e restos de madeira, que são usados na delimitação
de canteiros. 7 Adaptação às mudanças climáticas – A emissão
descontrolada de gases do efeito estufa está tornando o clima mais
instável e imprevisível, o que é péssimo para a produção de alimentos. A
agricultura urbana tem sido considerada uma importante alternativa para
a segurança alimentar e existem estudos indicando que cerca de 40% dos
alimentos podem ser produzidos dentro das cidades. Para saber mais
veja http://conectarcomunicacao.com.br/blog/96-comida-de-amanh/ BENEFÍCIOS URBANÍSTICOS 8 Conservação de espaços públicos – Para explicar vou contar uma historinha: em 12 de outubro de 2012, quando fizemos o primeiro mutirão na Horta do Ciclista (http://pt.wikiversity.org/wiki/Horta_do_Ciclista)
encontramos no local muito lixo, cacos de vidro e até fezes e seringa
usada. A partir do momento que começamos a cuidar daquele canteiro, a
população passou a respeitar. Não houve depredação nem mesmo durante as
grandes festas e manifestações que têm acontecido na Avenida Paulista. 9 Redução da criminalidade – Uma horta necessita de
cuidados diários e se torna um local muito visitado. Famílias com
crianças pequenas gostam de freqüentá-las, assim como velhinhos, grupos
de estudantes e um monte de gente bem intencionada em busca de uma
canto pacífico na urbe. O clima comunitário naturalmente afasta quem
está pretendendo cometer atos ilícitos. No Brasil ainda não há
estimativas sobre isso, mas nos Estados Unidos vários estudos já foram
feitos, alguns deles citados nesse artigo http://www.motherjones.com/media/2012/07/chicago-food-desert-urban-farming. 10 Vida local – Um dos problemas das grandes
cidades, particularmente de São Paulo, é o excesso de deslocamentos numa
malha viária sobrecarregada. A agricultura — seja ela praticada como
forma de lazer, trabalho comunitário ou profissão — fixa as pessoas no
território diminuindo a demanda por transporte. 11 Contenção da mancha urbana – Se há incentivo para
a produção agrícola nas franjas das cidades e a atividade se combina
com turismo rural, diminui a pressão para desmatar e lotear. Mas esse
benefício a população e os agricultores não conseguem manter sem o apoio
do poder público. BENEFÍCIOS SOCIAIS E PESSOAIS 12 Renascimento da vida comunitária – As hortas
promovem a integração entre pessoas de diferentes idades, origens e
estilos de vida. Assim como os cachorros, são mediadores sociais muito
eficientes. Não falta assunto quando há tanta coisa a admirar, tanta
tarefa a compartilhar, tanta dica e receita a trocar. 13 Lazer gratuito – Plantar custa praticamente nada.
É divertido, um bom pretexto para juntar os amigos e fazer um lanche
comunitário e ainda dá para levar umas verduras para casa sem pagar. 14 Mais saúde – Agricultura é exercício e cada
pessoa regula a intensidade. Do tai-chi-chuan contemplativo de joaninhas
ao aero-power-enxadão, tem ginástica para todos os gostos. Além disso,
mexer com a terra é terapia preventiva e curativa de depressão,
ansiedade, adicção, sedentarismo, obesidade, entre outros problemas,
sobretudo mentais. E nesse item tem até pesquisa brasileira para
comprovar. A autora é Silvana Ribeiro, da Faculdade de Saúde Pública da
USP: http://www5.usp.br/29818/agricultura-urbana-agroecologica-auxilia-promocao-da-saude-revela-pesquida-da-fsp/ 15 Educação ambiental na prática – Ver de perto o
desenvolvimento das plantas, da germinação à decomposição, é muito
melhor e mais eficaz do que aprender sobre os ciclos da natureza numa
sala de aula ou num livro. Além de uma universidade viva de botânica, as
hortas são excelentes locais para estudar o ciclo da água e a
microfauna, entre muitos outros temas. 16 Educação nutricional – Como na TV não passa
anúncio de brócolis e abobrinha e o “estilo de vida moderno” afastou
muitas famílias dos alimentos na forma natural, existem crianças hoje em
dia nunca viram um pimentão ou uma cenoura. Para ter uma ideia dos
riscos da alimentação industrializada para as próximas gerações, sugiro
assistir o documentário Muito Além do Peso (http://www.muitoalemdopeso.com.br/).
Para ver como a agricultura urbana pode inverter esse jogo, sugiro ler
American Grown (de Michelle Obama) e Edible Schoolyard (de Alice
Waters). Ou simplesmente dar uma voltinha na horta comunitária mais
perto de você. 17 Promoção da segurança alimentar – Nossos
antepassados sabiam conseguir comida sem ter que comprar. Praticamente
toda a humanidade era composta de camponeses. Esses conhecimentos foram
sendo desprezados nas últimas décadas e, diante da perspectiva de crise
econômica e ambiental, reavivá-los pode ser muito útil. Se você não
gosta de conversa apocalíptica, favor voltar ao item anterior: segurança
alimentar não é só ter o que comer, é também saber escolher os
alimentos corretamente. 18 Integração agricultor/consumidor – Quem planta
comida, mesmo que seja em três vasos no quintal, se torna curioso a
respeito da origem dos alimentos que consome. E se sente irmanado aos
agricultores: quer saber mais, tem vontade de visitar e apoiar os
produtores, busca alimentos cultivados de forma mais justa e sem uso de
fertilizantes químicos e agrotóxicos. Junto com as hortas urbanas que
surgem nos bairros de classe média de São Paulo estão nascendo muitas
conexões e até amizades com agricultores próximos da metrópole. Um ciclo
virtuoso e nutritivo de cuidados mútuos. PARA SABER MAIS
A cidadezinha de Tordmorden, na Inglaterra, ficou famosa porque tem
hortas comunitárias em todos os cantos, até na delegacia e no cemitério.
O pessoal de lá registrou dicas para quem quer replicar a experiência. http://www.shareable.net/blog/10-steps-toward-an-incredible-edible-town
1) Comece com o que vc tem e não com o que vc não tem;
2) Não faça um plano estratégico;
3) Não espere por permissão;
4) Simplifique;
5) Deixe a existência da horta divulgar o movimento e provocar diálogos;
6) Faça conexões;
7) Comece agora, pensando duas gerações adiante;
8 ) Redescubra talentos esquecidos;
9) Reconecte pequenas empresas e artesãos com os consumidores;
10) Redesenhe sua cidade.
Aqui no Brasil, nós, do grupo Hortelões Urbanos (https://www.facebook.com/groups/horteloes/), fizemos esse
ROTEIRO COLABORATIVO PARA UMA HORTA COMUNITÁRIA
1) Encontre um espaço disponível;
2) Procure parceiros;
3)Converse com os vizinhos;
4) Vá com a turma visitar as hortas comunitárias que já existem;
5) Junte os voluntários para desenhar e planejar a horta que será construída;
6) Consiga sementes, mudas, composto orgânico, enxadas, pazinhas de
jardinagem, folhas secas, material para delimitar os canteiros e fazer
plaquinhas;
7) Realize o primeiro mutirão;
8 ) Monte uma escala de trabalho para regas e manutenção;
9) Crie uma forma de contato para outras pessoas se comunicarem com o
pessoal da horta (blog, e-mail, grupo no Facebook, o que preferirem);
10) Celebre a abundância e a solidariedade.
Ora-pro-nobis: folhas cruas servem para saladas; secas e moídas, vão em tortas, refogados, massas e pães
Apesar
de tradicionais e, muitas vezes, vinculadas à cultura de determinadas
comunidades, ao longo do tempo muitas plantas caíram no esquecimento dos
brasileiros. Sem contar com cultivo comercial em escala nem com uma
cadeia produtiva organizada, acabaram sumindo da mesa dos consumidores.
Mas, graças ao projeto de multiplicação de materiais genéticos realizado
por instituições de pesquisa, a perspectiva é resgatar a popularidade
de folhosas, raízes, leguminosas e frutas abandonadas nos últimos anos.
Inhame: para cozimento e fabricação de farinha
Jacatupe: raiz comida crua ou como polvilho
Para
o pesquisador da Embrapa Hortaliças Nuno R. Madeira, várias dessas
plantas tornaram-se raras no mercado como reflexo da urbanização e do
crescente consumo de produtos alimentícios industrializados. Jacatupé,
araruta, almeirão, azedinha, beldroega, bertalha, cará-moela,
chuchu-de-vento, inhame, jambu, mangarito, mostarda, ora-pro-nobis,
physalis, peixinho, taioba e vinagreira são alimentos que estão com o
cultivo em processo de recuperação pela Embrapa Hortaliças e pela
Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas
Gerais (Emater-MG), em parceria com o Ministério da Agricultura,
Abastecimento e Pecuária (Mapa) e a Empresa de Pesquisa Agropecuária do
Estado de Minas Gerais (Epamig). Essas instituições têm estabelecido
campos de multiplicação de sementes com o objetivo de disseminar as
plantas pelo país. Como estratégia de difusão, faz-se o repasse de
sementes e mudas das culturas pela implantação de unidades de
observação, atuando de forma coletiva, com o acompanhamento do órgão de
extensão rural local ou com organizações de agricultores (associações ou
cooperativas).
Physalis: fruta pode ser consumida in natura ou em compotas, geleias e até licores
SAIBA COMO PRODUZIR ALGUMAS DAS PLANTAS TRADICIONAIS
Jacatupé (Pachyrrhizus tuberosus)
- Seu consumo é comum na Amazônia Ocidental, especialmente entre as
populações indígenas. Herbácea trepadora, pode atingir até três metros
de altura quando tutorada. Rústica e de cultivo simples, é de fácil
adaptação às diferentes regiões do país. O próprio agricultor pode
produzir sementes do jacatupé, também conhecido como feijão-macuco ou
feijão-batata. Com propriedade diurética e muita proteína, a raiz da
planta serve para produção de farinha ou polvilho para pães e biscoitos.
O solo para o plantio deve ser profundo, arenoso, bem drenado e com bom
teor de matéria orgânica. A semeadura é realizada no espaçamento de 0,4
a 0,5 metro entre plantas, e de 0,8 a um metro entre leiras, com duas
sementes por cova. Em cinco meses, pode ser iniciada a colheita.
Inhame (Dioscorea spp.)
- Rico em vitaminas do complexo B, possui sais minerais, carboidratos e
contém baixo teor de gordura. Fevereiro e abril são os melhores meses
para se obter mudas para plantios de sequeiro no Nordeste. Julho e
agosto são ideais para o cultivo irrigado. O terreno deve ser arenoso,
profundo, bem drenado, rico em matéria orgânica e com pH de 5,5 a 6. A
planta tem bom desenvolvimento sob clima quente e úmido, com temperatura
média de 24 a 30 graus célsius (ºC). Em plantios domésticos, o cultivo é
feito em covas altas (matumbos), com cerca de 30 centímetros de altura.
A muda é colocada no alto e no centro da cova e em profundidade de dez
centímetros. Recomenda-se espaçamento de um a 1,2 por 0,8 metro. A
maturação completa se dá em cerca de 270 dias. Pode ser colhido quando
as folhas da parte superior da planta estiverem amareladas e secas.
Ora-pro-nobis (Pereskia aculeata)
- Pertencente à família das cactáceas, tem fácil manejo e adaptação a
diferentes climas e tipos de solo. Na medicina popular, as folhas são
indicadas para aliviar processos inflamatórios e na recuperação da pele
em casos de queimadura. Também podem ser misturadas à ração animal. Para
consumo, somente é indicada a variedade que produz flores brancas. A
planta em forma de arbusto e com espinhos pontiagudos nos ramos é uma
excelente cerca viva.
Desenvolve-se em ambientes com incidência de sol ou à meia-sombra. O
plantio deve ser realizado no início do período das chuvas. A propagação
ocorre por estacas de 20 centímetros. Um terço deve ser enterrado em
substrato composto de uma parte de terra de subsolo e outra de esterco
curtido. Após o enraizamento, as mudas devem ser transplantadas para o
local definitivo com espaçamento de um a 1,30 metro entre fileiras e de
40 a 60 centímetros entre plantas. Em três meses inicia-se a colheita,
depois da poda dos galhos.
Physalis (Physalis angulata)
- Também conhecida como camapum, saco-de-bode, mulaca e joá-de-capote, a
physalis é uma fruta pequena, redonda e de cor verde, amarela, laranja
ou vermelha. Nasce em arbusto de caule ereto e ramificado – que chega a
2,5 metros de altura se tutorado. É rica em vitamina A e C, fósforo e
ferro. Folhas, frutos e raízes são usados na medicina popular no combate
a diabetes, reumatismo, doenças de pele, bexiga e fígado. Pode ser
plantada em qualquer época do ano e adapta-se bem ao clima quente, com
tolerância ao frio. Não gosta de excesso de umidade e é vulnerável a
doenças fúngicas. A propagação é feita por sementes, colocadas em
substrato para hortaliças, em bandejas de isopor com 128 células, copos
de plástico de 300 mililitros ou saquinhos de polietileno de 13 por 13
centímetros. Com 20 a 30 centímetros de altura, transfira as mudas para
local com solo rico em matéria orgânica e pH de 5,5 a 6. O plantio deve
ser em duplas, lado a lado, com 30 centímetros de distância. Ao atingir
80 centímetros de altura, faça o tutoramento. Em quatro ou cinco meses,
produz de um a três quilos de frutos por planta.
Taioba (Xanthosoma sagittifolium)
- É rústica e de plantio fácil. As folhas, ricas em vitamina A e amido,
são consumidas em refogados e em recheios de tortas e bolinhos, mas
nunca cruas. Os talos maiores podem ser fritos ou empanados. É
originária da América Central e do norte da América do Sul. Em hortas,
cresce bem quando disposta em linha de divisa ou beirando muros,
tolerando meia-sombra. Pode ser usada como planta ornamental. Os rizomas
utilizados no cultivo são obtidos de plantas maduras. Apresenta bom
desenvolvimento em regiões de clima quente e com temperaturas acima de
25 ºC. Indicada para solo fértil, rico em matéria orgânica, bem drenado e
com pH entre 5,8 e 6,5. As folhas são colhidas a partir de 70 dias,
quando totalmente abertas. Os rizomas estão no ponto entre sete e oito
meses, quando as folhas secarem.
CONSULTORES: NUNO R. MADEIRA, pesquisador da Embrapa Hortaliças, BR-060, Km 09, Caixa Postal 218, CEP 70359-970, Brasília, DF, tel. (61) 3385-9000, sac@cnph.embrapa.br;
e Georgeton S. R. Silveira, extensionista da Emater-MG (Empresa de
Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais), Rua Raja
Gabaglia, 1626, Gutierrez, CEP 30441-194, Belo Horizonte, MG, tel. (31)
3349-8000, portal@emater.mg.gov.br MAIS INFORMAÇÕES:
Mapa, Emater-MG, Embrapa Hortaliças e Epamig estão lançando o Manual de
hortaliças não convencionais; informações sobre a edição podem ser
obtidas na Emater-MG, portal@emater.mg.gov.br ou tel. (31) 3349-8000
Algumas pessoas poderão ter em suas casas uma planta chamada Ora-pro-nobis, bastante utilizada como cerca viva, devido aos seus espinhos pontiagudos, mas extremamente bela, que carrega o ambiente com suas flores. O que muita gente talvez não saiba é que a Ora-pro-nobis, além de tudo, também é comestível, sendo utilizada na região de Minas Gerais como alimento, rica em proteínas, bastante conhecida por lá como o “bife dos pobres”.
Propriedades da Ora-pro-nobis
Suas propriedades já são bastante conhecidas, principalmente pelas pessoas que vivem nas zonas rurais, e a cultivam em seu quintal como remédio e alimento. Foi a partir desse conhecimento popular que a Ora-pro-nobis passou a chegar às grandes cidades, ainda de forma bastante tímida, mas já é um bom começo.
Por ser bastante popular em Minas Gerais, a Universidade de Lavras realizou um estudo sobre suas propriedades, constatando que seus princípios ativos são eficientes para o tratamento de várias doenças, tanto de origem inflamatória, quanto gastrointestinais, circulatórias, etc.
Benefícios da Ora-pro-nobis
Seu alto teor de fibras ajuda no processo digestivo e intestinal, promovendo saciedade, facilitando o fluxo alimentar pelo interior das paredes intestinais, além de ajudar a recompor toda a flora intestinal. Isso evita os estados de constipação, prisão de ventre, formação de pólipos, hemorroidas e até tumores;
Pessoas com anemia deverão passar a utilizá-la com mais frequência, pois os índices de ferro são essenciais para o tratamento desse quadro;
O chá, feito a partir de suas folhas, tem excelente função depurativa, sendo indicado para processos inflamatórios, como cistite e úlceras;
Esse poder depurativo associado ao chá também está ligado ao tratamento e prevenção de varizes;
As grávidas deveriam consumir Ora-pro-nobis nesse período, pois ela é rica em ácido fólico, essencial para evitar problemas para o bebê;
A alta concentração de vitamina C ajudará a fortalecer o sistema imunológico, evitando uma série de doenças oportunistas;
Ótima para a pele, devido à presença de vitamina A (retinol) em grande quantidade;
O retinol também é fundamental para manter a integridade da visão em dia;
Mantém ossos e dentes fortalecidos, pela boa quantidade de cálcio.
Composição nutricional da Ora-pro-nobis
COMPOSIÇÃO QUÍMICA EM 100 GRAMAS DE FOLHAS:
Energia
26 kcal
Proteína
2,00 g
Lipídios
0,40 g
Carboidratos
5,00 g
Fibras
0,90 g
Cálcio
79,00 mg
Fósforo
32,00 mg
Ferro
3,60 mg
Retinol
250,00 mcg
Vitamina B1
0,02 mg
Vitamina B2
0,10 mg
Niacina
0,50 mg
Vitamina C
23,00 mg
É uma planta com alto teor de proteína (aproximadamente 25% de sua composição). Entre seus aminoácidos, teremos a lisina e o triptofano em maior quantidade. Seu elevado teor de vitamina C supera a laranja em 4 vezes. Além dos minerais e vitaminas, também é rica em fibras.
Como consumir Ora-pro-nobis?
A parte comestível da planta são suas folhas. Seu preparo é extremamente simples, como qualquer verdura que adquirimos. Obviamente, devemos lavá-las bem. É preciso que se utilize uma grande quantidade, pois, após o preparo, seu volume se reduz bastante.
Seu sabor é neutro, ou seja, não é picante, nem ácido, nem amargo. Tem uma textura macia, fácil de mastigar. Ela poderá fazer parte de recheios, saladas, refogados, sopas, e onde mais sua imaginação de culinarista permitir.
Como preparar Ora-pro-nobis?
Para servir como incentivo, e mesmo matar a curiosidade, vamos passar algumas receitas simples com Ora-pro-nobis. É extremamente simples o preparo e manuseio das folhas.
1. Batatas ao pesto de Ora-pro-nobis
Ingredientes:
½ quilo de batata bolinha, ou algum outro tipo, mas que sejam pequenas;
1 xícara de folhas de Ora-pro-nobis rasgadas com as mãos;
½ xícara de queijo meia cura ralado;
1/3 de xícara de castanha do Pará;
½ xícara de azeite de oliva extra virgem;
½ dente de alho;
Sal e pimenta.
Preparo:
Faça primeiramente o pesto, batendo todos os ingredientes no liquidificador, com exceção das batatas. Caso tenha um processador, tecle na função pulsar, pois você não quer que vire um suco. É importante sentir a textura dos alimentos presentes no molho pesto. Reserve.
Cozinhe as batatas, mas deixe-as firmes. Coloque-as numa forma e regue com um fio de azeite e salpique sal e pimenta. Leve-as ao forno médio, pré-aquecido, até que estejam coradas.
Assim que retirar as batatas do forno, despeje o molho pesto sobre elas, e sirva imediatamente.
2. Pão vegetariano de Ora-pro-nobis
Ingredientes:
50 gramas de fermento para pão, aproximadamente 3 tabletes;
½ copo de água morna;
½ copo de água fria;
2 colheres de sopa de manteiga ou margarina;
2 ovos;
1 colher de sopa de açúcar;
1 colher de sobremesa rasa de sal;
Farinha de trigo até dar o ponto (que poderá ser substituída por farinha integral);
100 gramas de folhas de ora-pro-nobis
Preparo:
O fermento deverá ser dissolvido juntamente com o açúcar, até formar uma pastinha. A seguir, adicione a água morna, mas tenha cuidado para que não esteja quente, pois fará com que o fermento não se desenvolva. Faça um teste no dorso da mão.
Aguarde alguns minutos e verá que a fermentação se inicia, levantando pequenas bolhas. Essa etapa é importante para saber se o fermento está bom. Caso isso não aconteça, descarte e reinicie.
A seguir, junte os ovos, a manteiga e o sal. Deixe aguardando enquanto bate as folhas de Ora-pro-nobis com a água fria no liquidificador.
Agora, junte à massa. Deixe a farinha para o final, onde deverá ser adicionada aos poucos, até começar a soltar das mãos.
Nesse momento, cubra com um guardanapo e deixe essa massa descansar até notar que dobrou de volume.
Divida em duas partes, modele os pães no formato que preferir. Pincele com gema e leve ao forno para assar, em forno pré-aquecido, até dourar.
3. Farinha enriquecida com Ora-pro-nobis
Essa farinha irá enriquecer suas receitas. É feita a partir das folhas desidratadas. Para isso, será preciso colher muitas folhas. Deixá-las em local seco e fresco, até que estejam totalmente desidratadas. Nesse momento, basta triturá-las ou e adicioná-las a seus pratos culinários. Essa farinha é rica em proteínas, aminoácidos, vitaminas, sais minerais, e fibras. Guarde num vidro com tampa e utilize nos pães, bolos, tortas, panquecas, etc.
Ora-pro-nobis ajuda a emagrecer?
A princípio, sim. Um dos fatores favoráveis ao emagrecimento está diretamente ligado à grande quantidade de fibras que a planta apresenta. Numa dieta equilibrada, as fibras são essenciais para dar a sensação de saciedade, o que nos faz comer menos nas refeições.
Além do mais, elas ajudarão no esvaziamento intestinal mais rápido, evitando que toxinas estejam circulando por nosso organismo, nos livrando de inchaços e retenção de líquidos. Se essas fibras forem ingeridas cruas, mais eficientes serão.
É claro que não basta comer Ora-pro-nobis. Ela é uma aliada entre uma série de outros que precisamos para nos manter magros.
Contraindicações
Até onde se sabe, não há contraindicações ao seu consumo, a não ser por pessoas que apresentem algum tipo de alergia a ela, porém, seus índices de toxicidade são praticamente nulos.
Onde encontrar?
Nos estados do Sudeste é mais fácil, por ser mais abundante nessa região. Em Minas Gerais, é facilmente encontrada, fresca, desidratada, em saquinhos. Costumam vender um saquinho com 200 gramas por algo em torno de R$ 1,00.
Conhecendo melhor
Quem não se apaixonar por seu sabor, seguramente se apaixonará por sua beleza. Incluímos um vídeo amador, onde é possível apreciá-la, em plena floração, cercada de abelhas em processo de polinização. Infelizmente não será possível desfrutar de seu perfume. Confira:
Considerações finais
É uma pena que não se leve a sério o cultivo de Ora-pro-nobis em grande escala. Seguramente, seus valores nutricionais poderiam acrescentar muito aos hábitos alimentares dos brasileiros, principalmente através da farinha enriquecida, que poderia chegar facilmente à nossa mesa.
Sendo possível seu cultivo em ambiente doméstico, uma vez que pega bem em qualquer tipo de solo, não exige cuidados específicos, se propaga com facilidade.
Quem nunca provou e gostaria de adquirir uma muda, dê uma vasculhada pela internet. É possível encontrar generosos doadores. Vale a pena!