Mostrando postagens com marcador compostagem. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador compostagem. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 19 de julho de 2016

Aprenda a fazer compostagem 100% vegetal e gere seu próprio adubo orgânico





Obs: Se você já está produzindo o Composto 100 % Vegetal, mesmo com alguma alteração no processo e nos materiais, ou se pretende iniciar a produção, pode entrar em contato conosco para compartilhar essa experiência pelo e-mail cnpab.monitoramento@embrapa.br

A Compostagem 100% vegetal utiliza matérias-primas renováveis e abundantes para obtenção de fertilizantes e substratos orgânicos, também conhecidos como adubos naturais. Aproveita resíduos e subprodutos de origem vegetal, que são isentos ou apresentam reduzida carga de contaminação química e biológica. É uma técnica muito simples, que pode ser utilizada com baixo custo e com reduzido emprego de mão-de-obra.

segunda-feira, 18 de julho de 2016

Aprenda a fazer uma horta em apenas um metro quadrado

Extraído do site: ciclo vivo


Aprenda a fazer uma horta em apenas um metro quadrado
Muitas pessoas que têm pouco espaço em casa acham que não é possível cultivar seus próprios alimentos. Mas, paisagistas ensinam que mesmo em pequenos ambientes é possível fazer hortas caseiras.
Em 2011, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), mostrou que 28% dos vegetais consumidos no Brasil  possuem resíduos de agrotóxicos em níveis inaceitáveis. A alternativa então é cultivar seus próprios orgânicos, mesmo que o espaço seja pequeno.
Hoje, o CicloVivo separou o sistema do SERPAR (Serviço de Parques de Lima, no Peru) que ensina a cultivar uma horta quase completa ocupando apenas um metro quadrado.
Ideal para pequenos espaços, esta horta é cada vez mais popular entre os jardineiros urbanos. Ela é suficiente para o abastecimento diário de legumes de uma pessoa por um mês.
Por ocupar um pequeno espaço, a horta permite que o cultivador alcance toda ela para plantar, regar e colher, sem que precise de muito esforço. Além disso, é possível trabalhar na horta ao nível da cintura, o que facilita o cultivo por deficientes físicos.
Este sistema de cultivo é dividido entre quadrados e retângulos menores. Cada espaço tem um legume ou erva diferente.
Veja quais alimentos você pode cultivar e suas categorias:
Plantas pequenas: Rabanete, cenoura, cebola, espinafre, beterraba, alface e salsa.
Plantas grandes: Repolho, brócolis, couve-flor, berinjela e pimentas.
Plantas verticais: Tomate, pepino, vagem, ervilha e feijão.
Imagem: SERPAR (Serviço de Parques de Lima, Peru)
Na construção da estrutura podem ser usados tubos de ferro ou de PVC utilizados em alambrados ou também é possível adaptar e reutilizar algum outro material, como pedaços de madeira.
As plantas maiores ficam nas fileiras de trás e as menores, na frente, para que todas recebam a luz do sol. As plantas verticais, como os tomates, devem ser penduradas na estrutura. Amarre-as bem para que suportem o peso e o vento.
A rotação de cultivos é automática. Por exemplo, um cultivo que leva mais tempo, como o do tomate, pode ser plantado entre outros cultivos de colheita rápida e que seriam colhidas antes que a planta precise de mais espaço.
Redação CicloVivo

sábado, 9 de julho de 2016

Horta - como plantar Capuchinha (Tropaeolum majus)


capuchinha (Tropaeolum majus), também conhecida popularmente comochagas, flor-do-sangue e agrião-do-méxico, é uma flor comestível quando cultivada sem o uso de agrotóxicos ou produtos químicos. Trata-se de uma planta anual, compacta e muito decorativa. Suas flores são aromáticas, em cores sortidas, variando entre o alaranjado, amarelo, vermelho, rosa e creme.
A Capuchinha atinge até 30 cm altura, floresce entre 6 a 8 semanas após a germinação, apresentando uma floração excepcionalmente longa. Prefere locais ensolarados. Germina entre 7 e 21 dias. É ideal para floreiras, vasos, jardins e bordaduras de canteiros.

Há quem goste realmente de saborear flores. Em São Paulo, por exemplo, sofisticadas lojas de produtos alimentícios nacionais e importados (cuja clientela é composta por muitos gourmets), oferecem verdadeiras iguarias como calêndulas, flores de iuca, violetas, amores-perfeitos, capuchinhas - todas cultivadas sem agrotóxicos e produzidas especialmente para o consumo alimentício. 

Na cozinha, as folhas e as flores são deliciosas em saladas mistas. As flores decoram lindamente qualquer prato, e os seus botões florais conservam-se no vinagre como as alcaparras. Também se podem esmagar as folhas e as flores, misturando a pasta obtida à manteiga, para barrar o pão. As flores podem ser servidas ao natural ou enfeitando e enriquecendo saladas, fazendo parcerias deliciosas e refrescantes com legumes e folhas como rúcula, agrião, alface, entre outras. 

O nome "flor-do-sangue", aliás, provavelmente surgiu da fama que a planta adquiriu como anti-anêmica. Sabe-se, também, que a capuchinha é muito usada no tratamento contra o escorbuto (carência de vitamina C). As folhas e as flores da Capuchinha contêm um antibiótico natural que não destroem a flora intestinal e que se tem revelado eficaz contra certos micro-organismos. Prescrevem-se as folhas cruas ou em infusão para tratar infecções do sistema geniturinário e das vias respiratórias, e também como diurético e depurativo. É útil como antisséptica, diurética e no tratamento de afecções pulmonares ou das vias urinárias.

Devido ao fato de conter uma enzima, a mirosina, que queima as gorduras, a capuchinha é um excelente auxiliar nos regimes de emagrecimento, exercendo ao mesmo tempo uma ação tonificante em virtude da sua riqueza em vitamina C e em oligo-elementos. Considera-se que as capuchinas favorizam, ainda, a produção dos glóbulos vermelhos.

Seja em canteiro ou em um vaso, onde possa receber bastante luz solar, a capuchinha floresce bem. Decorativa, pode compor bordas em jardins ou formar um lindo arranjo, plantada numa jardineira e instalada numa varanda ou peitoril ensolarado. A planta se reproduz por meio de sementes, por divisão de touceiras ou estaquia. O plantio pode ser feito em qualquer época do ano porém, durante a primavera a capuchinha se desenvolve com maior rapidez. A planta não é muito exigente quanto ao solo. 

Como plantar Capuchinha

Para o plantio em vasos ou jardineiras, recomenda-se a seguinte mistura:
- 1 parte de areia
- 2 partes de terra comum de jardim
- 2 partes de terra vegetal
- Para melhorar a qualidade da mistura, pode-se acrescentar 1 parte de vermiculita (encontrada facilmente em lojas de produtos para hortas e jardins).

1. Semeie 3 a 4 sementes por vaso.
2. Posicione o vaso em local que bata sol durante boa parte do dia ou parcialmente à sombra. 
3. Regue moderadamente.
4. É importante ser fertilizada durante o verão e o solo adequado não é muito específico, bastando que seja rico, especialmente com pouco azoto.

Só é possível obter bons resultados no cultivo da capuchinha quando contamos com a incidência de luz solar direta, por pelo menos algumas horas do dia. Quanto às regas, devem ser espaçadas, tendo o cuidado de manter o solo úmido, mas nunca encharcado. O excesso de umidade, por exemplo, além de facilitar a proliferação de fungos, se transforma no ambiente predileto das lesmas e caramujos.
Dicas de manejo da Capuchinha
Prepare um local especial para a planta, onde ela possa contar com a luminosidade necessária para o seu desenvolvimento e se mantenha livre de formigas e outras pragas. Os cuidados com a capuchinha são poucos e compensam. Sem a adição de qualquer produto químico, é possível ter uma planta delicada e ornamental, além de um lindo e saboroso ingrediente para saladas. Isso sem contar que tudo pode se tornar um bom negócio, pois os sofisticados pontos de vendas reclamam por não terem fornecedores suficientes para atender à procura pelas flores comestíveis. 

A propagação, por sementes (grandes), faz-se na Primavera, aparecendo as flores cerca de oito semanas depois da germinação. Plantar a cerca de 30 cm umas das outras.
Aprimore seus conhecimentos acessando os Cursos CPT, da área Horticultura, entre eles o Curso Horta Caseira - Implantação e Cultivo, elaborados peloCentro de Produções Técnicas.
Fontes: Hortamiga, nplantas, Portal do Jardim, Globo Rural, Globo Rural, Jardinaria, O Meu Jardim, Site Unimed, Frutas no Brasil, Saberes do Jardim, Vovó que ensinou, Horta em Casa, Como Fazer Tudo, Portal São Francisco

quarta-feira, 15 de junho de 2016

Como fazer vasos de plantas com pneus (Minutos Extras) e composteira de pneus



Composteiras de pneu


A compostagem é um processo biológico de transformação de 
matéria 
orgânica, como restos de alimentos, papéis, galhos e folhas em
 terra 
(composto). 

Em locais onde não é possível fazer a composteira ao ar livre (como é
 ideal), 
e revirá-la frequentemente, podemos utilizar pneus dessa forma aí em 
cima!!

Primeiro começa com 1 pneu, 
onde colocamos folhas secas e papelão picado para forrar a base.

Depois colocamos os restos de alimentos e papéis da casa.

 Por cima, colocamos uma boa camada de folhas secas 
até cobrir bem todo o material, e não ficar NADA sem ser coberto.

Depois molhamos.

E assim, todos os dias, os resíduos orgânicos produzidos na cozinha,
podem ser separados dos resíduos secos (lata, vidro, plástico, etc),
e colocados na composteira, repetindo esse mesmo processo.

Quando o pneu estiver cheio, coloca-se outro em cima,
até que fique com uma altura que você possa olhar dentro sem esforço.

No final, sempre colocar folhas secas em boa quantidade!!
Isso que vai impedir o mal cheiro e a presença de mosquitos e moscas.

Com o tempo, a mistura (restos orgânicos e folhas) vai diminuindo
e descendo. Aí você pode escolher continuar colocando 
novos restos em cima (assim eu faço), ou tirar os pneus que sobrarão
vazios em cima.

Essa composteira não tem o material revirado,
então o processo se torna um pouco mais lento 
do que aquelas que são reviradas com frequencia,
mas continua ocorrendo.

Em alguns meses vc pode ter terra para colocar nas plantas
ou iniciar novos vasos produtivos!!

Sempre lembrar de molhar (não muito!), 
para que fique úmido e a decomposição aconteça.


E o mas importante é a iniciativa de separar os resíduos em casa, 
não jogar a riqueza no lixo, poluindo os ambientes 
e SIM
criar espaços produtivos, terra, VIDA!!!

E que o mundo todo posso de novo florescer!





Extraido do blog http://recriandoambientes.blogspot.com.br/2012/12/composteiras-de-pneu.html


domingo, 3 de janeiro de 2016

Apareceram larvas brancas! E agora?

Extraído do blog cadico minhocas

Muita gente me escreve dizendo: 
Socorro! Apareceram larvas/vermes no meu minhocário!


Por que acontece?

Primeiro, é importante entender que o aparecimento de larvas é a coisa mais normal do mundo em minhocários, assim como outros invertebrados, não se assuste. É um ambiente vivo e a larva vai estar realizando um trabalho muito semelhante ao da minhoca.

O tema se complica quando começa uma grande proliferação de larvas, que são na grande maioria de moscas. Isso acontece quando o minhocário está muito úmido e os resíduos orgânico estão expostos na superfície, sem estar devidamente tapados por material seco.

Isso não significa necessariamente um problema, porém entendo o desagradável que pode ser que seu minhocário se transforme em um “larvário” e que num belo dia você abra a tampa e sua casa fique infestadas de moscas.
Por isso fiz esse post.



Foto do Google

Como resolver?

Se você observar, verá que grande parte das larvas estão na superfície. Pacientemente, retire as que estão na lateral do balde e dê o fim que considere mais correto para elas. Eu coloco elas no jardim.

Uma coisa bem útil, mas sei que nem sempre se pode fazer, é remover o conteúdo de modo que o que está no fundo venha até a superfície e vice-versa. Usando outro balde fica mais fácil.

Como o problema de proliferação ocorre por causa dos resíduos expostos na superfície, você deve cobrir com material seco até estar seguro de que nada irá ficar exposto, até terra vale.

Certifique-se também de que o composto não esteja compactado, os canais de aeração são essenciais para a decomposição aeróbica.

Isso sempre me ajudou a resolver o problema, mas repito, as larvas são parte do sistema, comece a apreciá-las também.


Sobre "mandingas"

Existem métodos alternativos, que eu nunca tentei, mas como teve gente que sim e deu resultado, vou compartilhar.

·       Deixar galhos de alecrim em cima do composto;

·       Jogar três vezes o biofertilizante líquido do último balde sobre o composto;

·       Colocar lagartixas e aranhas dentro do minhocário;

·       Cobrir tudo com folhas e borrifar óleo de citronela ou neem sobre, deixando o sistema parado por uma semana;

·       Armadilha: recipiente com vinagre, açúcar e detergente sobre o composto;


·       Armadilha: recipiente com restos de frutas, tapados com plástico filme e pequenos furinhos.

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Venda de Humus, pode render um bom dinheiro.


Boa tarde! Se o esterco dos animais é um problema na sua propriedade, se as frutas e ou verduras estragaram por problemas climáticos, a produção de humus é uma solução.
No sítio do meu amigo Roberto, estamos planejando o início de uma criação de minhocas da califórnia e produção de humus. Já tenho as matrizes em casa. Caso alguém queira adquirir alguns exemplares, podemos atender.ok

 O número ideal para início de uma criação é de mil (1.000) minhocas por metro quadrado de canteiro. Elas atingem a idade adulta com 60 a 90 dias e produzem de dois a dez ovos. O período de incubação é de 21 a 28 dias.

O minhocário deve ficar em local protegido de ventos, chuvas e de insolação direta. A alimentação, meio de cultura ou substrato pode ser feita somente com esterco curtido e sem contaminação, ou, se houver disponibilidade, também com palha de capim misturada ao esterco, em partes iguais e restos de hortaliças. A água deve ser pura (sem contaminação). A umidade ideal tem de estar em torno de 75%. Para verificar isso, é só encher a mão com o substrato e apertar. Se saírem pequenas gotas de água entre os dedos, está no ponto. A temperatura, por sua vez, pode variar de 18ºC a 23ºC.

minhocário caseiro


A criação deve ser feita em tanques, caixas ou montes. Para tanques, as dimensões devem ser de 40 cm de altura, 1 a 2 metros de largura e comprimento variável. As paredes podem ser feitas com tijolos e o piso com cimento, para facilitar o manejo, mas pode ser feito também na terra. Os pisos de cimento devem ter uma declividade de 2%, com drenos. Galinhas, pássaros e formigas são inimigos naturais e precisam ser controlados. Por isso, recomenda-se dispor uma pequena camada de capim em cima do substrato para proteger as minhocas. É preciso também evitar incidência de plantas invasoras.

 A transformação do substrato em meio de cultura em húmus varia de 45 a 60 dias. Após esse período, o húmus tem de ser retirado para que novo substrato seja colocado. Caso contrário, as minhocas podem morrer ou fugir. A produção média de húmus é de 350 kg por metro quadrado. A venda desse adubo natural é feita principalmente para floriculturas, viveiros de mudas, supermercados.

A criação em cativeiro tem como objetivo a venda de minhocas para reprodução, isca, produção de húmus ou alimentação para animais. A espécie mais adaptada às condições de cativeiro é a Vermelha da Califórnia (Eisenia phoetida), por ser bastante rústica e muito produtiva. Uma colônia com  mil e quinhentas minhocas está sendo vendida a R$ 80,00 em média, enquanto um saco com 50 kg de húmus custa de R$ 30,00 a R$ 50,00.





terça-feira, 21 de julho de 2015

Vermicompostagem: potencializando as funções das minhocas

Amauri Adolfo da Silva, agricultor de Espera Feliz (MG), coloca a questão: A diferença de um minhocário para um composto é a rede. Por quê? E responde: O tempo que eu estaria fazendo composto eu deito na rede e, enquanto as minhocas fazem a rede com os organismos, eu faço poesia.
É pouco provável que algum animal tenha desempenhado um papel tão importante na história do nosso planeta como o destas pequenas criaturas. (...) O arado é uma das invenções mais antigas (...) do homem, mas bem antes que o homem existisse, a terra já era regularmente arada pelas minhocas. 
Charles Darwin (1881)
Galão de armazenamento do vermicomposto na propriedade de Amauri Adolfo da Silva. Foto: Irene Maria Cardoso
Galão de armazenamento do vermicomposto na propriedade de Amauri Adolfo da Silva. Foto: Irene Maria Cardoso
Muitos agricultores reconhecem as minhocas como indicadores de qualidade do solo. Quantas vezes não ouvimos dizer se tem minhoca, a terra é boa? Mas nem todos reconhecem a importância ou as funções das minhocas para os solos. Como Darwin já havia percebido, uma dessas funções é de arar a terra.
Mas a aração realizada pelas minhocas não compacta o solo e nem gasta combustível. Outra função muito importante é a transformação da matéria orgânica. É por meio desse trabalho que as minhocas produzem um composto orgânico de alta qualidade, o vermicomposto. Como aponta Amauri, enquanto a minhoca faz composto, ele faz poesia! Entretanto, muitos agricultores não aproveitam esse trabalho realizado pelas minhocas. Por quê?
Procuramos resposta a essa questão enquanto desenvolvíamos ações voltadas a facilitar o acesso ao conhecimento sobre a produção de vermicompostos pelos agricultores. Dessa forma, procuramos reconhecer e valorizar os conhecimentos dos agricultores adquiridos a partir de seu cotidiano de trabalho.

Vermicompostagem

As minhocas e os microrganismos presentes no seu trato digestivo transformam material orgânico pouco degradado em matéria orgânica estabilizada. Chamado de vermicompostagem, esse processo proporciona o melhor aproveitamento dos resíduos orgânicos na agricultura, já que forma um composto com características físico-químicas e biológicas superiores às dos estercos. Quando os estercos são dispostos ao ar livre, situação frequente nas propriedades dos agricultores, suas qualidades químicas são deterioradas devido, sobretudo, à volatilização da amônia, uma substância rica em nitrogênio, um nutriente essencial para as plantas cultivadas.
Muitos agricultores reconhecem as vantagens do vermicomposto quando comparado com a utilização dos resíduos orgânicos sem o processo de compostagem. Reconhecem, portanto, sua superioridade com relação ao esterco. Entretanto, a prática não é comum entre eles, já que acreditam que o sucesso da técnica está condicionado à construção de instalações caras e complexas e ao acesso às matrizes de minhocas de qualidade (SCHIEDECK et al., 2007).
Essa era a percepção inicial dos agricultores que participam do projeto de pesquisa-extensão Animais para a Agroecologia, realizado em parceria por vários Departamentos da Universidade Federal de Viçosa (UFV), em especial os Departamentos de Solos e Veterinária, pelo Centro de Tecnologias Alternativas da Zona da Mata (CTA) e por organizações dos agricultores, entre elas, sindicatos da agricultura familiar de alguns municípios. O projeto tem por objetivo aprimorar a integração ecológica da criação animal nos agroecossistemas familiares, incrementando a produção animal e melhorando a quantidade e a qualidade dos estercos nas propriedades (FREITAS et al., 2009). A vermicompostagem foi uma das estratégias adotadas para o aprimoramento dessa integração.

O despertar para a prática

Os agricultores participantes do projeto visitaram a propriedade de um agricultor com o objetivo de vivenciar a sua experiência de vermicompostagem a partir das práticas de uso e manejo do minhocário. Para alguns, esse foi o primeiro contato com a técnica. Esses mesmos agricultores participam de outros intercâmbios promovidos pelo CTA em alguns municípios da Zona da Mata mineira, como forma de estimular a troca de conhecimentos e criar ambientes propícios para a articulação horizontal entre os conhecimentos populares e conhecimentos técnico-científicos. Durante alguns intercâmbios, são realizadas oficinas sobre temas definidos em conjunto com os agricultores. Diante do interesse despertado, a produção de vermicomposto foi um dos temas priorizados para a realização das oficinas do projeto.
Em cada uma das 15 oficinas realizadas, os participantes foram organizados em grupos para responder às seguintes perguntas: i) Por que quero aprender mais sobre minhocas? ii) O que quero aprender sobre minhocas? iii) Onde já ouvi falar de minhocas? iv) O que ouvi falar de minhocas? Esse momento da oficina é importante para que sejam identificadas as motivações e resgatados os conhecimentos prévios dos agricultores sobre o uso de estercos e o manejo das minhocas.
A maioria dos agricultores já conhecia a importância das minhocas para a qualidade do solo, mas demonstraram interesse em aprofundar seus conhecimentos sobre o assunto. Relataram ainda que esse conhecimento prévio havia sido adquirido em contato com familiares, amigos, vizinhos, bem como pela televisão e pela universidade. Os intercâmbios agroecológicos foram também identificados como importante canal de aprendizagem. Foi nos intercâmbios que muitos agricultores tiveram o primeiro contato com a técnica da vermicompostagem.
Vermicompostagem

Aprendendo e ensinando sobre o proceso de vermicompostagem

A reprodução das minhocas foi um dos aspectos que despertou a curiosidade nos agricultores. Elas colocam casulos que contêm em média três minhocas. Essa alta capacidade de proliferação e o rápido crescimento da espécie vermelha-da-califórnia permitem que os agricultores repassem para vizinhos parte das minhocas após a conclusão da vermicompostagem.
Quando comparam a outros processos de compostagem, os agricultores identificam duas vantagens da vermicompostagem: a) não precisa revolver o material, exigindo menos trabalho no seu preparo; b) é mais leve, facilitando o transporte (EDWARDS; ARANCON, 2004). Dessa forma, com pouco trabalho adicional, os agricultores melhoram seus solos com o aproveitamento de materiais orgânicos já disponíveis em suas propriedades (NGO et al., 2012).

Implanta ção dos minhocários

Após os debates iniciais sobre a biologia das minhocas, propôs- se a discussão relacionada às infraestruturas e ao manejo para a realização da vermicompostagem. Diferentes tipos de minhocários foram apresentados, destacando-se as vantagens e desvantagens de cada um, considerando as dificuldades de construção, bem como as condições adequadas para a sua estruturação, como a escolha do local, os cuidados no preparo do material e na separação do vermicomposto das minhocas. Cada família indicou o melhor local para construir o minhocário em sua propriedade guiando- se por critérios como a necessidade de sombreamento e a proximidade da fonte de água e dos substratos.
Pela simplicidade de construção e seu menor custo, decidiu-se pela adoção do modelo campeiro de bambu (AQUINO; MEIRELLES, 2006; SCHIEDECK et al., 2007). No período de março de 2011 a setembro de 2012, foram implantados 13 minhocários nos municípios de Acaiaca, Araponga, Divino, Espera Feliz, Visconde do Rio Branco, São Sebastião da Vargem Alegre, Leopoldina e Viçosa.

Avaliação dos minhocários

O funcionamento dos minhocários foi avaliado por meio de visitas nas propriedades, ligações telefônicas, internet e recados enviados pelos agricultores por intermédio de terceiros. Algumas das perguntas utilizadas na avaliação foram as seguintes: i) Quais foram as dificuldades encontradas para realizar a vermicompostagem na propriedade? ii) Por que não utilizavam a técnica do minhocário? iii) Quem irá continuar com o minhocário?
A avaliação constituiu uma forma simples e eficaz de gerar um conjunto de informações que permitiram captar a percepção dos agricultores. Embora tenham ocorrido problemas, a aceitação do minhocário foi grande, como ficou demonstrado pelo interesse de 75% das famílias em continuar com a atividade. Dentre os problemas, os agricultores relataram ataques de predadores, como sanguessugas e, principalmente, formigas. O uso de borra de café, farinha de osso ou de casca de ovo moída espalhada sobre o canteiro pode inibir o aparecimento das formigas, além de ser um complemento alimentar para as minhocas (SCHIEDECK et al., 2006). Já a presença de sanguessugas foi relatada em apenas um dos minhocários. Elas são visualmente muito parecidas com as minhocas e causam sérios estragos, mas canteiros bem drenados podem prevenir o seu surgimento.
A maioria dos agricultores não conhecia a técnica do minhocário. E mesmo aqueles que conheciam não sabiam como construir e acreditavam que seria difícil e caro implantá-la. No entanto, a construção do tipo campeiro de bambu torna-se ainda mais simples quando realizada com material disponível na propriedade (carcaça de geladeira ou caixa d’água velha, por exemplo), como alguns agricultores fizeram.
A aquisição das minhocas também foi uma limitação para utilizarem a técnica, uma vez que a espécie vermelha-dacalifórnia não é nativa do Brasil. Para suprir essa dificuldade, foram distribuídos kits contendo minhocas. Embora seja uma prática menos comum, as minhocas nativas também podem ser utilizadas.

Considerações finais

O processo participativo permitiu atender aos anseios dos diferentes atores envolvidos na experimentação com vermicompostagem, ao facilitar a interação entre os agricultores e pesquisadores e proporcionar um aprendizado mútuo. Além de possibilitar que os agricultores conhecessem e empregassem a técnica, o trabalho favoreceu a divulgação para familiares e vizinhos.
Por fim, a experiência aqui relatada nos permitiu fazer uma análise crítica sobre a prática da vermicompostagem na mesorregião da Zona da Mata e apontar outras demandas de pesquisa.
Maria Eunice Paula de Souza, Irene Maria Cardoso, André Mundstock Xavier de Carvalho, Andreia Paiva Lopes, Pedro Henrique Silva e Ivo Jucksch
Maria Eunice Paula de Souza
Doutoranda em Solos e Nutrição de Plantas – UFV
maria.paula@ufv.br
Irene Maria Cardoso
Prof. Departamento de Solos – UFV
irene@ufv.br
André Mundstock Xavier de Carvalho
Prof. Departamento de Solos – UFV
andre.carvalho@ufv.br
Andreia Paiva Lopes
Engenheira agrônoma
andreia.paivalopes@hotmail.com
Pedro Henrique Silva
Graduando em Agronomia – UFV
pedrohenrique.santos.ufv@gmail.com
Ivo Jucksch
Prof. Departamento de Solos – UFV
ivo@ufv.br
Agradecimentos
CAPES e a FAPEMIG, pela bolsa de pós-doutorado e a CAPES e ao CNPq pela bolsa de doutorado concedida à M.E.P SOUZA. Ao CNPq e ao ProExt suporte financeiro à pesquisa. Ao Centro de Tecnologias Alternativas da Zona da Mata (CTA-ZM) e às organizações locais dos agricultores pela oportunidade que nos deram de desenvolver a pesquisa.
Referências bibliográficas:
  • AQUINO, A.M.; MEIRELLES, E.C. Canteiros de bambu para a criação ecológica de minhocas. Seropédica: Embrapa Agrobiologia, 2006. 2 p. (Comunicado Técnico, 93).
  • EDWARDS, C.E.; ARANCON, N.Q. The use of earthworms in the breakdown of organic wastes to produce vermicomposts and animal feed protein. In: EDWARDS, C.A. (Ed.). Earthworm Ecology. 2. ed. Boca Raton: CRC Press,.2004. p. 345-380.
  • FREITAS, A.F.; PASSOS, G.R.; FURTADO, S.D.C.; SOUZA, L.M.; ASSIS, S.O.; MEIER, M.; SILVA, B.M.; RIBEIRO, S.; BEVILACQUA, P.D.; MANCIO, A.B.; SANTOS, P.R.; CARDOSO, I.M. Produção animal integrada aos sistemas agroflorestais: necessidades e desafios. Agriculturas, v. 6, n. 2, p. 31-35, jul. 2009.
  • MARCONI, M.A.; LAKATOS, E.V. Fundamentos de metodologia científica. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2005. 312 p.
  • NGO, P.T., RUMPEL, C., DOAN, T.T., JOUQUET, P. The effect of earthworms on carbon storage and soil organic matter composition in tropical soil amended with compost and vermicompost. Soil Biology & Biochemistry, v. 50, p. 214-220, 2012.
  • SCHIEDECK, G.; GONÇALVES, M.M.; SCHWENGBER, J. E. Minhocultura e produção de húmus para a agricultura familiar. Pelotas: Embrapa Clima Temperado, 2006. 11 p. (Circular Técnica, 57).
  • SCHIEDECK, G.; SCHWENGBER, J.E.; GONÇALVES, M.M.; SCHIAVON, G.A.; CARDOSO, J.H. Minhocário campeiro de baixo custo para a agricultura familiar. Pelotas: Embrapa Clima Temperado, 2007. 4 p. (Comunicado Técnico, 171).

Postagem em destaque

JÁ PENSOU EM TER UM MINHOCÁRIO PARA RECICLAR O SEU LIXO?

JÁ PENSOU EM TER UM MINHOCÁRIO PARA RECICLAR O SEU LIXO ORGÂNICO DOMÉSTICO?   ...