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sexta-feira, 8 de julho de 2016

SPDH - Plantio direto em hortaliças



Sistema de plantio direto em hortaliças aumenta a produtividade, reduz custos e

 protege os recursos naturais. Conheça a experiência desenvolvida em Ituporanga SC.

quinta-feira, 9 de junho de 2016

Pesquisa desenvolve araucária com menor porte e produção precoce de pinhão


Foto: Katia Picheli
Katia Picheli -
Com uso de brotos extraídos da copa de árvores de araucária adultas, mudas enxertadas permitem que produtores obtenham árvores mais baixas e que a produção de pinhão seja antecipada. Normalmente, a araucária começa a produzir pinhões alcança de 12 a 15 anos de idade e pelo menos oito metros de altura. Com a metodologia desenvolvida pela Embrapa Florestas (PR), as árvores começam a produzir a partir do período entre seis e oito anos e o porte das árvores fica entre dois e seis metros de altura, o que facilita a coleta das sementes. Com a adoção dessas mudas, os produtores poderão investir na formação de pomares de pinhão como uma fonte de renda na propriedade rural.


O pinhão é a semente da araucária, também conhecida como pinheiro-do-paraná,  bastante apreciado na alimentação humana. É encontrado dentro da pinha nos galhos das árvores fêmeas.



Atualmente, a colheita do pinhão é artesanal e extrativista. É comum, nesta época do ano, a presença de vendedores em beira de estradas com pinhões que foram coletados no chão, embaixo de araucárias. Também é comum a prática da escalada das árvores, atividade de risco se não for feita de forma adequada. Além do risco para quem coleta, existe também a chance de coletar pinhas que ainda não estejam maduras, ou seja, sem o pinhão formado, prejudicando sobretudo o nascimento de novas árvores.



Embora seja um mercado muito informal, dados de volumes comercializados nas unidades do Ceasa-PR indicam que em 2014 foram vendidas 800 toneladas de pinhão, de várias procedências, totalizando um valor de quase R$ 4 milhões. Se considerarmos o volume informal, estes valores podem ser até quintuplicados. "O mercado tem bastante potencial", explica o pesquisador Ivar Wendling, da Embrapa Florestas. "Se possibilitarmos a produção precoce e a facilidade na coleta, pode se tornar uma fonte de renda importante para os produtores rurais", completa.



Como é possível?



O protocolo desenvolvido pela Embrapa Florestas para produção de mudas utiliza a técnica de enxertia a partir de brotos da copa da árvore. "Estes brotos que serão enxertados têm a ‘idade ontogenética' da árvore de onde foram coletados, então vão se comportar como árvores adultas", explica Wendling. Com isso, as novas plantas começam a produzir o pinhão em muito menos tempo, além de reduzir o porte das árvores.



A técnica também auxilia a produzir pinhão com as características mais desejadas pelo mercado consumidor, pois é possível identificar e selecionar árvores-matrizes de acordo com o que se deseja. Pesquisa realizada em 2010 com consumidores de pinhão em Curitiba mostra que o hábito de consumo da semente é bastante frequente entre as famílias curitibanas. "A quantidade média de compra é de dois a quatro quilos por semana", revela a pesquisadora Rossana Catiê Godoy, responsável pela pesquisa. "Na hora da compra, o consumidor baseia-se muito na aparência, como cor, tamanho, brilho, diâmetro, frescor e ausência de sujeira", pondera. Essas características então podem ser identificadas em árvores-matrizes e ajudar no processo de seleção das árvores que terão seus brotos colhidos para a enxertia. Segundo Wendling, itens como composição nutricional diferenciada, época de produção, entre outros, também poderão servir como base para a seleção.



Outra questão é que algumas árvores produzem os chamados pinhões precoces, que ficam prontos para colheita em fevereiro e março. Da mesma forma, outras árvores produzem pinhões tardios, que podem ser coletados geralmente até setembro. "Com esta técnica, também podemos no futuro desenvolver pomares com plantas que produzam pinhão praticamente o ano inteiro", avalia Wendling.



Outra vantagem desse processo é a possibilidade de saber com antecedência qual o sexo da planta que está sendo gerada, o que na produção de mudas via semente só é possível quando as plantas iniciam o florescimento, com cerca de dez anos. "Para programas de resgate e conservação da araucária, isso é fantástico, pois, por se tratar de uma espécie dioica, que tem sexos diferentes, é preciso plantas dos dois sexos para proporcionar sua reprodução", finaliza o pesquisador.


Katia Pichelli (MTb 3594/PR)
Embrapa Florestas

Telefone: (41) 3675-5638
Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/

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terça-feira, 12 de abril de 2016

Fepagro lança batata-doce viola


Variedade se destaca pela alta produtividade e versatilidade

Uma variedade de batata-doce de alta produtividade que pode ser usada para consumo humano e produção de biocombustível. Assim é a BRS fepagro viola, fruto da pesquisa da Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro) e a Embrapa, lançada na Expoagro, na segunda 21.
Atividades de melhoramento de batata-doce funcionam desde 1942 na Fepagro, Vale do Taquari, com variedades sendo utilizadas pelos agricultores locais há décadas. Em conjunto com a Embrapa, pesquisadores da Fepagro coletaram amostras dessas variedades utilizadas pelos produtores.
Nova cultivar

Nova cultivar 
Foto: Luis Suita/Divulgação/CR
No processo de seleção, foi realizada a limpeza clonal e multiplicação dos materiais mais promissores em termos de vigor e produtividade.
Dos mais de 50 materiais testados a campo, a BRS fepagro viola se destacou pela alta produtividade e versatilidade. “É uma cultivar que responde bem a qualquer trato cultural e produz de 60 a 80 toneladas por hectare”, detalha o pesquisador da Fepagro Zeferino Chielle.

Raiz
Outro diferencial da cultivar, de acordo com Chielle, é a diversidade no tamanho da raiz, que pode ter formatos diferentes e, por isso, diferentes aplicações. “Serve para consumo humano, para produção de biocombustível e até para ração animal, devido a seu alto valor energético”, enumera o pesquisador.
Zeferino Chielle ressalta que a massa aérea da planta, produzida em abundância pela BRS fepagro viola e com teor de proteína de 16%, também pode ser aproveitada para alimentação animal e produção de biocombustível.

Produção de biocombustíveis
Para a produção de biocombustíveis a batata-doce é uma cultura importante. “Sabe-se que uma tonelada de cana-de-açúcar produz  80 litros de etanol, enquanto a mesma quantidade de batata-doce, produz 158 litros”, informa o pesquisador da Embrapa Clima Temperado, Luis Antonio Suita de Castro.
No Brasil, este processo esbarra na baixa produtividade das cultivares e na falta de mecanização das lavouras.
Segundo Suita de Castro, as cultivares registradas pela Embrapa e recomendadas à produção,  especialmente a BRS fepagro viola, obtiveram médias superiores a 3,0 kg/planta, o que indica produção de 75 t/ha em lavouras corretamente conduzidas.
Características
- Alto vigor e grande produtividade;
- Forma alongada, pele púrpura (vinho);
- Polpa na cor creme;
- 35,79% de amido (100 g).
Redação Jornal Correio Riograndense

domingo, 17 de janeiro de 2016

Aprenda a fazer um #suco para reforçar o sistema imunológico

Suco para reforçar o sistema imunológico



Foto: Emilio Pedroso
A nutricionista Juliana Rocha, que acaba de voltar dos Estados Unidos, onde se formou chef de cozinha e instrutora de raw food (alimentação viva), preparou para vocês a receita de um suco para fortalecer o sistema imunológico.
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SUCO IMUNOLÓGICO
Ingredientes
1 copo de suco de laranja natural
Uma porção a gosto de gengibre
Espinafre
1 colher de chá de grânulos de pólen
BENEFÍCIOS
- Fonte de vitamina C, tem a capacidade de fortalecer o sistema imunológico e toda a função antioxidante do do nosso sistema.
- O espinafre, além de ser fonte cálcio e magnésio, é rico ainda em acido fólico importante para a função de defesa do nosso sistema imunológico e vias de inflamação.
- Chamo a atenção para o pólen, por ser um dos alimentos mais completos da natureza, aumenta a resistência, a força, a energia também sendo indicado para praticantes de atividade física, reduz a produção de histaminas no nosso corpo, melhorando a resposta a inúmeras alergias, em espacial as respiratórias
Quando tomar?
Nos dias de outono e inverno e sempre que mudar a estação.

Fonte: BLOG BARRA DE CEREAL

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Centro Ecológico Ipê completa 30 anos de atividade

Verde que te quero verde
Foto: Divulgação/CR

Oficinas técnicas do CAE
Oficinas técnicas do CAE
Foto: Divulgação/CR

Anos 80, período de efervescência no meio rural, da chamada Revolução Verde e da Ditadura Militar, surgia o Projeto Vacaria, atual Centro Ecológico Ipê, que completa 30 anos. Desde a fundação, em janeiro de 1985, trabalha para viabilizar ações sustentáveis na produção agrícola, adotando tecnologias alternativas, visando a preservação ambiental e a justiça social.
O trabalho resgata o manejo da biodiversidade e a tradição alimentar, estimula a organização de agricultores e consumidores. Visa também o desenvolvimento de mercados para produtos ecológicos, à formulação e a criação de políticas públicas que incentivem a agricultura sustentável.
A ação acontece por meio de visitas, reuniões, cursos e oficinas de capacitação e planejamento. O Centro Ecológico assessora organizações de agricultores familiares a produção, processamento e comercialização de alimentos.

Parceria
As parcerias frutificaram na forma de Associações de Agricultores Ecologistas (AAEs). Essas instituições se caracterizam pela prática da agricultura ecológica, por estarem organizadas em pequenos grupos, pela industrialização artesanal e por buscarem canais alternativos para a comercialização da produção.
Em 1991, o projeto Vacaria passa a se denominar Centro de Agricultura Ecológica Ipê (Cae/Ipê), caracterizando nova fase, onde o foco passa a ser menos a unidade produtiva da instituição e mais o acompanhamento às AAEs.
Em 1997, nova modificação. O trabalho se caracteriza por ir além da produção ecológica e vincula-se a ecologização da propriedade como um todo, do indivíduo que nela trabalha e das relações sociais nas quais está inserido. Assim o Centro de Agricultura Ecológica Ipê passa a se denominar de Centro Ecológico Ipê.

Consumidor
A partir de 1999, o Centro Ecológico se envolve também com o estímulo à formação de cooperativas de consumidores, a partir da percepção que a participação ativa dos consumidores é condição indispensável para o desenvolvimento desse trabalho.
A trajetória tem feito com que o Centro Ecológico colabore como interlocutor e referência na atividade; no surgimento e na qualificação de iniciativas em agricultura limpa, desenvolvidas no Brasil e no mundo, beneficiando o setor com permanente intercâmbio.

Atuação
O Centro Ecológico concentra sua atuação na Serra e no Litoral Norte. Cada uma das regiões possui características socioambientais diferenciadas, o que contribui para alimentar a reflexão sobre os princípios da agricultura ecológica e sua forma de operacionalização em contextos específicos.

Maria José Bocchese Guazzelli
A história do Centro Ecológico de Ipê está diretamente ligada à engenheira agrônoma Maria José Guazzelli, 60 anos. Em 1984 começou a coordenar o Centro Ecológico (antigo Centro Demonstrativo e de Treinamento em Agricultura Ecológica ou projeto Vacaria). Natural de Antonio Prado, é formada pela Faculdade de Agronomia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Na década de 80, participou da elaboração da Lei dos Agrotóxicos (7747/82) e concluiu o curso superior de Alimentação de Animais Domésticos, no Institut National Agronomique  Paris-Grignon, Paris, França. É coautora e tradutora de diversos livros. Foi docente, treinou agrônomos e técnicos agrícolas e ocupou diversos cargos públicos.
Correio Riograndense - O que motivou a senhora a incentivar a produção ecológica?
Maria José Guazzelli - Tinha lido e convivido com a produção ecológica quando morei na França, no final dos anos 70 e na época da faculdade. Quase na mesma época tive contato com José Lutzemberg e convive com agricultores ecológicos na Europa. Enquanto isso, no Rio Grande do Sul a Assembleia Legislativa discutia a lei dos Agrotóxicos. Quando a gente, na Assembleia, falava que era possível produzir sem químicos, a resposta é que era impossível a produção de alimentos sem veneno. Aí surgiu a ideia, no começo dos anos 80, de demonstrar na prática que era possível. Essa é a origem do que é o Centro Ecológico. Foi quando um grupo de técnicos disse que faria e   mostrou que se poderia para trabalhar com isso.
CR - E como foi começar?
Guazzelli -Tínhamos à disposição uma área em comodato. No início, tinha muito ceticismo de todos, do serviço de extensão e do poder público. Na medida conseguimos mostrar algumas práticas, em parceria com a Pastoral da Juventude Rural, por meio do padre Schio, o projeto ficou mais próximo dos agricultores. Essas primeiras famílias começaram a produzir, sempre trocando informações e experiências. Isso já era metade dos anos 80.
CR – Por que o Projeto Vacaria?
Guazzelli - Ipê pertencia ao município de Vacaria. Com a emancipação, em 1989, a primeira administração municipal encampou a ideia. E ainda trouxe a Emater, com a finalidade de implantar a agricultura ecológica. Aí começamos a trabalhar junto com o técnico agrícola Delvino Magro (já falecido). “Esse embrião cresceu. E em Antônio Prado, padre Schio atraiu jovens e outros padres, como o pe Remi Casagrande.
CR - E essa caminhada, olhar para trás e ver tantas conquistas, por vezes virando o jogo, o que representa para você?
Guazzelli – É uma satisfação muito grande, mas ainda tem uma grande caminhada pela frente. É uma alegria porque vejo concretizado aquilo que acreditava - os jovens produtores dando sequência ao projeto em suas propriedades. Esse grupo conseguiu encarar. Com isso, consegue-se comprar produtos ecológicos da Serra e Litoral em vários lugares do estado. Começou com aquele embrião, evoluimos muito, mas ainda tem muito para avançar.
CR - Em termos de legislação, qual a influência na criação de novas leis?
Guazzelli – No Brasil, participamos de comissões e grupos que trabalham nas políticas federais em relação à agroecologia. Ipê foi o primeiro município brasileiro a instituir que 40% dos alimentos da merenda escolar fossem oriundos da produção ecológica. Conseguimos muito em nível de estado, espacialmente com o apoio da ex-deputada Marisa Formolo, que também dinamizou a agroecologia dentro da Assembleia Legislativa.
CR - Qual a maior dificuldade para que se possa avançar mais na questão da produção e consumo?
Guazzelli - A maior dificuldade é mudar a forma de pensar. Não é a questão técnica. É na família, com quem se decide que há dificuldade. Outra coisa é o desequilíbrio nas verbas. Por exemplo, as grandes indústrias de venenos e adubos estão constantemente com propagandas, afirmando que sem seus produtos não dá para produzir. O extencionista, basicamente, e grande parte das cooperativas trabalham assim. São poucas as que atuam só com produtos ecológicos orgânicos. É um jogo de forças muito desequilibrado. Mesmo assim, tem havido mudanças significativas, porque a questão da saúde é um problema na área rural, o envenenamento e a intoxicação é realidade. Isso ajuda a abrir os olhos. Outra questão é a capacidade de retorno financeiro que dá tranquilidade a o produtor.
Redação Jornal Correio Riograndense

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Produção de fisális conquista cada vez mais espaço no país



A frutinha arredondada de sabor doce e levemente ácido tem ganhado mercado no Brasil. O nome científico é phisalis e popularmente, ela é conhecida como camapu, joá-de-capote, curuputi e muitos outros nomes, dependendo da região do país.



A fruta é rica em vitamina C. O agricultor Antonio Silva resolveu investir R$ 15 mil na plantação de 700 pés da fruta no município de Santa Teresa, noroeste do Espírito Santo. Ele é o único produtor da região, mas garante que fez bom negócio. “A fruta tem bom potencial de mercado, facilidade de cultivo e boa produtividade. Vários produtos podem ser beneficiados com ela”, garante.



Antonio vende o quilo de fisális por R$ 50. A produção do agricultor é de 400 quilos a cada quatro meses e além de poder ser consumida in natura, a fisális também pode ser utilizada para fazer sucos, sorvetes e até bolos.



Confira uma receita de bolo:



Ingredientes

3 ovos

3 colheres (sopa) manteiga

1 xícara (chá) açúcar

1 xícara (chá) suco de fisális

1 xícara (chá) geleia de fisális

2 xícaras (chá) farinha de trigo

1 colher (chá) fermento em pó



Modo de preparo

Coloque os ovos, a manteiga, o açúcar e o suco de fisális no liquidificador e bata por um minuto. Depois acrescente a farinha de trigo e bata mais um pouco. Acrescente a geleia e bata novamente. Por último, acrescente o fermento e bata por mais 30 segundos.



Pode ser assado em forma de confeiteiro ou de empada. Uma colher a mais da geleia deve decorar o bolinho.



Leve ao forno por 20 minutos na temperatura de 130 graus e está pronto. A massa fica saborosa, leve e o recheio garante um sabor delicioso. A receita serve 12 pessoas.




segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Encontro sobre pequenas frutas e frutas nativas do Mercosul, Pelotas/RS


A biodiversidade gaúcha tem um sabor especial quando o assunto são as
frutas. Mas mesmo com a oferta abundante, muitas vezes no quintal de
casa, algumas pessoas ainda não têm o hábito de consumir as frutas
típicas do nosso Estado. Na última semana, um encontro reuniu pessoas de
diferentes países para estimular a produção e o consumo de frutas
nativas. A troca de experiências envolveu possibilidades culinárias,
algumas propriedades importantes das frutas para a indústria e, claro, o
consumo in natura.

Reportagem: Francisco Lima
Edição: Francisco Lima
Imagens: Giorgio Guedin

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Lucro e sucesso em 1 hectare

Adriana Bernardes

O produtor José Pinheiro produz pelo menos oito tipos de alimentos orgânicos no Núcleo Rural Rajadinha, em Planaltina. Para escoar a produção, ele criou uma feira na cidade e monta cestas, entregues diretamente ao consumidor

No Distrito Federal, 82% dos estabelecimentos rurais são classificados como minifúndios e pequenas propriedades. Mesmo assim, a limitação de espaço e o aumento da demanda por produtos orgânicos têm atraído novos produtores. O levantamento mais recente da Empresa Brasileira de Extensão Rural (Emater/DF) revela um crescimento médio anual do mercado de 20%. Hoje, a área de cultivo orgânico chega a 775 hectares, totalizando 270 propriedades dedicadas a lavouras sem agrotóxicos. Dessas, 170 possuem a certificação de orgânico, e as demais estão em processo para obter o registro de "produto livre de veneno".

O conjunto desses produtores são responsáveis pela colheita de 6,9 toneladas de alimentos por ano. O engenheiro agrônomo e extensionista rural Leandro Moraes de Souza explica que, comparado a Minas Gerais e a São Paulo, a produção local é pequena. Mas, para as características do território do Distrito Federal, o desempenho está acima do esperado. "Aqui, investe-se em tecnologia para ampliar a produção. Existe muito cultivo protegido, conhecido como estufa, a hidroponia, irrigação sob gotejo, e uso de insumos agropecuários e defensivos agrícolas orgânicos", cita. No DF, pimentão, grãos - como soja e milho - e alface têm produtividade maior do que a média nacional (assista ao vídeo com a entrevista completa).

Chapéu na cabeça, fala mansa e uma paixão sem tamanho pelo que faz. Mineiro de Patrocínio, distante 510 km de Brasília, José Pinheiro, 44 anos, se orgulha de muitas coisas na vida. Uma delas é ter comprado um pedaço de chão e se tornado patrão de si mesmo há 13 anos. É numa chácara de 1 hectare, no Núcleo Rural Rajadinha, em Planaltina, onde ele cultiva verduras e legumes orgânicos. Tudo certificado pela Ecocerte Brasil, uma das mais rigorosas do país. "Eu sou o pequeno do pequeno agricultor", sorri, timidamente.

No terreno, José Pinheiro produz três tipos de alface, repolho, couve, cheiro-verde, tomate, rúcula, cenoura, batata-doce, entre outros. Tudo orgânico. O adubo do solo, ele mesmo faz. Lança mão da sabedoria ensinada pelo avô ao pai e repassada a ele e combina com novas tecnologias de cultivo sem agrotóxico. "Os clientes ficam admirados. Muitos ainda acham que orgânico é feio e pequeno. Não é assim. O segredo é adubar e corrigir o solo. E olhar para a planta e entender o que ela diz. A plantação é como criança: se mimar demais, estraga", explica.

Sem contar com ajuda do governo para fazer financiamento e com baixa produção devido ao tamanho da propriedade, há quatro anos, José Pinheiro se viu num dilema. Precisava aumentar os ganhos para garantir o sustento da família. "Eu entregava tudo na cooperativa. Mas era um tiro no escuro, pois, às vezes, eu levava 100 pés de alface, outro produtor levava mais 100 e, aí, não tinha demanda para tudo isso. Eu não posso deixar de ganhar porque meu sustento depende disso aqui", comenta.

Criatividade

Com a ajuda de uma técnica da Empresa Brasileira de Extensão Rural (Emater), José Pinheiro fundou uma feira de orgânicos no centro de Planaltina, para vender seus produtos. Além disso, ele agregou mulheres do campo que produzem artesanato e doces para expor os produtos em conjunto. Há nove meses, descobriu outro jeito de fazer negócio: monta cestas com os produtos e entrega diretamente para o consumidor. "O cliente paga menos, e eu ganho mais porque cortei o atravessador", comemora.

Desde então, a renda aumentou 50%. Agora, ele atua em três frentes: abastece a cooperativa, vende na feira de orgânicos e entrega em domicílio os produtos fresquinhos. "Só depois dessas mudanças eu vi dinheiro sobrar para melhorar a minha casa e para investir na chácara", conta. O próximo passo é investir na proteção das hortaliças, construindo túneis. As estruturas de ferro e lona evitam estragos na plantação. O custo é de cerca de R$ 1,8 mil cada.


FONTE: 

Correio Braziliense


sábado, 22 de agosto de 2015

Produção orgânica se viabiliza como garantia de soberania alimentar


Ainda modesta no país, atividade agrícola sem agrotóxicos cresce 35% ao ano e se viabiliza também modelo de negócio – solidário, sustentável e lucrativo.
18/08/2015
Por Eduardo Tavares

Vilmar Menegat não tem filhos. Mas se vê como "pai" de uma família numerosa de sementes nativas. São mais de 60 diferentes "filhotes" conservados com carinho em potes de vidro reciclados. Milho, feijão, trigo sarraceno, soja preta, chia são alguns dos nomes dessas crioulas – vistas pelo agricultor como sementes da preservação da biodiversidade do planeta. Vilmar, 42 anos, vive com os pais, descendentes de italianos, em um sítio de 50 hectares no interior de Ipê, município localizado na serra gaúcha, autointitulado "Capital Nacional da Agroecologia". A principal cooperativa da cidade, Eco Nativa, tem 67 produtores orgânicos associados que vendem diretamente em feiras de Porto Alegre e Caxias do Sul – o excedente vai para os supermercados. Ipê e a cidade vizinha Antônio Prado foram pioneiras da produção de alimentos orgânicos no Brasil. Toda semana levam quatro caminhões carregados às feiras de Porto Alegre. Normalmente retornam vazios.
 
Vilmar tem uma família de sementes nativas 
Esses produtores desafiam uma realidade assombrosa: o agronegócio brasileiro é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo. A venda de agrotóxicos saltou de US$ 2 bilhões em 2002 para quase US$ 10 bilhões em 2012. O Brasil tem um quinto do mercado mundial, com a marca de 1 milhão de toneladas, equivalente a um consumo médio de 5,2 quilos de veneno agrícola por habitante. Seis empresas dominam o mercado no Brasil: Monsanto, Syngenta, Basf, Bayer CropScience, Dow AgroSciences e DuPont. As seis são também as maiores proprietárias de patentes de sementes transgênicas autorizadas no Brasil. A modificação, em grande parte, torna as plantas de soja, milho e algodão resistentes aos agrotóxicos, exigindo aplicações de doses maiores de veneno para controlar insetos e doenças.
O agricultor é obrigado a comprar o pacote semente/agrotóxico da mesma empresa e não pode ter suas próprias sementes. A legislação brasileira ainda permite a pulverização aérea e a venda de agrotóxicos já proibidos nos Estados Unidos e União Europeia, e oferece incentivos fiscais aos fabricantes. Um exemplo do que o controle do mercado por essas empresas é capaz: a Monsanto, repentinamente, quintuplicou o preço da semente resistente ao agrotóxico glifosato, produzido pela empresa. Agricultores gaúchos que sempre foram favoráveis à difusão da soja transgênica resistente ao glifosato se revoltaram e foram à Justiça contra o pagamento desses royalties.
"O fundamento do agronegócio é que essas seis grandes empresas, através de pequenas modificações genéticas inseridas nas plantas, estão obtendo direito de propriedade sobre aspectos fundamentais para a vida de todos. As plantas transformadas, agora com dono, estão substituindo as plantas naturais, cujas sementes deixam de estar disponíveis", resume o engenheiro agrônomo Leonardo Melgarejo, dirigente da Associação Brasileira de Agroecologia. "Já as sementes transgênicas estão ao alcance de todos que podem pagar por elas. Não é possível aos agricultores familiares, estabelecidos em regiões dominadas pelo agronegócio, optar pelo plantio do milho crioulo, porque os grãos de pólen do milho transgênico alcançam de forma inexorável as lavouras daqueles que insistem em trabalhar com a base genética comum, comprometendo diversidade, autonomia e segurança alimentar dos povos."
O modelo polui o solo, o ar, mananciais de água e lençol freático. Os agricultores padecem de intoxicação aguda, coceiras, dificuldades respiratórias, depressão, convulsões, entre outros males que podem levar à morte. E os consumidores – a maioria da população brasileira – podem ter intoxicação crônica, que demora vários anos para aparecer, resultando em infertilidade, impotência, cólicas, vômitos, diarreias, espasmos, dificuldades respiratórias, abortos, malformações, neurotoxicidade, desregulação hormonal, efeitos sobre o sistema imunológico e câncer. A Fundação Oswaldo Cruz calcula que cada dólar gasto com agrotóxicos em 2012 corresponda a U$ 1,26 gasto no Sistema Único de Saúde (SUS).
Solução
 
Município de Ipê (RS) é considerado um dos pioneiros na produção de orgânicos 
A alternativa para esse panorama é o fortalecimento da agricultura familiar e do cultivo sustentável. Apesar do aumentos dos investimentos do governo federal nos últimos anos na agricultura familiar, o lobby do agronegócio dificulta avanços mais significativos. A bancada ruralista no Congresso é numerosa (cerca de 170 deputados e 13 senadores), enquanto o universo de 12 milhões de pequenos agricultores conseguiu eleger apenas 12 deputados. O agronegócio produz, principalmente, biocombustível, commodities para exportação e ração para animal, enquanto a agricultura familiar responde por 70% da produção de alimentos. A orgânica ainda é pequena, movimentou R$ 1,5 bilhão em 2013, mas está em expansão de, em média, 35% ao ano desde 2011, favorecida pela regulamentação do setor com a Lei dos Orgânicos.
A produção se concentra nos agricultores familiares organizados em associações ou cooperativas. O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) também incentiva do cultivo de orgânicos nos assentamentos. A Cooperativa Agropecuária Nova Santa Rita (Coopan), na Grande Porto Alegre, reúne 30 famílias assentadas numa área de 600 hectares, desde 1995. Segundo o diretor Airton Rubenich, o empreendimento produz por mês 40 mil litros de leite, e por ano 268 toneladas de carne de suíno e 2 mil toneladas de arroz. "Tudo orgânico. A maior parte da produção é adquirida pelas prefeituras de São Paulo e Porto Alegre para a merenda escolar e pelo programa Fome Zero."
O agricultor Gilmar Bellé, formado em Economia, dirigente da Cooperativa Aecia e vereador no município de Antonio Prado, vai toda quarta-feira de caminhão a Porto Alegre, levando sua produção e a de outros cooperativados para vender na Feira Cultural da Biodiversidade. Ele é pioneiro na produção de orgânicos. Participou da criação da cooperativa em 1989, junto com outros jovens atuantes na Pastoral da Juventude Rural. A iniciativa é sucesso comercial. Produz 500 toneladas de hortifrutigranjeiros e mais 500 toneladas de alimentos processados nas suas agroindústrias. Além das feiras, vendem para redes de supermercados, como Zaffari e Pão de Açúcar. Negociam tudo o que produzem pelo preço que estabelecem.
As 23 famílias da cooperativa têm bom padrão de vida. A de José Tondello comprova. Seus filhos Jonas, de 23 anos, estudante de Processos Gerenciais, e Neiva, 20 anos, dizem, enquanto colhem moranguinhos, que nem pensam em sair do campo. A mesma opinião tem Maiara Marcon, de 24 anos, que largou o curso de Educação Física para ajudar seu pai na produção de mudas e desenvolver um projeto de ecoturismo no sítio em Ipê.
Biodinâmicos
 
Airton: produção inclui leite, carne suína e arroz | Crédito fotos: Eduardo Tavares/RBA 
Na Fazenda Capão Alto das Criúvas, no município Sentinela do Sul, a 100 quilômetros de Porto Alegre, o engenheiro agrônomo João Volkmann produz, desde 1989, arroz orgânico e biodinâmico. Em 182 hectares, João extrai 5 toneladas por hectare. O arroz Volkmann foi o primeiro a receber certificado de biodinâmico no Brasil; abastece o mercado interno e é exportado para os Estados Unidos, Alemanha, Bolívia e Uruguai. Desenvolvidos por Rudolf Steiner, criador da Antroposofia, os preparados biodinâmicos usados pelo produtor são elaborados a partir de cristais e plantas medicinais, constituindo uma fitoterapia para que as plantas cumpram melhor sua função e tenham mais potencial nutritivo. "No sistema de produção biodinâmico, a propriedade é vista como um organismo agrícola vivo e espiritual. Os objetivos são a cura da terra, o bem-estar dos agricultores, a produção de alimentos sadios para o consumidor e o desenvolvimento da espiritualidade."
Sua fazenda promove cursos e estágios gratuitos. Um dos alunos, João Kranz, é diretor da agroindústria da Cooperativa Ecocitrus, em Montenegro, a 55 quilômetros de Porto Alegre. É a maior produtora brasileira de suco, polpa e óleo essencial de laranja e tangerina e exporta quase tudo para a Alemanha. Das 75 famílias associadas, 12 produzem com preparados biodinâmicos que, segundo Kranz, aumentam a produtividade e propiciam excelente relação custo/benefício.
As redes de supermercados vendem cerca de 70% da produção de orgânicos no Brasil, mas os preços são maiores que os de produtos da agricultura convencional. A alternativa são as feiras livres, onde o produtor vende direto para o consumidor e cria outros vínculos. As feiras estão presentes em todas as capitais brasileiras. Porto Alegre tem sete por semana. A mais antiga é a Feira Ecológica da Redenção – funciona há 25 anos todos os sábados. Anselmo Kanaan, veterinário e coordenador da Feira da Biodiversidade do Menino Deus, constata que tem aumentado o número de consumidores com problemas de saúde que buscam novos hábitos alimentares. A feira tem 24 módulos, e todos têm certificação de produtores orgânicos.
Entre eles está Gilmar Bellé, de Antônio Prado, com um avental, carregando caixas de tomates. Na banca ao lado, Alexandre Baptista, o Ali, é o mais novo produtor, e está iniciando um projeto bem-sucedido e consolidado na Europa e Japão: o CSA (da sigla em ingles A Comunidade Financia o Agricultor). São 30 famílias que pagam mensalmente R$ 93 e recebem toda semana uma cesta com oito produtos diferentes. Dessa maneira é garantido o escoamento da sua produção. A advogada Fabiane Galli é uma das apoiadoras. "As crianças não adoecem e têm muita vitalidade", diz Fabiane, mãe de três crianças e há nove anos consumindo produtos orgânicos.

segunda-feira, 11 de maio de 2015

Produção de rosas na zona urbana



Maio é conhecido pelo mês do dia das mães e mês das noivas. E flores sempre são bons presentes para as mulheres que são especiais em nossas vidas. E a nossa equipe foi até um local onde a produção de rosas, é a forma de renda da família Bicca.


Reportagem: Silvana Scaglioni
Imagens: Sérgio Tuninho
Edição: Silvana Scaglioni

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Palmeira Real é uma alternativa tecnicamente viável e economicamente rentável

A agrissilvicultura com Palmeira Real é uma alternativa tecnicamente viável e economicamente rentável, que auxilia na recuperação de áreas degradadas e possibilita o desenvolvimento sustentável da cadeia produtiva do palmito de qualidade.



quinta-feira, 30 de outubro de 2014

GUIA PRÁTICO de AGRICULTURA DE CONSERVAÇÃO



Esta obra foi financiada pela Cooperação Austríaca para o Desenvolvimento e baseia-se principalmente nas 

experiências do IAPAR - Instituto Agronómico de Paraná, Londrina-Paraná-Brasil, e nos ensaios demonstrativos 

no quadro dos projectos PROMEC, APROS, PACDIB (da Cooperação Austríaca) e PRODER (MINAG - GTZ).

realizados na Província de Sofala, Moçambique, nos anos 2002 até 2005,

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Propriedade Modelo Agricultura Familiar - Programa Rio Grande Rural





O casal Daniel e Cassiane são agricultores do município gaúcho de Boqueirão do Leão. Eles produziam fumo, e resolveram mudar. Aproveitaram as políticas públicas do município e dos governos estadual e federal. Hoje eles diversificaram a produção, e faturam até com o turismo rural. A propriedade é um modelo para a agricultura familiar.

Jornalista Tiago Bald
Boqueirão do Leão - RS

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Várias plantas nativas do Brasil podem ser usadas na culinária, como é o...



Valdely Kinupp, doutorando da Universidade Federal do Rio Grande do Sul ,
pesquisou os alimentos subutilizados ou subexplorados da
biodiversidade brasileira.

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JÁ PENSOU EM TER UM MINHOCÁRIO PARA RECICLAR O SEU LIXO ORGÂNICO DOMÉSTICO?   ...