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sábado, 22 de agosto de 2015

Produção orgânica se viabiliza como garantia de soberania alimentar


Ainda modesta no país, atividade agrícola sem agrotóxicos cresce 35% ao ano e se viabiliza também modelo de negócio – solidário, sustentável e lucrativo.
18/08/2015
Por Eduardo Tavares

Vilmar Menegat não tem filhos. Mas se vê como "pai" de uma família numerosa de sementes nativas. São mais de 60 diferentes "filhotes" conservados com carinho em potes de vidro reciclados. Milho, feijão, trigo sarraceno, soja preta, chia são alguns dos nomes dessas crioulas – vistas pelo agricultor como sementes da preservação da biodiversidade do planeta. Vilmar, 42 anos, vive com os pais, descendentes de italianos, em um sítio de 50 hectares no interior de Ipê, município localizado na serra gaúcha, autointitulado "Capital Nacional da Agroecologia". A principal cooperativa da cidade, Eco Nativa, tem 67 produtores orgânicos associados que vendem diretamente em feiras de Porto Alegre e Caxias do Sul – o excedente vai para os supermercados. Ipê e a cidade vizinha Antônio Prado foram pioneiras da produção de alimentos orgânicos no Brasil. Toda semana levam quatro caminhões carregados às feiras de Porto Alegre. Normalmente retornam vazios.
 
Vilmar tem uma família de sementes nativas 
Esses produtores desafiam uma realidade assombrosa: o agronegócio brasileiro é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo. A venda de agrotóxicos saltou de US$ 2 bilhões em 2002 para quase US$ 10 bilhões em 2012. O Brasil tem um quinto do mercado mundial, com a marca de 1 milhão de toneladas, equivalente a um consumo médio de 5,2 quilos de veneno agrícola por habitante. Seis empresas dominam o mercado no Brasil: Monsanto, Syngenta, Basf, Bayer CropScience, Dow AgroSciences e DuPont. As seis são também as maiores proprietárias de patentes de sementes transgênicas autorizadas no Brasil. A modificação, em grande parte, torna as plantas de soja, milho e algodão resistentes aos agrotóxicos, exigindo aplicações de doses maiores de veneno para controlar insetos e doenças.
O agricultor é obrigado a comprar o pacote semente/agrotóxico da mesma empresa e não pode ter suas próprias sementes. A legislação brasileira ainda permite a pulverização aérea e a venda de agrotóxicos já proibidos nos Estados Unidos e União Europeia, e oferece incentivos fiscais aos fabricantes. Um exemplo do que o controle do mercado por essas empresas é capaz: a Monsanto, repentinamente, quintuplicou o preço da semente resistente ao agrotóxico glifosato, produzido pela empresa. Agricultores gaúchos que sempre foram favoráveis à difusão da soja transgênica resistente ao glifosato se revoltaram e foram à Justiça contra o pagamento desses royalties.
"O fundamento do agronegócio é que essas seis grandes empresas, através de pequenas modificações genéticas inseridas nas plantas, estão obtendo direito de propriedade sobre aspectos fundamentais para a vida de todos. As plantas transformadas, agora com dono, estão substituindo as plantas naturais, cujas sementes deixam de estar disponíveis", resume o engenheiro agrônomo Leonardo Melgarejo, dirigente da Associação Brasileira de Agroecologia. "Já as sementes transgênicas estão ao alcance de todos que podem pagar por elas. Não é possível aos agricultores familiares, estabelecidos em regiões dominadas pelo agronegócio, optar pelo plantio do milho crioulo, porque os grãos de pólen do milho transgênico alcançam de forma inexorável as lavouras daqueles que insistem em trabalhar com a base genética comum, comprometendo diversidade, autonomia e segurança alimentar dos povos."
O modelo polui o solo, o ar, mananciais de água e lençol freático. Os agricultores padecem de intoxicação aguda, coceiras, dificuldades respiratórias, depressão, convulsões, entre outros males que podem levar à morte. E os consumidores – a maioria da população brasileira – podem ter intoxicação crônica, que demora vários anos para aparecer, resultando em infertilidade, impotência, cólicas, vômitos, diarreias, espasmos, dificuldades respiratórias, abortos, malformações, neurotoxicidade, desregulação hormonal, efeitos sobre o sistema imunológico e câncer. A Fundação Oswaldo Cruz calcula que cada dólar gasto com agrotóxicos em 2012 corresponda a U$ 1,26 gasto no Sistema Único de Saúde (SUS).
Solução
 
Município de Ipê (RS) é considerado um dos pioneiros na produção de orgânicos 
A alternativa para esse panorama é o fortalecimento da agricultura familiar e do cultivo sustentável. Apesar do aumentos dos investimentos do governo federal nos últimos anos na agricultura familiar, o lobby do agronegócio dificulta avanços mais significativos. A bancada ruralista no Congresso é numerosa (cerca de 170 deputados e 13 senadores), enquanto o universo de 12 milhões de pequenos agricultores conseguiu eleger apenas 12 deputados. O agronegócio produz, principalmente, biocombustível, commodities para exportação e ração para animal, enquanto a agricultura familiar responde por 70% da produção de alimentos. A orgânica ainda é pequena, movimentou R$ 1,5 bilhão em 2013, mas está em expansão de, em média, 35% ao ano desde 2011, favorecida pela regulamentação do setor com a Lei dos Orgânicos.
A produção se concentra nos agricultores familiares organizados em associações ou cooperativas. O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) também incentiva do cultivo de orgânicos nos assentamentos. A Cooperativa Agropecuária Nova Santa Rita (Coopan), na Grande Porto Alegre, reúne 30 famílias assentadas numa área de 600 hectares, desde 1995. Segundo o diretor Airton Rubenich, o empreendimento produz por mês 40 mil litros de leite, e por ano 268 toneladas de carne de suíno e 2 mil toneladas de arroz. "Tudo orgânico. A maior parte da produção é adquirida pelas prefeituras de São Paulo e Porto Alegre para a merenda escolar e pelo programa Fome Zero."
O agricultor Gilmar Bellé, formado em Economia, dirigente da Cooperativa Aecia e vereador no município de Antonio Prado, vai toda quarta-feira de caminhão a Porto Alegre, levando sua produção e a de outros cooperativados para vender na Feira Cultural da Biodiversidade. Ele é pioneiro na produção de orgânicos. Participou da criação da cooperativa em 1989, junto com outros jovens atuantes na Pastoral da Juventude Rural. A iniciativa é sucesso comercial. Produz 500 toneladas de hortifrutigranjeiros e mais 500 toneladas de alimentos processados nas suas agroindústrias. Além das feiras, vendem para redes de supermercados, como Zaffari e Pão de Açúcar. Negociam tudo o que produzem pelo preço que estabelecem.
As 23 famílias da cooperativa têm bom padrão de vida. A de José Tondello comprova. Seus filhos Jonas, de 23 anos, estudante de Processos Gerenciais, e Neiva, 20 anos, dizem, enquanto colhem moranguinhos, que nem pensam em sair do campo. A mesma opinião tem Maiara Marcon, de 24 anos, que largou o curso de Educação Física para ajudar seu pai na produção de mudas e desenvolver um projeto de ecoturismo no sítio em Ipê.
Biodinâmicos
 
Airton: produção inclui leite, carne suína e arroz | Crédito fotos: Eduardo Tavares/RBA 
Na Fazenda Capão Alto das Criúvas, no município Sentinela do Sul, a 100 quilômetros de Porto Alegre, o engenheiro agrônomo João Volkmann produz, desde 1989, arroz orgânico e biodinâmico. Em 182 hectares, João extrai 5 toneladas por hectare. O arroz Volkmann foi o primeiro a receber certificado de biodinâmico no Brasil; abastece o mercado interno e é exportado para os Estados Unidos, Alemanha, Bolívia e Uruguai. Desenvolvidos por Rudolf Steiner, criador da Antroposofia, os preparados biodinâmicos usados pelo produtor são elaborados a partir de cristais e plantas medicinais, constituindo uma fitoterapia para que as plantas cumpram melhor sua função e tenham mais potencial nutritivo. "No sistema de produção biodinâmico, a propriedade é vista como um organismo agrícola vivo e espiritual. Os objetivos são a cura da terra, o bem-estar dos agricultores, a produção de alimentos sadios para o consumidor e o desenvolvimento da espiritualidade."
Sua fazenda promove cursos e estágios gratuitos. Um dos alunos, João Kranz, é diretor da agroindústria da Cooperativa Ecocitrus, em Montenegro, a 55 quilômetros de Porto Alegre. É a maior produtora brasileira de suco, polpa e óleo essencial de laranja e tangerina e exporta quase tudo para a Alemanha. Das 75 famílias associadas, 12 produzem com preparados biodinâmicos que, segundo Kranz, aumentam a produtividade e propiciam excelente relação custo/benefício.
As redes de supermercados vendem cerca de 70% da produção de orgânicos no Brasil, mas os preços são maiores que os de produtos da agricultura convencional. A alternativa são as feiras livres, onde o produtor vende direto para o consumidor e cria outros vínculos. As feiras estão presentes em todas as capitais brasileiras. Porto Alegre tem sete por semana. A mais antiga é a Feira Ecológica da Redenção – funciona há 25 anos todos os sábados. Anselmo Kanaan, veterinário e coordenador da Feira da Biodiversidade do Menino Deus, constata que tem aumentado o número de consumidores com problemas de saúde que buscam novos hábitos alimentares. A feira tem 24 módulos, e todos têm certificação de produtores orgânicos.
Entre eles está Gilmar Bellé, de Antônio Prado, com um avental, carregando caixas de tomates. Na banca ao lado, Alexandre Baptista, o Ali, é o mais novo produtor, e está iniciando um projeto bem-sucedido e consolidado na Europa e Japão: o CSA (da sigla em ingles A Comunidade Financia o Agricultor). São 30 famílias que pagam mensalmente R$ 93 e recebem toda semana uma cesta com oito produtos diferentes. Dessa maneira é garantido o escoamento da sua produção. A advogada Fabiane Galli é uma das apoiadoras. "As crianças não adoecem e têm muita vitalidade", diz Fabiane, mãe de três crianças e há nove anos consumindo produtos orgânicos.

segunda-feira, 11 de maio de 2015

Produção de rosas na zona urbana



Maio é conhecido pelo mês do dia das mães e mês das noivas. E flores sempre são bons presentes para as mulheres que são especiais em nossas vidas. E a nossa equipe foi até um local onde a produção de rosas, é a forma de renda da família Bicca.


Reportagem: Silvana Scaglioni
Imagens: Sérgio Tuninho
Edição: Silvana Scaglioni

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Palmeira Real é uma alternativa tecnicamente viável e economicamente rentável

A agrissilvicultura com Palmeira Real é uma alternativa tecnicamente viável e economicamente rentável, que auxilia na recuperação de áreas degradadas e possibilita o desenvolvimento sustentável da cadeia produtiva do palmito de qualidade.



quinta-feira, 30 de outubro de 2014

GUIA PRÁTICO de AGRICULTURA DE CONSERVAÇÃO



Esta obra foi financiada pela Cooperação Austríaca para o Desenvolvimento e baseia-se principalmente nas 

experiências do IAPAR - Instituto Agronómico de Paraná, Londrina-Paraná-Brasil, e nos ensaios demonstrativos 

no quadro dos projectos PROMEC, APROS, PACDIB (da Cooperação Austríaca) e PRODER (MINAG - GTZ).

realizados na Província de Sofala, Moçambique, nos anos 2002 até 2005,

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Propriedade Modelo Agricultura Familiar - Programa Rio Grande Rural





O casal Daniel e Cassiane são agricultores do município gaúcho de Boqueirão do Leão. Eles produziam fumo, e resolveram mudar. Aproveitaram as políticas públicas do município e dos governos estadual e federal. Hoje eles diversificaram a produção, e faturam até com o turismo rural. A propriedade é um modelo para a agricultura familiar.

Jornalista Tiago Bald
Boqueirão do Leão - RS

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Várias plantas nativas do Brasil podem ser usadas na culinária, como é o...



Valdely Kinupp, doutorando da Universidade Federal do Rio Grande do Sul ,
pesquisou os alimentos subutilizados ou subexplorados da
biodiversidade brasileira.

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Pesquisadores estudam efeitos dos agrotóxicos nos agricultores - Program...

O Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo. O veneno afeta a saúde de agricultores, consumidores e o meio ambiente. No ano passado, o Centro de Informações Toxicológicas do Estado atendeu 612 casos de contaminação. Uma realidade que preocupa. Para investigar a história e avaliar o grau de intoxicação dos agricultores no uso e manejo de agrotóxicos, estudantes dos cursos de Biomedicina e Educação Física da Faculdade da Serra Gaúcha (FSG), de Caxias do Sul, estão realizando um projeto pioneiro. O estudo envolve agricultores de 22 municípios da região. Iniciou no ano passado e será concluído nos próximos meses.

Jornalista Rejane Paludo
Cinegrafista Aldir Marins
Nova Bassano - RS

sábado, 16 de agosto de 2014

Frutas vermelhas, uma opção para os pequenos agricultores.

Bom dia! Existe um aumento do consumo destas frutas, provavelmente pela divulgação nos meios de comunicação das propriedades terapeuticas do mirtilo, da amora preta e da framboesa. Com exceção do mirtilo, para as demais conseguem-se mudas facilmente. Elas ocupam pouco espaço físico e produzem muito, desde que sejam adubadas. Quanto ao mirtilo, eu gostaria de ter algumas mudas, mas é difícil conseguir.
abraços
Alexandre Panerai 
eng. agrônomo






Estudo: frutas vermelhas (berries) ajudam no combate à hipertensão

Um estudo publicado no American Journal of Clinical Nutrition mostra que as antocianinas, encontradas nas frutas vermelhas (também conhecidas como “berries”, compostas por um grupo que engloba amoras vermelhas e pretas, framboesas, groselha, o morango e o mirtilo) podem reduzir a pressão arterial elevada. De acordo com a pesquisa, os indivíduos que consumiram pelo menos uma porção por semana de mirtilo (planta largamente cultivada em países do Hemisfério Norte, mas pouco conhecida no Brasil, chamado também de blueberries ou uva-do-monte) reduziram em 10% o risco de desenvolver hipertensão em comparação com aqueles que não comeram.

Muitos alimentos são conhecidos como nutracêuticos – alimentos ou parte dos alimentos que apresentam benefícios à saúde, incluindo a prevenção e/ou tratamento de doenças. Entre as substâncias que proporcionam essas alterações no organismo estão os flavonóides encontrados em diversas espécies vegetais e de alimentos derivados deles (frutas, chá, vinho, etc).

Os flavonóides encontrados nos alimentos são classificados em diversas subclasses, como as antocianinas. Os pigmentos antocianinas dão às frutas sua cor azul-violeta intensa. Quanto mais escura, maior o conteúdo de antocianina.

Este é o primeiro grande estudo para investigar o efeito de diferentes flavonóides em relação à hipertensão.

A hipertensão arterial (HTA) conhecida popularmente como pressão alta é uma das principais doenças cardiovasculares em todo o mundo. Quando não é tratada, é o principal fator de risco para derrames, doenças do coração, paralisação dos rins, lesões nas artérias, podendo também causar alterações na visão, etc. Cerca de um quarto da população adulta no mundo sofre de HTA – incluindo 10 milhões de pessoas no Reino Unido e um em cada três adultos nos EUA. A proporção de brasileiros diagnosticados com hipertensão arterial cresceu de 21,5%, em 2006, para 24,4%, em 2009. Os dados fazem parte de levantamento anual do Ministério da Saúde e foram divulgados em abril de 2010.

O estudo

Os pesquisadores da Universidade de East Anglia (UEA) e Harvard acompanharam e estudaram por 14 anos 134.000 mulheres e 47.000 homens recrutados em dois programas de saúde pública nos EUA, o Nurses ‘Health Study e Health Professionals Follow-up Study. Nenhum dos participantes tinha hipertensão no início do estudo. Todos os voluntários responderam questionários detalhados sobre a saúde a cada dois anos, e sobre os hábitos alimentares a cada quatro anos.

Durante a pesquisa, 35.000 indivíduos desenvolveram hipertensão. O chá têm sido identificado como o alimento que fornece a maior quantidade de flavonóides, juntamente com a maçã, o suco de laranja, o mirtilo, o vinho tinto e o morango. Quando os pesquisadores analisaram a relação entre as subclasses individuais de flavonóides e a hipertensão, eles descobriram que os participantes que consumiam mais antocianinas (encontradas, principalmente, no murtilo e morango), reduziram em 8% a probabilidade de serem diagnosticados com hipertensão em relação aos que consumiram pouco.

O poder do mirtilo

O resultado foi ainda mais positivo para o consumo de mirtilo, em comparação com o morango. Os indivíduos que comiam pelo menos uma porção de blueberries por semana reduziram em 10% a probabilidade de se tornarem hipertensos.

“Nossos resultados são animadores e sugerem que a ingestão de antocianinas podem contribuir para a prevenção da hipertensão”, disse o autor Prof Aedin Cassidy, do Departamento de Nutrição da Faculdade de Medicina da UEA.

*Estudo: Habitual intake of flavonoid subclasses and incident hypertension in adults’ by A Cassidy (UEA), E O’Reilly (Harvard), Colin Kay (UEA), L Sampson (Harvard), M Franz (Harvard), J Forman (Harvard), G Curhan (Harvard), and E Rimm (Harvard) will be published in the February 2011 edition of the American Journal of Clinical Nutrition.

O que é o Mirtilo?

O mirtilo é uma fruta pertence à família Ericaceae e é nativo de várias regiões da Europa e dos Estados Unidos. O fruto é uma baga de cor azul-escura, de formato achatado.

Sua aparência é semelhante ao araçá, porém com coloração azul e tamanho de um grão de uva. Apresenta em seu interior muitas sementes e tem sabor doce-ácido a ácido. Esta fruta ganhou destaque devido às suas muitas propriedades medicinais.

O mirtilo é conhecido como blueberry, em inglês, e arándano, em espanhol, incluído-se no grupo das pequenas frutas, junto com a amora, morango, framboesa e fisalis. É uma das frutas frescas mais ricas em antioxidantes já estudadas. Tem um conteúdo particularmente elevado de polifenóis tanto na casca quanto na polpa, os quais conferem funções de proteção sobre as paredes das células.

A área cultivada no Brasil é superior a 150 hectares, e a destinação à produção vai para exportação, e parte é absorvida no mercado interno. O Rio Grande do Sul é o Estado que mais se destaca na produção de mirtilo. A colheita ocorre de novembro a abril, sendo que as cultivares mais bem adaptadas são: Aliceblue, Bluebelle, Bluegen, Briteblue, Clímax, Delite, Powderblue, Woodhard, entre outras.

Os frutos podem ser consumidos in natura ou após processamento por congelamento, desidratação, enlatamento ou fabrico de geléias ou licores, sucos, sorvetes e doces em geral.

Pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) comprovaram que o mirtilo produzido no Brasil tem as mesmas características do blueberry – a versão original da fruta, cultivada nos Estados Unidos e na Europa – e possui a mesma quantidade de pigmentos antocianos. É este pigmento que age de maneira benéfica em nosso organismo: combate os radicais livres, é antiinflamatório, melhora a circulação e reduz o colesterol ruim. Outro benefício comprovado do mirtilo está ligado à saúde dos olhos.

Estudos científicos têm mostrado que o mirtilo previne doenças relacionadas à visão, como catarata e glaucoma, melhorando a capacidade de leitura e o foco da visão. Os antocianos presentes no mirtilo têm a capacidade de reverter ou evitar o problema, prolongando a capacidade visual, segundo o farmacêutico José Ângelo Zuanazzi, da UFRGS.

Fonte: Revista Brasileira de Fruticultura - www.scielo.br

 

terça-feira, 12 de agosto de 2014

A agricultura tem, de muito, sido a âncora econômica

Leitura e Critica
Eleições e o médio produtor rural
Ciro Antonio Rosolem



A agricultura tem, de muito, sido a âncora econômica

Apesar do aborrecimento pela propaganda eleitoral gratuita no rádio e TV, ela traz esperança: chance de trocar pessoas, pensamentos, objetivos, enfim, mudança de políticas públicas. A agricultura brasileira precisa disso. E a urgência vai muito além do problema de logística. A agricultura tem, de muito, sido a âncora econômica. Cresceu embalada por tecnologias, investimentos, por vezes com preços internacionais atrativos. Mas novos tempos se avizinham. Até agora, crises de preços baixos foram vencidas com aumentos na produtividade, mas este elástico está quase no limite. Não deve ser mais esperado crescimento significativo na produtividade.

Grosseiramente, pode se dividir os produtores rurais em três “tamanhos”. Os pequenos (enquadrados como familiares), os médios e os grandes. Os pequenos, bem ou mal, vêm sendo assistidos, muitas vezes subsidiados por programas governamentais. Não quero aqui discutir o uso de recursos públicos em assentamentos que, muitas vezes, se configuram como duvidosos. Os programas existem. Os grandes, por sua capacidade econômica e gerencial, mais sua escala de produção, têm conseguido produzir a custos muito competitivos. E os médios?

Os agricultores médios constituem vasta legião, responsáveis por significativa parte da produção. Vivem, trabalham, se divertem em sua cidade. Compram na revenda da esquina, nas lojas locais, contratam os profissionais do interior. Muito diferente das grandes empresas agrícolas. Assim, em função de sua escala de produção, seu produto é mais caro. Sua competitividade é menor no mercado. Por isso a agricultura de médio porte vem diminuindo de tamanho. Em algumas regiões, as cooperativas têm mantido o médio agricultor. Mas, onde estão os programas e as políticas públicas deste segmento? 

Nota-se aumento no número de grandes grupos, inclusive com empresas de capital aberto, atuando na agricultura brasileira. Isso tem trazido competitividade. Enquanto os preços internacionais estiverem altos, há esperança para os médios agricultores, mas isso deve mudar. Então, o que será daqueles que estão sendo expulsos da atividade? É isso que queremos? De um lado grandes empresas agrícolas, muito eficientes e de outro o agricultor familiar muitas vezes subsidiado? No meio de um deserto? Qual a consequência para a economia da maioria dos municípios?




Eleições: tempo de discussão de ideias e de mudar políticas. Quem encampa a defesa do médio produtor rural?
Correio Riograndense 5406

quarta-feira, 11 de junho de 2014

Em Clima de Copa do Mundo, Feira da Agricultura Familiar vai divulgar os produtos gaúchos no Centro de Porto Alegre

A partir desta quinta-feira(12) até o próximo dia 29, a Feira da Agricultura Familiar Sabor Gaúcho entra no ritmo da Copa do Mundo. A feira vai funcionar no armazém B1 do Cais Mauá, no Centro de Porto Alegre. A ideia da Secretaria de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo, criadora do evento, é atrair os turistas e a população em geral para conhecer os produtos da agricultura familiar do Rio Grande do Sul. Duas televisões serão instaladas no local para que o público também possa torcer durante os jogos. Aproximadamente 120 empreendimentos familiares comercializarão seus produtos durante a Feira em 45 estandes que serão utilizados de forma rotativa. Dois tradutores auxiliarão os turistas presentes na feira, sendo um de língua inglesa e outro de língua alemã.

A Trensurb vai auxiliar na divulgação com a colocação de cartazes nos 22 pontos de acesso de usuários da linha, e mais um na estação Aeromóvel do Aeroporto Salgado Filho. Também em parceria com a Feira Sabor Gaúcho, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas organizará, no mesmo pavilhão, o Paradouro Gaúcho, para a comercialização de empreendimentos vinculados ao grupo. Uma loja de roupas e outra de artesanato rural, além de um Chimarródromo, preencherão o espaço.
Na mesma linha, o Quiosque Brasil Orgânico e Sustentável será instalado na área externa do Cais, no formato de container, e neste espaço estarão presentes seis cooperativas representantes da agricultura familiar de várias regiões do Brasil e dos seis biomas brasileiros.

12 passos para começar uma horta comunitária


A popularidade das hortas comunitárias só cresce a cada dia. O CicloVivo já noticiou diversos exemplos espalhados pelo Brasil e pelo mundo. Se você deseja iniciar um desses projetos em seu bairro ou cidade, mas ainda não sabe como começar, nós separamos os 12 primeiros passos para tirar a ideia do papel e torna-la realidade. As dicas foram publicadas no site TreeHugger e dadas por Elizabeth Johnson, uma canadense que transformou uma área industrial de Ontário em uma famosa horta que conta com a participação de 15 famílias.
1. Comece a falar sobre uma horta comunitária
Antes de plantar a semente, plante a ideia. Converse com pessoas de sua comunidade e fale sobre os benefícios e todas as vantagens que uma horta comunitária pode trazer. Deixe que eles percebam a sua vontade em fazer acontecer e sejam contagiados por isso.
2. Encontre o espaço ideal
Em grandes cidades as áreas livres estão cada vez mais escassas. Mas, se for possível analise as opções e escolha a melhor. O terreno ideal é plano e ensolarado. O solo não precisa ser perfeito, pois ele pode ser substituído por terra nova sem a necessidade de grandes alterações ou investimentos.
3. Pesquise se existe algum tipo de subsídio na sua região
Algumas prefeituras disponibilizam sementes, ferramentas e até instrutores para ensinarem as primeiras técnicas. Existem também ONGs e coletivos que ajudam os novos agricultores. Pesquise e aproveite os benefícios que essas trocas podem gerar.
4. Tenha camas individuais
Dessa forma, cada família ou pessoa é responsável por seu próprio cultivo. No entanto, deixe as sementes e as áreas de plantio de ervas disponíveis para todos os participantes.
5. Inicie um sistema de compostagem
Um sistema simples é a composteira caseira ou minhocário. Ela pode ser feita pelos próprios participantes. O adubo produzido por este sistema é usado na plantação e substitui os fertilizantes industriais. Clique aqui e saiba como fabricar o seu próprio minhocário.
6. Dê liberdade aos participantes
Cada pessoa pode escolher o que será plantado no seu espaço. Além disso, é legal incentivar os participantes a criarem suas próprias mudas para que possam trocar uns com os outros e ter mais variedade no plantio.
7. Faça uma cerca
A restrição não deve ser feita para impedir a entrada da comunidade, visitantes ou tornar a horta um espaço segregado. A cerca é uma opção apenas para manter animais domésticos, como cães e gatos, longe do plantio. Essa medida deve preservar a plantação e evitar estragos no solo.
8. Tenha regras
Em hortas comunitárias é ideal ter um planejamento. Escalas que determinam dias e horários dos responsáveis pela rega das plantas, por exemplo, é algo essencial. Isso evita que o local receba água de mais ou de menos. Mutirões de plantio e limpeza também são sempre bem-vindos.
9. Pode ser necessário a criação de um conselho informal
Em alguns casos é necessário que haja uma liderança que ajude a manter a horta sob-controle e esteja apto e disposto a resolver atritos, receber sugestões e criar novas soluções para elevar a qualidade da horta urbana.
10. Convide pessoas experientes para conversar com a comunidade
Receber bons conselhos e trocar experiências é essencial para manter o grupo unido e melhorar o plantio. Além disso, a participação de palestrantes tente a incentivar ainda mais a comunidade.
11. Torne o seu espaço atraente
Isso também inspira muito a comunidade e atrai novos participantes. Afinal, quem não gosta de estar um local agradável?
12. Compartilhar refeições comunitárias no jardim
Este é um jeito especial de comemorar a colheita, os árduos meses de trabalho. Além disso, é sempre gostoso dividir uma refeição com a família e os amigos.
Redação CicloVivo
http://ciclovivo.com.br/noticia/12-passos-para-comecar-uma-horta-comunitaria

domingo, 13 de abril de 2014

Síntese VIII CBA-Agroecologia

Em novembro de 2013, Porto Alegre sediou o VIII Congresso Brasileiro de
Agroecologia (CBA-Agroecologia), principal evento sobre o tema no
Brasil, espaço fundamental para a consolidação do conhecimento
acadêmico, científico e empírico em Agroecologia. Veja como foi o
congresso, nesta breve síntese.
A trilha sonora do vídeo é composta
por: Lavrador, de Giancarlo Borba; Canção da Terra, de Pedro Munhoz; Lua
Nova Temporal, de Roger Canal.
Produção: Fita Rec
Para saber mais sobre VIII CBA-Agroecologia: http://goo.gl/ZJoEOK

domingo, 30 de março de 2014

Hortas orgânicas nas favelas da Maré

Por Favela 247 – O jornal Maré de Notícias publicou reportagem sobre hortas comunitárias na Maré. Elas são fruto do projeto Hortas Cariocas, da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, que está presente em 30 favelas e na rede municipal de ensino. A produção é dividida entre as escolas, creches municipais e moradores, e parte do lucro da produção que é comercializada é utilizada em melhorias na horta.
Os alunos que visitam o projeto aprendem sobre alimentação saudável e a plantar seu próprio alimento. Eles também são incentivados a levar mudas para iniciar suas próprias hortas em casa.

Por Rosilene Miliotti, para o Maré de Notícias
Da horta para o prato
Bertália, alfavaca, cidreira, coentro, jabuticaba, maracujá – tudo cultivado aqui na Maré
Produtos orgânicos são caros e não são encontrados na favela? Os moradores da Maré não têm mais desculpa e já podem se alimentar com produtos saudáveis. Maria Euzete da Costa Pequeno e Antonio Roberto Gomes da Rocha, ambos moradores da Baixa do Sapateiro, cuidam do projeto Hortas Cariocas da Vila Olímpica da Maré (VOM).
Junto com a professora da oficina naturista, Débora Matos, eles recebem alunos do 1º ao 3º ano das escolas públicas da região e lhes apresentam o processo de cultivo das hortaliças. Para Débora, o contato das crianças
com a horta já apresenta resultado. Algumas já trocam biscoitos por frutas e aprenderam que tomate não dá em árvore. A oficina naturalista é uma atividade do projeto Educar Pelo Esporte, parceria entre a Petrobras e a prefeitura do Rio de Janeiro. “Mostramos às crianças como lidar com a terra. Na horta a gente planta e colhe os frutos. Falamos sobre alimentação saudável, sobre os tipos de espécies e folhas. Estimulamos também que eles levem mudas para plantar em casa”, explica Débora.
Maria Euzete diz que mexer com a terra é uma terapia. Ela sonha com uma horta grande para poder vender a preço de custo para o morador. “Uma vez, a professora Débora falou para as crianças me perguntarem Bertália, alfavaca, cidreira, coentro, jabuticaba, maracujá – tudo cultivado aqui na Maré sobre a horta; me senti muito importante. No final, as crianças estavam me chamando de professora. Todo mundo me abraçou e me beijou”,
conta, toda sorridente.
Antonio, por sua vez, traz o conhecimento de quem trabalhou com a terra desde criança. “Na Paraíba (de onde veio) não tinha essas coisas de adubo orgânico, era esterco de vaca. Aqui tivemos que cercar porque as crianças pisam no canteiro, fica cheio de marca de pé na terra, sem contar que acabam arrancando as plantas”, revela ele, pedindo mais consciência para a garotada.
Helio da Silva, morador da Vila do João, começou como encarregado da horta e hoje é jardineiro da VOM. Ele sente saudade de mexer com as frutas e verduras, mas cita a falta de material para melhorar a horta. “Precisamos do sombrite (tela de proteção) em cima da horta porque esse sol acaba com as plantas. Além disso, sementes, mudas, terra e garrafa pet também ajudam a acelerar o trabalho”, recomenda ele.

Gostou? Pode levar pra casa!
O projeto da VOM existe há 3 anos, mas ainda não é uma horta comunitária, embora este seja o objetivo. Já a que funciona no Ciep Samora Machel, em frente à VOM, distribui o que produz para a escola, prefeitura e moradores. José Maria, que cuida da horta, não cobra nada, mas aceita ajuda de quem puder doar sementes, terra ou dinheiro para que ele possa comprar material.
O Hortas Cariocas é um projeto da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e está presente em 30 comunidades e na rede municipal de ensino. Parte do que é produzido é dividido entre as escolas, creches municipais e moradores, podendo ser comercializado. Parte do lucro é reinvestido na própria horta.
Os alunos visitam o projeto e aprendem sobre alimentação saudável. Eles plantam e colhem o seu próprio alimento e levam algumas mudas com objetivo de iniciar uma pequena horta em casa.

quinta-feira, 20 de março de 2014

Sítio é capaz de sustentar 5 pessoas??



Gerar renda suficiente pra manter uma família com apenas um hectare de terra. A proposta vem de um instituto de Pirenópolis, em Goiás, que desenvolve projetos de sustentabilidade.

sábado, 8 de fevereiro de 2014

Trilhas do Sabor - Morangos de Estiva ou na vertical. veja o vídeo




O Trilhas do Sabor vai à cidade de Estiva mostrar o cultivo de morangos orgânicos e conhecer 

uma forma de plantação do produto ainda pouco usada: a plantação vertical que, segundo os 

pesquisadores, evita que as pragas danifiquem as frutas.

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Dia de campo na TV - Energia eólica como alternativa para pequenas propr...

O sistema de microaspersão acionado por cataventos permite uma aplicação freqüente de pequenas quantidades de água, que se ajusta à taxa de absorção de água pelas plantas cultivadas.

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