Para reduzir o calor e melhorar a qualidade do ar da capital parisiense, que anda batendo temperaturas recordes neste verão europeu, a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, anunciou um projeto de 72 milhões de euros com o objetivo de plantar florestas urbanas ao redor de algumas das principais regiões da cidade.
Os novos parques e jardins devem abranger uma área de 30 hectares, com o plantio de 20 mil árvores até o final de 2020. Atualmente, apenas 9,5% da capital possui cobertura de vegetação.
A princípio foram escolhidos quatro locais da cidade para receber as
florestas urbanas: Hôtel de Ville, L’opéra Garnier, Gare de Lyon e as
margens do Rio Sena.
Um projeto específico
para a Torre Eiffel também foi desenvolvido, especificamente para a realização dos
Jogos Olímpicos de Paris, em 2024. Mais árvores, jardins e gramados serão
plantados no entorno da mais famosa atração turística do país.
“Temos a obrigação de agir agora para evitar que essa cidade se torne
impossível de morar”, disse Hidalgo, em entrevista ao Le Parisien.
Projeto vencedor de escritório britânico de arquitetura para levar mais verde para a região da Torre Eiffel
Em junho, a temperatura esteve 10ºC acima da média na Europa.
Na França, os termômetros registraram 45,9oC, em
Gallargues-le-Montueux. O calor foi tanto, devido a uma massa de ar
quente vinda do Deserto do Saara, que o governo cancelou as aulas nas
escolas e suspendeu um exame nacional que aconteceria. A prefeitura de
Paris espalhou bebedouros e vaporizadores de água por toda a capital. E
julho não foi diferente: foi o mais quente da história.
A construção de mais áreas verdes em Paris faz parte de um projeto maior, lançado em 2018, o Plan Climat, que, até 2050, pretende que a cidade tenha 50% de sua superfície coberta com vegetação, e nos próximos 30 anos, se torne carbono neutra.
Cidades precisam
de árvores
A presença de vegetação em grandes metrópoles é importantíssima porque serve para minimizar o fenômeno chamado de “ilha de calor”,
que acontece em cidades com muitas construções e edifícios. Nesses
lugares a temperatura é sempre mais alta porque o calor fica ‘preso’ ali
e não consegue se dissipar.
As altas temperaturas matam mais de 12 mil pessoas por ano no planeta
e, por isso, são um dos eventos mais ameaçadores, relacionados ao
clima. Os idosos são as maiores vítimas, seguidos pelas crianças.
Além de reduzir a
temperatura, já que oferecem sombra e liberam vapor d’água, árvores melhoram a
qualidade do ar em centros urbanos e ajudam a diminuir os estragos provocados por
enchentes, ao fazer com que o solo escoe a água da chuva mais rapidamente.
Em 2016, mostramos
aqui, nesta outra
matéria, como um estudo
da ONG The Nature Conservancy revelou que basta investir 4 dólares/ano por
habitante no plantio de árvores para salvar 4 milhões de pessoas.
Jornalista,
já passou por rádio, TV, revista e internet. Foi editora de jornalismo
da Rede Globo, em Curitiba, onde trabalhou durante 6 anos. Entre 2007 e
2011, morou na Suíça, de onde colaborou para publicações brasileiras,
entre elas, Exame, Claudia, Elle, Superinteressante e Planeta
Sustentável. Desde 2008 , escreve sobre temas como mudanças climáticas,
energias renováveis e meio ambiente. Depois de dois anos e meio em
Londres, vive agora em Washington D.C.
Variação da tradicional Uvaia, esta seleção produz frutos de casca lisa, com polpa sucosa e sem acidez, portanto seus frutos são considerados doces. De agradável sabor, são ótimos para consumo in-natura, sucos, geleias, doces, sorvetes e licores.
Árvore de médio porte, cresce até 8 metros de altura, porém com podas e manejo adequado é possível cultiva-la em vasos. Folhagem e flores muito ornamentais. Planta apreciada pelos pássaros para ninhos. Pode ser utilizada como árvore para arborização urbana.
Deve ser plantada a pleno sol, em solos férteis e úmidos, com boa drenagem. Começa a produzir frutos em 1 a 2 anos após o plantio da muda.
Mudas desta espécie são são comercializas sazonalmente pela Ciprest.www.ciprest.com.br
Com esse título improvável, esse artigo NÃO é uma ironia. Quero justamente pontuar as principais justificativas desculpas de quem não gosta de árvores – ou de quem gosta delas, mas lá longe, na floresta. Ou ainda, dos que gostam, mas não sabem disso, e vão descobrir depois de alguns minutos de frente com esse blog.
Sim, a arborização urbana tem desvantagens. Mesmo as ações mais benéficas incomodam (principalmente as benéficas), e as árvores incomodam MUITO no meio urbano. Vamos ser diretos (ou tentar):
Dez desculpas de quem não gosta de árvores:
1. Queda de folhas (e flores)
A queda de folhas é processo natural das árvores (deciduidade), porém há espécies com maior ou menor deciduidade. No meio natural, as folhas no chão formam um tapete, que mantém a umidade e a fertilidade do solo em torno da árvore de origem – ou seja, um ciclo perfeito. Para o meio urbano, isso é, em geral, desinteressante, já que o ser humano habitante das cidades tem padrões extremos de assepsia, padrões que rejeitam a convivência com certos seres vivos, como os insetos – até mesmo para manter o desequilíbrio ambiental que nos mantém vivos e soberanos.
No fim das contas, a solução é varrer. Folhas pelo chão podem entupir bueiros em dias de chuva, e para evitar que isso ocorra há três recomendações: plantar árvores afastadas dos bueiros (até mesmo para não criar conflito com as raízes); optar, nesse caso, por espécies cujas folhas não causem entupimento facilmente; e varrer – a solução mais lógica e natural.
Little People, do artista Slinkachu
De qualquer forma, quero deixar um apelo: quantas vezes já ouvi dizer que jogar lixo no chão gera emprego para os varredores… Longe de concordar com isso, faço uma proposta: que tal se a população jogar o lixo nas lixeiras e deixar para os garis só o trabalho de varrer folhas? Que tal plantarmos mais árvores para gerar mais emprego para os garis e jardineiros? Que tal se dedicarmos 10 minutos do nosso dia para varrer nossas calçadas sem mau-humor? Que tal?
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2. Quebra de calçadas
raiz pivotante e raiz fasciculada
1º. Árvores em calçadas devem ter raízes pivotantes (conhecidas como axiais), que tendem a ser profundas. Árvores de raízes ramificadas (conhecidas como fasciculadas) crescem para os lados, próximo à superfície, por isso precisam de espaço livre permeável em volta. Em breve você poderá consultar a nossa “arboripédia” para saber mais sobre os tipos de raízes.
Raízes de árvore quebram parte de passeio da rua da Várzea, na Barra Funda-SP. Foto: Eduardo Enomoto/ R7
2º. Toda árvore precisa de solo poroso permeável em volta para captar água e oxigênio. Quanto maior a gola (canteiro), melhores as condições de desenvolvimento saudável da árvore. Uma árvore “sufocada” por concreto ou em solo compactado pode erguer suas raízes em busca de oxigênio, independente do tipo de raiz. Além disso, ficam sujeitas a pragas e crescimento comprometido.
Fica claro, então, que a quebra de calçadas por raízes é puramente resultado de negligência. Escolhendo a espécie adequada para o local e respeitando as necessidades vitais das árvores, não acontecerá esse tipo de inconveniente. Clique aqui e saiba mais.
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Árvore caída em Presidente Prudente-SP. Observe as raízes ramificadas sem espaço para crescimento. Foto: Erika Foglia/ iFronteira
3. Queda em tempestades
As árvores são vegetais superiores, que apresentam extremo vigor na idade adulta. Algumas espécies possuem madeira frágil, e seus galhos quebram com facilidade sob a ação do vento. Mas para que uma árvore adulta caia inteira, ela precisa ter sérias complicações patológicas – doenças, pragas, má formação, raízes comprometidas.
O plantio não é o fim do processo de arborização. Árvores em meio urbano carecem de manutenção constante, que inclui podas de formação, tratamento de pragas e, em última estância, infelizmente, o corte se faz necessário, para priorizar a segurança dos cidadãos – claro, com substituição por outra árvore.
Toda árvore em solo público está sob a tutela do poder público municipal, portanto, é dever das prefeituras cuidar das árvores urbanas, assim como cuidamos constantemente da nossa saúde e higiene.
Mais uma vez, as árvores não tem culpa.
4. Interferência na fiação
A sibipiruna é uma espécie de poucos conflitos com fiações aéreas. Foto: Mariana Barros
Em calçadas com fiação aérea, costuma-se desaconselhar o plantio de árvores de grande porte, substituindo-as por arbustos e árvores pequenas. A verdade é que é possível plantar árvores de grande porte sob fiação, mas requer certos cuidados para evitar cortes no abastecimento de energia em dias de vento forte. É preciso escolher uma espécie adequada, cuja madeira não seja frágil, plantar a muda fora do alinhamento dos fios e conduzir a copa da árvore acima dessa rede, usando técnica de poda adequada. Existem também outras soluções, como proteção da fiação ou substituição por rede subterrânea, mas que dependem da atuação das concessionárias responsáveis pela fiação. Mesmo assim, as árvores de grande porte tem uma relação custo/benefício bem melhor para o meio ambiente que os arbustos e árvores pequenas, inclusive com capacidade de absorção de CO2 muitíssimo superior.
O abricó-de-macaco, árvore da Amazônia difundida pelo paisagista Burle Marx, produz frutos de até 2kg. Foto: Marcos Pinho/ Eu-Repórter
5. Queda de frutos
A possibilidade de ingerir seus frutos é uma das coisas mais apreciadas nas árvores pelo ser-humano. Portanto não são comuns acidentes com queda de frutos, pois normalmente recolhem-se os frutos antes de madurarem. Mas é preciso ter cuidado, escolher a espécie ideal para cada lugar e não plantar espécies que possuam frutos pesados (como coqueiro e jaqueira) em áreas habitáveis, para evitar acidentes.
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A quaresmeira é inadequada para plantio em estacionamentos e garagens, pois suas folhas mancham a pintura dos carros. Mas não vá cortar a árvore se ela já existir: use uma capa para veículos ou outra alternativa.
6. Ocupam espaço de garagem
Não vou nem entrar no mérito da valorização dos automóveis em detrimento do bem estar urbano. A frase já fala por si. Mas já parou pra pensar que uma árvore ocupa no solo exatamente a área que 1 pessoa ocupa? Por volta de 1m², apenas! No caso de garagens, os benefícios persistem, porque a sombra protege o automóvel do calor e da luz que desgasta a pintura, é só escolher uma espécie adequada, sem frutos pesados ou flores que manchem.
7. Atraem vizinhos chatos
Bom, isso tem solução. Aquele pessoal bagunceiro que não te dá sossego, curtindo um som alto embaixo da sua árvore? promova o plantio na sua rua e assim todos terão sombra para farrear.
Aproveite e plante mais na frente de casa, pois árvores absorvem os ruídos, minimizando a poluição sonora.
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Dragoeiros em “calçadão” comercial – Santa Cruz de Tenerife, Espanha. Você acha que eles estão atrapalhando o comércio?
8. Atrapalham a visão da publicidade do comércio
Uma árvore na calçada é uma publicidade das mais eficazes que um comércio pode ter. As pessoas procuram abrigo nas copas nos dias de sol e de chuva de forma inconsciente, e aproveitam pra olhar uma vitrine… rs. Os lugares arborizados são os mais agradáveis visualmente e a árvore protege da insolação direta, reduzindo custos com ar condicionado. Peça ajuda da prefeitura para fazer uma poda de levantamento e deixar a copa elevada. Letreiros com muita informação agravam a poluição visual urbana. Muitas cidades tem dado incentivos fiscais para comércios com a fachada “limpa”, bem conservadas e com pouca informação, e seria ótimo se essa medida extrapolasse os grandes centros.
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Árvores bioluminescentes, tecnologia desenvolvida por pesquisadores taiwaneses através de algas marinhas e nanopartículas.
9. Tornam as ruas perigosas à noite
Mais uma vez o homem tentando resolver seus problemas criando outros problemas. Se o local fica muito escuro à noite, cabe iluminá-lo. Não faz sentido cortar árvores por questões de insegurança, afinal se uma cidade é perigosa, ela o é com ou sem arborização. Já é sabido que cidades amplamente arborizadas tem índices de criminalidade mais baixos, e a explicação é simples: quando governo e população começam a valorizar a coletividade, os serviços começam a ser melhor oferecidos, as pessoas se comprometem com o lugar em que vivem, com o meio ambiente e, concomitantemente, com as outras. As oportunidades e a consciência aumentam e a desigualdade diminui. Não é mágica, é sentimento de pertencimento.
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Homem dorme entre os galhos de uma árvore na zona sul do Rio de Janeiro. Foto: Fabiano Ristow/ TV Globo
10. Abrigam moradores de rua
Mais uma desculpa comumente dada por quem não gosta de árvores – nem de pessoas, por sinal. Se as pessoas não tem casa, melhor que fiquem abrigadas. Melhor ainda se forem tratadas com respeito e amparadas por políticas sérias de habitação. ……………………………………………………………………………………………………………………………………………….
Como você pode ver, a maioria dos problemas causados por árvores vem da negligência, da falta de planejamento, de conhecimento e de generosidade dos cidadãos e do poder público. Muitos prejuízos poderiam ser evitados se esse assunto fosse encarado com seriedade. Espero que tenham gostado do texto e que sirva de reflexão: se você não gosta de árvores, que repense; e se gosta, que passe a mensagem adiante e mexa-se para tornar sua localidade mais arborizada, plantando ou cuidando das árvores. Peça consultoria da prefeitura de sua cidade, nos conte como foi. E deixe sua opinião também: concorde, discorde, o debate pode ser enriquecedor pra todos. Abraços!
Lindo exemplar plantado por moradores na ru Fernando Machado em Porto Alegre RS.
Site: Ponto Garden
O manacá-da-serra (Tibouchina mutabilis) é uma árvore originária do
Brasil, é uma Angiosperma e pertence à família Melastomataceae, ao
gênero da quaresmeira.
O Manacá-da-serra
(Tibouchina mutabilis) é uma arvore originária do Brasil, é uma
Angiosperma e pertence à família Melastomataceae, ao gênero da
quaresmeira (Tibouchina granulosa) e da orelha-de-onça (Tibouchina
holosericea). Pode atingir de 2 até 15 m de altura. Possui flores
brancas e rosas. A flor de centro branco e pétalas azuis muda de cor
após fecundada. Floresce durante o inverno e podendo florescer na
primavera e no verão, com flores que variam do branco ao lilás colorindo
a mata.
A multiplicação pode ser feita por sementes ou por estacas. Devido ao
porte alto e sistema radicular não agressivo, é muito usada como
ornamental em jardins e ainda na arborização urbana, não danificando as
calçadas. Podemos encontrar também o manacá-da-serra-anão, que possui
flores menores, assim como o porte, em torno de 3 metros, muito
recomendado para áreas menores, como pequenos jardins e vasos grandes.
Como cuidar – quando plantar no chão recomenda-se a
utilização de um substrato ou terra preparada com adubo que contenha
mais fósforo para agilizar o enraizamento. Regar todos os dias até o seu
enraizamento (aproximadamente 1 mês). Após 1 mês iniciar a adubação com
N-P-K mais micronutrientes, na dosagem recomendada pelo fabricante.
No caso de ser plantada em vaso, o cuidado deve ser maior, a
freqüência de rega deve ser aumentada, principalmente quando a planta
estiver mais desenvolvida. A adubação segue o mesmo princípio da rega,
quanto maior a planta, maior a freqüência. Recomenda-se a adubação a
cada 15 dias conforme a dosagem do fabricante, detalhe importante é
escolher o adubo com N-P-K mais micronutrientes.
Pode ser podada para deixar na altura desejada. Recomenda-se fazer a
poda sempre após a floração, deixando sempre algumas folhas para a
árvore continuar sobrevivendo, se possível utilizar uma tesoura bem
afiada e em seguida utilizar calda bordaleza para a cicatrização e
evitar fungos.
PBH inicia
planejamento para suprir espécimes espalhados pelas nove regionais que
se enquadram nos parâmetros considerados de risco listados em regra
publicada ontem. Março 2018
postado em 07/03/2018 06:00 / atualizado em 07/03/2018 07:53
A
partir de hoje, os técnicos da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de
Belo Horizonte deverão se pautar por 38 quesitos na hora de fazer uma
análise em qualquer uma das cerca de 500 mil árvores da cidade. O
objetivo é verificar se o exemplar tem ou não risco de queda, levando em
consideração questões como cavidades, sinais de morte, rachaduras,
presença de pragas, inclinação do tronco, efeitos colaterais em
calçadas, entre outros (veja quadro). Já de início, 2 mil árvores que já
têm um parecer com indicação de supressão serão reavaliadas dentro dos
novos parâmetros para que possam ser cortadas. Um planejamento nesse
sentido está sendo fechado entre a pasta e a Secretaria Municipal de
Obras e Infraestrutura (Smobi). Os espécimes estão espalhados pelas nove
regionais da capital mineira.
Entre os 38 pontos, há
questões ligadas diretamente à saúde da árvore e também a desdobramentos
nos espaços públicos, além de situações do histórico de reclamações da
vizinhança. Cinco itens são considerados prioritários, e caso qualquer
um deles apareça, a árvore em questão deverá ser cortada
obrigatoriamente. É o caso de estufamento na calçada acompanhado de
inclinação do tronco no sentido oposto, desequilíbrio irreversível da
copa, pragas que comprometam a estabilidade, como besouro metálico,
presença de qualquer outro defeito que interfira no equilíbrio e
obstrução total da calçada em conjunto com bloqueio, mesmo que parcial,
de uma via de trânsito de veículos. Outros quatro pontos trazem a
indicação preferencial de corte e, portanto, devem ser acompanhados de
demais análises.
O objetivo da medida é tentar evitar tragédias,
como a que matou o motorista Fábio Teixeira Mageste, em 2 de outubro.
Na ocasião, uma tripla palmeira despencou sobre um táxi no cruzamento da
Avenida João Pinheiro com a Rua dos Timbiras e matou o homem de 35
anos. Além disso, dados da Prefeitura de BH mostram que, em 2018, a
média de queda de árvores na capital mineira é de 1,5 por dia, o que
liga o alerta para o risco de novos desastres. O secretário de Meio
Ambiente de BH, Mário Werneck, já havia adiantado a edição de uma
Deliberação Normativa para trazer critérios padronizados na hora de se
definir pela supressão das árvores, que foi publicada ontem no Diário
Oficial do Município e por isso já está valendo na cidade. Conforme o
documento, em cada uma das inspeções nos espécimes de BH deverão ser
observados obrigatória e minunciosamente os itens relacionados na
Deliberação Normativa.
“Queremos
explicitar o máximo possível quando a supressão é necessária. Alguns
técnicos ficam até constrangidos de fazer um laudo de supressão, pois já
vimos lugares em que de pessoas se acorrentam às árvores em reação ao
procedimento. Nossa missão é proteger o arbóreo, mas também temos que
proteger as pessoas que vivem embaixo dessas árvores. Temos que garantir
o conforto, mas em primeiro lugar a segurança da população”, defendeu
Afonso Fraga, diretor de Gestão Ambiental da Secretaria Municipal de
Meio Ambiente.
O texto da Deliberação Normativa destaca 25
pontos relacionados diretamente às condições da árvore. Mas também devem
ser levados em consideração outros sete quesitos antes de se determinar
se um exemplar é passível de corte ou não: histórico de ocorrências,
reclamações ou relatos de vizinhos, conflitos com outros elementos do
espaço urbano, presença de plantas maiores ao redor da árvore em questão
que obstruam a visão integral do colo, desenvolvimento do exemplar
aquém do esperado para a espécie e o porte da árvore. De acordo com a
Deliberação Normativa 92, existem ainda outros dois grupos de critérios,
que totalizam 10 quesitos, que apontam para um corte preferencial ou
obrigatório.
Todos esses aspectos vão permitir aos técnicos
chegar a três conclusões: se a árvore está com as condições normais,
alteradas ou é considerada senil ou morta. No primeiro caso, não haverá
intervenção. No segundo, a planta pode ser mantida do mesmo jeito,
podada ou cortada. No último caso ela será suprimida. Alguns dos
problemas têm ligação direta com atitudes da população. Como, por
exemplo, a colocação de aros nos troncos das árvores, o plantio de
plantas ao redor do espécime, o excesso de rega, entre outros. Por isso,
os moradores devem ter atenção e procurar entender como é a vida de
cada uma delas. “A população poderia usar mais a secretaria como
consultoria. Temos técnicos doutores aqui. É muito legal ter uma árvore e
plantar na porta de casa, mas para plantar há uma gama de critérios que
temos que obedecer”, disse Fraga. As informações podem ser obtidas nas
próprias regionais, por meio do telefone 156, ou por meio da Ouvidoria
do município.
REPLANTIO
Todas as árvores cortadas das ruas e calçadas de Belo Horizonte serão
replantadas, com base na norma publicada ontem no DOM. Se possível, a
nova muda será colocada no mesmo ponto. Se não, o local escolhido será o
mais próximo possível do endereço do exemplar antigo. Conforme a
Secretaria Municipal de Meio Ambiente, esse replantio vai garantir o
planejamento das espécies mais adequadas a cada ponto da cidade. “Tem
uma legislação para o replantio com especificações mínimas. Vamos
escolher a melhor espécie com melhor porte para o determinado lugar”,
afirmou o diretor de Gestão Ambiental da Secretaria Municipal de Meio
Ambiente.
“Em
nosso sistema viário as árvores estão sofrendo, devido às raízes
noveladas, ao sistema radicular que não consegue crescer porque não tem
espaço, à interferência da rede elétrica, que força as podas além do
necessário devido à interrupção no sistema elétrico. Hoje em dia, então,
para plantar uma nova árvore tem-se que avaliar critérios para que ela
sobreviva da melhor maneira possível”, completou. Outra determinação é a
retirada preferencial do toco da árvore que precisar de supressão no
mesmo momento do corte. “Caso não seja possível a retirada integral do
toco, esse deverá ser rebaixado, de tal forma a permitir a imediata
recomposição do piso”, de acordo com a publicação. Um fator agravante ao
risco associado ao exemplar em questão é a localização. Se estiver em
um lugar de grande movimentação de pessoas, isso deve ser levado em
conta. DE OLHO NAS PLANTAS Normas para vistorias, podas e cortes Critérios para supressão obrigatória
1)
Estufamento na calçada em apenas um dos lados ao redor da árvore quando
não associado a outra causa não relacionada à própria árvore e se
acompanhada de inclinação do tronco no sentido oposto
2) Desequilíbrio irreversível da copa que não possa ser mitigado
3) Pragas que comprometam a estabilidade das árvores, como o besouro metálico
4) Presença de outros problemas e defeitos que comprometam a estabilidade
5)
Obstrução total de calçada pela árvore, quando estiver acompanhada,
mesmo que parcialmente, de bloqueio da via de trânsito de veículos, ou
esteja ligada a interferências estruturais no imóvel, ou ainda à
existência de solicitação para a solução de algum desses problemas.
Critérios que devem ser considerados indicar preferencialmente a supressão
1) Presença de corpos de frutificação de fungo na base do tronco, colo ou raízes superficiais
2) Presença de cupins xilófagos na base do tronco ou na raiz
3) Rachaduras no colo ou tronco, principalmente se forem transversais em relação às fibras
4) Descalçamento do sistema radicular
5) Inclinação do tronco maior do que 30° em relação a seu eixo vertical
Critérios obrigatórios a serem observados em todas as vistorias de árvores
1)
Vigor da árvore, com atenção especial ao amarelecimento de folhas,
desfolha, quebra expressiva de galhos e descolamento de casca, entre
outros.
2) Sinais de senilidade ou morte, como a presença de grande quantidade de galhos mortos
3)
Possíveis danos ao sistema radicular ou colo, como podas e outras
agressões. Esta situação ocorre, por exemplo, quando são feitas obras de
canalização ou de rede de gás e parte da raiz é cortada.
4) Raízes
enoveladas. Quando a raiz da árvore não consegue espaço para crescer e
se torna uma espécie de novelo que prejudica a sustentação.
5)
Descalçamento do sistema radicular com perda de solo. Ocorre, por
exemplo, quando uma tubulação estoura próximo à raiz e o solo é
carreado. Assim a raiz fica descalçada.
6) Estrangulamento do sistema
radicular ou colo. Ocorre quando estruturas metálicas, como aros, são
colocadas no entorno da árvore. Ela cresce mais que a estrutura ou não
consegue rompê-la e fica estrangulada.
7) Soterramento do colo. Esta
situação ocorre quando moradores fazem jardineiras no entorno do colo,
que é a base da árvore, e a enchem de terra ou entulho. Isso pode
apodrecer o colo.
8) Elevação do solo, principalmente se for verificada inclinação do tronco no sentido oposto
9) Inclinação ou deformação no tronco
10) Rachaduras no colo ou tronco, com atenção especial para as que forem transversais em relação às fibras
11) Presença de fungos xilófagos no colo ou sistema radicular. O fungo se alimenta da madeira e trás perda na estrutura
12) Presença de cupins xilófagos, que também se alimentam da madeira
13) Presença de larvas de madeira
14) Presença de formigas
15) Presença de parasitas que possam indicar a existência de cavidades nas árvores
16) Presença de casa de abelhas nativas, que também pode indicar cavidade
17) Infestação severa de erva-de-passarinho
18) Outras pragas e doenças que possam comprometer a estrutura ou a sanidade das árvores
19) Cavidades de origens diversas
20) Casca inclusa provocada por galhos bifurcados em ângulo agudo
21) Estufamento de casca
22) Copa assimétrica, principalmente junto com outros elementos que comprometam a estrutura
23)
Brotação da base do tronco. Dependendo do crescimento do broto, acaba
se tornando um tronco secundário que pode causar instabilidade
24) Volume e posição de galhos epicórmicos
25)
Confinamento do sistema radicular. Ocorre quando uma folheira é feita
no entorno da árvore. Com isso, ela não consegue se desenvolver e fica
estrangulada em um pequeno espaço, o que provoca instabilidade.
Critérios que também podem influenciar na tomada de decisão
1) Histórico de ocorrências com a árvore ou com exemplares da mesma espécie existentes à sua volta
2) Relatos diretos de vizinhos ou em solicitações à PBH
3) Ocorrência de conflitos com outros elementos do espaço urbano
4) Presença de plantas maiores ao redor da árvore, causando obstrução à visão integral de seu colo
5) Ocorrência de regas constantes em outras plantas ao redor da árvore, que podem ocasionar em podridão em seu colo
6) Nível de desenvolvimento da árvore aquém do esperado para a espécie
7) O porte e a espécie da árvore
Curitiba tem hoje cerca de 300 mil árvores espalhadas por vias públicas, praças e parques. Dessas, cerca de 10% estão contaminadas com um parasita conhecido popularmente como "erva de passarinho". Aparentemente inofensiva, essa planta se instala nas árvores e passa a se alimentar basicamente de seiva elaborada. Com o passar dos anos, a erva suga toda a energia de sua hospedeira, levando-a à morte. "Se alguma coisa não for feita com urgência, em 20 anos, 80% das árvores de Curitiba irão desaparecer", alerta o professor de propagação e morfogênese de árvores da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Flávio Zanette.
Segundo ele, a disseminação da erva acontece por meio dos pássaros daí o nome erva de passarinho. Eles comem os frutos da parasita, que são mais doces do que os outros, e depois transmitem a praga a outras árvores. A erva alimenta-se dos minerais sugados por sua hospedeira. "É uma planta preguiçosa, que, em vez de buscar seu próprio alimento, suga a seiva pronta. Isso ocasiona um enfraquecimento progressivo da árvore e sua morte", conta o professor.
Gênero específico da família Loranthaceae, a erva de passarinho possui mais de 1,4 mil espécies, distribuídas por regiões tropicais e subtropicais dos hemisférios Sul e Norte. São quatro os gêneros mais freqüentes nas áreas urbanas, porém, ainda não foram identificados quais os que atingem Curitiba. Sabe-se, no entanto, que é um tipo de parasita que não escolhe hospedeiro. "Só não vi na araucária e no pinus. Nas outras espécies, todas", avisa Zanette.
Proliferação
Segundo o professor, o inverno é a época mais propícia para o crescimento e disseminação da planta. "Como ela também pratica fotossíntese, busca luz. No inverno as folhas das árvores caem, facilitando essa procura e colaborando para disseminação." Outro ponto é a carência de comida para as aves nesta época, quando não há frutos, somente os da parasita.
O desconhecimento da população colabora para agravar o problema, já que as pessoas não percebem a proliferação. "Para o leigo, ela é só mais uma parte da árvore. Ele não consegue distinguir a erva e até acha bonito", conta o professor. Ele lembra que a contaminação acontece também em espécies cultivadas em propriedades particulares. "É importante que cada morador verifique, em seu jardim ou bosque, a presença desse parasita e faça sua poda, única forma de controle da erva."
Para descobrir se a árvore está contaminada, basta olhar com atenção: galhos mais longos, que pendem das copas, várias raízes que se agrupam no tronco e pequenos acúmulos de sementes escuras que se destacam principalmente no inverno indicam a presença da erva de passarinho. Para Zanette, nenhuma praga é tão séria quanto essa. "É uma planta contra outra", ressalta.
Em média, uma árvore hospedeira leva de cinco a dez anos para morrer. "O interessante é que quando a ela morre, a parasita morre junto, pois não tem mais alimento." Zanette informa que, o problema se acentuou em Curitiba nos últimos quatro anos, fugindo do controle e necessitando, urgente, de ações práticas. "Já tomamos algumas iniciativas para o manejo adequado na área urbana, mas não tivemos sucesso. Precisamos da atenção da população e principalmente dos órgãos públicos, para descobrirmos novos meios de conter essa praga", diz o especialista, que compara o problema à Aids. "Assim como a aids é um problema de desequilíbrio causado por comportamento social. Essa erva representa um desequilíbrio ambiental, já que, em pouco tempo, muitas árvores deixarão de existir.""
Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/erva-de-passarinho-ameaca-arvores-9nhiwjalbjvextyhmfl2on70u/
Pesquisador do IPT estuda ação de fungos e cupins em tipuanas.
Sete bairros paulistanos foram analisados
A ocorrência de fungos apodrecedores em tipuanas na cidade de São
Paulo foi mais significativa em comparação à presença de cupins
subterrâneos na amostragem de 1.109 árvores avaliadas nos bairros de
Alto da Boa Vista, Alto da Lapa, Alto de Pinheiros, Cerqueira César,
Paraíso, Pacaembu/Sumaré e Vila Nova Conceição: essa é uma das
informações contidas na tese de doutorado de Sergio Brazolin,
pesquisador do Laboratório de Preservação de Madeiras e Biodeterioração
de Materiais do CT-Floresta.
“O cupim aproveita o lenho previamente apodrecido pelos fungos para se
alojar nas árvores. Podemos então dizer que o problema está nesses
organismos, que deixam o lenho em um estado que pode ser classificado
como “pré-digerido” para a alimentação dos cupins”, completa o biólogo.
A avaliação da biodeterioração do lenho das tipuanas em passeios
públicos e a sua relação com o risco de queda foi o objetivo principal
do estudo. A escolha da tipuana foi feita em função de a árvore ser a
mais frequente em seis das sete regiões a serem avaliadas: os projetos
de arborização urbana na maior parte destes bairros foram executados na
década de 1930 pela incorporadora City, que escolheu a espécie pela sua
robustez e resistência a stress urbano, além da questão estética (grande
quantidade de flores amarelas).
Para a avaliação dos 1.109 exemplares de tipuanas, o pesquisador partiu
de uma abordagem macroscópica baseada em conceitos de biomecânica
(biologia e engenharia) onde foram observadas as condições de entorno,
posições de inserção, execução de poda de galhos e raízes, presença de
barreiras e injúrias. O próximo passo do pesquisador envolveu os exames
microscópicos do lenho das árvores.
Risco de queda em árvores
Foram estudadas em lâminas as alterações causadas pela atuação de
fungos, cupins e brocas na anatomia do lenho e nas propriedades
físico-mecânicas das tipuanas, com o intuito de mensurar modificações no
grau de resistência das árvores provocadas pelos organismos xilófagos
(que se alimentam de madeira). Em seguida à quantificação e qualificação
dos estragos, o pesquisador simulou matematicamente pelo Método de
Elementos Finitos (MEF) apodrecimentos em uma árvore hipotética para
verificar a distribuição de forças frente a intempéries como ventos e
chuvas.
No final do estudo, o pesquisador compilou todos os conhecimentos e
criou parâmetros para um técnico responsável pela arborização de uma
cidade tomar decisões em campo quanto ao risco de queda da árvore. As
conclusões apontaram que uma tipuana com diâmetro à altura do peito
(DAP) acima de 70 cm tem uma probabilidade de deterioração externa
comprometedora de 67%. Isso torna necessário priorizar esse exemplar em
situações de avaliação de risco, assim como a presença externa de fungos
e cupins simultaneamente, que trazem uma probabilidade de 42% da árvore
apresentar risco máximo de queda.
Morte da árvore
O estudo mostrou ainda que uma quantidade significativa (79%) das
tipuanas está plantada em canteiros inadequados dos passeios públicos,
em áreas inferiores a três metros quadrados – espaço reduzido para uma
espécie cuja altura média na cidade é de 12 a 14 metros, mas pode
alcançar 40 metros – e 57% delas encontram-se em vias de tráfego
intenso. No entanto, do total de 1.109 árvores estudadas, nenhuma delas
apresentou características de declínio, ou seja, sinais de que estava
morrendo em razão da presença de fungos, despejo de produto químico ou
falta de espaço para crescimento da raiz. Segundo o pesquisador, isso
confirma a ideia de que a tipuana é uma espécie robusta, mas ele chama a
atenção para a constatação de um estado crítico em relação aos cupins e
fungos.
“Esses organismos não afetam a saúde da árvore porque crescem no cerne,
que é uma área morta. A parte viva é somente a externa”, explica
Brazolin. “Apesar de as árvores analisadas estarem repletas de folhas e
flores, o estado delas era crítico. Assim, é bom ressaltar que os
organismos estudados podem ocasionar a queda, mas não a morte da
árvore”.
O cupim subterrâneo Coptotermes gestroi e o fungo apodrecedor Ganoderma sp
foram os gêneros mais encontrados nas árvores estudadas. O primeiro,
relatado como praga há pelo menos 40 anos, chegou ao Brasil da Ásia
provavelmente pelo Porto de Santos e não encontrou seus predadores
naturais, enquanto o segundo está normalmente associado a injúrias
causadas pelo homem às árvores, o que traz a questão da necessidade de
programas de educação ambiental, acredita o pesquisador.
Brazolin ressalta que o trabalho não buscou avaliar as diferenças entre
bairros, mas sim transformar conceitos complexos em algo útil: “Espero
que a tese auxilie os responsáveis pela arborização urbana a tomar
decisões por meio de parâmetros simples, mas com todo um conhecimento
acadêmico incorporado. Com parâmetros visuais e outros de prospecção,
será possível inferir o risco de queda da árvore”.