sexta-feira, 21 de junho de 2013

Má nutrição no mundo custa US$ 3,5 trilhões por ano, diz FAO

A má nutrição custa ao mundo cerca de US$ 500 (aproximadamente R$ 1 mil) por indivíduo ou US$ 3,5 trilhões (R$ 7 trilhões) por ano, valor equivalente ao PIB da Alemanha, a maior economia da Europa, de acordo com cálculo publicado em um novo relatório das Nações Unidas.
O montante também equivale a 5% do PIB mundial e foi calculado com base nos custos relativos à perda de produtividade e gastos com a saúde gerados por uma dieta deficiente.
Os dados constam de relatório publicado nesta terça-feira pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). No documento, o diretor do órgão, o brasileiro José Graziano, pediu esforços mais consistentes para erradicar a má nutrição.
O estudo assinala que a alimentação precária das mães e das crianças continua a reduzir a qualidade e a expectativa de vida de milhares de pessoas, assim como problemas relacionados à obesidade, como doenças cardíacas e diabetes.
"Atores e instituições devem trabalhar conjuntamente em todos os setores para reduzir mais efetivamente a desnutrição, a deficiência nutricional, o sobrepeso e a obesidade", diz o relatório.
O órgão alerta ainda que, embora cerca de 870 milhões de habitantes do planeta ainda passem fome, segundo dados do biênio 2010-2012, outros bilhões sofrem com a má ingestão de alimentos.
A FAO estima que 2 bilhões de pessoas têm deficiências de um ou mais micronutriente, enquanto outras 1,4 bilhão estão com sobrepeso, das quais 500 milhões já são obesas.
Além disso, 25% de todas as crianças abaixo de cinco anos sofrem com baixa estatura e outras 31% possuem deficiência de vitamina A.

Recomendações
Para combater a má nutrição, a FAO sustenta que dietas saudáveis e uma boa alimentação devem começar pelo tratamento da comida e dos produtos agrícolas.
Segundo o relatório, a maneira como os alimentos são cultivados, processados, transportados e distribuídos tem forte influência nos hábitos alimentares da população.
Entre as medidas destacadas pelo estudo está o uso apropriado de políticas agrícolas, investimento e pesquisa para aumentar a produtividade, não apenas dos grãos como milho, arroz e trigo, mas também de legumes, carne, leite, vegetais e frutas, todos ricos em nutrientes.
Outra recomendação do órgão é evitar o desperdício, que atualmente responde por um terço de toda a comida produzida todos os anos para consumo humano no mundo. De acordo com a FAO, isso poderia aumentar a disponibilidade de alimentos bem como reduzir seu preço, além de diminuir a pressão sobre a terra e outros recursos naturais.
O estudo também chama atenção para outro ponto importante relacionado ao papel das mulheres no combate à má nutrição. Segundo a FAO, quanto maior controle as mulheres tiverem sobre os recursos e a renda das famílias, maior é o benefício para a saúde delas e de seus filhos.
O órgão também destaca iniciativas de combate à má nutrição pelo mundo, incluindo o programa Fome Zero, no Brasil. No relatório, a FAO elogia o Brasil pelas medidas tomadas na erradicação da alimentação precária da população.
O país apresenta um dos menores índices de crianças com deficiência de crescimento na América Latina (7,1%), atrás apenas do Chile (2%) e da Costa Rica (5,6%). No entanto, o Brasil ainda tem a maior proporção de menores de cinco anos anêmicos na região (54,9% do total).

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