terça-feira, 1 de novembro de 2011

Plantas tóxicas podem matar um milhão de bovinos adultos todo ano no Brasil

Intoxicação por plantas pode matar um milhão de bovinos adultos todo ano no Brasil.

No Rio Grande do Sul, de 7% a 14% de todas as mortes de bovinos são atribuídas a intoxicação com plantas e, em ovinos, essa estimativa chega a 7%. Nos bovinos, mais de 50% das mortes devem-se à Senecio spp., mais conhecida por maria-mole. Além dessa, pode-se citar a samambaia, a mamona e a margaridinha.


“No RS são 26 espécies de Senecio (catalogadas), seis com registros de intoxicação em animais, embora existam outras potencialmente tóxicas (em condições mais especiais): S. brasiliensis, S. selloi, S. oxyphyllus, S. heterotrichius, S. madagascariensis e S. tweediei”, relata o pesquisador do Instituto de Pesquisas Veterinárias Desidério Finamor (Fepagro), Fernando Castilhos Karam.

As mortes representam perdas de 32 mil a 45 mil cabeças/ano, já que é uma toxicose evolutiva e irreversível. Isso significa prejuízo econômico de U$S 10 milhes anuais, apenas pelas perdas diretas. “A intoxicação por plantas é a doença que mais mata bovinos adultos no Estado”, observa o veterinário. Nos ovinos, as mortes por plantas tóxicas podem ser estimadas de 54.000 a 72.000 animais, com perdas calculadas em US$ 1,08 a 1,44 milhão/ano.


Um milhão - No Brasil, estima-se que 1.000.000 de bovinos morra anualmente devido à intoxicação por plantas, causando um prejuízo econômico da ordem de U$S 200 milhões. Muitas plantas são desconhecidas. Por isso mesmo, muitas vezes, não são consideradas de importância num diagnóstico veterinário. Esse valor é atribuído apenas pelas perdas diretas, as mortes, podendo ser muito maior quando considerados os custos com reposição dos animais perdidos, menor produtividade dos animais atingidos, custos com tratamento, manejo de campo etc.

Uma das principais preocupações dos especialistas é com a fase de crescimento da planta. Por estar verde e sem flores, muitas vezes passa despercebida pelos criadores. É no outono/inverno que ela concentra o maior teor de princípio tóxico. “Justamente quando o animal tem reduzida a oferta de alimentos, a maria-mole está à disposição”, explica. Mas, com agravante: os sintomas provavelmente se manifestarão na primavera e no verão seguintes.

Sem medicação - Como não existe tratamento eficaz, são indicadas diversas alternativas de controle da planta que possam diminuir o prejuízo dos pecuaristas e se possa “conviver” com ela. É preciso (re)conhecer as espécies potencialmente tóxicas e difundir aos produtores e interessados.

O uso de ovinos (são 20 vezes mais resistentes que o gado), juntamente com bovinos, observando a lotação à oferta de pasto, e as roçadas estratégicas, sempre adequadas a cada propriedade, têm sido as ações positivas e com melhores resultados em curto prazo.

Para saber mais:

Fepagro: (51) 3481-13711, 3481-3337 ou nos escritórios da Emater/RS


Principais sintomas
Surtos de intoxicação em bovinos também ocorrem pelo uso de feno ou silagem contaminada por Senecio spp.. Com relação à possível variação da toxidez da planta, em relação a sua fase de desenvolvimento, todas as partes são tóxicas, tanto verdes quanto dessecadas. Foram detectados teores de alcaloides mais altos antes da floração da planta. Doses diárias de 0,6 a 5 gramas por quilo, por um período de um a oito meses já são suficientes (necessárias) para provocar o quadro de intoxicação.

Essas plantas têm efeito cumulativo, quando ingeridas em pequenas quantidades diárias por períodos prolongados. Comumente, os bovinos intoxicados apresentam anorexia progressiva, perda de peso, fezes ressequidas, fortes contrações abdominais e, às vezes, icterícia e ascite.

Normalmente, em criações extensivas o único sinal clínico observado é a perda de peso progressiva. Na fase final da doença alguns apresentam sinais neurológicos caracterizados por agressividade, incoordenação e andar em círculos.

FONTE: http://www.editorasaomiguel.com.br/correio/edicoes/frame.php?edicao=276
http://www.informativorural.com.br/conteudo.php?tit=riscos_das_plantas_toxicas_ao_rebanho&id=99

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